Aviso: Na quarta, dia 7/6, retomamos a disciplina. O cronograma abaixo foi atualizado. As aulas dos dias 7, 14, 21 e 28 serão online com convidados de fora, na plataforma jitsi. Enviarei o link da sala por email via moodle meia hora antes do começo de cada aula (aqueles que não tiverem matriculados, me enviem email para que eu passe os links).
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Comunicação e Expressão
Programa de Pós-Graduação em Literatura
PGL510096: Pensamento e Linguagem
Introdução ao estudo de poéticas ameríndias
Quarta-feira: 14:00-17:00
Alexandre Nodari | alexandre.nodari@gmail.com
Proposta do curso
Desde, pelo menos, as coletâneas e estudos de “etnopoesia” de Jerome Rothenberg – para tomá-lo como o marco literário de movimentos políticos e epistemológicos mais amplos –, o interesse pelo que se chama hoje de poéticas ou artes verbais ameríndias não cessa de crescer, seja no campo dos estudos literários e da tradução poética, seja no da antropologia, levando a um questionamento sobre a pertinência das tradicionais categorias estéticas e literárias para a sua compreensão. O que pretendemos no curso é refletir a partir e através desse problema que assim se coloca: como o conceito ocidental de literatura se aproxima e se diferencia das artes verbais de outros povos (os ameríndios, mais especificamente)? De modo a debater a questão, julgamos ser necessário adentrar na intersecção dos estudos literários com a antropologia, não para aplicar categorias da antropologia, ou oriundas de etnografias que tem por objeto as artes verbais ameríndias, à teoria ou aos textos literários, mas sim para investigar de que modo conceitos da teoria literária (em especial: as posições enunciativas do texto, o contexto, a função, a autoria, a identificação, a performance, o desvio) podem ser relidos e repensados a partir desse contato entre as áreas do conhecimento (estudos literários e antropologia) e entre as práticas verbais (literatura e cantos xamânicos, por exemplo). Assim, na disciplina leremos tanto textos teóricos (de estudos literários e antropologia) quanto traduções de cantos e mitos ameríndios, centrando o debate nos seguintes eixos: 1) a posição das artes verbais indígenas na história e historiografia da literatura brasileira, e as diferentes manifestações e elaborações, presentes nela, de figuras, narrativas e formas poéticas indígenas; 2) a relação entre mito, história e literatura; 3) os diferentes modos de traduzir (inclusive performatiamente) artes verbais indígenas; 4) a pertinência, validade e adequação do uso de conceitos da teoria literária (como contexto, função, autoria, vozes narrativas) para pensar as poéticas ameríndias, com a sua reavaliação e a proposição de novas categorias para dar conta da experiência literária.
Metodologia e avaliação
O conteúdo programático da disciplina será distribuído em três módulos:
1) No primeiro, intitulado Mitos e cantos rituais ameríndios, serão apresentados de forma introdutória e discutidos aspectos de artes verbais ameríndias presentes em mitos e cantos rituais, de diferentes povos (como os Guarani, os Marubo, os Yanomami, etc.), apontando tanto as proximidades quanto as diferenças com as poéticas e concepções ocidentais, salientando as dificuldades que elas colocam para as categorias que estamos acostumados a usar na análise literária;
2) No segundo, teremos a participação de professores convidados, que farão exposições sobre suas pesquisas em andamento sobre poéticas indígenas;
3) No terceiro e último, Re-visão do indianismo, serão discutidos, a partir do exposto e debatido nos módulos anteriores, três momentos da figuração indígena na literatura brasileira: o teatro catequista em tupi de Anchieta; o indianismo romântico do século XIX; e a Antropofagia de Oswald de Andrade e o Macunaíma, de Mário de Andrade, no contexto modernista e de sua revisão contemporânea.
Cada aula terá um momento expositivo, aberto a questionamentos e comentários, e outro de debate sobre o texto previamente indicado para leitura e questões por ele levantadas (o cronograma com a especificação das leituras semanais será apresentado no começo do semestre).
Os matriculados na disciplina deverão entregar um trabalho monográfico, de extensão livre, que verse sobre alguma questão levantada durante o curso e dialogue com a bibliografia e autores discutidos. O prazo de entrega e de avaliação obedecerá o que está estipulado no regimento do Programa.
