Luana Navarro
Mariana Neitzel
Mariana Neitzel
PENSAMENTO CORPO
Luana Navarro: A artista curitibana LGBTQ+ que ao expor, se expõe
Navarro tem uma produção artística variada, que engloba fotografia, vídeo e performance, e também trabalhos em conjunto com outros artistas. Seus trabalhos recentes buscam utilizar contextos políticos específicos e propor jogos a partir da imagem da artista.
Pessoalmente notei que sua expressão artística é irreverente e sarcástica. Como diversos artistas atuais, ela utiliza muitas vezes da absurdidade e do choque entre a ação artística e o público observador para transmitir sua mensagem de forma efetiva. Mais frequentemente do que não, o veículo pelo qual a arte e a mensagem são entregues é seu próprio corpo.
Luana Assis Navarro, mais conhecida por seu nome artístico, Luana Navarro, nasceu em 1985 e domina três idiomas estrangeiros: inglês, espanhol e alemão, além de sua língua materna: português.
A artista Curitibana concluiu a primeira etapa de seu ensino superior em 2009, quando graduou-se em Comunicação Social - Jornalismo pela PUCPR. Porém continuou sua formação especializando-se em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMBAP-PR em 2010, e em 2016 concluiu seu mestrado em Artes Visuais pela UDESC, em Florianópolis. Em 2010, Navarro recebeu o Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia - Produção Crítica e Teórica.
Em 2019 ela atuou como professora de especialização na Universidade Tuiuti do Paraná, onde entre 2012 e 2014 foi também professora no curso de Tecnologia em Fotografia, ministrando as disciplinas de Fotojornalismo, Fotografia Ambiental e Projeto Integrado em Fotografia. Na mesma Universidade, entre 2011 e 2014, foi professora das disciplinas de Cultura Midiática, Fotografia Documental e Fotojornalismo, e em 2013 atuou como Professora de especialização, mestrando a disciplina de Fotojornalismo Multimídia.
Foi editora do site Bocas Malditas e sua página no Facebook desde sua criação em 2017, até sua desativação em 2020, participando também com publicações e como entrevistadora.
Atualmente ela atua como Artista Visual e como Curadora, é professora universitária auxiliar na PUCPR, faz parte do Conselho Consultivo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná MAC PR e é gestora da Alfaiataria, espaço de artes em Curitiba.
AVISO
AS IMAGENS À SEGUIR CONTÉM NUDEZ e PODEM CONTER CONTEÚDO SENSÍVEL
Produção artística: O corpo como resistência
Em seu site-portfólio, na aba “Trabalhos” (que compõe também a homepage do site), a artista disponibiliza uma seleção de obras. As mais antiga datam de 2008, e a mais recente de 2018. Através dessa seleção pode-se observar o interesse pela utilização do corpo humano como forma de resistência e de criação artística desde o início de seu percurso.
A série fotográfica chamada “Corpo Urbano”, de 2008, é descrita pela artista da seguinte maneira:
“Sobre o corpo de distintas mulheres a cidade entra em fricção simbólica através da projeção de espaços e arquiteturas” (NAVARRO, 2008).
Imagens 8, 9 e 10. NAVARRO, Luana. Série fotográfica "Corpo Urbano".
Seu interesse pelo corpo e sua ocupação dos espaços continua a florescer em seus trabalhos seguintes:
Do que sou e não posso dizer que sou - 2010
Imagem 11. NAVARRO, Luana. Do que sou e não posso dizer que sou. Tríptico. Fotografias, 70 x 100 cada imagem
Micro-Resistências - 2008 a 2011
Imagens 12. NAVARRO, Luana. Micro-resistências. Série fotográfica.
Em “Micro-resistências” a artista é vista como objeto central da série fotográfica, posando em diversos locais públicos completamente nua.
