A TODOS "os" que VIVERAM "ANGOLA"...

Missionários do Espírito Santo 

Emissora Católica d'Angola de 08/12/1954 a 31/10/1975

A aventura da missão 

“Ide pelo mundo inteiro, proclamai o evangelho a toda a criatura” - Marcos 16, 15 

Angola

As diferentes obras e estruturas erguidas em Portugal tinham um objectivo claro: formar missionários, padres e irmãos, e enviá-los para a missão evangelizadora fora do país.

Angola será, durante várias décadas, a prioridade da Província Portuguesa, embora o fosse também de toda a Congregação. O padre Torres Neiva, na obra já citada, escreve em 2004 que “dos 1028 Missionários Espiritanos que passaram por Angola, 502 eram portugueses”. O padre José Maria Antunes elaborou em 1894 um plano de evangelização de Angola, que partindo das quatro missões já existentes à data (Lândana, Malanje, Caconda e Huila) previa erigir progressivamente novas missões para o interior do território, numa distância máxima de 20 léguas umas das outras. Esse plano será parcialmente posto em prática, a tal ponto que nos primeiros cem anos de presença em Angola os espiritanos fundaram 88 missões. Em 1966, trabalhavam aí 202 padres e 50 Irmãos.

A evangelização de Angola foi sem dúvida a grande obra missionária da Província Portuguesa nestes 150 anos de existência. Para aí partiram a maior parte dos missionários, aí se investiu mais pessoal e recursos, aí se formou mais clero local, se ergueram as maiores estruturas, e aí ficaram também mais mártires. A atividade missionária consistia na evangelização das populações, mas também num notável trabalho no campo educativo, sanitário e científico. São construídas as grandes estruturas religiosas, como igrejas, seminários e residências, que servirão também como base das futuras dioceses e paróquias à medida que vão sendo criadas. Mas também hospitais, escolas, internatos, oficinas. Outras obras emblemáticas para a Igreja em Angola são também iniciativa de espiritanos: o jornal “O Apostolado” fundado em 1935, a rádio Ecclesia que iniciou as suas emissões em 1954, a Casa dos Rapazes de Luanda em 1942 e a Casa dos Rapazes de Nova Lisboa em 1955. Ao mesmo tempo, foi realizado um considerável trabalho no campo científico, especialmente linguístico e etnográfico, de que falaremos adiante.

Em 1977, dois anos após a independência, foi criada a Província Espiritana de Angola. Muitos espiritanos tinham deixado Angola, obras e missões tinham sido confiscadas pelo governo, a ideologia marxista é difundida. Portanto, o contexto político e social é outro, mas a missão espiritana continua. É sobretudo em contexto de guerra civil que os espiritanos são agora chamados a dar testemunho da sua fé e solidariedade ao povo que os acolhe. A insegurança, o abandono e destruição de estruturas, a incerteza quanto ao futuro, a emergência humanitária e sanitária, farão parte da sua missão. Talvez das mais belas páginas da missionação em Angola foram escritas nestes novos contextos por espiritanos portugueses, angolanos, franceses, holandeses, irlandeses. Hoje, a Província Espiritana de Angola de forma sólida assume a sua missão evangelizadora no país e forma novos missionários que envia para outros países.



Em Angola trabalham atualmente o Irmão Acácio (Luanda) e os padres Agostinho Loureiro (Chinguar), Joaquim Ferreira (Golungo Alto), Américo Alves (Lukapa), Manuel Viana Kalandula) e o jovem professo em estágio João Paulo Freitas (Kalandula).

Do site: https://espiritanos.pt/portugal/missao/ em 17 junho 2019

Brasil

Os primeiros espiritanos portugueses que foram para o Brasil chegaram a Tefé, na Amazónia, em 1910. Eram dois Irmãos, Dionísio de Carvalho e Agostinho Caetano, que faziam parte do grupo que acompanhou o recém-nomeado Prefeito Apostólico de Tefé, Monsenhor Barrat. No ano seguinte chega outro Irmão, Boaventura Azevedo, e em 1918 o padre Manuel Dias da Silva. Todos integrados no grupo de espiritanos franceses que na época assumiam a evangelização daquela região amazónica.

Só em 1975 é que outro grupo de portugueses chega ao Brasil, desta vez ao Estado do Rio de Janeiro. A presença de espiritanos no Brasil, nessa data, já era numerosa (os espiritanos chegaram a Belém do Pará em 1886), e em diferentes regiões do país. Estruturada em 5 Distritos Espiritanos, essa presença compreendia sobretudo missionários irlandeses, holandeses, alemães e brasileiros. Em 1976 havia cerca de 200 espiritanos em todo o Brasil. Por esta altura, alguns espiritanos portugueses saídos de Angola por ocasião da independência do país vão trabalhar nas Dioceses de Jales (Estado de S. Paulo) e Nova Iguaçu (Estado do Rio de Janeiro). Em 1979 é oficialmente criado o Distrito Espiritano do Brasil Sudeste, composto por portugueses, que se manterá até 2002, data em que é extinto e os seus membros integrados na entretanto criada Província Espiritana do Brasil. O primeiro Superior deste grupo foi o padre Francisco Fernandes Correia, a quem se deve a coordenação e criação de estruturas que permitiram esta aventura missionária dos espiritanos portugueses naquela região do Brasil. Além de várias paróquias nas dioceses de Nova Iguaçu, Itaguaí, Rio de Janeiro, Niterói, Jales, Bragança Paulista, S. José do Rio Preto e Baurú, este Grupo espiritano assumiu várias obras de caráter social e várias capelanias hospitalares.

Foi ainda a partir deste Grupo que se deu início à segunda fase da presença de espiritanos portugueses na Amazónia. Em 1986 chegou a Tefé o padre Domingos da Rocha Ferreira, em 1987 o padre António Farias, e essa presença foi continuada nos anos seguintes com o envio de missionários a partir de Portugal, mantendo-se até hoje. Aí estão os Padres Firmino Cachada, José Gaspar, Domingos Ferreira e António Farias. Inseridos na Província do Brasil estão atualmente os espiritanos portugueses Padres Victor Ferros, Manuel da Silva Martins, João Serra, Laurindo Marques e Luís de Oliveira Martins.