Número de vezes que a renda agregada do quinto superior da distribuição da renda (20% mais ricos) é maior do que a renda do quinto inferior (20% mais pobres) na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.
Expressa a concentração da renda pessoal, ao comparar os estratos extremos de renda (20% mais ricos e 20% mais pobres).
Quanto mais elevados os valores, maior o desnível de renda entre grupos populacionais dos estratos considerados.
Analisar diferenciais na concentração da renda pessoal entre os estratos superior e inferior da população, identificando tendências e situações de desigualdade que podem demandar estudos especiais.
Contribuir para a análise da situação socioeconômica da população, identificando segmentos que requerem maior atenção de políticas públicas de saúde, educação e proteção social, entre outras.
Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas de distribuição de renda.
A informação está baseada na “semana anual de referência” em que foi realizada a pesquisa, refletindo apenas a renda informada naquele período.
Os dados são fornecidos espontaneamente pelo informante, que pode ser seletivo nas suas declarações.
A fonte usualmente utilizada para construir o indicador (PNAD) não cobria até 2003 a zona rural da região Norte (exceto Tocantins). Além disso, a PNAD não permite a desagregação dos dados por município.
Por se tratar de uma pesquisa amostral, o valor do indicador pode não ter significância estatística quando desagregado para segmentos populacionais específicos, tais como indígenas, amarelos e pretos, pois estes grupos são muito pequenos em alguns estados e regiões.
Fonte: IBGE/Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD.
A tabela mostra a extensão da disparidade de renda existente no Brasil. Em 1993, a razão entre a renda agregada das pessoas pertencentes ao quinto superior da distribuição da renda domiciliar per capita (20% mais ricos) e a renda agregada das pessoas pertencentes ao quinto superior inferior (20% mais pobres) era 28,76, indicando que a renda média dos 20% mais ricos era aproximadamente 28 vezes maior que aquela dos 20% mais pobres.1 Em 2008, a razão de renda, no Brasil, reduziu-se para 16,12, entretanto, com diferenças marcantes entre as grandes regiões do país. As disparidades de renda eram mais acentuadas nas regiões Centro-Oeste (20,21) e Nordeste (18,96) e menos acentuadas nas regiões Sudeste (13,49) e Sul (13,8). Observa-se, no entanto, uma diminuição do valor deste indicador ao longo do período, em todas as regiões, mais acentuada na região Nordeste.
1 Essa situação pode ser exemplificada pela comparação de duas famílias hipotéticas, que representam a condição média dos dois extremos de renda (20% inferior e 20% superior). Na primeira, constituída de um casal e três filhos, só um adulto trabalha, recebendo salário mínimo (R$ 350,00), que corresponde à renda per capita de R$ 70,00. Na segunda família, com a mesma estrutura, a pessoa que trabalha tem uma renda de R$ 7.630,00, que corresponde à renda per capita de R$ 1.526,00. A razão de renda dessas duas famílias é o quociente de R$ 1.526,00 por R$ 70,00, ou seja, 21,8.
*Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá em 1993, 1997 e 2001.
**População rural apenas para o estado do Tocantins em 1993, 1997 e 2001.