Entendo que o título "Micro-resistências" é um trocadilho com o termo "Micro Agressões", utilizado para descrever uma forma de discriminação e violências sutis que ocorrem em público (apesar de também poder ocorrerem de forma privada) no dia-a-dia de minorias marginalizadas.
Em 2013, no blog de crítica Olhavê, a autora Georgia Quintas comentou sobre essa série de fotografias:
"Na pele e da pele, ela poderia ser sutil. Prefere não ser. A fotógrafa Luana Navarro descortina seu corpo por frontalidades, redundâncias e encenações. Faz algo que preciso mencionar o sempre irretocável Vilém Flusser quando define o signo como ‘fenômeno cuja meta é outro fenômeno’.
Nas imagens Micro-Resistências (2008 - 2011), Luana apresenta a investigação simbólica sobre o corpo em lugares plausíveis e espaços inóspitos. Propõe colocar aparentemente impávida, costurando tensões, a pose entregue ao sentido especial do simbolismo. Fragilidade e vulnerabilidade estimulam saídas para este trabalho" (QUINTAS, 2013).
Essas fotografias conversam direta e indiretamente com sua outra série fotográfica “Murmuro”, descrita pela artista como:
“Gestos imagéticos sobre a natureza” (NAVARRO, 2013).
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
Sua primeira exposição individual ocorreu em 2012, no Museu da Gravura de Curitiba, e chamava-se
“Hoje, só emergências”
A exposição de Luana Navarro foi desenvolvida no contexto do fotojornalismo sensacionalista, a partir de fotografias publicadas na editoria de polícia do jornal Tribuna do Paraná. A obra é apresentada em forma de instalação fotográfica, que se utiliza de textos, fotografias recortadas, espelhos quebrados, como forma de induzir à reflexão sobre os signos que envolvem as notícias sobre violência. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA, 2012).
Esta exposição resultou do edital Bolsa Produção, do Fundo Municipal da Cultura, sendo uma entre as 14 exposições de 15 artistas, e foi sediada pelo Museu de Gravura de Curitiba e pelo Museu de Fotografia de Curitiba, no Solar do Barão. A proposta do edital teria sido a de “incentivar a experimentação no campo das artes visuais de artistas domiciliados em Curitiba” (PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA, 2012).
No ano de 2016, no Museu da Fotografia de Curitiba, aconteceu sua exposição
“Corpo sem sinônimo”
Essa exposição consistia em uma coleção de trabalhos da artista Luana Navarro que envolvem fotografia, vídeos e textos. O evento teve entrada franca e foi palco para diversos encontros e atividades como performances, exposição de trabalhos e leituras.
No portal oficial da SEGS, encontramos as seguintes informações sobre a exposição "Corpo sem sinônimo", publicadas por Paula Melech :
"A mostra, que tem curadoria da pernambucana Ana Luisa Lima, apresenta desde trabalhos com já oito anos de produção, caso da série Micro-Resistências (2008-2015), até produções inéditas como o vídeo Risco de 2015 e Murmuro de 2015. Um dos conceitos que estrutura a exposição baseia-se na ideia de um espaço conceitual intitulado Biblioteca para corpos em expansão" (MELECH, 2016).
Os trabalhos expostos e o projeto resultaram na publicação “Corpo sem Sinônimo” (2016), com trabalhos de Luana Navarro, e conta com textos e com a curadoria de Ana Luisa Lima. A publicação foi viabilizada pelo Edital de Ocupação de Espaços da Fundação Cultural de Curitiba em parceria com a Cigarra Editora, sendo distribuído gratuitamente. O conteúdo da publicação pode ser acessado por meio do site ISSUU, onde foi disponibilizado pela editora: https://issuu.com/cigarraeditora/docs/corpo_cigarra&.
Em sua entrevista para Boguszewski do jornal Gazeta do Povo, Luana Navarro comentou sobre a natureza coletiva de seu trabalho:
"Todo o processo é compartilhado com outras pessoas.
