Rumos da pesquisa: uma história da Pesquisa e Pós-Graduação na UFPR - dados históricos

TÓPICOS DA HISTÓRIA DA PESQUISA NA NOSSA UNIVERSIDADE - ÊNFASE NOS DEPARTAMENTOS DO NOSSO SETOR - E ALGUMAS CURIOSIDADES COM BASE NO LIVRO:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Pró-Reitoria de Pesquisas e Pós-Graduação. Rumos da pesquisa: uma história da Pesquisa e Pós-Graduação na UFPR. Curitiba: UFPR, 1998. 163 p.

Disponível na Biblioteca Ciência e Tecnologia da UFPR - Campus Centro Politécnico - sob o código 378.8162 U58

FOTO: Ata de instalação Oficial da Universidade do Paraná (UFPR - PRPPG p.10)

“Os trâmites para a criação da Universidade do Paraná tiveram início em meados de 1912, agindo em separado grupos respectivamente liderados pelos médicos Victor Ferreira do Amaral e Silva e Nilo Cairo da Silva, depois unidos em defesa da causa e apoiados pelos juristas João Pamphilo de Assumpção, Euclides Bevulacqua e Hugo Gutierrez Simas e pelos professores Fernando Augusto Moreira, Manuel Daltro Filho e Flavio Ferreira da Luz, entre outros. Segundo depoimentos da época, a idéia de criar Universidade foi um tanto apressada, como atestam as palavras de Nilo Cairo ao descrever o processo de escolha do nome da instituição: ‘Um de nós levantou a idéia de darmos, nesse caso, ao nosso futuro instituto o nome de “Universidade do Paraná”. O nome nos assustou; havia ahi a vertigem do abysmo - era o universo!’ Contudo, assim que se concluíram e foram aprovados seus estatutos, a Universidade do Paraná foi efetivamente instalada a 19 de dezembro de 1912, em sessão realizada no edifício do Congresso Legislativo, sob a presidência honorária do Dr. Carlos Cavalcanti de Albuquerque. Buscava-se assim o apoio institucional na pessoa do chefe do governo estadual. [...] Reconhecida pela Lei Estadual n.º 1.284, de 27 de março de 1913, a instituição foi declarada de utilidade pública pela Le Estadual n.º 1.456, de 1º de abril de 1914. [...] A Universidade do Paraná iniciou as atividade de ensino na segunda quinzena de março de 1913, contando com 97 alunos, 26 professores e três funcionários. No mesmo ano, a Câmara Municipal de Curitiba doou-lhe um terreno situado à Praça Santos Andrade com a Rua XV de Novembro. Em 31 de agosto, lançou-se a pedra fundamental do novo edifício construído por Bortolo Bergonse e cuja ocupação foi gradativa, à medida do avanço da construção. O prédio era descrito, à época, como um edifício altaneiro, sólido, de construção elegante e luxuosa, em estilo moderno. O aspecto exterior combinava com a apresentação do interior. O edifício estava dividido em cinco pavimentos, além da cúpula. Por esses andares distribuíam-se salas, museus, gabinetes e laboratórios, que iriam futuramente abrigar algumas atividade ligada à prática da pesquisa.” (UFPR - PRPPG p.10-11)

FOTO: As primeiras salas de aula (UFPR - PRPPG p.12)

“Para tanto, as instalações criadas pela direção no primeiro ano de funcionamento tinham como objetivo propiciar as experimentações dos alunos, facilitando a sua aprendizagem. Além disso, os experimentos desenvolvidos por iniciativas pessoais de professores catedráticos em suas cadeiras eram motivadas pela curiosidade instigante ou pelo desejo de solucionar problemáticas concretas, segundo o jurista e professor Oscar Joseph de Plácido e Silva, primeiro aluno matriculado na Universidade: ‘professores, bem me recordo, não se limitavam ao horário de suas aulas.Permaneciam nos gabinetes e laboratórios da Universidade, preparando demonstrações a serem apresentadas aos alunos ou fazendo investigações acêrca da matéria de suas cadeiras’. Do ensino teórico passava-se, assim, às experimentações.” (UFPR - PRPPG p.13)

