Roteiros - Filmes

Sugestões de roteiros para trabalhar filmes:

Roteiro para análise do filme Nefertiti Revelada , documentário do Discovery Channel (2003)

Obs: Foi trabalhada anteriormente a Arte Hierática

  1. Quais as principais características do estilo hierático?

  1. Sobre os slides, respondam:

a. quais obras vocês se lembram de terem visto?

b. qual a impressão geral das obras?

c. especificamente em relação à arte egípcia, quais os elementos que mais lhes despertaram interesse?

  1. Sobre o filme, respondam:

a. quais elementos da vida dos antigos egípcios foram retratados no filme?

b. Tentem estabelecer a relação que existe entre o modo de vida dos antigos egípcios e a sua arte.

c. sobre a rainha Nefertiti: vocês saberiam reconstituir a vida desta mulher?

d. sobre a múmia em questão: vocês acham que ela é mesmo a rainha Nefertiti? Por quê? (justifiquem a sua resposta).

Obs: O filme foi feito em 2003 e, após a exibição do mesmo, tanto o doutor Hawas quanto a doutora Samia (que aparecem no documentário) emitiram declarações no sentido de desacreditar a descoberta, ou seja, de afirmar que se trata da múmia de um indivíduo muito jovem para ser Nefertiti (doutora Samia) ou mesmo que poderia ser um homem jovem, que por alguma razão teria perdido a genitália (doutor Hawas). A discussão nos mostra que, na realidade, Nefertiti continua a ser uma figura polêmica, mesmo vários séculos após a sua morte.

Roteiro de estudo dos estilos Barroco e Rococó, partindo de filmes

l Explique por que classificamos o filme Caravaggio (Derek Jarman, UK, 1986) como neo-realista.

l Quais as características que permitem filiá-lo ao movimento?

l Por que você acha que falamos em “neo” realismo (e não apenas “realismo”)?

l Quais as semelhanças e diferenças que existem entre o filme Caravaggio e o filme Rainha Margot (Pátrice Chéreau, França, 1994) ?

l Em relação a Rainha Margot, a crítica classificou seus protagonistas de “feios, sujos e malvados”. Comente.

l Em relação a ambos os filmes existe toda uma ambientação (cenografia, iluminação, figurinos, posturas) que nos remetem imediatamente ao universo barroco. Tente dissertar sobre estas características, lembrando que há (em ambos os filmes) a reencenação/reconstituição de várias obras de arte do período.

l Já foi explicado que A vida é sonho, do escritor Calderón de La Barca, é paradigmático em relação ao barroco, pois trata de incertezas, aparências, caráter ilusório e transitório do mundo. Você observou algumas destas características nos filmes assistidos?

l Quais as principais características do estilo Barroco? Você consegue elaborar o contexto histórico no qual ele se desenvolveu.

l Quais as principais diferenças entre o estilo Barroco e o Rococó?

l Elabore uma análise pessoal dos dois estilos.

Roteiro para análise do filme “O Sorriso de Monalisa” (EUA, 2003)

l Justifique o título do filme (por quê se chama “O sorriso de Monalisa”?).

l Você consegue situar em que local e época se desenvolve o enredo?

l Qual camada da sociedade é atendida pelo colégio onde a ação se desenvolve?

l Assistimos 7 aulas da professora Katherine Watson: 4 em sala de aula com slides, 1 estudo do meio em frente a uma obra de Jackson Pollock, 1 sobre Van Gogh na sala de artes e outra em que as alunas discutiam sobre Monalisa. Comente estas aulas.

l Qual papel a professora e a História da Arte desempenharam na vida das alunas?

l Escolha 3 personagens do filme e trace seus perfis.

l Quais os artistas e/ou obras que você se lembra de terem sido citados durante o filme?

l Quais recursos tecnológicos a professora utiliza em suas aulas?Eles eram avançados para a época?

