Mini-curso na UFRJ (Auditório E-1 da Faculdade de Letras). 16 e 17 de dezembro, das 14 às 17 horas.
Ementa: Em uma conhecida passagem, Aristóteles afirmava que a metáfora que indica atividade é capaz de produzir coisas diante dos olhos (pro ommaton poien). Que tipo de produção, de poesia, é essa que, sem jamais constituir uma obra acabada, é capaz de tornar até mesmo o impossível (o contraditório) plausível? Qual a consistência existencial desses seres que emergem do “visível falar” (Dante) que caracteriza o texto literário? Partindo de fragmentos de Clarice Lispector, o mini-curso pretende sugerir respostas possíveis a essas questões, repensando noções como ficcionalidade e virtualidade, de modo a oferecer o esboço de uma ontologia literária.
Leituras sugeridas:
- O conceito de ficção (Juan José Saer)
- “Manifesto neoconcreto” (1959)
- "Teoria do não-objeto", de Ferreira Gullar (1959)
- "Se eu fosse eu", e "Como é que se escreve?" de Clarice Lispector
- "Conversas C/P", de Clarice Lispector (trecho de Outros escritos)
- "Da natureza de um impulso ou entre os números um ou computador eletrônico", e "O ato gratuito", de Clarice Lispector
- Fernando Pessoa: Carta sobre a gênese dos heterônimos; Prefácio às Ficções do interlúdio.
- Texto de Jean-Luc Nancy sobre o impossível
- "Virtual", verbete de Charles Peirce para o Dictionary of Philosophy and Psychology, v. 2 (1902)
- "Virtual", de Denis Berthier: original francês | tradução ao português
Leituras complementares:
- Hans Ulrich Gumbrecht: Atmosphere, mood, Stimmung
- Alexandre Nodari: A literatura como antropologia especulativa
- Alexandre Nodari: Variações sobre a literatura como antropologia especulativa
- "A arte do romance", de Milan Kundera
- "Teoria do objeto", de Alexius Meinong (há uma tradução ao português nesse livro; há também a tradução ao inglês)
- "Conto (não conto)", de Sérgio Sant'Anna