A metodologia que usaremos neste sexénio no trabalho de Missão Partilhada tem as mesmas iniciais da metodologia utilizada no XVI Capítulo Geral e que o Papa nos convida a seguir no PEG, embora tenhamos atribuído um significado e conteúdo diferente a duas delas: Reconhecer, Imaginar e Experimentar.
Na proposta de trabalho, são colocadas perguntas ou sugestões para ajudar a desenvolver cada uma das partes do método.
Para esta sessão, realizaremos uma série de dinâmicas que nos ajudarão a cumprir estes objetivos. Estas dinâmicas podem ser realizadas em pequenos grupos, no caso de o grupo ser muito numeroso.
A pessoa que dirige as dinâmicas fará referência, da forma que desejar, aos textos e vídeos que acompanham as dinâmicas. Se já foram trabalhados na sessão anterior, basta recordá-los.
Os passos a seguir são os seguintes:
1. Reconhecer
2. Imaginar
3. Experimentar
Dinâmica 1: Desafio com os olhos vendados
Objetivo: Reforçar a confiança e as competências de comunicação entre os membros do corpo docente.
Material: 3 bandeiras para cada grupo, vendas (lenços) para tapar os olhos dos participantes (pode ser comunicado previamente para que cada um os traga de casa), diferentes obstáculos.
Dinâmica do jogo:
Cria-se um percurso com obstáculos, tendo como premissa a segurança da equipa, adequando o espaço, que deverá ter as dimensões corretas e estar livre de qualquer elemento que possa representar perigo para os participantes.
Depois desta preparação, devem formar-se equipas de três ou quatro participantes. Um elemento de cada equipa será o capitão e os restantes terão os olhos vendados.
O capitão dá instruções aos colegas vendados, guiando-os pelo percurso. Ganha a equipa que conseguir chegar primeiro às 3 bandeiras. Todas as equipas com os olhos vendados iniciam a tarefa ao mesmo tempo. O jogo ensinará aos participantes a importância de prestar atenção e seguir as instruções dadas pelo capitão da equipa.
O jogo também ensinará ao líder da equipa como orientar e gerir os colegas de forma simultânea e eficaz.
Dependendo do número de grupos, as perguntas seguintes serão feitas diretamente a todo o grupo ou, primeiro em pequenos grupos, sendo depois partilhadas por um representante em plenário.
Perguntas:
Como te sentiste como capitão ou como participante?
Achas que o capitão deu boas instruções? E tu, como capitão, achas que foste objetivo e claro?
Que poderia ter sido melhorado no teu grupo para entender melhor as instruções?
Que conclusões deste jogo podes aplicar à tua missão como educador ou como líder?
Perguntas:
Que aprendizagem retiraste deste vídeo?
Qual é o valor que tu acrescentas à tua escola?
De que forma impacta na tua escola a frase tão clássica: "sempre se fez assim"?
Com que aspetos apresentados no vídeo te identificas como líder? E quais reconheces nos teus colegas?
Quais deveriam ser mais potenciados para serem uma equipa de sucesso com uma liderança transformadora?
Papa Francisco num discurso na Universidade Gregoriana 4 de novembro de 2024
É a gratuidade que transforma todos em servidores sem senhores, uns ao serviço dos outros, todos reconhecendo a dignidade de cada pessoa, sem excluir ninguém.
É a gratuidade que nos abre às surpresas de Deus, que é misericórdia, libertando a liberdade das cobiças. É a gratuidade que torna virtuosos os sábios e os mestres. É a gratuidade que educa sem manipular nem prender a si própria, que se alegra com o crescimento e promove a imaginação. É a gratuidade que revela o ser do Mistério de Deus amor- esse Deus amor que é proximidade, compaixão, ternura, que dá sempre o primeiro passo, o primeiro passo em direção a todos, sem excluir ninguém, num mundo que parece ter perdido o coração.
E por isso, é necessária uma Universidade (escola) com cheiro a vida e a povo, que não esmague as diferenças sob a ilusão de uma unidade que é apenas homogeneidade, que não tenha medo da contaminação virtuosa e da fantasia que reanima o que está a morrer.
Perguntas:
O texto propõe que a gratuidade educa sem manipular e promove o crescimento e a imaginação. De que forma esta abordagem pode servir de modelo para os líderes cristãos que desejam formar discípulos ou colaboradores, respeitando a individualidade de cada pessoa?
A gratuidade revela o "ser do Mistério de Deus amor", descrito como proximidade, compaixão e ternura. Como podem os líderes cristãos imitar este estilo de liderança, que prioriza a inclusão e a iniciativa de se aproximar do outro, num mundo que parece ter "perdido o coração"?
Dinâmica 2: Reconhecendo talentos
Objetivo: Conhecer-se a si mesmo, valorizar-se mutuamente, assim como reconhecer e apreciar as habilidades e talentos em si e nos outros.
Material: Uma folha e um marcador ou uma caneta para cada participante, música animada (por exemplo: "Viva la Vida", "Viver, viver", "Ser feliz" – Mago de Oz)... Também se pode fazer com post-its que se colam na folha.