Cronograma (sujeito a alterações que serão comunicadas em sala e aqui no site
Módulo 1: Mitos e cantos rituais ameríndios
08/03: Apresentação: Instinto e extinção da nacionalidade
15/03: "As canções emigram": os caminhos outros da palavra. A origem dos cantos Kisedjê. Metáforas no xamanismo pano
Leituras obrigatórias:
1) A origem dos cantos, cap. 3 de Por que cantam os Kisêdjê - uma antropologia musical de um povo amazônico, de Anthony Seeger (Trad.: Guilherme Werlang. São Paulo: Cosac Naify, 2015). O livro completo pode ser baixado aqui
2) Montagem e formação do mundo nas artes verbais marubo, de Pedro Cesarino (em species - revista de antropologia especulativa, n. 1, 2015)
3) Song Paths: The Ways and Means of Yaminahua Shamanic Knowledge, de Graham Townsley. Para aqueles que não leem inglês, há uma tradução não-revisada de Felipe Vicari de Carli disponível aqui (favor não circular, é uma versão para usos didáticos apenas).
Leituras complementares:
1) Perder o espírito: a tradução como poética nas performances Kisêdjê, de Guilherme Gontijo Flores
2) Aprendendo sobre os diálogos cerimoniais Yanomami, de Jose Antonio Kelly (em species - revista de antropologia especulativa, n. 1, 2015)
3) A eficácia simbólica, de Claude Lévi-Strauss (cap. X de Antropologia estrutural. Trad. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Cosac Naify, 2008)
4) Nobody is there to hear, de Dominique Buchillet
22/03: "As canções emigram": os caminhos outros da palavra. A origem dos cantos Kisedjê. Metáforas no xamanismo pano
Leituras obrigatórias:
1) A origem dos cantos, cap. 3 de Por que cantam os Kisêdjê - uma antropologia musical de um povo amazônico, de Anthony Seeger (Trad.: Guilherme Werlang. São Paulo: Cosac Naify, 2015). O livro completo pode ser baixado aqui
2) Montagem e formação do mundo nas artes verbais marubo, de Pedro Cesarino (em species - revista de antropologia especulativa, n. 1, 2015)
3) Song Paths: The Ways and Means of Yaminahua Shamanic Knowledge, de Graham Townsley. Para aqueles que não leem inglês, há uma tradução não-revisada de Felipe Vicari de Carli disponível aqui (favor não circular, é uma versão para usos didáticos apenas).
Leituras complementares:
1) Perder o espírito: a tradução como poética nas performances Kisêdjê, de Guilherme Gontijo Flores
2) Aprendendo sobre os diálogos cerimoniais Yanomami, de Jose Antonio Kelly (em species - revista de antropologia especulativa, n. 1, 2015)
3) A eficácia simbólica, de Claude Lévi-Strauss (cap. X de Antropologia estrutural. Trad. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Cosac Naify, 2008)
4) Nobody is there to hear, de Dominique Buchillet
29/03: "Peles de imagem": lições de escrita. Escrita, imitação, canto e espelhos segundo um xamã yanomami
Leitura obrigatória:
1) "Palavras dadas", "cap 1. Desenhos de escrita", "cap 4. Os ancestrais animais", "cap 9. Imagens de forasteiros", "cap 12. Virar branco?", capítulos de A queda do céu - palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert
Leituras complementares:
1) A floresta de cristal: notas sobre a ontologia dos espíritos amazônicos, de Eduardo Viveiros de Castro
2) "Lição de escrita", capítulo de Tristes trópicos, de Lévi-Strauss
3) Could sangama read? The origin of writing among the Piro of Eastern Peru, de Peter Gow.
4) Writing on Stone; Writing on Paper: Myth, History and Memory in NW Amazonia, de Stephen Hugh-Jones
05/04: Todesfuge: o cantor e a fuga da morte: Mitos aikewara. Mito, ficção e história.
