Arequipa é a segunda maior cidade peruana com mais de um milhão de habitantes, situada na zona sul do país a 1000 Km de distância da capital e a uma altitude de 2335m.
É conhecida como a “Cidade Branca” porque grande parte do Centro Histórico foi construído com “sillar” (pedra vulcânica de tonalidade branca) retirado dos 3 vulcões que rodeiam a cidade. Esta zona, que recebeu a distinção de Património Mundial pela Unesco em 2000, é muito agradável de explorar. Tem bastantes igrejas e museus, restaurantes, lojas de recordações, cafés e bares. Neste momento, por causa da pandemia, é uma zona mais calma do que antigamente e algumas lojas e bares ainda estão encerrados.
Arequipa está rodeada por três vulcões: Chachani (6057m), Misti (5822m) e Pichu Pichu (5664m). O conjunto dos três vulcões atribui ainda maior beleza à cidade com os seus picos permanentemente cobertos de neve. Dos 3, o vulcão Misti é o único ainda ativo.
A Plaza de Armas é o centro de qualquer cidade peruana e atrevo-me a dizer (não conhecendo as outras, além de Lima) que a de Arequipa é a mais linda! A Basílica Catedral é enorme e domina a praça e logo por trás surgem o Misti e o Chachani, imponentes, a guardar a cidade.
A meu ver são precisos dois dias completos para se conhecer Arequipa…ou três, se gostarem muito de visitar museus ou tiverem crianças atreladas. Nós ficámos em Arequipa quase 3 dias completos. Não somos propriamente fãs de museus mas gostamos de fazer as coisas ao nosso ritmo, apreciar um cocktail ao pôr-do-sol, perder-nos nos mercados locais, regatear os preços dos souvenirs…e tudo isso leva o seu tempo. Nos três dias visitámos tudo o que queríamos (exceção feita ao restaurante La Nueva Palomino e ao mercado de artesanato Fundo el Fierro que estavam ambos fechados) e recomendamos todos os lugares, a saber:
- Plaza de Armas
- Basílica Catedral
- Mirador de Yanahuara
- Monasterio de Santa Catalina
- Centro Histórico
- Mercado San Camilo
- Mundo Alpaca
Também fizemos questão de provar vários pratos típicos da região “arequipeña”, tais como: chupe de camarones, rocoto relleno, cuy chactado, solterito arequipeño, costillar arequipeño, tocino del cielo ou queso helado. Eu adorei os doces (os últimos dois), o marido gostou muito do chupe de camarones…ambos gostámos do porquinho-da-índia assadinho e estaladiço (cuy).
Antes de visitarmos Arequipa, fomos passar uns dias no Vale do Colca. Para lá chegar voámos de Lima até Arequipa num voo de 1h30m, alugámos um carro e percorremos cerca de 3h de uma estrada que parecia interminável (mas com paisagens deslumbrantes) até chegarmos a Yanque – o nosso poiso durante 3 noites. De Arequipa a Yanque são sensivelmente 165 Km.
A pequena vila de Yanque com pouco mais de 2500 habitantes encontra-se a uma elevação de 3417m e foi o nosso ponto de partida para explorar um dos maiores canyons do mundo. O “canón de Colca”, como é chamado pelos peruanos, tem ruínas pré-Incas, rios, termas, montanhas majestosas, vulcões ativos, imensas alpacas e vicuñas e é a morada do famoso condor andino – a maior ave voadora do mundo em termos de combinação percentual entre envergadura de asas e o seu peso.
Enquanto estivemos no Vale do Colca mergulhámos nas águas termais de Chacapi, visitámos as ruínas de Uyo Uyo (pequena citadela pré-Inca), descobrimos ossadas em Yuraq Qaqa, andámos de cavalo, observámos os famosos condores, testemunhámos o poder dos terramotos em Maca (vila fustigada por alguns abalos fortes), comemos bifes de alpaca e porquinhos-da-Índia, vi a minha primeira estrela cadente (e logo num céu limpo e estrelado), bebemos chá de coca e passámos mal por causa da altitude elevada a que estávamos, vimos o vulcão Sabancaya (5980m) a cuspir cinzas várias vezes ao dia e lembrando-nos constantemente que o Peru está no centro do Anel de Fogo do Pacífico. É importante não esquecer que o país tem, neste momento, oito vulcões ativos e a maioria encontra-se na região de Arequipa.
Então, o que gostámos mais de fazer nestas férias? A Catarina adorou os cavalos e as piscinas quentinhas; o André adorou o hotel em Arequipa (muito bem localizado na Plaza de Armas, mesmo em frente à Basílica Catedral) e as alpacas (entre Arequipa e Yanque temos de passar pela Reserva Nacional de Salinas y Aguada Blanca onde se vêem mesmo muitas); o marido gostou de ver os condores e as estradas destruídas pelos recentes terramotos em Maca e eu adorei o Monasterio de Santa Catalina – pela sua História e beleza – e também adorei andar de cavalo (mais uma primeira vez para mim).
Apesar de tantas atividades interessantes e divertidas, acho que aquilo que mais gostámos foi da sensação de liberdade que o Vale do Colca nos transmitiu. Sem gente, sem máscaras, em comunhão com a natureza. Uma experiência única e inspiradora, tanto que nem me apeteceu “perder tempo” a partilhar stories no Instagram e já escrevi este texto.
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