“No entanto, desde o início, manifestaram-se vozes contrárias ao estabelecimento da Universidade, baseadas em vários argumentos, como a ausência de um ensino primário bem estruturado no Paraná ou o perigo de uma instituição tornar-se mera fábrica de bacharéis e doutores. Era o que comentava, em 1912, um artigo contrário ao academicismo publicado no jornal A República: ‘A Universidade está nos parecendo um mal aceitável’. [...] Todas as objeções que foram feitas à criação da Universidade e as dificuldades que marcam habitualmente a instalação desse tipo de instituição, sobretudo no Brasil, trazem algumas dúvidas sobre seu papel, naquele momento, no cenário curitibano e mesmo nacional. Uma delas apontaria para um descompasso entre o discurso dos fundadores e a condução eficaz dos procedimentos didáticos, entre a construção dos gabinetes e laboratórios e sua real utilização na investigação experimental nos anos que se seguiram quando, em todo o país, a pesquisa científica estava ainda ausente dos meios acadêmicos.” (UFPR - PRPPG p.16)

FOTO: Algumas imagens do início da Universidade, pedra fundamental, primeiro edifício e grupo de alunos (UFPR - PRPPG p.19)

FOTO: Trecho da carta de Nilo Cairo ao Dr. Victor Ferreira do Amaral (UFPR - PRPPG p.21)

“No que se refere à Escola de Química, transformada em Instituto de Química do Paraná , em 1934, conforme depoimento de Nilton Bührer, que participou à época do programa:

Naquele tempo (final dos anos 20), as pesquisas eram mínimas, havia um ou outro professor, que escrevia algum trabalho, mais com a finalidade de defender uma tese, do que propriamente pesquisar. Da nossa turma, que se formou a partir de 1937, em virtude da presença na escola de professores como Hans Ludwig Weber (químico vienense) e João Peck (outro químico vienense), nos incentivaram, a fazer análises tecnológicas que serviam às indústrias do Paraná. Nós iniciamos a parte de pesquisas. [...] começamos a trabalhar com alunos e professores, na Escola de Química [...] e no Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas, hoje TECPAR, onde havia um conjunto de profissionais superiores, como médicos, geólogos, agrônomos, veterinários, e nós, químicos.

Na década de 30, a Escola de Química já era um espaço propício à pesquisa estabelecendo contratos com as indústrias do Estado. Os trabalhos do professor Bührer em 1938-1939, já seguiam essa orientação: ‘... comecei no jogo de pesquisas e fiz muitas pesquisas interessantes e algumas importantes. Principalmente sobre combustíveis, na área do álcool, eu fui um dos primeiros a propor e experimentar a aplicação do álcool hidratado nos automóveis, como combustível’. Nessa conujntura, deu-se também a contrataçãodo Prof. Hans Ludwing Weber que introduziu novos métodos de pesquisa na área de Química, o que proporcionou a melhora substancial das atividades de ensino.” (UFPR - PRPPG p.23)

“Na seção de Ciências da Faculdade de Educação,Ciências e Letras existiam cursos seriados com três anos de duração, que instituíam as licenças em ciências matemáticas, físicas, químicas e naturais, e o curso complementar de doutorado, com dois anos de duração que, com a defesa da tese, conferia o título de doutor em ciências matemáticas, físicas, químicas e naturais.” (UFPR - PRPPG p.26)

“Em 1935 o Dr. Victor Ferreira do Amaral afirmava que a instituição necessitava de novos moldes para o seu aparelhamento para conquistar o seu ideal: maior eficiência das investigações científicas e melhor orientar o ritmo didático. Melhorando os laboratórios universitários estava convencido o mestre dos prodígios das bem orientadas pesquisas científícas.” (UFPR - PRPPG p.29)

FOTO: Biografia do Dr. Victor Ferreira do Amaral (UFPR - PRPPG p.30)

FOTO: Biografia de Nilo Cairo (UFPR - PRPPG p.32)

“As teses e a titulação decorrentes, juntamente comas investigações realizadas nos gabinetes e laboratórios das faculdades e os cursos de aprimoramento estabelecidos, pareciam apontar para a intenção de implantar atividades de pesquisa no ensino superior do Paraná.” (UFPR - PRPPG p.34)

“Durante a Segunda Guerra Mundial, [...] as áreas de Química, Física e Tecnologia receberam grande atenção e se expandiram rapidamente; a de energia nuclear também se tornou alvo de intercâmbio entre pesquisadores. Esse contexto a formação de um campo propício ao desenvolvimento científico e, mais tarde, os primeiros surtos da pós-graduação.” (UFPR - PRPPG p.45)

