Na Lição 3, você será apresentado ao produto e como as organizações trabalham com ele no mercado. Será um momento em que você compreenderá como diferenciar os tipos de produtos existentes e, também, de que modo as organizações podem vendê-los aos seus públicos.
Afinal, para que uma empresa possa realizar, de forma assertiva, as suas ações de vendas e comunicação, é preciso conhecer o que está sendo vendido e oferecido ao público-alvo. No fim, você compreenderá o conceito de produto, para que, assim, passe a entender como ele é trabalhado pelas organizações no mercado, as quais sempre buscam a satisfação das necessidades e dos desejos dos consumidores.
Para vender um produto no mercado, não basta, apenas, divulgar o preço e gerar desejo no consumidor, é necessário muito mais. Afinal, é pela venda do produto que as necessidades e os desejos do consumidor serão atendidos, e o processo de troca, entre cliente e empresa, acontecerá.
O produto auxilia no desenvolvimento da economia, contribui ao crescimento e à lucratividade da empresa no mercado. É pelo produto que as marcas são conhecidas, os mercados se formam e o consumidor realiza o processo de compra.
Será que não conhecer os produtos gera consequências negativas para os negócios? Enquanto consumidor(a), você já comprou um produto com uma expectativa a qual, no fim, não foi atendida? Será que isso foi gerado pelo marketing do produto? Na sua opinião, isso é bom ou ruim?
Então, vamos entender, um pouco mais, sobre produtos e esclarecer todas estas questões?
Um produto é algo criado para satisfazer às necessidades e aos desejos de determinado público de uma empresa atuante no mercado. Pensando nisso, João e Ana, após uma vasta e profunda pesquisa de mercado, resolveram abrir uma nova empresa, focando as suas atividades na venda de produtos voltados ao dia a dia das pessoas.
Com isso, surgiu a ideia de um pequeno mercado no bairro onde João e Ana moram. O objetivo era atender às pequenas demandas do dia a dia, como a falta de um molho de tomate para o preparo do almoço ou algum outro item que tenha acabado repentinamente, como um sabonete para o banho. Porém havia a dificuldade de o casal entender que tipo de produto estavam oferecendo. Seria algo considerado básico e necessário ao consumidor ou estariam vendendo um produto, altamente, especializado, que exigiria de seu público pesquisa e análise, antes da compra?
Apesar de a resposta parecer óbvia, essa dificuldade de João e Ana, em entender o que estavam vendendo, impossibilitava a definição de suas ações de marketing. Depois de muita pesquisa e da contratação de uma agência de comunicação e marketing, o casal compreendeu que os produtos os quais venderiam, como alimentos e itens de higiene básica, são necessários no dia a dia do consumidor.
Com essas informações em mãos, ficou mais fácil definir o que falar e como falar com o público. Um produto que se compra sempre, por exemplo, um sabonete ou um molho de tomate, não demanda muita pesquisa de preço. Assim, era preciso trabalhar e comunicar quais produtos estavam à venda no novo mercado. Neste momento, o que e como comunicar ficou mais fácil, pois, agora, João e Ana já sabiam que tipo de produto estavam vendendo e como deveriam comunicar.
Para começar esta nossa discussão, é necessário que você entenda, muito bem, o que é um produto, pois é preciso diferenciá-lo do conceito de serviço e saber quais são as suas funções e características dentro de determinado mercado. Entenda que todo consumidor, durante um processo de compra, está em busca da solução de um “problema” que o incomoda, ou seja, satisfazer a uma necessidade ou a um desejo, então, os produtos são oferecidos no mercado pelas empresas para, justamente, atender a essa demanda.
Em seus estudos, Kotler e Keller (2019) afirmam que não devemos ver e pensar em um produto como, apenas, algo tangível, ou seja, que pode ser visto e tocado pelo consumidor, mas sim, como tudo o que pode ser oferecido no mercado e que seja capaz de atender e satisfazer às necessidades e aos desejos dos consumidores.
Todo produto é criado e pensado com base no que o consumidor quer, para isso, são necessários pesquisa e entendimento do mercado no qual o produto atuará. Afinal, as pessoas só comprarão aquilo que lhes traga algum benefício.
Enquanto isso, Moreira (2004) afirma que os produtos têm, como foco e objetivo, proporcionar benefícios aos consumidores, levando-os a algum tipo de satisfação. Porém este autor determina que é necessário compreender como os consumidores percebem os produtos no mercado, a fim de que os benefícios oferecidos sejam trabalhados, corretamente.