Leitura obrigatória:
1) Introdução, Cap. 1 e Cap. 2 de Aikewara: Esboços de uma sociocosmologia tupi-guarani, de Orlando Calheiros
(Recomenda-se também a leitura do Cap 4, Se'engara'e)
Leituras complementares:
1) Mitos e Mitopoiesis, de Peter Gow
2) A variação mítica como reflexão, de Oscar Saez
3) Purahai karuwara, ou da purgação ritual do fascismo (Fotos de Orlando Calheiros; texto de Alexandre Nodari)
12/04: não teremos aula, para participarmos do X Seminário de pesquisa PPGLIT/UFSC: desafios e dilemas da pesquisa acadêmica em Literatura, que vai de 11 a 14 de abril
19/04: Perspectivismos: Perspectivismo ameríndio e o tema do encontro sobrenatural na mata. Subjetividade e ponto de vista na literatura
Leituras obrigatórias:
1) "Perspectivismo e multinaturalismo na América indígena", de Eduardo Viveiros de Castro (capítulo de A inconstância da alma selvagem)
2) "A morte como quase-acontecimento", conferência de Eduardo Viveiros de Castro (vídeo)
Leituras complementares:
1) O dois e seu múltiplo: reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia tupi, de Tânia Stolze Lima
2) "Meu tio o Iauaretê”, de Guimarães Rosa
26/04: Aula com Joana Mongelo, professora e pesquisadora guarani que faz doutorado no PGET traduzindo o Ayvu Rapyta. Foi enviado por email algumas páginas da tradução comentada que ela está desenvolvendo. O texto que ela está traduzindo está disponível ABAIXO no site: é o capítulo II do Ayvu Rapyta, Textos miticos de los Mbya-Guarani del Guaira , de León Cadogan.
03/05: Aula com Joana Mongelo, professora e pesquisadora guarani que faz doutorado no PGET traduzindo o Ayvu Rapyta. Foi enviado por email algumas páginas da tradução comentada que ela está desenvolvendo. O texto que ela está traduzindo está disponível ABAIXO no site: é o capítulo II do Ayvu Rapyta, Textos miticos de los Mbya-Guarani del Guaira , de León Cadogan.
10/05 e 17/5: "As palavras dos outros" (1): cantos xamânicos Marubo. "Multiposicionalidade" (Cesarino)
Leitura obrigatória:
1) Introdução, Parte I e Parte 2 de Oniska - poética do xamanismo na Amazônia, de Pedro Cesarino (aqui os anexos e a bibliografia)
Leituras complementares:
1) Introdução e cap. 1 de Quando a terra deixou de cantar - cantos da mitologia marubo (organizado por Pedro Cesarino)
2) De duplos e estereoscópios: paralelismo e personificação nos cantos xamanísticos ameríndios, de Pedro Cesarino
3) A voz falível - ensaio sobre as formações ameríndias de mundos, de Pedro Cesarino
4) Apontamentos para uma poética xamânica do traduzir, de Álvaro Faleiros
24/05: "As palavras dos outros" (2): cantos xamânicos Marubo. "Multiposicionalidade" (Cesarino)
Leitura obrigatória:
1) Parte 3 + Parte 4 e Epílogo de Oniska - poética do xamanismo na Amazônia, de Pedro Cesarino. (aqui os anexos e a bibliografia)
Outras leituras sugeridas para o primeiro módulo
1) A Carta Guarani Kaiowá e o direito a uma literatura com terra e das gentes (Marília Librandi)
2) Who sings the Nation-State, de Judith Butler e Gayatri Spivak
3) Além da literatura, de Marcos Natali
4) Destinos de uma carta, de Silviano Santiago
5) Escutar a escrita: por uma teoria literária ameríndia (Marília Librandi)
6) Pontos de vista sobre a floresta amazônica: xamanismo e tradução, de Manuela Carneiro da Cunha
7) Virtualidade e equivocidade do ser nos xamanismos ameríndios, de Pedro Cesarino
8) Words and worlds: Ethnography and theories of translation, de John Leavitt
9) Línguas ameríndias: modos e caminhos da tradução, de Bruna Franchetto
10) Aesthetics is a cross-cultural category?, em Key Debates in Anthropology, editado por Tim Ingold
11) Traduzindo tolo: “eu canto o que ela cantou que ele disse que...” ou “quando cantamos somos todas hipermulheres”, de Bruna Franchetto
