Debate de filme

Projetos Integradores

Debate do filme Capitão Fantástico

O filme Capitão Fantástico conta a história de um pai que cria sozinho seus 6 filhos de uma forma pouco comum. A criação se dá em uma casa no meio da floresta, onde os filhos corriqueiramente desempenham atividades de sobrevivência na selva, que seriam pouco usuais para crianças e adolescentes da cidade. Da floresta, o pai ensina aos filhos a tirarem a subsistência associada a exercícios físicos rigorosos. Os filhos tem um ensino curricular sofisticado, cuja figura de professor é centralizada no pai.

O filme inicia com a cena do filho adolescente e mais velho passando por um rito de amadurecimento, que consistia em matar um veado durante a caça. A família celebra ali um momento que simboliza a conclusão de uma etapa de vida do primogênito, que vai chegando à vida adulta. Na noite do mesmo dia, há uma cena de roda em torno da fogueira onde o pai estabelece um momento de estudo que culmina em uma atividade musical. O pai propõe inicialmente o que a família vai tocar, até que um dos filhos experimenta um ritmo diferente. Há primeiramente um estranhamento no restante da família. O pai como um bom tutor, dá espaço à proposta do filho e passa a tocar o mesmo ritmo experimentado. A família ali descobre que aquela atividade musical, antes aparentemente rígida, passa a ser algo enriquecedor e prazeroso para todos.

No ambiente de ensino do pai fica claro que cada um se comporta e acaba recebendo o ensinamento de uma determinada maneira. Talvez pelo fato de haver uma certa relativização quanto ao conteúdo ensinado. O filme expõe que o que pode parecer de fácil assimilação para um filho pode ser de entendimento complexo para outro. Simula-se o ambiente de ensino encontrado em escolas e universidades.

A todo momento, o pai parece se preocupar com o ensinamento dos filhos, estimulando frequentemente a leitura crítica das situações vividas por eles. Há uma harmonia entre os membros da família que permite a perpetuação do tipo de ensino dado pelo pai. Ademais, a forma de viver da família é uma crítica do pai à sociedade que é adotada pela maioria dos filhos. Mesmo quando um deles é questionador em relação à forma de vida da família, o pai demonstra que o filho tem a possibilidade de fazer sua colocação, respeitando uma opinião divergente.

Essa situação traça um paralelo de como deve ser uma boa proposta de ensino, onde o diálogo deve ser estimulado para que o conhecimento possa ser construído. O cuidado em não intimidar o aluno no momento do aprendizado deve ser constante e parte inicialmente do professor a promoção do ambiente em que haja conforto para a experimentação.