Toda esta discussão é confirmada por Las Casas (2019, p. 420), quando ele afirma que
[...] um produto é um conjunto de atributos, tangíveis ou intangíveis, e é resultado de um processo de produção, com o objetivo de atender alguma demanda identificada pela pesquisa de marketing ou outra fonte de informação. Os tipos de produto são: bens físicos, serviços, eventos, pessoas, locais, organizações e ideias.
O produto, nesse contexto, é considerado, extremamente, importante, tanto para a lucratividade das organizações quanto para a manutenção delas no mercado, afinal, é por meio deles que a empresa definirá todas as suas ações e estratégias de vendas.
É importante que você entenda que todo produto é composto por itens tangíveis e intangíveis, isto é, materiais e imateriais. A tangibilidade está no próprio produto, por exemplo, um automóvel. Já o fator intangível está associado à sua marca e ao atendimento dos funcionários que vendem o automóvel, por exemplo. Ou seja, é algo que agrega valor ao produto, mas não, necessariamente, faz parte dele.
Durante o processo de compra, entretanto, o consumidor usa os fatores tangíveis que o produto oferece para realizar as suas escolhas. Esta análise, realizada pelo consumidor, é feita com base em níveis de produtos (KOTLER; KELLER, 2019), representados na imagem, a seguir.
Benefício central: envolve a análise do benefício central e básico que o consumidor está comprando junto com o produto. Por exemplo, ao adquirir um automóvel, o consumidor está comprando “economia e potência”.
Produto básico: podemos dizer que, aqui, o consumidor está comprando aquilo que o produto possui, ou seja, o que espera receber com a compra. Pensando no nosso exemplo do carro, o consumidor espera receber os elementos básicos desse produto, aqueles que determinam as características físicas e que, consequentemente, permitirão a locomoção do consumidor (pneus, painel, volante, entre outros).
Produto esperado: são os atributos e condições que o consumidor espera ao adquirir um produto. Lembrando que o consumidor, ao comprar algo, sempre cria expectativas em relação ao que está comprando. Voltando ao exemplo do carro, essa expectativa está relacionada à segurança, à potência e ao conforto. São itens que o consumidor já espera encontrar e, caso não os receba, haverá insatisfação, caso os receba, as expectativas serão atendidas.
Produto ampliado: acontece quando a expectativa do cliente é excedida, isto é, ele recebe algo além do que esperava. Ao comprar um automóvel, o consumidor descobre que a sua economia de combustível é muito maior do que imaginava, por exemplo.
Produto potencial: envolve todas as transformações e melhorias pelas quais o produto deverá passar, buscando satisfazer o consumidor. No nosso exemplo do carro, seriam as alterações e modificações do produto, buscando oferecer novidades bem como atender o que o consumidor busca.
Os produtos serão desenvolvidos pelas organizações dentro do Composto de Marketing, para tanto, é preciso entender que existem algumas classes de produtos. Mas o que seria isso?
Entenda que os produtos podem ser vendidos tanto ao consumidor final (pessoa física), o qual comprará esse produto para uso próprio, quanto ao consumidor industrial (pessoa jurídica), no caso, uma empresa.
Para ficar mais fácil de se entender, vamos a um exemplo. Quando você compra uma calça jeans para usar no seu dia a dia, você está sendo o consumidor final, a pessoa física, então, a marca e a empresa que vendem esse produto têm, como foco, o usuário e consumidor final. Agora, quando uma fábrica vende o tecido jeans a outra empresa, a qual fará o produto, no caso, a calça, estamos falando de consumidor industrial.
A fábrica que está comprando o tecido é a pessoa jurídica e, lógico, depois que o produto estiver pronto, ela o venderá ao consumidor final. O importante é você reconhecer para qual consumidor a empresa está vendendo, a fim de definir quais ações de marketing serão realizadas.
Com o objetivo de compreender melhor essa divisão, Vieira e Shimohigashi (2018) apresentam as seguintes classes de produto. Observe a figura, a seguir:
Além dessa divisão entre produtos de consumo e produtos industriais, há outra subdivisão. Os produtos de consumo são aqueles destinados ao consumidor final (pessoa física) e estão classificados em: 1. Conveniência; 2. Compra comparada; 3. Especialidade; 4. Não procurados.