12) Línguas ameríndias: modos e caminhos da tradução, de Bruna Franchetto
13) BELEZA DESTA LÍNGUA: TEMPO NO NOME, de Bruna Franchetto
14) As artes da palavra, de Bruna Franchetto
15) Mulheres entre os kuikuro, de Brunca Franchetto
16) A rede de Vogel: armadilhas como obras de arte e obras de arte como armadilhas, de Alfred Gell
17) A escrita e os corpos desenhados, de Pedro Cesarino
18) Hawe dau tibuya – Aquele que vem se transformando de mirações, de Ibã Huni Kuin, Amilton Mattos e MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin
19) Por que canta o MAHKU:Movimento dos ArtistasHuni Kuin, de Ibã Huni Kuin e Amilton Mattos
20) “Nenhum rosto sem o outro”: a poética ameríndia e o devir-menor, de Ana Carolina Cernicchiaro
21) Cap. VI, "A palavra alheia: o outro como música, e seus cantores" (pp. 526-605.), de Araweté: os deuses canibais, de Eduardo Viveiros de Castro. Obs.: as páginas 568 e 569, ausentes do scan, podem ser visualizadas aqui: p.568 | p.569
22) Capítulo 4: Peganĩ, de Música, morte e esquecimento na arte verbal Araweté, de Guilherme Orlandini Heurich
23) Imanência do inimigo, de Eduardo Viveiros de Castro (capítulo de A inconstância da alma selvagem)
24) El Yo-memoria. Una nueva aproximación a los cantos chamánicos amerindios, de Carlo Severi
25) "Postulados da lingüística", de Deleuze e Guattari (em Mil platôs, v. 2)
26) As flores do Maɨ: forma e enquadramento nos cantos Araweté, de Guilherme Orlandini Heurich
27) Cantos e mercadorias, de Guilherme Orlandini Heurich (capítulo de Araweté: Um povo tupi da Amazônia, de Eduardo Viveiros, Camila de Caux e Guilherme Orlandini Heurich. 3a edição revista e atualizada. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2016).
28) Palavras canibais, de Antonio Risério
29) Emplumando a grande castanheira, de Álvaro Faleiros
Módulo 2: Convidados
07/06: Aula com Sony Ferseck (virtual)
Leituras obrigatórias:
1) A história de Makunaima - Makunaimö Pantonü (Clemente Flores e Devair Fiorotti)
2) Introdução de Panton Pia (Devair Fiorotti)
14/06: Aula com Hugo Simões (virtual)
Leituras/materiais obrigatórias:
1) Caps 2 e 3 (p. 90-143) de Peles de papel: caminhos da tradução poética das artes verbais ameríndias, de Jamille Pinheiro Dias
2) Introdução; 5 primeiros textos (incluindo o “tradução total”) - p. 5 a 63 -, "uma proposta acadêmica" (p. 79-80); "A antologia como manifesto & como épico que inclui a poesia" (p. 137-142); "Etnopoética no milênio" (193-200) de Etnopoesia no milênio, de Jerome Rothenberg
3) Learning to Listen: Oral History as Poetry, de Dennis Tedlock (aqui, uma tradução não revisada, feita por Hugo Simões)
4) Horse Song 1: https://www.youtube.com/watch?v=qTmsctQz_WE (00:00 - 07:46) -> ouvir lendo a tradução do Rothenberg disponível na Alcheringa 1, p. 63-65
Leituras/materiais complementares:
1) Ethnopoetics, Oral-Formulaic Theory, and Editing Texts, de Dell Hymes
2) "Para traduzir é preciso se imaginar" e "O Projeto Shibboleth: uma arqueologia especulativa" (p. 111-128) e "Aprendendo a escutar" (p. 152-158), de Tradução de sotaque, de Hugo Simões
3) pp. 66-80 da Alcheringa 1
4) "The Sky and Earth in the Language of the Storyteller", de Denis Tedlock
5) 13th Horse Song (tradução de Jerome Rothenberg): PDF | Vídeo
6) LÍNGUAS AMERÍNDIAS: MODOS E CAMINHOS DA TRADUÇÃO, de Bruna Franchetto
21/06: Aula com Marília Librandi (virtual)
Leituras/materiais obrigatórias:
1) Tupinambá, Glicéria. “A visão do manto”. Revista Zum. n. 21, 21 de dezembro de 2021. Site: https://revistazum.com.br/revista-zum-21/a-visao-do-manto/
Leituras/materiais complementares:
1) Barad, Karen. "Troubling time/s and ecologies of nothingness: re-turning, re-membering, and facing the incalculable." new formations: a journal of culture/theory/politics, vol. 92, 2018, p. 56-86.
