Ah!... dias de calor… Os dias com quem toda a gente sonha durante os meses frios e molhados de inverno… Nós sabemos, nós sentimos o mesmo! Mas uma grande parte de nós esquece-se de uma coisa essencial: de se proteger contra os poderosos raios solares!
Nós sabemos que provavelmente já está farto de ouvir (neste caso, ler) a mesma lengalenga todos os anos, mas quase que apostamos que, na maioria das vezes, sai de casa sem colocar protetor solar. Primeiro, esclarecer uma coisa importantíssima: o protetor solar não deve ser só usado durante o verão. Se se preocupa realmente com a sua pele, então provavelmente sabe que deve usar protetor solar todos os dias do ano, mesmo naqueles dias em que olhamos para o céu e só vemos nuvens… O sol continua lá, e ele continua a enviar os seus raios solares para a Terra! Mas, também é verdade que esses mesmos raios solares se tornam bastante mais perigosos nesta altura do ano e, por isso, achámos por bem elaborar este artigo. Já viu as notícias?
“Calor recorde no Verão. Máximas de 43 graus em vários dias consecutivos”
“Calor intenso e temperaturas recorde vão marcar o verão da Europa este ano”
“Verão em Portugal vai ter longas vagas de calor com temperaturas a atingir os 43º”
É verdade… Ondas de calor…com temperaturas extremamente elevadas! Novamente… sabemos que deve andar à espera destes dias há meses, mas se os quer aproveitar ao máximo, enquanto protege a sua saúde ao mesmo tempo, então continue a ler este artigo!
Todos nós reagimos de forma diferente ao calor, no entanto, é importante que se saiba que existem, de facto, pessoas mais vulneráveis às quais devemos estar mais atentas nestes dias! As pessoas incluídas nestes grupos de risco podem não sentir, ou não serem capazes de manifestar qualquer tipo de desconforto, pelo que devemos manter uma maior vigilância!
Quem está mais em risco?
Crianças nos primeiros anos de vida – as crianças com menos de seis meses não devem ser sujeitas a exposição solar e deve evitar-se a exposição direta de crianças com menos de três anos;
Pessoas idosas – não devem ir à praia nos dias de grande calor;
Portadores de doenças crónicas (nomeadamente doenças cardiovasculares, respiratórias, renais, diabetes, alcoolismo);
Pessoas obesas;
Pessoas com problemas de saúde mental;
Trabalhadores expostos ao sol e/ou ao calor.
A Direção Geral de Saúde é muito clara: a exposição a períodos de calor intenso constitui uma agressão para o organismo, podendo conduzir à desidratação, ao agravamento de doenças crónicas, a um esgotamento ou a um golpe de calor, situação muito grave e que pode provocar danos irreversíveis na saúde, ou inclusive levar à morte. Não, não é exagero. Por isso, nunca é demais relembrar que o sol acarreta graves perigos mas que, felizmente, existem medidas que podemos colocar em prática de forma a nos protegermos adequadamente.
Primeiro, pensamos que todos sabemos que a melhor forma de proteção passa por evitar a exposição direta ao sol, especialmente entre as 11 e as 17 horas, as horas de maior calor! Segundo, sempre que se expuser ao sol, ou andar ao ar livre, use protetor solar com um índice de proteção elevado (igual ou superior a 30). E não basta colocar o protetor solar apenas uma vez quando sai de casa! É importante que renove a sua aplicação, sempre que passar mais do que 2 horas exposto ao sol, se estiver molhado ou se transpirou bastante. Por último, mas não menos importante, use chapéu, de preferência de abas largas, e nunca se esqueça dos óculos de sol.
Infelizmente, a exposição ao sol acarreta problemas que vão para além dos problemas de pele. A exposição à radiação ultravioleta do sol pode conduzir a problemas agudos e crónicos, com graves repercussões na saúde.
Assim, para que se possa proteger dos efeitos do calor intenso, recomendamos ainda as seguintes medidas:
Beba muita água, mesmo que não sinta sede. Durante os períodos de calor intenso, de forma a manter uma temperatura constante, o nosso corpo produz suor, um mecanismo de defesa que permite o arrefecimento do corpo. No entanto, caso o nosso corpo não tenha água suficiente, a produção do suor pode levar à desidratação excessiva, o que pode acarretar danos irreversíveis aos nossos órgãos, nomeadamente o cérebro. E não, bebidas alcoólicas e refrigerantes não substituem a água!
Faça refeições mais leves e mais frequentes. São de evitar as refeições pesadas e muito condimentadas.
Evite mudanças bruscas de temperatura (um duche gelado, imediatamente depois de se ter apanhado muito calor, pode causar hipotermia, principalmente em pessoas idosas ou em crianças).
Evite a permanência em viaturas expostas ao sol, principalmente nos períodos de maior calor, como seja em filas de trânsito ou parques de estacionamento. Se o carro não tiver ar condicionado, não feche completamente as janelas. Sempre que possível, viaje de noite.
Diminua, sempre que possível, os esforços físicos. Repouse frequentemente em locais à sombra, frescos e arejados. Evite atividades que exijam esforço físico e o façam suar ainda mais.
Use roupa larga, leve e fresca. De preferência, use tecidos que deixem a pele respirar, como o algodão e o linho.
Evite que o calor entre dentro das habitações. Durante o dia, feche as janelas e as persianas, de forma a manter a circulação do ar. Ao final da tarde, quando a temperatura lá fora for inferior àquela que se verifica dentro de sua casa, deixe o ar mais fresco entrar, abrindo as janelas.
Tente informar-se, regularmente, acerca do estado de saúde dos seus vizinhos mais vulneráveis. Caso esteja ciente que existem pessoas idosas, isoladas e frágeis e que não tenham qualquer rede de apoio junto delas, tente ajudá-las…
E, se depois de ler este artigo, não pretende seguir nenhuma das nossas recomendações, deixamos aqui uma fotografia de um homem com 69 anos que foi, durante 28 anos, condutor de camiões. Consegue adivinhar que lado da cara dele é que esteve virado, durante quase três décadas, para a janela, através da qual conseguem passar os raios ultravioleta?
Artigo realizado com base nas recomendações da Direção Geral de Saúde: https://www.dgs.pt/saude-ambiental-calor/recomendacoes.aspx