O trabalho não é só meu, é coletivo”
(Gazeta do Povo, 2016).
Imagens 17, 18, 19 e 20. NAVARRO, Luana, LIMA, Ana Luisa. Livro: Corpo sem Sinônimo. Editora: Cigarra.
A artista curitibana repetidamente demonstra em suas entrevistas, exposições e publicações acreditar na arte como um processo de criação compartilhado, não uma experiência focada apenas no individual. Essa crença se confirma nessa exposição, que acaba por gerar a Biblioteca para Corpos em Expansão, dedicada pela artista à sua avó paterna.
Biblioteca para Corpos em Expansão
A biblioteca é descrita pela artista como um “Espaço conceitual para encontros, fricções e movimentos a partir de existências múltiplas e nomeações a partir do corpo'' em seu site-portfólio. Dessa ação participaram: Amábilis de Jesus, Elenize Dezgeniski, Gabriel Machado, Gládis dos Santos, Leo Glück, Mai Fujimoto, Miriane Figueira, Paulo Reis, Patrícia Saravy, Raquel Stolf, Ricardo Nolasco, Silfarlem, Vivaldo Vieira Neto.
Sobre esse espaço expositivo, Paula Melech escreve o seguinte no site oficial da Segs:
"A Biblioteca para corpos em expansão é uma situação de consulta/apresentação de trabalhos, processos, objetos, textos e imagens. Móvel ela pode ser apresentada em distintos contextos e formatos. Nesta primeira situação a biblioteca instaura uma série de falas performativas e uma publicação a ser lançada em abril. Materiais de outros artistas e colaboradores poderão vir a ser incorporados no decorrer desta situação" (SEGS, 2016).
EXPOSIÇÕES COLETIVAS
Transamazônica - Imaginários Compartilhados
“Transamazônica - Imaginários Compartilhados” foi um projeto desenvolvido entre 2009 e 2010, através do Programa Rede Nacional Funarte por Luana Navarro e Arthur do Carmo.
Esse projeto possui um site próprio, onde é disponibilizado conteúdo visual como fotografias e vídeos, assim como textos e relatos relacionados ao assunto, disponível em:
Na aba “sobre o projeto” os autores dissertam sobre sua justificativa e os objetivos, afirmando que sua pretensão seria a de coletar os imaginários da população de Curitiba a respeito da Transamazônica e as expectativas e promessas causadas pela anunciação dessa rodovia nos anos 1970, e ao fim causar uma intervenção urbana a partir do material coletado.
Na mesma aba, os autores escrevem o seguinte:
O conjunto de produções realizadas durante a exposição e nas oficinas de videoarte realizadas foram transformadas no DVD “Imaginários Compartilhados”, disponível em diversas instituições curitibanas, assim como em outras cidades não-paranaenses. E a exposição final ocorreu no Museu da Fotografia de Curitiba em 2012.
Develar y Detonar
Não há muitas informações sobre as obras de Navarro presentes na exposição ``Develar y Detonar”, porém o site oficial do Governo do México apresenta que a artista participou dessa exposição em 2015, durante o Photoespaña em Madri, e também no Centro Nacional das Artes na Cidade do México. Previamente ela teria participado também do Seminário de Fotografia Contemporânea no Centro de la Imagem na Cidade do México, em 2012.
A exposição tinha a proposta de rever a produção de fotografia artística atual no México, criando pontes e conexões entre diferentes artistas e trabalhos, com autores de gerações diversas e de múltiplos lugares do país, organizando um espaço de convergência cultural mexicana.
Táticas para Trocas e Atravessamentos
“Em táticas, trocas e atravessamentos” (2014) Luana Navarro não só participou com a performance O abraço (criada em conjunto com Má Ribeiro), mas também participou da curadoria da exposição.