Roteiro para análise do filme Júlio César (EUA, branco e preto, 1953):

Considerações: Trata-se de um filme “clássico”, baseado numa obra igualmente clássica, o drama homônimo de W. Shakespeare.

l Como a peça foi apresentada em filme?

l Quais as principais diferenças que vocês notaram entre este filme e aqueles que vocês estão acostumados a assistir.

l Vocês conheciam esta história?

Em relação a outros filmes assistidos (Tróia, Alexandre, etc):

l qual(is) filme(s) vocês assistiram além de Júlio César?

l qual(is) elementos da cultura e da arte greco-romanas estão presentes no filme?

Parte técnica:

l andamento/ritmo

l enquadramento/plano

l iluminação

l externas/cenário

l enredo (conte brevemente a história dos filmes)

Opinião pessoal:

l Atribua um conceito de 0 a 10 para os filmes assistidos e justifique sua nota.

l Qual dos filmes assistidos você acredita que seja o melhor? Por que?

l Alguém que não houvesse tido nenhuma aula sobre cultura greco-romana teria conseguido apreender alguns conceitos dos filmes?

Roteiro para análise do filme Cruzada (EUA, 2005):

l Comente os elementos do filme que você identificou com imagens (slides) vistas em sala, na aula anterior.

l Comparando “Cruzada” e “Alexandre”, comente as diferenças que existem em relação:

a. à iluminação,

b. cenas de batalha,

c. música

d. andamento (ritmo) do filme.

l Neste filme existem retratos de valores que são específicos do feudalismo, da Idade Média, e que nos ajudam a compreender a arte da época. Tente entender e explicar:

a. a oposição entre os cristãos e os muçulmanos,

b. o cavaleirismo (a cavalaria),

c. os conceitos da honra e da fé.

l Existem algumas “cenas-chave”, que nos ajudam a entender ou que mudam o destino da história. Dentre aquelas apresentadas abaixo escolha uma delas e tente comentá-la o mais detalhadamente possível:

a. a visita de Godfrey e o reconhecimento de que Balian é seu filho;

b. a investidura (quando Godfrey, antes de morrer, faz de Balian cavaleiro e barão de Ibelin);

c. a luta e a conversa de Balian com o cavaleiro muçulmano;

d. morte de Balduíno IV e coroação de Sybilla e Guy;

e. Sybilla corta os cabelos;

f. Balian a cavalo, e Sybilla a pé.

l Além das personagens principais há várias personagens secundárias, algumas históricas e outras criadas para o filme. Escolha uma destas personagens e tente traçar o seu perfil, partindo do filme assistido.

Roteiro de avaliação de arte grega e romana, partindo do filme Alexandre (Oliver Stone, EUA, 2005).

l Você saberia identificar os 3 estilos da arquitetura grega? E os 2 estilos que os romanos acrescentaram?

l Comente a função (uso) do arco e as demais inovações tecnológicas que os romanos introduziram no campo da engenharia.

l Explique em poucas palavras as noções fundamentais sobre os seguintes estilos:

a. geométrico

b. arcaico

c. clássico

d. helenístico

l O filme é a transcrição cinematográfica da vida de Alexandre da Macedônia, a quem se deve um grande impulso ao movimento helenístico (a expansão das letras, artes e filosofia grega). Em relação ao filme, responda:

a. quais estilos arquitetônicos (não apenas gregos) você apreciou durante o filme?

b. você se lembra de ter visto obras de arte? Quais? Descreva-as em poucas palavras.

c. quais as diferenças que você percebeu entre a civilização grega e as demais civilizações com as quais ela entra em contato?

d. O filósofo Aristóteles é um dos é um dos personagens do filme. Você saberia dizer em quais aspectos ele influenciou a formação de Alexandre e o nascimento do helenismo?

