Nesse momento de estudo você entenderá a variável do Composto de Marketing que discute sobre a Promoção. Afinal, é preciso comunicar e promover os produtos e serviços no mercado para que esses sejam vistos, lembrados e comprados pelos consumidores.
Você conhecerá as formas e ferramentas que podem ser usadas por uma empresa para contar ao consumidor a existência, e com isso realizar a venda de seus produtos e/ou serviços no mercado. E, ao final desse momento de estudo você conseguirá compreender como essa variável de marketing ajuda a empresa a realizar suas ações de comunicação com o mercado.
Vamos parar e pensar um pouco, antes de iniciar nossa discussão: Será que qualquer meio de comunicação pode ser usado nas ações de marketing das empresas?
A resposta você encontrará nesse momento de discussão. Mas lembre-se que o desafio das empresas está em promover e comunicar seus produtos e/ou serviços no momento certo e ao público correto.
Assim, é preciso definir qual ferramenta de marketing se encaixa em cada processo de comunicação da empresa. Mas não se preocupe, que, nesse momento de estudo você terá acesso e conhecerá essas ferramentas de comunicação e marketing, e, aprenderá como usá-las. Vamos lá!
Fazer propaganda parece algo fácil, não é? Afinal, hoje basta postar algo na internet e tudo está resolvido. Será?
E foi assim que Júlio pensou quando resolveu cuidar sozinho do marketing de sua empresa. Vendendo marmitas com comida caseira, no horário do almoço, Júlio acreditava que, por estar em um bairro residencial conseguiria alcançar seu público com postagens em suas mídias sociais.
Até que ele estava organizado. Fez um planejamento, definiu temas e até promoções criou, mas, o engajamento e o retorno do público não foi o esperado. Poucos seguidores, baixo índice de envolvimento, e, às vezes, nenhum comentário. Mas o que estava errado?
Um dos clientes de Júlio resolveu lhe dar umas dicas sobre marketing e pediu para que ele fizesse uma pesquisa para entender como se comunicar com seu público. Assim, ele analisou os consumidores, as ações dos concorrentes e pesquisou novas formas de comunicação.
E, sabe o que Júlio descobriu? Seu público queria receber uma comunicação mais direta e simples. Algo que pudesse guardar e/ou até ter acesso em momentos oportunos.
Estava aí a solução! Um carro de som foi contratado, afinal, sendo um bairro residencial era possível “falar” com o público e ser ouvido. E lógico, essa comunicação seria feita próximo ao horário de almoço.
Além disso, em parceria com os condomínios ao redor, Júlio elaborou panfletos e distribuiu na porta da casa de seus clientes divulgando seu produto, as marmitas e as promoções.
Em pouco tempo, as vendas aumentaram, e o melhor, os lucros também. E eu imaginava que dois meios de comunicação, que são considerados tão simples, seriam capazes de oferecer tanto retorno?
Nem Júlio acreditava, mas, o marketing deve ser direcionado para dar resultados, e foi isso o que aconteceu.
Ao pensar em Promoção, as empresas devem responder a seguinte pergunta: o que querem comunicar? Parece algo simples, e até básico, mas no dia a dia essa ferramenta mercadológica acaba não sendo usada da maneira correta.
Rolon (2018, p. 152), define essa importância da comunicação, argumentando que “as empresas precisam comunicar sua proposta de valor, todos os esforços de comunicação devem ser planejados e combinados em programas cuidadosamente integrados. A boa comunicação é fundamental para construir relacionamentos lucrativos com os clientes”.
Comunicar não é apenas colocar uma mensagem em uma das mídias que a empresa possui, mas sim, planejar, entender o que o cliente quer, o que pode e deve ser falado, e além de tudo, destacar-se no mercado frente a concorrência levando o consumidor a compra.
A Promoção, ou seja, a comunicação realizada por uma empresa deve ser vista como uma estratégia de posicionamento dentro de um determinado mercado. Usar essa ferramenta de maneira integrada, com as demais ações, pode resultar em retorno para a empresa (LAS CASAS, 2019).