Nessa performance Navarro e Ribeiro enchem uma pequena caixa com cimento e pisam dentro da mesma, ficando por cerca de meia hora envoltas em um abraço. Ao final, os tênis que as artistas calçavam são deixados para trás dentro do cimento. Novamente, através dessa obra-performance, pode-se observar a forte relação que a artista vem construindo com a ocupação do espaço pelos corpos, assim como a relação dos corpos entre si, e mesmo a notabilidade de sua ausência.
A performance foi capturada em vídeo, e pode ser visualizada no YouTube:
Vídeo "O Abraço - versão para TV programa Circuitos Compartilhados", por Luana Navarro e Má Ribeiro. Captação de imagens: Bruno Costa, edição para TV: Luana Navarro. Performance realizada no Centro Cultural Sistema FIEP, em março de 2014, durante a exposição "Táticas para Trocas e Atravessamentos". Tempo total da ação ao vivo: 45 minutos.
A proposta do evento era a de o próprio processo de criação artística ser a obra de arte exposta. Dessa forma, o público poderia não apenas assistir, mas também interagir com a produção dos artistas curitibanos, dentre os quais (além de Luana Navarro e Má Ribeiro) pode-se citar Ana Rocha, Bruno Costa, Cintia Ribas, Faetusa Tezelli, Lailana Krinski, Lidia Ueta, Mai Fujimoto e Patricia Lion.
Entre 19 de março e 13 de abril, os artistas estabeleceram seus ateliês no Centro Cultural Sistema Fiep em Curitiba, e ali realizaram diversas produções artísticas em conjunto.
A programação foi publicada no site da SESI Cultura, juntamente com uma entrevista
com as propositoras da exposição:
Durante a duração dos eventos, a página no Facebook oficial da exposição era diariamente atualizada com trabalhos dos artistas, para o público ter a possibilidade de acompanhar as produções mesmo de longe.
Lista de exposições (disponível no site oficial da artista)
CURADORIAS, PRÁTICAS EDITORIAIS e PUBLICAÇÕES
Táticas para trocas e atravessamentos - 2014: Curadoria Luana Navarro e Elenize Dezgeniski, Galeria SESI / Curitiba;
Participantes: Ana Rocha, Bruno Costa, Cintia Ribas, Elenize Dezgeniski, Faetusa Tezelli, Lailana Krinski, Lidia Ueta, Mai Fujimoto e Patrícia Lion
São Francisco não é santa - 2015: Organização Luana Navarro e Paulo Reis
Impresso editado a partir do projeto Gilda convida Maria Bueno da Cia Senhas de Teatro.
Participantes: André Malinski, Deborah Bruel, Janaina Matter, Etruska e a Banana,Jorge Bucksdricker, Marcos Frankowicz, Neide Marela, Alberto Melo Vianna, André Masseno, Antonio Thadeu Wojciechowski e Frederico Medeiros.
Cena Raul Cruz - 2014: Curadoria Paulo Reis. Co-curadoria Luana Navarro. Curadoria de Eventos de Expansão: Elenize Dezgeniski. Galeria SESI / Curitiba.
Retrospectiva do artista paranaense Raul Cruz.
Abrigo Portátil - 2016: Curadoria Luana Navarro e Arthur do Carmo.
Coleção de oito números na revista de arte "Abrigo portátil", da Editora Medusa.
Editores e editoras convidados: Cristiane Bouger, Veronica Stigger, Gustavo Tabares, Faetusa Tezelli, Gabriela Leirias e Yiftah Peled
Quando o Corpo Acontece - 2016: Dissertação de Mestrado por Luana Navarro, Orientadora Maria Raquel Stolf.
Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Artes, Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Florianópolis, 2016.
Em seu Resumo, Luana diz o seguinte: "Isto é uma pesquisa, um objeto, uma narrativa que contém imagens e textos que compõem uma espécie de pensamento corpo. Isto é também uma intenção de performance. Isto faz parte e constitui o meu processo poético que abarca a experimentação de diversas linguagens e suportes (fotografia, vídeo, texto, leitura e performance) e que tem o corpo como questão."