2) Exposicão Catalogo Kwá yapé turusú yuriri assojaba tupinambá / Essa é a grande volta do manto tupinambá, disponível em https://www.yumpu.com/en/document/read/65935132/catalogo-kwa-yepe-turusu-yuiri-assojaba-tupinamba
3) Marília Librandi (Lasa forum) "Além do fim/Aquém do Estado nação e seus marcos temporais, suas cercas territoriais, e suas práticas genocidas: Tempo contínuo das artes indígenas no território chamado Brasil." (Lasa, 2023)
28/06: Aula com Adalberto Müller (virtual)
Leituras/materiais obrigatórias:
1) Tradução e perspectiva em Guimarães Rosa, de Adalberto Müller
2) ÑE’Ẽ TEE REKOVE = PALAVRA VERDADEIRA VIVA (somente as partes Guahu e Kotyhu)
Módulo 3: Re-visão do indianismo
O número de aulas e datas exatas do terceiro módulo ainda não estão totalmente decididos. Mas as leituras obrigatórias já:
Leituras obrigatórias:
1) “O auto de São Lourenço” (+-1583), de José de Anchieta
2) "Meu destino é ser onça: mito tupinambá" (2009), de Alberto Mussa (a leitura obrigatória é até a p. 56)
2) "O canto do guerreiro", "O canto do Piaga", "Deprecação" + Introdução a Os timbiras, de Gonçalves Dias
4) Manifesto antropófago, de Oswald de Andrade
5) Macunaíma, de Mário de Andrade
Leituras complementares:
1) Caps. 4 e 5 de Literaturas da floresta - textos amazônicos e cultura latino-americana, de Lúcia Sá
2) Lendas em Nheêngatú e em Portuguez, de Brandão de Amorim
3) Introdução de Iniciação à Literatura Brasileira (Resumo para principiantes), de Antonio Candido
4) Reflexões sobre os annaes historicos do Maranhão, de Gonçalves Dias (em Obras posthumas de A. Gonçalves Dias)
5) O índio antes do indianismo, de Alcmeno Bastos
6) "Meditação", póstumo de Gonçalves Dias
Mais bibliografia
Os índios antes do Brasil, de Carlos Fausto
História dos índios no Brasil, organizado por Manuela Carneiro da Cunha
Mitos Indígenas Inéditos na obra de Curt Nimuendaju (104 mitos indígenas nunca publicados). organização de Eduardo Viveiros de Castro
The Shaman as a Maker of Worlds: Nelson Goodman in the Amazon, de Joana Overing
Cartografias do cosmos: conhecimento, iconografia e artes verbais entre os Marubo, de Pedro Cesarino
Ethnopoetics, oral-formulaic theory and editing texts, de D. Hymes
Escutar a escrita: por uma teoria literária ameríndia, de Marília Liibrandi-Rocha
Quimeras em diálogo - grafismo e figuração na arte indígena, organizado por Carlo Severi e Elsje Lagrou
El sendero y la voz, de Carlo Severi
O artista como etnógrafo, de Hal Foster
A SERPENTE DE CORPO REPLETO DE CANÇÕES: UM TEMA AMAZÔNICO SOBRE A ARTE DO TRANÇADO, de Aristoteles Barcelos Neto
Performance, recepção, leitura, de Paul Zumthor
An Amazonian myth and its history, de Peter Gow
Xamanismo, colonialismo e homem selvagem: um estudo sobre o terror e a cura, de Michael Taussig
Traduzindo tolo: “eu canto o que ela cantou que ele disse que...” ou “quando cantamos somos todas hipermulheres”, de Bruna Franchetto
BELEZA DESTA LÍNGUA: TEMPO NO NOME, de Bruna Franchetto
A lenda de Jurupari, coletado e redigido em nheengatu por Maximiano José Roberto e traduzido por Ermanno Stradelli
Do mito à lenda: o nascimento da palavra na aldeia dos Bianaca, de Patrice Bidou
Antes o mundo não existia: Mitologia dos antigos Desana-Kêhíripõrã, de Tõrãmũ Kêhíri e Umusí Pãrõkumu
Antes, o mundo não existia, de Aílton Krenak
Lendas em Nheêngatú e em Portuguez, de Brandão de Amorim
Literaturas da floresta - textos amazônicos e cultura latino-americana, de Lúcia Sá
Dos canibais, de Montaigne
