- O conceito de ficção (Juan José Saer)
- "Arte absoluta e política absoluta", de Carl Einstein (1921)
- “Manifesto neoconcreto” (1959)
- "Teoria do não-objeto", de Ferreira Gullar (1959)
- "Da obra ao texto", de Roland Barthes (1971)
- Textos escolhidos da revista Literal (1973)
A aula do dia 18/12 começará às 16 horas.
O trabalho final deve ser enviado para o email alexandre.nodari@gmail.com até o dia 5 de fevereiro de 2016
-Pra quem se interessar, aqui o link pro livro de Gumbrecht, Atmosphere, mood, Stimmung
-Dois textos meus que resumem temáticas desenvolvidas no curso:
1) A literatura como antropologia especulativa,
2) Variações sobre a literatura como antropologia especulativa
Disciplina do Programa de Pós-graduação em Letras da UFPR (2015/2)
HL 773 – TÓPICOS DE TEORIA LITERÁRIA:
"Uma perspectiva de outra ordem que a visual”: a literatura como antropologia especulativa
Horário: sexta-feira, das 14-18hrs, a partir do dia 18 de setembro. Sala 1112 (D. Pedro I).
PROGRAMA RESUMIDO:
No Manifesto da Poesia Pau-Brasil, Oswald de Andrade postulava “Uma nova perspectiva”, “Uma perspectiva de outra ordem que a visual”. A referência era o cubismo, que deslocava a importância da “imagem” para “o ato de ver” (Carl Einstein), isto é, que abdicava de uma relação reificada entre sujeito e objeto para investigar a relação que toda perspectiva comporta, a experiência do terceiro incluído: aquilo que está entre o sujeito e o objeto, a re-flexão. A arte (e a teoria) dos anos 1960 levou a cabo essa transformação iniciada pelas vanguardas, postulando a passagem da “obra ao texto” (Barthes) e do objeto ao “quasi-corpus” (Manifesto Neoconcreto), privilegiando a experiência da leitura e da participação em detrimento da intenção do autor e da fruição do espectador. Em co-incidência com esse movimento de penetração da vida na arte, a arte contaminou a vida em maio de 68, com a postulação d’“A imaginação no poder”, e seu corolário: “Sejamos realistas, demandemos o impossível”. A nosso ver, esse cenário ainda possibilita (e demanda) pensar uma nova ontologia da arte (em geral) e da literatura (em particular), entendida esta como o modo pelo qual “textos literários (...) se relacionam com realidades externas às próprias obras” (Gumbrecht), pois os dois paradigmas ontológicos dominantes nos estudos literários – a desconstrução e os estudos culturais – tendem a acentuar um ou outro (interno ou externo) polo da relação. Nesta disciplina, tentaremos propor uma terceira margem para a ontologia literária, tomando a relação entre literatura e vida como uma via de mão dupla, privilegiando o espaço intersticial (ou negativo). Para tanto, vamos explorar a idéia proposta por Juan José Saer em “O conceito de ficção” de que a literatura constitui uma “antropologia especulativa”. Se, segundo ele, a ficção não “dá as costas a uma suposta realidade objetiva: muito pelo contrário, mergulha em sua turbulência”, tornando o mundo que investiga (objetividade) inseparável da perspectiva com que o faz (subjetividade), como podemos caracterizar essa relação entre o “deserto do real” (o “mundo vivido”), e o “inreal” (irreal mas também in-real, dentro do real), de que fala Clarice Lispector (e que a perspectiva literária oferece)? Ou, por outra: se a literatura, na formulação de Milan Kundera, é uma exploração das possibilidades humanas, qual a relação entre essas virtualidades e a existência “efetiva” (pois a leitura de uma ficção é a paradoxal experiência de, nas palavras de Costello/Coetzee, “think my way into the existence of a being who has never existed”)? Debateremos essas questões a partir de textos teóricos (Ortega y Gasset, Lévi-Strauss, Meinong, entre outros) e literários (especialmente Clarice), para tentar formular o que seria um perspectivismo literário (em diálogo com o perspectivismo ameríndio formulado por Tânia Stolze Lima e Eduardo Viveiros de Castro).
CRONOGRAMA COM AS LEITURAS (sujeito a alterações)
18/9 - Apresentação.
O conceito de ficção (Juan José Saer)
25/9 - O cenário do debate: entre a dessubjetivação do autor e a desobjetivação da obra, o que resta é o texto
- "Espaço negativo", de Bernardo Carvalho (aqui um pdf com algumas imagens da artista resenhada)
Leituras complementares:
- "Tópicos (fragmentários) para uma historiografia do C o m o”, de Haroldo de Campos (ensaio presente em Metalinguagem & outras metas)
- A ideia do teatro, Ortega y Gasset
18/12: Encerramento
- Apresentação dos projetos de trabalho final
- "A literatura e a vida", de Gilles Deleuze (micro-artigo de Crítica e Clínica)
- A vida como literatura, de Silviano Santiago
02/10 - Panorama histórico do conceito de ficção
- trechos de A filosofia do como se, de Hans Vaihinger
- Stierle, Karlheinz. A ficção. Tradução de Luiz Costa Lima. (Novos Cadernos do Mestrado, v. 1). Rio de Janeiro: Caetés, 2006.
