Uma história ediferente vivia pelo professor decano do Dep. de Química.. Confira!!

Data de postagem: Sep 03, 2012 7:34:3 PM

"Quando eu cheguei ao DQ/UFPR, no final do ano de 1988, não tínhamos nada no laboratório para fazer pesquisas, exceto alguns reagentes e vidrarias das aulas práticas de química inorgânica. Havia trazido comigo, do IQ/UFRJ, um elaborado eletrodo para medidas eletroquímicas em meio não aquoso, que tinha conseguido com o pessoal da oficina de vidraria do IQ/UFRJ. Os estudantes Ubirajara Pereira Rodrigues Filho, hoje professor do IQ/USP – São Carlos e Anselmo Luiz Juliato (Dídio) logo se juntaram a mim na empreitada de iniciarmos um projeto de pesquisas. Escrevi um projeto para o CNPq, que foi aprovado. Enquanto ainda esperávamos o resultado do CNPq, iniciamos um programa de caracterização de ácidos húmicos, assunto de muito interesse na época. Certo dia eu estava conversando com o Chefe do Departamento quando os dois estudantes que compunham o meu grupo de pesquisas, chegaram meio amuados e sem graça. Depois de algumas inquisições sobre o que havia acontecido: disseram-me que haviam quebrado o nosso importante eletrodo para medidas eletroquímicas. Nesse momento senti que teríamos que começar mesmo da estaca zero. Os dois citados estudantes foram muito importantes para o início de nossas pesquisas científicas no DQ/UFPR. Com o auxílio do Grupo do Prof. Cusatis, citado acima, chegamos a construir um titulador eletroquímico automático, do tipo ainda não existente em outros laboratórios análogos ao nosso em universidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Como as medidas das determinações dos grupos ácidos das substâncias húmicas demoravam muito a atingir o equilíbrio, deixávamos o titulador trabalhando automaticamente durante a noite, e no dia seguinte os resultados estavam gravados no microcomputador que havíamos ganhado no referido projeto do CNPq. Todo o software para o controle automático do titulador foi escrito pelo Bira (Ubirajara) que já demonstrava ser um excelente experimentalista como ocorreu depois. O Didio era muito bom para contruir “equipamentos mais pesados”. Nosso primeiro agitador de grande porte foi construído por ele com a ajuda do seu Pai. Para mim essa é característica imbatível em nossos estudantes: são todos muito colaborativos e “inventivos” no laboratório, não raro com o envolvimento de seus familiares."