Roteiro para análise do filme Modigliani:

l Existe toda uma geração de artistas neste filme. Você saberia identificá-los?

l Comparando Picasso e Modigliani, da maneira como são retratados no filme, como você analisaria a atuação artística e a inserção deles na sociedade da época?

l Como você explica a atitude de Modigliani em relação aos olhos/olhar de Jeane (“só pintar os olhos quando lhe conhecesse a alma”)?

l Como Modigliani se enquadra, ou não, no perfil do artista “maldito”?

l Picasso diz que Modigliani é “um deus”, como você interpreta esta afirmação?

l Você conseguiu se identificar com alguma personagem do filme? Qual? Por quê?

Roteiro para análise comparada dos filmes Pollock e Frida

l Você sabe identificar o estilo das obras dos artistas Jackson Pollock e Frida Kahlo, partindo das obras apresentadas nos filmes.

l Quais as semelhanças e diferenças que você encontra na produção artística dos dois expoentes?

l A própria vida dos dois artistas também é diretamente comparável. Você consegue estabelecer um paralelo?

l Há como comparar os dois filmes (enquanto obras de arte)? São duas maneiras diferentes de filmar e mostrar a vida do artista. Comente as diferenças.

l Vocês sentem aproximação/identificação com algum destes artistas? Explique o porque.

Roteiro para análise de Agonia e Êxtase (EUA, 1965):

I. Sobre Michelangelo Buonarrotti

1. Em relação ao que você pesquisou sobre a vida do artista, responda:

a) Em que aspectos o filme foi fidedigno e em que aspectos não foi.

b) Sabendo que ele foi aluno do pintor Domenico Guirlandaio ( ver o quadro “a adoração dos pastores”, de 1485), você saberia definir a influencia que ele teve na obra de Michelangelo?

Obs.: notem os rostos (populares), os gestos rudes, as mãos grandes dos pastores e o lugar que ocupam (1º plano)

Experimente comparar com as personagens aristocráticas, longilíneas e elegantes do quadro “A adoração dos magos”, de 1475, de Sandro Botticelli.

O personagem à extrema direita, que olha para o expectador, de capa carmim, é o próprio Sandro Botticelli. Na outra ponta, à extrema esquerda, o amigo Lourenço de Médici, o futuro “Lourenço o Magnífico”, que governará Florença após a morte do pai, Cosme (ajoelhado, ao centro, de manto vermelho) o qual, por sua vez herdou o cargo do patriarca da família (já falecido quando o quadro foi feito), Cosimo (aos pés da virgem Maria, prestes a beijar os pés do menino Jesus).

2. Baseando-se apenas no filme, como você traçaria o “perfil psicológico” de Michelangelo?

3. Você saberia precisar:

a) em que época ele viveu?

b) em que locais?

c) com que outros artistas conviveu?

II. Sobre o Renascimento Cultural:

1. Baseando-se em suas pesquisas:

a) local e época do Renascimento

b) sentido geral (objetivo) do movimento.

2. Baseando-se no filme:

a) como eram as construções?

b) Como era a igreja católica?

c) como eram as roupas?

3. Como era o relacionamento entre os artistas e seus “mecenas” (patrocinadores)?

III. Sobre o filme:

1. De que maneira o filme foi limitado pela época em que foi feito (1965)?

2. Se o filme fosse feito hoje, o que você acha que seria diferente?

3. Comparado a outros filmes que assistimos durante o curso, atribua uma nota para este filme ( de 0 a 10) e justifique.

Roteiro de análise comparada dos filmes O segredo de Brokeback montain (Ang Lee, EUA, 2005) e Amistad (Steven Spielberg, EUA, 1997):

Parte 1 – aspectos técnicos:

  1. Considere os seguintes aspectos, em ambos os filmes;

l iluminação

l fotografia (externas, interiores)

l uso das cores (cenários, figurino, etc)

l tomadas, planos, cenas

  1. Enquanto trabalho de direção, compare Ang Lee e Steven Spielberg nos seguintes aspectos:

l atores desenvolvem todo o seu potencial?

l As cenas são adequadamente aproveitadas?

l O desenlace das cenas é convincente?

3. Fale sobre o ritmo/andamento dos dois filmes.

4.Comente a trilha musical de ambos os filmes.