Mas antes que você conheça as principais ferramentas de comunicação e marketing, é preciso entender como o processo de comunicação funciona. Observe a figura a seguir:
Figura 1 – Processo de Comunicação / Fonte: Las Casas (2019, p.640).
#PraCegoVer: a figura apresenta um organograma vertical, com três principais blocos ligados por setas. O primeiro bloco, onde o processo de comunicação inicia, é o “emissor”, sendo esse ligado ao segundo bloco, com a informação “meio”. Entre o primeiro e o segundo bloco, acima da seta, está a informação “codificação”, e entre o segundo e o terceiro bloco, acima da seta, está a informação “decodificação”. O terceiro bloco possui a informação “receptor”. Desse último bloco sai uma seta, que o liga ao primeiro bloco, possuindo as seguintes informações: “ruídos” e “feedback”. E por fim, ligando o primeiro ao terceiro bloco, há uma seta com a informação “mensagem”.
Antes de entendermos como usar as ferramentas de comunicação e marketing, você precisa entender que existe um Processo de Comunicação que ocorre toda vez que uma mensagem é criada e transmitida a alguém. E se, esse processo não acontecer da maneira correta, os resultados podem não ser o esperado.
O Emissor é aquele que cria a mensagem que será transmitida, e é nele onde tudo começa. A Codificação acontece “quando o emissor determina como a mensagem será transmitida, está codificando. Nesse caso, ele decide que recurso utilizará para fazer a sua comunicação e com que códigos a mensagem será transmitida” (LAS CASAS, 2019, p. 640).
A Mensagem é a informação que está sendo transmitida. O Meio é o canal e veículo de comunicação que será usado para que a mensagem chegue ao foco. Já o Receptor é quem recebe a mensagem, e quando isso acontece, é realizado o processo de Decodificação, ou seja, o emissor recebe a mensagem e a analisa com base em seus valores, conhecimentos e experiência (KOTLER, ARMSTRONG, 2015). E, ao final de todo esse processo, acontece o Feedback, que nada mais é do que um retorno ao emissor, informando se a mensagem foi ou não compreendida da maneira correta.
E o Ruído que aparece no processo? Esse acontece quando algo não deu certo, e a mensagem não foi interpretada da maneira correta ou prejudicada em sua entrega. As principais razões para que essas falhas ocorram, segundo Zeithaml e Bitner (2003), relacionam-se ao fato de as empresas deixarem de fornecer informação e realizar uma integração no processo de comunicação para atender as promessas apresentadas ao consumidor. Que tal um exemplo para você entender melhor como esse processo acontece?
Imagine a seguinte situação, uma empresa, que está lançando seu produto no mercado, resolve realizar uma ação de comunicação para contar a seu público sobre o que está vendendo. Nesse caso a empresa é o emissor da mensagem, e é ela quem realiza o processo de codificação. A mensagem são as informações a respeito do produto, como seu preço, local de venda e características.
O meio usado e escolhido foi a televisão e a internet, afinal, é aí que o público da empresa está. Ah, e o público-alvo, é o receptor, que está recebendo a mensagem e realizando o processo de decodificação. O feedback é a resposta que esse público irá emitir como a busca e compra pelo produto.
Mas, se no meio desse processo acontecer algo de errado, como um texto que não foi escrito da maneira correta e levou a uma interpretação errada do público, podemos dizer que houve um ruído de comunicação.
Acredito que ficou mais simples e fácil de entender, não foi? E agora que você já conheceu todo esse processo, é hora de falar das ferramentas de comunicação e marketing que uma empresa pode usar no mercado.
Kotler e Keller (2019) definem 8 (oito) principais ferramentas de comunicação e marketing que as empresas podem usar. Usaremos essas como base em nossos estudos, mas lembre-se de que cada empresa tem seu objetivo de comunicação, e a venda de um produto e/ou serviço deve ser feita e divulgada por um meio que seja capaz de contribuir para as vendas e lucratividade da organização no mercado.
