Os países e as comunidades têm vindo a tomar medidas para proporcionar a todos mais oportunidades de serem fisicamente ativos, a fim de aumentar a prática de atividade física e potenciar melhor qualidade de vida física e mental. Mas, tudo isto requer um esforço coletivo, quer nacional quer local, em diferentes setores para implementar políticas e soluções adequadas ao ambiente cultural e social de um país/região, para promover, permitir e encorajar a prática regular de atividade física.
As políticas para aumentar a atividade física visam assegurar tal desígnio, com a promoção de deslocações a pé, de bicicleta e outras formas de transporte ativas não motorizadas, que sejam acessíveis e seguras para todos; políticas laborais que incentivam a deslocação e as oportunidades de ser fisicamente ativo durante o dia de trabalho; as escolas e as instituições de ensino superior que proporcionam espaços e instalações de apoio e de segurança para que todos os estudantes passem o seu tempo livre ativamente; as escolas primárias e secundárias que promovem a qualidade da educação física e desporto escolar que apoia os jovens a desenvolverem padrões de comportamento que os manterão fisicamente ativos ao longo das suas vidas; programas comunitários e de desporto escolar que proporcionam oportunidades adequadas para todas as idades e capacidades; as instalações desportivas e recreativas que oferecem oportunidades para todos acederem e participarem numa variedade de diferentes desportos, dança, exercício e recreação ativa; os profissionais de saúde que aconselham e apoiam os utentes a serem regularmente ativos.
Como defende a Organização Mundial de Saúde (2022), a prática regular de atividade física tem benefícios significativos para a saúde do coração, corpo e mente; contribui para prevenir e gerir doenças não transmissíveis, tais como doenças cardiovasculares, cancro e diabetes; reduz os sintomas de depressão e de ansiedade; melhora o humor, a aprendizagem e a capacidade de tomada de decisões; assegura o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes; potencia um envelhecimento mais saudável. Isto tudo, porque a prática regular de atividade física melhora o bem-estar geral. Todavia, a mesma entidade alerta para o facto de, a nível global, um em cada quatro adultos não atinge os níveis de atividade física recomendados. As pessoas insuficientemente ativas têm um risco de morte 20% a 30% maior em comparação com as pessoas suficientemente ativas. Mais de 80% da população adolescente mundial é insuficientemente ativa fisicamente. Em 2018, a Organização Mundial de Saúde lançou um novo Plano de Ação Global sobre Atividade Física 2018-
2030 que define quatro áreas de ação política e 20 recomendações e ações políticas específicas para os Estados-Membros, parceiros internacionais e Organização Mundial de Saúde, com vista a aumentar a prática regular de atividade física em todo o mundo. O plano de ação global apela aos países, cidades e comunidades para que adotem uma resposta global, envolvendo todos os setores e partes interessadas que tomem medidas a nível global, regional e local para proporcionar ambientes seguros e de apoio e mais oportunidades para ajudar as pessoas a aumentar os seus níveis de prática de atividade física. Em 2018, a Assembleia Mundial da Saúde acordou uma meta global para reduzir a inatividade física em 15% até 2030 e alinhar-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Então, é chegada a hora de nos comprometermos connosco próprios no sentido de nos tornarmos fisicamente mais ativos. Afinal,! quem sai a ganhar somos nós próprios, com mais saúde física e mental
O setor da saúde tem um relevante papel na promoção da atividade física regular, contudo, é fundamental o envolvimento de todos nós para que ocorra a mudança. Tomemos como lema: “Mente sã, em corpo são”. Procurar o equilíbrio entre o corpo e a mente é uma opção para vivermos com qualidade. Mudemos o nosso estilo de vida sedentário. Aprendamos a potenciar a nossa energia. Leiamos os sinais do nosso corpo. Pratiquemos mais atividade física regular e aprendamos a viver melhor.
WHO (2022). Physical activity. Recuperado de https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/physical-activity
Enfermeira Adriana Saldanha,
Aluna do Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitária e do Curso de Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem Comunitária da Escola Superior de Saúde de Viseu em colaboração com a Unidade de Cuidados na Comunidade Pedra da Sé do Centro de Saúde de Tábua.