5. Qual o gênero dos filmes? Por quê?

Parte 2 – Iconografia

  1. Qual o tema fundamental, comum a ambos os filmes? Quais as temáticas secundárias exploradas?

  2. As personagens principais de ambos os filmes são vítimas de perseguição, preconceito e violência. Comente esta afirmação.

  3. Levando em conta a relevância social dos temas abordados, comente o impacto que cada um destes filmes causou (ou não) na sua própria época.

  4. Algum destes filmes é comercial? Justifique a sua resposta.

  5. Escolha uma personagem de cada filme, trace o seu perfil e em seguida compare-as.

Parte 3 – Visualidade

  1. Comente a afirmação “em Brokeback Montain observamos a criação de verdadeiros cartões-postais e, neste sentido, o filme é diretamente comparável a Uma estranha passagem em Veneza (Itália, 1991)”.

  2. Comente a afirmação “alguns personagens de Amistad saíram direto de um quadro de Rembrandt, enquanto outros saíram de um quadro de Velásquez”.

  3. Fale sobre sua impressão pessoal sobre o aspecto visual dos dois filmes.

  4. Dê uma nota de 0 a 10 para cada um destes filmes e justifique.

Roteiro - O Milagre de Anne Sullivan , EUA 1962

Ficha Técnica

Título Original: The Miracle Worker

Gênero: Drama

Tempo de Duração: 107 minutos

Ano de Lançamento (EUA): 1962

Estúdio: Playfilm Productions

Distribuição: United Artists

Direção: Arthur Penn

Roteiro: William Gibson, baseado em peça teatral de William Gibson

Produção: Fred Coe

Música: Laurence Rosenthal

Fotografia: Ernesto Caparrós

Direção de Arte: George Jenkins

Figurino: Ruth Morley

Edição: Aram Avakian

Elenco

Anne Bancroft (Anne Sullivan)

Victor Jory (Capitão Keller)

Inga Swenson (Kate Keller)

Andrew Prine (James Keller)

Kathleen Comegys (Tia Ev)

Patty Duke (Helen Keller)

Dale Helen Bethea (Martha - 10 anos)

Diane Bryan (Martha - 5 anos)

Donna Bryan (Martha - 7 anos)

Mindy Sherwood (Helen - 5 anos)

Peggy Burke (Helen - 7 anos)

Michael Darden (Helen - 10 anos)

Michele Farr (Annie - 10 anos)

Alan Howard (Jimmie - 8 anos)

Walter Wright Jr. (Percy - 8 anos)

Sinopse:

A incansável tarefa de Anne Sullivan (Anne Bancroft), uma professora, ao tentar fazer com que Helen Keller (Patty Duke), uma garota cega, surda e muda, se adapte e entenda (pelo menos em parte) as coisas que a cercam. Para isto entra em confronto com os pais da menina, que sempre sentiram pena da filha e a mimaram, sem nunca terem lhe ensinado algo nem lhe tratado como qualquer criança.

Hellen Keller pertence a uma aristocrática família de fazendeiros do sul dos EUA. Eles moram na fazenda Ivy Green próxima à cidade de Tuscumbia. É constatada a cegueira e surdez da menina após um incidente quando ela estava com 6 meses.

As relações familiares são conturbadas e a família discute sobre a internação ou intervenção médica. A avó fala sobre a Escola Perkins de Boston.

A professora Anne Sullivan, ex-aluna da escola é contratada. Ela tem visão sub-normal e fotossensibilidade. Sofreu 9 cirurgias para recuperar parcialmente a visão.

Enquanto a professora está indo, de trem, para o sul, a câmera focaliza os seus olhos.

Um dos principais “opositores” de Hellen é seu meio-irmão Jimmy (James). A professora também teve um irmão, que morreu há 11 anos, que tinha o mesmo nome.

No momento do encontro de Hellen e Anne as mãos se encontram e o reconhecimento se dá pelo tato.

O pai de Hellen questiona como “uma cega vai ensinar outra cega”.

