Ataque

A Vamba vai ser atacada.

Foi assim, sem meias palavras, que o capitão me recebeu no gabinete em Santa Isabel, junto de alguns populares, que tinham ido avisar da passagem de um grupo numeroso na direcção da Vamba.

Fui com os populares ver o trilho, e fiquei estarrecido - aquilo não era um trilho, era uma autêntica auto-estrada, que os especialistas calcularam ter sido aberta por um grupo de perto de cem pessoas.

Segui imediatamente para a Vamba, destacamento a cerca de dez quilómetros, para montar o dispositivo de defesa, face ao ataque de uma centena de inimigos, que, iria seguramente acontecer na madrugada seguinte.

Dispusémos nos abrigos o pouco armamento de que dispúnhamos - duas metralhadoras ligeiras, a bazooka e um morteiro 60 - limpámos valas de comunicação e abrigos, e, de noite, toda a gente ficou ao relento nas trincheiras, longe das barracas e em posição de fogo.

Quando desencadeassem o ataque iriam ter uma grande surpresa!

Pela madrugada estoira um detonador, colocado para alarme na cerca de arame farpado. Ali estava o inimigo.

Irritado pela explosão, o "inimigo" urrou, levantou a tromba e foi-se embora, acabando o combate antes de o começar.

Nenhum dos tais especialistas pensou que a tal "auto-estrada" podia ser obra de... um elefante.