Mede o grau de concentração da distribuição de renda domiciliar per capita de uma determinada população e em um determinado espaço geográfico.
Quando o índice tem valor igual a um (1), existe perfeita desigualdade, isto é, a renda domiciliar per capita é totalmente apropriada por um único indivíduo. Quando ele tem valor igual à zero (0), tem-se perfeita igualdade, isto é, a renda é distribuída na mesma proporção para todos os domicílios.
Quanto mais próximo da unidade, maior a desigualdade na distribuição de renda.
Analisar diferenciais na concentração da renda pessoal ao longo de toda a distribuição de renda.
Contribuir para a análise da situação socioeconômica da população, identificando segmentos que requerem maior atenção de políticas públicas de saúde, educação e proteção social, entre outras.
Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas de distribuição de renda.
A informação está baseada na “semana anual de referência” em que foi realizada a pesquisa, refletindo apenas a renda informada naquele período.
Os dados são fornecidos espontaneamente pelo informante, que pode ser seletivo nas suas declarações.
A fonte usualmente utilizada para construir o indicador (PNAD) não cobria até 2003 a zona rural da região Norte (exceto Tocantins). Além disso, a PNAD não permite a desagregação dos dados por município.
Esse índice é pouco sensível a redistribuições de renda que afetam os extremos inferiores da distribuição1.
NOTA: 1 Um bom indicador de desigualdade deve atender alguns critérios: ser insensível a mudanças de escala ou transferências proporcionais: (i) deve ser independente em relação à media da distribuição, isto é, não sobre alteração se todas a rendas forem alteradas na mesma proporção; (ii) permanecer inalterado se o número de pessoas em cada nível de renda se alterar na mesma proporção; (iii) uma transferência de uma pessoa mais rica para outra mais pobre deve melhorar o indicador de renda (isto é, ele deve mostrar queda na desigualdade; (iv) apresentar sensibilidade maior para transferências entre pessoas na parte inferior da distribuição do que entre aquelas na parte superior; (v) ser aditivamente decomponível. (Fundação João Pinheiro. Definição e metodologia de cálculo dos indicadores e índices de desenvolvimento humano e condições de vida. In: UNDP. Relatório de Desenvolvimento Humano, 2000.
O coeficiente de Gini se calcula como uma razão das áreas no diagrama da curva de Lorenz. Se a área entre a linha de perfeita igualdade e a curva de Lorenz é a, e a área abaixo da curva de Lorenz é b, então o coeficiente de Gini é a/(a+b). Esta razão se expressa como percentagem ou como equivalente numérico dessa percentagem, que é sempre um número entre 0 e 1.
O coeficiente de Gini pode ser calculado com a Fórmula de Brown, que é mais prática:
onde:
G = coeficiente de Gini
X = proporção acumulada da variável “população”
Y = proporção acumulada da variável “renda”
Se existe perfeita igualdade, então todos tem a mesma renda e pode-se escolher quaisquer dois indivíduos para colocar na fórmula que dará o mesmo resultado. Escolhendo-se o primeiro e o último indivíduo, então (Xk+1 – Xk = 1) e (Yk+1 + Yk = 1) e G fica igual a zero. No caso de desigualdade máxima, apenas um indivíduo detém toda a renda do país, quaisquer indivíduos escolhidos dará (Yk+1 + Yk = 0), e G fica igual a um. Essa soma é, então, sempre um número entre 0 e 1.
Fonte: IBGE. PNADs, 1992 a 2008. Elaboração própria NINSOC/Ipea.
De 1992 a 2008, a desigualdade de renda medida pelo Índice de Gini reduziu-se no Brasil, bem como em todas as grandes regiões. Em 2008, o índice de Gini para o Brasil foi 0,545. Com um índice superior a 0,50, o país ainda apresenta uma elevada desigualdade. No mesmo ano, a menor desigualdade de renda medida pelo índice de Gini foi registrada na região Sul (0,493), ao passo que a maior desigualdade fio registrada na região Centro-Oeste (0,564).
Notas:
1.Informações da PNAD não disponíveis, até o ano de 2003, para as áreas rurais de RO, AC, AM, RR, PA e AP.
2.As PNADs não foram realizadas em 1994 e 2000.