Criança brinca com as roupas da governante, como qualquer criança.

18:21 – ao pegar os óculos da professora, a menina toma consciência sobre os olhos.

Professora “ensina” a falar “boneca” usando sinais. A menina começa a fazer sinais, mas eles não fazem sentido. Ela apenas “imita” os sinais, não sabe o sentido deles. A professora começa a “adestrar” a menina usando comida como recompensa.

Ela tranca a professora no quarto (para livrar-se do incomodo do processo de ensino/aprendizagem). A professora tenta lhe ensinar trabalhos manuais.

31:50 – palavra “deficiente” aparece pela primeira vez no filme, na boca da mãe, Kate.

A professora questiona a “recompensa” (“ela furou minha mão e está sendo recompensada”). Ela é uma criança mimada e “dá menos trabalho sentir pena do que ensinar” algo” (35 min)

Sobre a questão dos limites, a professora tenta disciplinar a menina, começando por contê-la fisicamente, restringindo seu espaço. Em seguida, usa a comida, a alimenta aos poucos, quer que ela use uma colher (cena longa, dos 37 aos 45 minutos).

46 minutos- mãe, Kate, está orgulhosa porque ela dobrou o guardanapo. Esta foi a primeira ação que ela efetivamente aprendeu.

História de vida da professora emerge incidentalmente.

Aos 54 minutos há colocações do pai e da mãe da criança e aos 59:27 a concepção do “milagre” aparece: o pai dá um prazo de 2 semanas para a professora ficar com ela na cabana e diz que será um milagre se a menina a agüentar.

1:00 – sinal –“este é o sinal dela para mim”.

1:11 – ela “soletra” leite e além do leite é recompensada com a boneca.

1:18 – a mãe diz que com 6 meses ela sabia falar a palavra água.

1:20 – ela come de acordo com a etiqueta e está pronta para aprender trabalhos manuais (crochê).

1:22 – aprende a soletrar muitas palavras, mas o faz de modo automático, sem pensar.

1:25 – pais estão contentes porque ela está “civilizada” (adestrada) e já não se preocupam se ela aprende ou não.

1:37 – momento mais importante do filme (o milagre). Ela fala água ao sentir a água que sai da bomba em suas mãos. A partir deste momento, a professora começa a de fato ensiná-la.

11:39 – ela nomeia a professora (“fala” a palavra professora)

11:41 – ela começa a ter vontade própria. Diz à mãe que quer a professora.

Roteiro para trabalhar o filme "Encantadora de Baleias"

(Whale Rider, Nova Zelândia/Alemanha, 2003)

  1. Você possuía algum conhecimento prévio sobre os maoris ou a Nova Zelândia? O que aprendeu com o filme?

  2. Qual a concepção de criança, de idoso, de família e de gênero (masculino/feminino) que o filme nos traz?

  3. Podemos falar em "matricialidade"? Justifique.

  4. Como o filme auxilia na transmissão/aquisição de valores (especialmente civilizatórios)?

Encantadora de Baleias é um filme óbvio. Na hora que você começa a assistí-lo, sabe exatamente como vai terminar. E, ainda assim, essa é uma das inúmeras qualidades do filme, pois se ele terminasse de outra forma, certamente sairíamos do cinema decepcionados.

Contudo, diferente do lugar comum das típicas produções hollywoodianas comerciais, é o modo como a história de desenvolve que a torna tão excepcional.

Encantadora de Baleias conta a história da menina Pai (Keisha Castle-Hughes). Membro de um grupo maori (o povo ancestral da Nova Zelândia), ela perdeu a mãe e o irmão gêmeo quando nasceu. Seu pai, após a tragédia, perdeu seu rumo e decidiu partir, deixando a menina aos cuidados de seus avós. A princípio, seu avô, Koro (Rawiri Paratene), renega a menina, mas com o passar dos anos, passa a amá-la, ainda que do seu modo rude e aparentemente frio.