Não existe a ferramenta correta, e aquela que dará lucro. Sua escolha dependerá do que a empresa quer e quais objetivos pretende alcançar, além da sua verba de marketing.
Vamos começar pela Propaganda que envolve qualquer forma paga de comunicação, seja essa por rádio, televisão ou internet. É nesse momento que as empresas buscam apresentar seus produtos e/ou serviço no mercado a seus consumidores.
É uma forma de divulgação de conteúdos, informativos e persuasivos, sempre apresentando a marca da empresa, produto ou serviço. Sua comunicação é realizada por meio dos canais de comunicação como jornal, revista, televisão, outdoors, internet, entre outros, sendo considerada uma venda de massa (REICHELT, 2013).
A Promoção de Vendas é toda forma de incentivo a compra, como um desconto, uma amostra grátis ou um prêmio. Não confunda promoção com promoção de vendas, pois existe sim uma diferença. A Promoção está no ato de promover, comunicar e contar ao consumidor a existência de algo, enquanto a Promoção de Vendas é uma ação que busca incentivar a compra por meio de benefícios e incentivos ao consumidor.
Essas ações podem ser realizadas de diversas maneiras, conforme o quadro presente na figura 2 a seguir:
Figura 2 – Tipos de Promoção de Vendas / Fonte: Honorato (2004, p. 288 - 289).
#PraCegoVer: a figura possui dez linhas e duas colunas. A primeira linha organiza as colunas com as seguintes informações, de cima para baixo e da esquerda para a direita: tipos e descrição. Na segunda linha, as informações são respectivamente: Cupons e Estimulam as vendas por meio de redução de preço de curto prazo e levam à utilização de novos produtos. Na terceira linha, as informações são: Brindes ou prêmios e Procuram atrair novos clientes para produtos existentes, criam prestígio e valor para os clientes. Na quarta linha, as informações são: Brindes promocionais e Conscientizam o consumidor sobre a companhia, bem como sobre seus produtos e locais de venda, criam prestígio. Na quinta, as informações são: Amostras grátis e Amostras grátis. Na sexta linha, as informações são: Displays no ponto-de-venda e Destacam produtos no ponto-de-venda, aumentando as chances de compra por impulso. Na sétima linha, as informações são: Selos e vale-brindes e Estimulam o consumo adicional de um produto, na expectativa da premiação ou brinde. Na oitava linha, as informações são: Programas de fidelização e Recompensam a fidelidade do cliente, reforçam o marketing de relacionamento e aumentam o volume de vendas. Na nona linha, as informações são: Espetáculos e exposições e Promovem, geram atenção e conhecimento do produto, identificam clientes potenciais, realizam vendas. Chamam a atenção, criam prestígio, aumentam as vendas, geram publicidade. E na décima e última linha, as informações são: Concursos ou sorteios e Prêmios distribuídos por concurso ou sorteio são regulamentados pelo Ministério da Fazenda e, por essa razão, é necessário obter autorização junto ao órgão competente e observar as questões legais. É um instrumento que pode trazer bons resultados, contudo, é importante que: tenha um nome chamativo, as regras sejam claras, os prazos sejam estimulantes, a promoção seja atraente e envolvente.
Cabe às empresas, junto com o departamento de marketing, definirem qual tipo de ação promocional será realizada ao consumidor.
Os Eventos e Experiências são ações, sejam essas próprias da empresa ou patrocinadas, que buscam criar uma interação do consumidor com a marca, produtos ou serviços.
Um exemplo de evento está no lançamento de novos produtos, com ações direcionadas na qual o público é convidado a participar de um momento em que será apresentado ao produto em uma festa ou em uma apresentação, como uma feira.
Honorato (2004) afirma que as atividades relacionadas aos eventos são realizadas para atrair a atenção da mídia e dos consumidores, podendo ser realizadas por meio do patrocínio de concursos, ações sociais, entre outros.