“Entre 1950 e 1961, a modernização começou a se fazer com a reforma do prédio central na Praça Santos Andrade e prosseguiu com as construções da Policlínica Porfessor Garcez do Nascimento, em 1951, e do Hospital das Clínicas, entre 1953 e 1960. Seguiu-se o conjunto de edifícios destinados à Reitoria, à Faculdade de Ciências Econômicas (1956), à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e Auditório, à Imprensa Universitária, ao Palácio dos Estudantes e Restaurante Universitário, iniciados em 1958. [...] A Universidade incorporara também outras instituições de ensino superior, visando a sua consolidação: A Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras, fundada em 1938 e incorporada desde 1946; a Faculdade de Ciências Econômicas, fundada em1945 e incorporada em 1950; a Escola de Química - que, fundada na Universidade, esteve alguns anos sob o controle do governo do Estado - , em 1953; as Faculdade de Odontologia e Farmácia que funcionavam, desde 1912, como cursos anexos à Faculdade de Medicina e passaram a ter autonomia universitária, em 1958. A expansão das estruturas físicas, administrativa e de recursos humanos tinha por objetivo transformar o ensino ministrado pela instituição e contemplar a pesquisa, de maneira que a Universidade Federal do Paraná pudesse colocar-se como um centro científico importante no Sul do Brasil. [..] As obras do Centro Politécnico, futuro centro de experiências técnicas de vastas proporções destinado aos altos estudos das novas gerações de técnicos paranaenses, estavam em acordo com a nova mentalidade universitária que caracterizava a época. [...] Ao ser comemorado o cinqüentenário da UFPR, seu Reitor Flávio Suplicy de Lacerda propunha ainda que ela recusasse encerar-se em torres de marfim para

[...] liderar campanha nacional em defesa da autonomia universitária, superando-se para chegar, com a sua influência, com o seu pensamento, ao povo inteiro do Brasil. [...] não pretendemos senão a Universidade aberta, para que a nossa voz seja ouvida pelo povo, para afirmarmos a nossa capacidade de sentir os anseios do povo, para presidirmos ao desenvolvimento de nossa sociedade, para emitirmos, também, um pensamento político, sem compromissos estreitos, porque este é um dos deveres iniludíveis da Universidade moderna.”(UFPR - PRPPG p.48 - 49)

 

 

FOTO: Fotos dos Reitores Flávio Suplicy de Lacerda e João Ribeiro de Macedo Filho e do Laboratório de Química  em 1948. (UFPR - PRPPG p.51)

FOTO: Assinatura, ata de reinstalação da Universidade e discurso - 1946   (UFPR - PRPPG p.52)

 

FOTO: Os Institutos, Departamentos e Cátedras  (UFPR - PRPPG p.56)

“Os Institutos de Pesquisa da UFPR caracterizaram-se, em todo esse período, como locais privilegiados de sistematização do trabalho científico. Segundo Glaci Zancan eram verdadeiros centro de irradiação. Nesse momento, as três grandes bases da pesquisa no Brasil eram os campos da química, da genética e da física que remontavam à década de 30 e tinham como endereço a Faculdade de Filosofia, ciências e Letras da USP.Sob essa influência poderosa, a UFPR iria reproduzir, em seus Institutos de Pesquisa, muitas das tendências em voga no restante do país. Alguns deles desenvolveram projetos de vital importância para o atendimento das necessidades estaduais e deram significativa colaboração aos processos de fomento da ciência e tecnologia. Prepararam igualmente o caminho para o estabelecimento dos futuros cursos de mestrado e doutorado na UFPR, propiciando a formação da massa crítica necessária. Não apenas os Institutos, mas também departamentos, cátedras, laboratórios e centros de pesquisa participaram dessa trajetória.” (UFPR - PRPPG p.57)

“Reincorporada à UFPR, em 1953, e ocupando um terreno na Rua Bom Jesus, a Escola de Química construiu pavilhões para abrigar usinas pilotos e laboratórios, com a colaboração dos professores das disciplinas, assistentes e auxiliares de ensino, pessoal especializado e alunos dos últimos anos do curso. [...] Em meados da década de 50, já funcionavam 10 laboratórios completos de química analítica qualitativa, de tecnologia orgânica, de tecnologia inorgânica, de química inorgânica 1ª e 2ª cadeiras, de físico-química, de microbiologia e tecnologia das fermentações e gabinete de física industrial. [...] Em 1957, técnicos da Escola de Química concebiam estudos sobre processos químicos de combate aos efeitos da geada, devido aos prejuízos sofridos nos cafezais. [...] Segundo o professor Nilton Bührer,

Então a escola de Química, naquela época muito contribuiu com seus alunos e depois ex-alunos para que se desenvolvesse a pesquisa no Paraná, principalmente no IBPT, que era um reduto de todos os bons profissionais, não só daqui, como da Agronomia, Veterinária, Medicina, Geologia.