Koro é líder de sua aldeia e, de acordo com a lenda, é descendente do semideus Paikea, que cruzou os mares nas costas de uma baleia para chegar a Nova Zelândia. Ele desejava um sucessor masculino, um primogênito, capaz de conduzir seu povo a dias mais prósperos e garantir a continuidade das tradições e costumes dos maoris. Nem seu filho mais velho nem seu falecido neto podem assumir seu lugar, e Koro, por se apegar rigidamente às tradições que defende, não pode nem sequer cogitar a possibilidade de passar o manto de liderança para Pai pelo fato de ela ser mulher.

Koro é um homem desesperado, que vê os costumes e história de seu povo sumirem lentamente no processo quase brutal de aculturação que passamos atualmente neste complexo mundo globalizado em que vivemos.

Pai ama o seu avô assim como também ama e respeita as tradições maoris. Tudo o que ela quer é ver Koro feliz. E também manter viva a cultura de seu povo. Sendo assim, mesmo contra a vontade de seu avô, ela começa a aprender, escondida, tudo o que um líder maori deve saber, inclusive a manejar a taiaha (bastão de guerra típico dos maori), de uso exclusivamente masculino. Enquanto isso, Koro procura um novo líder entre os primogênitos de outras famílias da aldeia. È claro que o embate entre os dois é inevitável e Pai precisará mostrar seu valor ao avô.

Diversas questões são levantadas durante o filme. Sem dúvida a que mais chama atenção inicialmente diz respeito exatamente ao drama dos povos tribais. Estes temem perder os laços e a continuidade de sua cultura em um mundo cada vez mais consumista, individualista e globalizado.

Mas o que significa manter as tradições? É mantê-las de forma inalterada, como a milhares de anos atrás, apenas porque “sempre foi assim”, e correr o risco de perder a sua verdadeira razão de ser, ou dar continuidade a ela com pequenas alterações, mas mantendo sua essência, significado e importância?

Pouco antes de me formar fiz uma matéria chamadaPsicologia e Cultura, e um dos temas de que tratamos foi exatamente esse, mas tendo em vista as tradições do interior mineiro. E dessa discussão o que realmente me marcou foi o fato de que uma das características mais importantes da tradição vinha do dinamismo inerente a ela. Tradição é algo vivo e implicado de significado para quem a pratica, sem isso não temos tradição, temos uma casca vazia, temos apenas alegoria.

E o conflito central do filme é exatamente esse. Koro defendia sem perceber a permanência das alegorias, enquanto Pai almejava a continuidade da tradição.

Mas as verdadeiras questões por trás do filme não dizem respeito exclusivamente aos maoris: são universais. Trata-se do processo de se aprender a viver, de se ter esperanças de dias melhores e de que sempre é possível recomeçar quando não esquecemos de quem somos e de que não estamos sozinhos. É isso que Pai traz a seu povo: uma nova chance de continuar e prosperar.

A aldeia da menina é um lugar decadente e quase estéril no começo da película. Graças a Pai o lugar ganha um ar novo, como um jardim antes morto que agora tem grandes possibilidades de gerar novas e belas flores. Não que física e economicamente a aldeia mude num passe de mágica, mas o que muda é a perspectiva daqueles que ali vivem.

Pensando assim, e levando em consideração as devidas proporções, talvez o filme que mais se aproxime deEncantadora de Baleias seja o belíssimo O Jardim Secreto (a versão produzida por Coppola), que trata de temas análogos aos do filme neo-zeolandês. Encantadora deBaleias é, enfim, uma sábia e belíssima fábula. E tendo consciência disso, lamentei por alguns minutos o fato de não ter nenhuma versão dublada da fita, pois seria um filme que eu adoraria assistir com meu afilhado de sete anos. Mais belo e rico que qualquer Abracadabra e Acquaria da vida.

Vale também elogiar a forma respeitosa com a qual a diretora Niki Caro tratou o povo maori, sem ser acadêmica ou enfadonha, mas sim construindo um filme sensível e tocante para qualquer público sem descaracterizar o povo maori ou estereotipá-los.