09/10 - O fictício e o imaginário (1)
- primeira metade de O fictício e o imaginário: perspectivas de uma antropologia literária, de Wolfgang Iser
16/10 - O fictício e o imaginário (1)
- segunda metade de O fictício e o imaginário: perspectivas de uma antropologia literária, de Wolfgang Iser
23/10 - Onde nenhum homem jamais esteve: a exploração de territórios desconhecidos da existência
- "Ficção científica (Da condição inumana"), de João Camillo Penna
- "A arte do romance", de Milan Kundera
30/10 - Narciso e Eco: o outro (e o) conhecimento
- Livro III das Metamorfoses, de Ovídio (há uma tradução recente dos 5 primeiros livros aqui)
- A morte de Narciso (trad. de Haroldo de Campos)
- O Tratado do Narciso (Teoria do Símbolo), de André Gide
- Metaforsmose, de Paulo Leminski | Link alternativo
- Ninfas, de Giorgio Agamben: Link para a tradução espanhola | Link para a tradução brasileira
13/11 - Egos imaginários, alter-egos e heterônimos: "To think my way into the existence of a being who has never existed"
- "Se eu fosse eu", e "Como é que se escreve?" de Clarice Lispector
- Fernando Pessoa: Carta sobre a gênese dos heterônimos; Prefácio às Ficções do interlúdio.
-Fernando Cabral Martins: verbete sobre as Ficções do interlúdio
- "Literatura e personagem" (Anatol Rosenfeld) e "A personagem do romance" (A. Cândido).
- Raul Pompeia: "O mal de D. Quixote", "Cavaleiros andantes", "A batalha dos livros"
20/11 - Ex-possível: a ficção como subsolo da existência
- "Conversas C/P", de Clarice Lispector (trecho de Outros escritos)
- "Teoria do objeto", de Alexius Meinong (há uma tradução ao português nesse livro; há também a tradução ao inglês)
- "Conto (não conto)", de Sérgio Sant'Anna
- Texto de Jean-Luc Nancy sobre o impossível
7/11 - Virtualidade e ficcionalidade (a web é nosso campo de existência)
- "O que é o virtual", de Pierre Levy
- "O atual e o virtual", de Gilles Deleuze
- "Michel Tournier e o Mundo Sem Outrem", de Gilles Deleuze
- "Virtual", de Denis Berthier: original francês | tradução ao português
4/12 - Impoder e inatualidade: a literatura como anomalia do regime da potência
- "Bartleby", de Herman Melville
- "Bartleby, ou da contingência", de Giorgio Agamben
Leitura complementar:
- Capítulo "O pesa nervos", do livro O pesa nervos, de Antonin Artaud
- "A benfazeja", de Guimarães Rosa (conto de Primeiras estórias)
11/12 - Como: o meio é a mensagem
- "Lingüística e poética", de Roman Jakobson (capítulo de Língüística e comunicação)
- "Da natureza de um impulso ou entre os números um ou computador eletrônico", e "O ato gratuito", de Clarice Lispector
- "Why do things have outlines?", de Gregory Bateson (pequeno artigo do livro Steps to an ecology of mind)
Bibliografia
Agamben, Giorgio. L'Uso dei corpi. Homo Sacer IV, 2. Vicenza: Neri Pozza, 2014.
Agamben, Giorgio; Melville, Herman. Bartleby, ou da contingência – seguido de Bartleby, o escrevente. Tradução de Vinícius Honesko e Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
Badiou, Alain. A república de Platão recontada por Alain Badiou. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
Barthes, Roland. O rumor da língua. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
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Benveniste, Émile. Problemas de lingüística geral, I. 2. ed. Tradução de Maria da Glória Novak e Maria Luiza Neri. Campinas: Pontes; Editora da UNICAMP, 1988.
___. Problemas de lingüística geral, II. Tradução de Eduardo Guimarães et. al. Campinas: Pontes, 1989.
Blanchot, Maurice. O livro por vir. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
Blecher, Max. Acontecimentos na irrealidade imediata. São Paulo: CosacNaify, 2013.
Blumenberg, Hans. Teoria da não conceitualidade. Tradução e introdução de Luiz Costa Lima. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2013.
Bök, Christian.’Pataphysics: the poetics of an imaginary science. Evanston: Northwestern University Press, 2002.
Calvino, Italo. O cavaleiro inexistente. Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
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Costa Lima, Luiz. Trilogia do controle: O controle do imaginário, Sociedade e discurso ficcional, O fingidor e o censor. 3. ed. revista. Rio de Janeiro: Topbooks, 2007.
Deleuze, Gilles. “O atual e o virtual”. Em: Alliez, Éric. Deleuze Filosofia Virual. São Paulo: Ed.34, pp.47-57.
___. Lógica do sentido. Tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes. 4. ed. 2. reimp. São Paulo: Perspectiva, 2006.
___. Diferença e repetição. Tradução de L. Orlandi e R. Machado. Rio de Janeiro: Graal, 2006,
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