O Instituto deveria organizar projetos de pesquisa, ministrar cursos de pós-graduação e extensão, contratar professores, pesquisadores e técnicos, promover estágios para engenheiros químicos, químicos industriais, licenciados em química e farmacêuticos-químicos, dar consultoria técnica a entidades privadas, entre outros Foi organizado em três divisões: Química Pura, Química Aplicada e Engenharia Química. [...] Outros incentivos foram dados, nesse período, aos estudos de Mecânica e Física. Na construção do Centro Politécnico foi destinada uma área para a instalação do Instituto Nacional de Mecânica que, como instituição modelo, propunha-se a formar engenheiros mecânicos e se tornar a sede do desenvolvimento das pesquisas e das indústrias mecânicas, de acordo com a orientação do Plano de Educação para o Desenvolvimento do Governo Federal. [...] Já o Instituto de Física, instituído, em 1959, funcionava na Escola de Engenharia da UFPR, sendo constituído dos departamentos, cátedras e disciplinas de Física e Físico-Química. A instalação do Instituto de Matemática deu-se em 1959, agrupando os departamentos cátedras e disciplinas de Matemática e Estatística. Sua sede era a Faculdade de ciências Econômicas, tendo como finalidade o ensino e a pesquisa das ciências matemáticas e de suas aplicações. o regimento instituía o regime de tempo integral e, como os demais, visava ao aperfeiçoamento de professores, através da concessão de bolsas de estudo, realizava cursos e seminários, promovia e orientava pesquisas individuais ou coletivas, inclusive de doutoramento. O Instituto possuía as divisões de matemática pura, matemática aplicada, estatística, ensino e divulgação que eram responsáveis pelos trabalhos especializados.” (UFPR - PRPPG p.59-62)

 

FOTO: imagens da década de 50  (UFPR - PRPPG p.65)

“Já o Instituto de Pesquisas Químicas fazia a ponte instituto-universidade, mantendo cooperação permanente com a Escola de Química que, na década de 60, passou a funcionar no Centro Politécnico, onde foram montados seus laboratórios e usinas. A mudança da Escola de Engenharia para as instalações no Centro Politécnico, é descrita pelo professor Bührer:

‘ [...] dirigi e orientei as construções dos edifícios não só didáticos, como também as salas de professores, anfiteatros e posteriormente, as usinas piloto. Na época, em que foram montadas e começaram a funcionar, eram as únicas usinas piloto em curso superior de Química no Brasil. Portanto pioneiras [...].’” (UFPR - PRPPG p.74)

“No campo das Ciências Físicas e Matemáticas, destacaram-se também, nessa época, os Institutos de Mecânica e Mecânica Agrícola, que pretendiam transformar-se num instrumento do desenvolvimento econômico regional: Paraná e Santa Catarina, estados em que a agricultura é predominante, enquanto a indústria é incipiente, constituirão a região de trabalho dos dois institutos, que se complementarão em suas atividades.” (UFPR - PRPPG p.75)

“No Instituto de Matemática, uma das pesquisas realizadas no final da década de 60 tinha como objetivo a computação eletrônica e a linguagem Fortran, em trabalhos dos professores Teodócio Atherino, Eurico de Macedo e Akeo Tanabe, visando a sua difusão e uso para fins didáticos. (UFPR - PRPPG p.76)

 

FOTO: Aulas Práticas e Pesquisas em 1962 e 1965  (UFPR - PRPPG p.77)

 

FOTO: Algumas imagens do ano de 1962  (UFPR - PRPPG p.78)

