Orixá da justiça, do fogo e do trovão. Viveu em 1450 a.C. e foi o quarto rei de Oió, pertencente à mitologia Yorubá. Diz-se que quem teve morte por raio, ou a casa queimada, foi vítima da ira ou cólera de Xangô. Uma das lendas que mostra bem o senso de justiça de Xangô é aquela em que ele e seu exército se veem frente a frente com o exército inimigo. Os opositores de Xangô tinham ordem de não fazer prisioneiros. Eles destruíram o exército de Xangô, e os corpos mutilados foram devolvidos a ele, para que visse o suposto poder do inimigo. Xangô ficou irado ao ver seus fiéis guerreiros sendo devolvidos com os olhos arrancados e as cabeças decepadas. Assim, num movimento rápido e forte chocou seu machado contra a pedra, provocando faíscas tão fortes que pareciam coriscos. Tantas foram as vezes que Xangô bateu seu machado, tantos foram os inimigos vencidos. O orixá triunfara, saíra vencedor. Com os inimigos aprisionados, os ministros de Xangô clamaram por justiça, pedindo a destruição total dos opositores. Um deles lembrou Xangô que os prisioneiros foram impiedosos com seus guerreiros, e tinham que matá-los. Xangô enfatizou que não, pois o ódio dele não podia ultrapassar os limites da justiça.Logo, gerou uma sequência de raios, destruindo os chefes inimigos, e liberando os guerreiros, que logo passaram a servi-lo com lealdade e fidelidade. Essa atitude mostrou que para Xangô a justiça está acima de tudo e que, sem ela, nenhuma conquista vale a pena.
Brenda Souza - 706