As atuações são um espetáculo a parte, em especial da menina Keisha Castle-Hughes, que merecidamente foi indicada ao Oscar de melhor atriz. È quase certo que ela não ganhará a estatueta, mas que ela merecia, merecia.

O filme, que é baseado no romance do autor maori Witi Ihimaera, foi aclamado em praticamente todos os países em que foi exibido, obtendo prêmios em todos os principais festivais de cinema que participou, incluindo o de Melhor Longa-metragem de Ficção na Mostra de São Paulo de 2003. E com certeza, fez jus a cada um deles. O filme é realmente excelente, e posso até afirmar que, mesmo o ano tendo mal começado, posso considerá-lo como um dos melhores filmes que vi em 2004.

fonte: http://www.agalaxia.com.br/cinema/resenhas/encantadora_baleias.htm

Roteiro para estudo e análise do Filme "O planeta dos macacos" (EUA, 1968)

I – Sobre o filme – sinopse:

Uma nave espacial lançada da Terra viaja à velocidade da luz com quatro tripulantes, voluntários da missão que tenta provar que nessas condições o tempo passaria mais devagar para eles do que para quem ficou no planeta. Ao despertarem de uma hibernação induzida depois de uma viagem de 18 meses de seu tempo, o comandante Taylor comprova que na Terra já teriam se passado dois mil anos e que a teoria estava correta. A nave cai no mar de um planeta desconhecido e os tripulantes tem que abandoná-la às pressas, antes que a mesma afundasse. Agora são apenas três, pois um deles, a astronauta e única mulher do grupo chamada Stewart, morreu devido a um vazamento de ar em sua máquina de hibernação.

Quando chegam à terra firme, os astronautas à princípio não encontram sinais de vida mas continuam procurando pois só dispõe de comida e água para três dias. Depois de uma longa caminhada, eles encontram os primeiros nativos, homens selvagens que não falam e que roubam seus equipamentos e roupas. Logo depois, os astronautas descobrem outra espécie nativa: violentos macacos que falam, se locomovem usando cavalos e atiram com rifles e não demonstram qualquer piedade ao matarem os humanos que encontram.

Taylor é ferido na garganta e fica incapaz de falar, enquanto seus dois companheiros não tem melhor sorte: um é morto e o outro desaparece. Taylor é levado para o laboratório da doutora psiquiatra de "animais" Zira que examina o cérebro dos humanos capturados, pois desconfia que os macacos são descendentes dos homens, teoria combatida pelo Doutor Zaius, chefe da religião e da ciência da comunidade símia. Ao se curar do ferimento e conseguir falar, Taylor é perseguido por Zaius que também ataca Zira e seu noivo, o arqueólogo Cornelius. A única forma de se livrarem da perseguição do doutor é provarem que as teorias negadas por ele são verdadeiras e assim Zira, Cornélius e Taylor fogem com a ajuda de outros companheiros e tentam achar provas no sítio arqueológico descoberto antes por Cornélius, que fica na misteriosa "Zona Proibida".

II – Recordando – figuras de linguagem:

Metáfora é uma figura de estilo (ou tropo linguístico), que consiste na comparação de dois termos sem o uso de um conectivo.

Ex: "Amor é fogo que arde sem se ver" - Luís de Camões

O termo fogo mantém seu sentido próprio - desenvolvimento simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão de matérias inflamáveis, como, por exemplo, o carvão - e possui sentidos figurados - fervor, paixão, excitação, sofrimento etc.

Didaticamente, pode-se considerá-la como uma comparação que não usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada.