Dinâmica da atividade:
Entrega-se uma folha a cada participante, que deverá escrever o seu nome em letras grandes na parte superior. Em seguida, colam a folha nas costas.
O animador coloca música e convida os participantes a caminhar pela sala. Podem parar junto dos colegas que quiserem para escrever uma qualidade que vejam nessa pessoa. Quando a música parar, cada um retira a sua folha e lê, em silêncio, o que os colegas escreveram.
Conclusão dinâmica 2:
Como te sentiste ao ler o que os teus colegas escreveram sobre ti?
Que qualidade(s) das que te escreveram ainda não tinhas descoberto em ti, e como te sentiste ao lê-las?
Com qual não concordas e porquê?
Que qualidade não foi mencionada e tu acrescentarias?
Para sermos testemunhas do amor de Deus a partir da nossa missão educativa, como líderes somos e criamos equipa, comunidade, onde a união não pode faltar.
(Cada um, ao escutar a seguinte música, vai guardar uma frase que lhe toque o coração)
Perguntas:
A partir da canção, fazer uma chuva de frases.
Identificaste-te com alguna coisa que ouviste na música?
Qual é a frase que mais destacarias na tua missão de liderança?
Em que contexto da tua missão como líder na escola utilizarias essa frase?
Partilhamos o que significa para cada um o título “Somos um”.
Lembras-te de alguma frase do Evangelho que Jesus tenha dito parecida com esta? E do Padre Usera?
Pode-se escolher entre uma das seguintes dinâmicas ou fazer as duas
Dinmica 3: Instruções incompletas
Objetivos:
● Observar como se reage perante uma orientação. A importância de uma boa comunicação e de procurar esclarecimentos quando uma instrução não é clara.
● Descobrir a importância de comunicar e de procurar esclarecimentos quando uma instrução não é clara.
Dinâmica do jogo:
Criam-se três grupos. O jogo começa quando um líder chama cada equipa separadamente e dá instruções para que os membros as cumpram. A instrução deve ser vaga e incompleta.
Alguns exemplos:
Organizar e enviar mensagens
Escrever uma mensagem
Procurar um colega
Desenvolver um plano
Enviar uma mensagem...
Deve ser definido um limite de tempo para concluir a tarefa. Podem ser esperadas três formas de agir completamente diferentes. Quem orienta a atividade deve observar como cada grupo está a reagir.
Primeira: Um dos grupos irá começar imediatamente a tentar realizar a tarefa, tentando decifrar ou preencher os espaços em branco da instrução incompleta.
Segunda: Outro grupo irá parar e fazer perguntas para perceber melhor os objetivos da instrução. Para este grupo, o líder deve manter-se firme e apenas repetir a mesma instrução.
Terceira: É provável que um dos grupos não faça nada.
Perguntas:
O que nos ensinou esta dinâmica?
Estas situações acontecem na nossa missão do dia a dia?
Qual dos três grupos terá agido com mais acerto? Porquê?
No final, o líder deve fazer uma avaliação de cada grupo:
O primeiro grupo foi ativo, mas a instrução incompleta é muitas vezes a origem de erros. O segundo grupo é o mais bem-sucedido. Quando uma instrução é vaga, é importante parar e procurar clareza: fazer perguntas, pedir esclarecimentos, discernir... O último grupo deve ser incentivado a ser mais ativo nas suas ações. Não fazer nada pode ser pior do que tentar preencher os espaços em branco.
Dinâmica 4: Resolve o cenario
Objetivo: Saber encontrar soluções em equipa perante situações complexas da nossa missão educativa.
Dinâmica da actividade:
Fazemos uma chuva de ideias com situações problemáticas que costumam surgir na nossa comunidade educativa. A pessoa que orienta a sessão vai escrevendo as situações num documento que já está a ser projetado. Depois de registadas todas, seleciona-se a mais relevante.
De seguida, divididos em três grupos, cada grupo propõe a solução que daria a essa situação e responde às seguintes perguntas:
1. Foi difícil encontrar uma solução para este problema?
2. Achas que a solução a que chegaram foi a mais adequada?
3. Como envolver todas as pessoas na procura de soluções e na tomada de decisões?
Faz-se uma partilha em grupo e retiram-se conclusões do trabalho realizado nesta sessão. Essas conclusões serão registadas por escrito e entregues a cada participante. Serão retomadas na próxima sessão.
Depois de termos trabalhado esta sessão, numa cartolina ou num padlet (individualmente ou em grupos, conforme cada escola) escrevemos o compromisso que a nossa instituição deve assumir para que o nosso corpo docente viva e pratique uma liderança transformadora.
De tudo o que foi apresentado, chegar a um compromisso institucional. (Pode ser feito em pequenos grupos, com dinâmicas criativas, recolhendo as coincidências, etc.).
Tiramos uma fotografia ao padlet no final para guardá-la juntamente com as conclusões.