Acontecer escrita Acontecer voz - 2017: Texto por Luana Navarro.
Publicado na revista Valise (UFRGS/RS).
"Este texto aborda algumas práticas de leituras em voz alta e conferências performativas que tensionam a relação entre expor, apresentar um trabalho e falar. Neste processo de tensionamento evidencia-se a relação entre escrita e voz que aqui é abordada a partir do trabalho Quando o corpo acontece e do autor Paul Zumthor" (NAVARRO, 2017).
Ser +1 convidar +1 - 2019: Curadoria Luana Navarro e Guilherme Jaccon. Alfaiataria / Curitiba
Artistas participantes: Ana González, Coletivo Fudeu, Eliana Borges, Eliane Brum, Emanuel Neto, Faetusa Tezelli, Fernanda Grigolin, Francisco Mallmann, Gustavo Cabocco, Jornal de Borda, Leituras para agora, Letícia Parente, Lidia Ueta, Marie Carangi, Milla Jung, Movimento Bandeyra, Pablo Paniagua, Ricardo Ayres e Vivaldo Vieira Neto.
ZIG ZAG - 2020: Organização Luana Navarro, Janaina Matter e Guilherme Jaccon. Projeto gráfico de Carol Schroeder.
Publicação de artistas proposta e organizada através da Alfaiataria, durante a pandemia, para seguir conectando artistas e público.
Artistas participantes: Faetusa Tirzah, Francisco Mallmann, José Roberto da Silva, Juliana Sanson, Julie Fank, Maikel da Maia, Marcel Malê, Patricia Cipriano, Silvia da Silva e Sylviane Guilherme.
Toda Ordem é uma Situação Oscilante à Beira do Precipício - 2020: Texto por Luana Navarro.
"Toda ordem é uma situação oscilante à beira do precipício foi publicado no Boletim 07 que integrou o projeto PRETEXTO_publicações de artista coordenado por Regina Melim, durante setembro e outubro de 2016. Neste mesmo ano, Luana Navarro publicou pela Tropical Lands uma edição de autora com 10 exemplares impressos" (TABLOIDE, 2020).
ENTREVISTAS E DEBATES
O vídeo é a gravação de uma Live que aconteceu em 2020, durante a pandemia do Vírus Covid-19. O encontro foi mediado por Roberta Stubs, e contou com as convidadas Luana Navarro e de Ana Kothe da Cunha que, de acordo com o DOBRA, "nos lançaram questões e reflexões sobre as expansões com as quais o campo da arte está tendo que se confrontar.
Novas configurações de produção, fruição, circulação e compartilhamento da arte, dentro e fora do regime do virtual, foram aqui pensadas como forma de resistir e investir em ações artísticas que sejam também outros modos de imaginar e viver os sentidos do comum. A não precarização dos artistas e a criação de redes e alianças foram algumas linhas lançadas para pensarmos a arte em tempos desafiadores como o nosso" (DOBRA, 2020).
"Esta conversa faz parte do - E agora now? Atravessamentos entre arte e afins - ciclo de debates promovido pelo DOBRA- Grupo de de pesquisa em arte, subjetividade, educação e diferença. Um evento vinculado ao curso de Artes Visuais da Universidade Estadual de Maringá" (DOBRA, 2020).
Museu do Holocausto
Luz sobre o caos - Arte, violência e intolerância
O vídeo consiste em um episódio do projeto "Luz sobre o Caos" em formato de mini-documentário. Nele, são criados diálogos sobre a importância da arte na luta contra o ódio e o preconceito.
Entrevistador: Carlos Reiss, coordenador-geral do Museu do Holocausto de Curitiba.
Entrevistados: Luana Navarro, Keila Kern e Geraldo Leão.