"Meu coração é um balde despejado" - Fernando Pessoa

Uma alegoria (do grego αλλος, allos, "outro", e αγορεσειν, agoreuein, "falar em público") é uma figura de linguagem, mais especificamente de uso retórico (vide: retórica), que produz a virtualização do significado, ou seja, sua expressão transmite um ou mais sentidos que o da simples compreensão ao literal. Diz b para significar a. Uma alegoria não precisa ser expressa no texto escrito: pode dirigir-se aos olhos e, com freqüência, encontra-se na pintura, escultura ou noutras formas de linguagem. Embora opere de maneira semelhante a outras figuras retóricas, a alegoria vai além da simples comparação da metáfora. A fábula e a parábola são exemplos genéricos (isto é, de gêneros textuais) de aplicação da alegoria, às vezes acompanhados de uma moral que deixa claro a relação entre o sentido literal e o sentido figurado.

III – Estudo e interpretação do filme:

1. Por que afirmamos que o filme em pauta é uma fábula, com conteúdo metafórico e alegórico. Quais as principais metáforas e alegorias presentes no filme?

2. Qual o papel desempenhado respectivamente pelos macacos e pelos humanos no filme?

3. Compare as personagens Cornelius, Dra. Zira e Dr. Zaius quanto ao papel que representam em relação à “ciência” e à “moral”.

4. Podemos afirmar que “existe uma relação promíscua entre ciência e religião na sociedade dos macacos”. Comente esta afirmação.

5. Como são as relações sociais entre humanos e entre macacos no filme? Como são os “encontros” ou a interação entre as duas espécies?

6. Na sua opinião, o que significa a “zona proibida” no contexto do filme? Por que o acesso a ela tem de ser eliminado?

7. Se você não tivesse visto a cena final, você saberia em que planeta se desenvolve o enredo? Por que?

8. Como toda fábula, este filme contém uma “moral da história”. Qual é ela?

Roteiro para análise do filme: Infância Roubada

titulo original: (Tsotsi)

lançamento: 2005 (África do Sul) (Inglaterra)

direção: Gavin Hood

atores: Presley Chweneyagae , Terry Pheto , Kenneth Nkosi , Mothusi Magano , Zola

duração: 94 min

gênero: Drama

Sinopse: Uma noite, após sair ganhador de uma sangrenta briga de bar, Tsotsi (Presley Chweneyagae) rouba um carro. Enquanto acelera pela noite ele ouve um barulho no banco de trás e acaba sofrendo um acidente. Na traseira do carro descobre um bebê. Sem saber o que fazer, leva-o para o gueto de Johanesburgo em que vive. Lá convencerá a jovem mãe Miriam (Terry Pheto) a cuidar de "seu filho", numa relação que logo provocará mais confrontos.

Obs: Bom para adolescentes (8°, 9° ano e ensino médio) quando se estiver falando da partilha ("colonização") da África ou das condições atuais do continente africano.

- Resumo do filme/enredo - contar a "história" do filme

- Relevância para a aula de história (ou artes, língua portuguesa, geografia) - por que utilizar este filme? é aconselhável?

- Utilização genérica de filme com contexto social atual na aula de história (ou artes, língua portuguesa, geografia) - limites e possibilidades.

Sarafina (1992) - menos violento do que o anterior, também se passa na África do Sul, apenas que na época do Apartheid. Também indicado para 8°, 9° ano e ensino médio.

Sarafina é uma aluna negra, que relata a história sobre a forma de uma carta dirigida a Nelson Mandela e que, como tantos outros adolescentes, se sente revoltada face às injustiças do sistema. Um sistema que as incentiva a estudar para terem uma hipótese de vida mas que nunca lhes explica declaradamente que nunca terão uma hipótese de igualdade social.

- Resumo do filme/enredo - contar a "história" do filme

- Relevância para a aula de história (ou artes, língua portuguesa, geografia) - por que utilizar este filme? é aconselhável?

- Utilização genérica de filme com contexto social atual na aula de história (ou artes, língua portuguesa, geografia) - limites e possibilidades.

Curiosidade: teste para seu poder de observação

Obs.: O mesmo modelo de vestido, apenas com variação de cor: Rita Hayworth, "Gilda", 1946; Marilyn Monroe, "Os homens preferem as loiras", 1953; Madonna, "Material Girl", 1985;"Navio Fantasma", 2002.