“A antropofagia ao alcance de todos”, de Benedito Nunes (em: A utopia antropofágica, de Oswald de Andrade)
Vida e morte da Antropofagia, de Raul Bopp
O selvagem, de Couto de Magalhães
Coisas de idioma e folclore, de Raul Bopp
Ayvu Rapyta, Textos miticos de los Mbya-Guarani del Guaira , de León Cadogan (especialmente o último capítulo)
Terra sem Mal, de Hélène Clastres
pp. 1-100 de Roça barroca, de Josely Vianna Baptista
A Fala Sagrada: MITOS E CANTOS SAGRADOS DOS íNDIOS GUARANI, organizado por Pierre Clastres
A PALAVRA NÃO-LINGUÍSTICA, A PALAVRA-FORÇA, trecho de O ITINERÁRIO DAS APARIÇÕES. AYVU RAPYTA E A PALAVRA DE LEÓN CADOGAN, de Kleyton Rattes
Sites:
1) Informações sobre os povos indígenas no Brasil: site do Instituto Sócioambiental
2) Biblioteca Digital Curt Nimuendajú línguas e culturas indígenas sul-americanas
Bibliografia
(sujeita a alterações; os textos que constituirão as leituras semanais serão especificados e disponibilizados online no começo do semestre)
Albert, Bruce. (2018). A floresta poliglota. Tradução de Vinícius Alves. Disponível em https://subspeciealteritatis.wordpress.com/2018/11/05/a-floresta-poliglota-bruce-albert/
Amaral, Maria Carolina de Almeida; Nodari, Alexandre. (2018). A questão (indígena) do Manifesto Antropófago. Direito & Práxis, 9(4):2461-2501.
Anchieta, José de. Teatro. Seleção, introdução, notas e tradução do tupi de Eduardo Navarro. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
Andrade, Mário de. (1988). Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Edição crítica coordenada por Telê Porto Ancona Lopez. Coleção Arquivos UNESCO.
Andrade, Oswald de (1995). A utopia antropofágica. 2. ed. São Paulo: Globo, Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
Baptista, Josely Vianna (2011). Roça barroca. São Paulo: Cosac Naify.
___. (trad.). (2019). Popul vuh - O esplendor da palavra antiga dos maias-quiché de Quautlemallan: aurora sangrenta, história e mito. São Paulo: Ubu.
Brotherston, Gordon; Medeiros, Sérgio (orgs.) (2007). Popul Vuh. Ed. bilíngue maia quiché/português. São Paulo: Iluminuras.
Cadogan, León. (1953). Ayvu Rapyta: Textos míticos de los Mbyá-Guarani del Guairá. Revista de Antropologia, 1(1), 35-42.
Calheiros, Orlando. (2014). Aikewara: esboços de uma sociocosmologia tupi-guarani. Tese de doutorado defendida no Museu Nacional/UFRJ.
Camillo Penna, João (2018). “Por uma redefinição das políticas e das poéticas: Aristóteles, ameríndios, animais e humanos”. Manuscrito.
Cavalcanti Proença, Manuel. (1987). Roteiro de Macunaíma. 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Cesarino, Pedro de Niemeyer (2011). Oniska – poética do xamanismo na Amazônia. São Paulo: Perspectiva, FAPESP.
___ (2015). Montagem e formação do mundo nas artes verbais marubo. species - revista de antropologia especulativa, 1:66-78.
___. (2018). “Eventos ou textos? A pessoa múltipla e o problema da tradução das artes verbais Amazônicas”. In Daher, Andrea (org.). Oral por escrito: A oralidade na ordem da escrita, da retórica à literatura. Chapecó: Argos/EdUFSC.
Clastres, Pierre. (1990). A fala sagrada: mitos e cantos sagrados dos índios Guarani. Tradução de Nícia Adan Bonatti. Campinas: Papirus.
Cusicanqui, Silvia Riviera. (2021). Ch’ixinakak utxiwa: uma reflexão sobre práticas e discursos descolonizadores. Tradução de Ana Luiza Braga e Lior Zisman Zalis. São Paulo: n-1 edições.
Esbell, Jaider. (2018). “Makuanima, o meu avô em mim!” Iluminuras, 19(46):11-39.