Já a ferramenta de Relações Públicas tem como objetivo promover e criar uma imagem positiva da empresa frente a seus públicos, sejam estes internos ou externos, além da comunidade, fornecedores e parceiros. Kotler e Armstrong (2015) determinam essa ferramenta como a ação em que se busca criar boas relações com diversos públicos, e, com isso, criar uma boa imagem da empresa no mercado e frente a seus consumidores.
O Marketing on-line e de mídias sociais, que vem sendo muito usado pelas organizações, trabalha com ações diretas ou indiretas, que buscam aumentar a conscientização e conhecimentos do produto, serviço ou imagem da empresa pelo uso dos canais digitais de comunicação existentes.
Essa ferramenta possui diversas vantagens e benefícios como o conforto ao consumidor, afinal, as ações são recebidas onde este estiver, sem a necessidade de deslocamento; a rapidez, pois, as informações são propagadas de maneira rápida; os custos de produção e propagação são menores a empresa comparadas às demais mídias; e o relacionamento mais próximo ao consumidor, permitindo uma coleta de informações maiores de seu público (LAS CASAS, 2019).
O Mobile Marketing é definido por Kotler e Keller (2019, p. 616) como sendo uma “[...] forma especial de marketing on-line que leva aos consumidores comunicações por meio de seus celulares ou tablets”.
O Marketing direto e interativo utiliza-se de meios diretos de comunicação, como telefone e e-mail para transmitir a mensagem aos consumidores, solicitando uma resposta direta ou um diálogo. Las Casas (2019, p. 691) apresenta as vantagens do Marketing Direto sendo essas
“para os compradores, a praticidade é um dos principais benefícios, pois comodamente em residências ou escritórios os clientes podem avaliar as ofertas, fazer comparações e receber a compra no local indicado, sem a necessidade de muitos esforços. Já para as empresas, a venda pode ter um custo muito menor uma vez que podem disparar uma quantidade grande de mailings ao mesmo tempo, o que reduz custos quando se compara à venda direta [...] “.
Com o Marketing Direto é possível estar próximo do cliente, mesmo sem o contato físico, e com isso transmitir as informações de marketing ao público da empresa.
E por fim, a Venda Pessoal, que acontece pela interação da organização, por meios de sua equipe de vendas, com seus consumidores.
Aqui você conheceu algumas das ferramentas de comunicação que as empresas podem usar no mercado, e que, em outro momento serão abordadas com mais profundidade, para que você entenda as vantagens de cada uma e como podem ser aplicadas no mercado.
O importante é que você saiba que, a comunicação entre empresa e mercado ocorre por diversas razões e formas, cabendo à empresa compreender a melhor maneira que realizar essas atividades por meio de seu planejamento mercadológico.
Ao final desta lição você conhece e sabe quais são as principais ferramentas de marketing e comunicação que as empresas podem utilizar a seu favor no mercado. E que, além disso, é preciso estudar e entender quais ferramentas serão usadas para que a empresa obtenha o retorno que deseja.
Além disso, o processo de comunicação é de extrema importância para que as informações cheguem corretamente aos consumidores, sem falhas. Escolher como e quando comunicar é parte da função do profissional de marketing. Afinal, não é só porque a internet está em alta que ela irá resolver todos os problemas de comunicação de um produto ou serviço.
O maior desafio das empresas está em entender qual ou quais meios de comunicação usar em suas ações de marketing, e que lhe traga resultados positivos atingindo seu público.
HONORATO, Gilson. Conhecendo o marketing. Barueri: São Paulo, 2004.
KOTLER, Philip; Armstrong, Gary. Princípios de marketing. 15ª edição. São Paulo: Editora Pearson Education do Brasil, 2015.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. São Paulo: Editora Pearson, 2019.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 2019
REICHELT, V. P. Fundamentos de marketing. Curitiba: InterSaberes, 2013.
ROLON, Vanessa Estela Kotovicz. Composto mercadológico: conceitos, ideias e tendências. Curitiba: Editora Intersaberes - 2018
ZEITHAML, Valarie A.; BITNER, Mary Jo. Marketing de serviços: a empresa com foco no cliente. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.