“No início da década de 60, passou a ocupar as instalações do Centro Politécnico, que compreendiam salas, escritórios e dois pavilhões para os laboratórios e oficinas, além de circuito fechado de alimentação de água através de dois sistemas subterrâneos.O laboratório didático atendia aos cursos de Mecânica dos Fluidos e Hidráulica. Possuía ainda uma rede de pluviógrafos para estudos e pesquisas hidrometeorológicos, em operação desde1959, e uma estação meteorológica. A situação dessas unidades de pesquisa foi posteriormente alterada em virtude da reforma universitária de 1968, cuja repercussão na Universidade Federal do Paraná aconteceu efetivamente com as reformulações sofridas pela instituição em 1970 e 1973, quando foram divulgados seus nvos estatutos e reorganizada sua estrutura.” (UFPR - PRPPG p.79-80)

“Com o golpe de 1964, Flávio Suplicy de Lacerda, que ocupara a Reitoria da instituição entre 1948 e 1964, foi instituído no cargo de Ministro do Estado do Governo do Marechal Castelo Branco. Quando retornou à Reitoria da Universidade em 1969 aprovou o plano de reestruturação da instituição do qual decorreram os estatutos de 1970 que organizaram a Universidade nos Institutos de Matemática, Física, Geociências,Biologia, Ciências Humanas, e Letras e Artes; e as Faculdades de Direito, Medicina, Engenharia, Educação, Engenharia Química, Economia e Administração, Odontologia, Farmácia, Agronomia, Veterinária, Florestas. Essas unidades tinham como função primordial o desenvolvimento e a instituicionalização da pesquisa dentro da Universidade.” (UFPR - PRPPG p.91)

“Em 1973, o reitor Eduardo Corrêa Lima realizou uma nova reestruturação da UFPR, suprimindo a estrutura baseada em Institutos e Faculdades. O Regimento Geral de 1970, segundo Cecília Westphalen, não foi aceito pelo Conselho Federal de Educação devido ao grande número de unidades existentes na estrutura universitária. A UFPR foi organizada então em unidades chamadas setores. O Sistema Comum de Ensino e da Pesquisa Básicas compreendia as áreas fundamentais do conhecimento humano estudado em si mesmo ou com vistas a ulteriores aplicações: setores de Ciências Exatas, Ciências Biológicas, Ciências Humanas, Letras e Artes. E o Sistema Comum de Ensino Profissional e Pesquisa Aplicada que ministraria integralmente, com seus programas de estudo e pesquisa nos respectivos campos de aplicação científica, tecnológica e cultural, o ensino e o treinamento de profissionais ao nível de graduação e pós-graduação: Setores de Educação, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências da Saúde, Tecnologia, Ciências Agrárias. Na administração superior, foram criadas as Pró-Reitorias, dentre elas a de Ensino e Pesquisa. O Conselho de Ensino e Pesquisa passou a ter uma Câmara de Pesquisa.

Com a Reforma de 1973, reduziu-se de 92 para 55 o número de Departamentos e os setores ficaram assim constituídos:

- Setor de Ciências Biológicas: fusão dos Institutos de Biologia e Bioquímica;

- Setor de Ciências da Saúde: fusão das Faculdades de Medicina, Farmácia e Odontologia;

- Setor de Educação: antiga Faculdade de Educação;

- Setor de Tecnologia: fusão da Faculdade de Engenharia, da parte profissionalizante da Faculdade de Engenharia Química, e da parte da Faculdade de Farmácia e do Instituto de Geo-Ciências;

- Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes: fusão dos Institutos de Ciências Humanas e de Letras e Artes;

- Setor de Ciências Exatas: fusão dos Institutos de Matemática e de Física e da parte básica de Engenharia Química;

- Setor de Ciências Agrárias: fusão das Faculdades de Agronomia, Veterinária e Florestas;

- Setor de Ciências Sociais Aplicadas: fusão das Faculdades de Direito, Economia e Administração.”(UFPR - PRPPG p.93)

“Já na Escola de Química, não houve propriamente um curso de pós-graduação. No entanto, seus professores prelecionavam em vários cursos desse nível: [...] eu fui professor na Escola de Floresta, curso de pós-graduação em Engenharia Florestal, dando matérias relacionadas à indústria da celulose e do papel. Outros professores, como o Spitzer, lecionavam também em cursos de pós-graduação, em outras escolas (BÜRHER, Nilton. Entrevista. 9 maio 1997). Para o ano de 1970, o Instituto de Pesquisas Químicas, juntamente com o Departamento de Engenharia da Escola de Química da UFPR, programaram o curso de pós-graduação em Engenharia Química.” (UFPR - PRPPG p.98)