Faleiros, Álvaro (2019). Traduções canibais: uma poética xamânica do traduzir. Desterro: Cultura e Barbárie.
Gonçalves Dias, A. (1846). Primeiros cantos. Rio de Janeiro: Eduardo e Henrique Laemmert.
___. (1868). Obras posthumas. 6v. Organização de Antônio Henriques Leal. São Luís: Bellarmino de Mattos.
Gontijo Flores, Guilherme; Gonçalves, Rodrigo Tadeu (2017). Algo infiel: corpo, performance, tradução. Desterro, São Paulo: Cultura e Barbárie, n-1 edições.
Gontijo Flores, Guilherme. (2019). Um walkie-talkie na encruzilhada das águas: traduzir e cantar a poesia xamânica Marubo. Cadernos de tradução, 39 (edição especial), pp. 171-226.
Goodman, Nelson (1978). Ways of worldmaking. Indianapolis: Hackett.
Gell, Alfred. (2018). Arte e agência: uma teoria antropológica. Tradução de Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Ubu.
Heurich, Guilherme Orlandini (2015). Música, morte e esquecimento na arte verbal Araweté. Tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Kopenawa, Davi; Albert, Davi. (2015). A queda do céu - palavras de um xamã yanomami. Trad.: Beatriz Perrrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras.
Lévi-Strauss, Claude. (2006). A origem dos modos à mesa. (Mitológicas, 3). Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Cosac Naify.
Librandi-Rocha, Marília (2012). Escutar a escrita: por uma teoria literária ameríndia. O eixo e a roda, 21 (2): 179-202.
Lima, Tânia Stolze (1996). O dois e seu múltiplo: reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia tupi. Mana, 2 (2).
___ (2005). Um peixe olhou para mim – o povo Yudjá e a perspectiva. São Paulo: Ed. UNESP, ISA; Rio de Janeiro: NuTI.
Martins, Helena Franco (2012). Tradução e perspectivismo. Revista Letras, 85:135-149.
Medeiros, Sérgio. (org.). (2002). Makunaíma e Jurupari: cosmogonias ameríndias. São Paulo: Perspectiva.
Müller, Adalberto. (2022). El secuestro del tupí-guaraní en la formación de la literatura brasileña (momentos decisivos). Conferência na Universidade de Salamanca. Disponível em (vídeo): https://www.youtube.com/watch?v=_mblgQ1Pbsw
Mussa, Alberto. (2011). Meu destino é ser onça. Rio de Janeiro: Record.
Natali, Marcos. (2006). Além da literatura. Literatura e sociedade, 11(9): 30-43.
Nodari, Alexandre (2015). A literatura como antropologia especulativa. Revista da ANPOLL, 38:75-85.
___ (2017). Quase-evento: sobre a estoricidade da experiência literária. Elyra: revista da rede internacional Lyracompoetics, 10:55-77.
___. (2021). Aparentar(-se) a outro: elementos para uma poética perspectivista. Organon, 36(72):306-346.
Prévost, Bertrand (2015). Cósmica cosmética. Por uma cosmologia do paramento. species - revista de antropologia especulativa, 1:21-44.
Rothenberg, Jerome (2006). Etnopoesia do milênio. Trad. Luci Collin. Rio de Janeiro: Azougue.
Sá, Lúcia. (2012). Literaturas da floresta: textos amazônicos e cultura latino-americana. Rio de Janeiro: EdUERJ (edição eletrônica).
___. (2020). Histórias sem fim: perspectivismo e forma narrativa na literatura indígena da Amazônia.Tradução de Pedro Craveiro. Itinerários, 51:157-178.
___. (2017). “Macunaíma e as fontes indígenas”. In Andrade, Mário de. Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. São Paulo: Ubu, pp. 223-240.
Saer, Juan José (2009). “O conceito de ficção”. Trad. Joca Wolff. Sopro, 15:1-4.
Seeger, Anthony (2015). Por que cantam os Kisêdjê - uma antropologia musical de um povo amazônico. Trad.: Guilherme Werlang. São Paulo: Cosac Naify, 2015.
Townsley Graham. (1993). Song paths: the ways and means of yaminawa shamanic knowledge. L’Homme,126-128: 449-468.
Viveiros de Castro, Eduardo (2002). A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify.
____. (1986). Araweté - os deuses canibais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar/ANPOCS.