Durante a entrevista, os artistas e pesquisadores discutem a importância da produção artística como ação política contra a intolerância, trazendo para o debate exemplos históricos, teóricos e poéticos de artistas que utilizaram a arte para criar uma resposta contra o estado político de seus respectivos países.
Luana Navarro traz como exemplo uma obra do artista chileno Alfredo Jaar, concebida durante a ditadura de Pinochet. O trabalho consistia em um outdoor com as palavras " ¿ Es usted feliz ?" em diversos locais públicos, em adição, muitas vezes a pergunta era feita pelo próprio artista, diretamente para os pedestres.
A artista afirma que na obra Alfredo Jaar estava questionando a possibilidade de escolha, e que este gênero de arte provoca-nos a pensar sobre "o que a intolerância não dá conta" (NAVARRO, 2013).
Mais à diante, ela cita a performance de Gabe Passareli, artista irmã de Matheusa, estudante transgênero e não-binária que foi assassinada brutalmente no Rio de Janeiro. Na performance, Gabe homenageia sua irmã ao cobrir-se de cinzas durante a abertura do Queer Museu, referênciando como sua irmã teve o corpo incinerado após o assassinato. Navarro comenta a morte de Matheusa como o resultado de uma violência extremamente real e brasileira, e questiona se talvez artistas que não têm acesso de participar de uma fala pública sobre o assunto, estão enfrentando a violência diretamente, e traduzindo essa violência para sua linguagem e, consequentemente, para sua arte.
"Em certos momentos, a arte é uma forma de sobrevivência. Você produzir, expor, e se relacionar com ela é o que te mantém vivo em algumas situações"
(NAVARRO, 2018, 0:36 min).
RIC Mais
O Universo fotográfico de Luana Navarro
A reportagem, escrita por Paula Melech em 2010, busca explorar e compreender diversos aspectos do pensamento e da prática artística de Luana Navarro, assim como busca expandir sobre certos projetos e cursos específicos dos quais a artista participou.
Durante a entrevista, são colocadas diversas questões, dentre elas "Como foi a experiência com o projeto Imaginários compartilhados?", "Que lugar a fotografia ocupa em sua vida?", e "Quais as suas principais referências?".
"Consciente de que produzir um trabalho artístico hoje não está mais ligado à inspiração ou técnica, Luana não está à procura de respostas, mas de propor questionamentos" (MELECH, 2010).
Finalmente, sobre a capacidade de deixar uma enorme impressão nos que observam e absorvem
a arte de Luana Navarro, Georgia Quintas pontua:
A técnica artesanal enfatiza a materialidade – o que causa ainda mais o impacto visual. Luana Navarro imprime nesses dois trabalhos a inquietação pelo que carregamos em nosso corpo e que a fotografia, de alguma maneira, lança luz ao que está dentro e diante de nós.
Georgia Quintas, março de 2012.
LUANA NAVARRO. Luana Navarro, 2021. Página inicial. Disponível em: <https://www.luananavarro.com/>. Acesso em 09/05/2022.
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LUANA ASSIS NAVARRO. Escavador, 2020. Informações coletadas do Lattes. Disponível em: <https://www.escavador.com/sobre/7373335/luana-assis-navarro>. Acesso em 09/05/2022.
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BOCAS MALDITAS. Wayback Machine - Internet Archive, Bocas Malditas - Cena, crítica e outros diálogos, 2017. Disponível em <https://web.archive.org/web/20171102135514/http://bocasmalditas.com.br/>. Acesso em 10/05/2022.
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RIBEIRO, Fernando. Entrevista com Fernando Ribeiro. [Entrevista concedida a] Luana Navarro. Editores: Francisco Mallmann e Henrique Saidel. Colaboradores: Alexandre Lautert, Luana Navarro, Renata Roel e Lidia Ueta. Filmagem e edição: Lidia Ueta Vinheta sonora: Jo Mistinguett. Bocas Malditas, Curitiba - PR,
Imagens
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