MPPE inicia em Petrolina as oficinas do Projeto Raízes

Um dia de oficinas para debater a atuação institucional em defesa dos direitos de quilombolas, indígenas e ciganos. Esse foi o objetivo da primeira oficina do Projeto Raízes, realizada ontem (30 de setembro) na cidade de Petrolina.

Segundo a coordenadora do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Racismo Institucional do MPPE (GT Racismo), procuradora de Justiça Maria Bernadete Azevedo, além dos integrantes do MPPE, compareceram representantes das Universidades Federal do Vale do São Francisco e de Pernambuco, da Prefeitura de Petrolina e da Polícia Militar. Porém, poucas lideranças conseguiram comparecer ao evento, em razão das dificuldades de providenciar transporte e das distâncias na região.

“O comparecimento dos promotores de Justiça da região foi muito positivo, assim como o debate e construção de iniciativas de caráter regional. Em relação aos problemas de deslocamento das lideranças, fica como aprendizado para as próximas oficinas”, destacou Maria Bernadete.

Evento foi realizado no SEST Petrolina

Uma nova reunião com as lideranças da região já está sendo planejada para novembro. Segundo a promotora de Justiça Rosane Cavalcanti, coordenadora da 2ª Circunscrição Ministerial, sediada em Petrolina, os membros do MPPE na região já estão se mobilizando para garantir esse encontro. Além disso, os promotores entregarão os formulários disponibilizados pelo Projeto Raízes às lideranças, para que cada comunidade informe seus dados e prioridades com o intuito de alimentar o banco de dados sobre comunidades tradicionais que o MPPE pretende criar.

“O contato com as lideranças indígenas, ciganas e quilombolas é muito importante para conhecermos os problemas existentes em cada comunidade. A partir desse conhecimento, poderemos abrir procedimentos administrativos e tomar as providências que se mostrarem necessárias”, acrescentou Rosane Cavalcanti.

Para Erasmo Reis Maraguá,  que integra a comunidade Atikun do Sítio Coelho, na zona rural de Petrolina, o diálogo proporcionado pelo evento superou as expectativas. "O Projeto Raízes está chegando no momento certo, de debatar a necessidade de políticas públicas para os indígenas, que não estão sendo respeitados. Nós estamos iniciando um trabalho de estímulo ao cultivo na região do semiárido junto com a Embrapa, que possui um trabalho técnico voltado para as populações indígenas e quilombolas. Porém ainda temos reivindicações com relação à educação e à saúde indígena, que ainda deixam a desejar", afirmou.