A fim de que você compreenda, um pouco melhor, explicaremos, agora, cada um desses tipos de produto de consumo. Será que você consegue identificar esses produtos, no seu dia a dia? Vamos lá!
Os produtos de conveniência são aqueles os quais o consumidor já está acostumado a comprar no seu dia a dia, por isso, ele não realiza muito esforço de compra, como cotação de preço ou procura em diferentes locais.
Como no exemplo do case, em que a Ana e o João optaram por produtos com essas características. Normalmente, são produtos que possuem preço baixo.
Os produtos de compra comparada são aqueles os quais o consumidor realizará a comparação com os demais quanto à qualidade, ao preço e ao modelo, por exemplo.
Neste momento, o consumidor acredita ser necessário usar um pouco de tempo para pesquisar as opções disponíveis no mercado e analisar o que melhor se encaixa em suas necessidades e em seus desejos de consumo (KOTLER; KELLER, 2019; VIEIRA; SHIMOHIGASHI, 2018). Pense no seu cotidiano: quais produtos você compra sem refletir a respeito, e quais você investe mais tempo em pesquisa de preço e de qualidade?
Enquanto os produtos de especialidade, seguindo, neste momento, os estudos de Las Casas (2019), envolvem aqueles que o consumidor não aceita substitutos, fazendo todos os esforços para conseguir comprá-los.
São produtos que apresentam diferenciais, seja pela marca, seja pela exclusividade, por exemplo, uma calça jeans de grife. O consumidor, por vezes, está comprando a marca, não o produto. No seu caso, há algum produto cuja marca você não abre mão? Ou que sonha ter, somente, por causa da marca?
Por fim, os produtos não procurados. Sabe aquele produto que você não tem nenhuma intenção de compra ou nunca pensou em comprar? Ele entra nesta classificação. Por exemplo, seguro de vida, ou, até mesmo, um caixão.
E quanto aos produtos industriais? Já discutimos que são aqueles os quais outras empresas compram e usam para criar e desenvolver os seus produtos que, depois, serão vendidos no mercado.
Kotler e Keller (2019) os classificam como materiais e componentes (matéria-prima para produção de algo), bens de capital (instalações e equipamentos), suprimentos e serviços (usados na produção do produto).
Compreender essa classificação auxilia as organizações a destinarem os seus produtos e a definir como se comunicarão com o seu público e o mercado. Afinal, ao entender melhor as funções que cada tipo (classe) de produto possui, torna-se mais fácil direcionar as ações de marketing na direção correta, promovendo desejo de compra e atendendo, satisfatoriamente, a esse desejo gerado no consumidor.
Vamos recapitular o que aprendemos, hoje? Ao final deste momento de estudo, você aprendeu, um pouco mais sobre, o conceito de produto, compreendendo que existem diferentes tipos, os quais podem ser voltados tanto ao consumidor final quanto às empresas. Também aprendeu que as empresas devem saber o tipo de produto que estão vendendo e, assim, consigam criar e direcionar, corretamente, as suas ações de marketing e comunicação no mercado.
Ainda há muito o que aprender e discutir, mas, hoje, com esses conhecimentos a respeito dos produtos, você já aprofundou, mais um pouco, a sua compreensão sobre o marketing, como ele funciona e como é importante, até mesmo, essencial, para que as empresas conheçam o que estão vendendo.
Agora, ao final desta lição, tenho certeza que você já entendeu o que é um produto no mercado e qual a função dele. Sim, ele está ali para satisfazer às necessidades bem como aos desejos de determinado público, mas também possui toda uma função dentro de um processo de venda, comunicação e marketing, inclusive no desenvolvimento e na lucratividade da empresa.
Cada tipo de produto impactará na forma como a empresa se coloca no mercado. Isso mesmo, nas ações e estratégias que ela realizará dentro do seu planejamento mercadológico. Os impactos quanto à venda e ao desenvolvimento de um produto são fortes, capazes de definir se as empresas estão ou não em crescimento.
O mercado está cada vez mais competitivo. Os produtos, mesmo sendo de concorrentes, são parecidos, por isso, é necessário saber o que se vende e para quem e, assim, diferenciar-se.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson, 2019.
LAS CASAS, A. L. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 2019.
MOREIRA, J. C. T. (org.). Gerência de Produtos. São Paulo: Saraiva, 2004.
VIEIRA, M. C.; SHIMOHIGASHI, E. R. M. Fundamentos de Marketing. Maringá: Unicesumar, 2018.