“No setor das Ciências Físicas e Matemáticas, o Instituto de Física instituiu, em 1968, dois cursos de pós-graduação em Bioquímica (sobre eletricidade e magnetismo e ótica física), além de quatro cursos extraordinários em computação eletrônica. Pretendia ainda implantar um curso de mestrado em Física, cujo projeto foi encaminhado ao BNDE, com vistas ao financiamento.” (UFPR - PRPPG p.99)

“No ano seguinte, o Instituto realizou o I Seminário de Relatividade Geral Hugo Frederico Kremer, com a presença de pesquisadores do Instituto Henri Poincaré de Paris, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas da Universidade de São Paulo e do Instituto de Física Teórica de São Paulo.” (UFPR - PRPPG p.101)

“Apesar das restrições financeiras, a participação da ciência brasileira no contexto internacional cresceu consideravelmente, o que pode ser percebido através do banco de dados internacional do Institute for Scientific Information – ISI -, que acompanhou a publicação de 3000 revistas consideradas mais importantes, na década de 70. Em 1973, o Brasil ocupava o 31º lugar no mundo no que se referia à produção científica e, o 3º lugar no Terceiro Mundo, atrás da Índia e Argentina. Em 1978, passou a ocupar o 25º lugar e foi o único país latino-americano a crescer nessa direção. De 1978 a 1980, o avanço brasileiro foi de 46% - fruto do amadurecimento do sistema de pós-graduação. A partir da década de 70 dizia-se que nos tornamos um país com ciência.” (UFPR - PRPPG p.109)

“A Coordenadoria de Pesquisa, sob a direção da professora Cecília Maria Westphalen, teve o apoio do Centro de Computação Eletrônica - CCE que criou uma rede automatizada de informações, permitindo que a UFPR fosse à segunda universidade do país a implantar esse procedimento, propiciando produção e troca de informações sobre a pesquisa.” (UFPR - PRPPG p.114)

FOTO:  Relato dos dados de professores e alunos em 1981  (UFPR - PRPPG p.115)

FOTO: A Política de Capacitação dos docentes  (UFPR - PRPPG p.117)

“Alguns mestrados tiveram o seu início marcado pela presença de um pesquisador tenaz [...], o de Física idealizado pelo professor Hugo Frederico Kremer , desde a década de 60, para funcionar vinculado ao Instituto de Física. Com sua morte, foi efetivado somente em 1984.” (UFPR – PRPPG p.119)

 

FOTO: A Pós-Graduação com o melhor nível na UFPR  (UFPR - PRPPG p.121)

 

 

FOTO: Medula óssea, o Tranplante piioneiro  (UFPR - PRPPG p.123)

“Já em 1992, 58% dos professores em atividade tinham o mestrado ou doutorado e 80% dos cursos de pós-graduação da UFPR, avaliados pela CAPES, receberam conceito A ou B, colocando a instituição entre as dez maiores IES do país.” (UFPR – PRPPG p.140)

FOTO: imagens de 1994   (UFPR - PRPPG p.149)

“ De caráter interdisciplinar é o estudo sobre o impacto do El Niño na Região Sul do Brasil, envolvendo os Departamentos de Física da Universidade Federal do Paraná, de Física da Universidade de Buenos Aires e o de Ciência de La República da Universidade de Montevidéu:

O estudo, segundo a professora e doutora em Meteorologia, Alice Marlene Grimm, do Departamento de Física da UFPR, mostra o impacto sobre a chuva e as perturbações causadas na circulação atmosférica [...] O projeto Variabilidade de Precipitação no Cone Sul é financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) e pelo Conicet, da Argentina. Por enquanto, diz a professora, não há resultado definitivo sobre o trabalho.‘Nossos estudos continuam e confirmam que a primavera deste ano terá mais chuvas que nos anos anteriores em decorrência do fenômeno’, afirma.’” (UFPR – PRPPG p.155)

“[...] O Departamento de Matemática oferecia, no início dos anos 90, um curso de especialização em Matemática Aplicada; o Departamento de Informática desenvolveu curso de especialização em Desenvolvimento de Software (1991) [...]. O Departamento de Química desenvolveu um projeto no laboratório de Química de Húmus e Fertilizantes, com recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico que permitiu a implantação do Mestrado em Química; os Departamentos de Estatística, Matemática e Informática prestaram consultorias à empresas públicas e privadas [...]” (UFPR – PRPPG p.157)