Efeitos do choque térmico de alta temperatura no metabolismo energético e defesa antioxidante em Rhamdia voulezi Haseman, 1911
Diego Ortiz da Silva, Maria Rosa D. Pedreiro de Souza,
& Lucélia Donatti
O aumento de temperatura das águas oceânicas e continentais decorrido das mudanças climáticas pode afetar o desenvolvimento e a distribuição geográfica das espécies aquáticas, bem como ocasionar estresse celular nos organismos. Os peixes por serem animais cuja a temperatura varia conforme o ambiente, tem sido comumente utilizado como indicadores precoces das alterações aquáticas. Rhamdia voulezi, espécie endêmica do rio Iguaçu, apresenta potencial bioindicador/biomonitor das condições de estresse térmico de alta temperatura. Desta forma, o estudo tem como objetivo avaliar a atividade dos biomarcadores de defesa antioxidante (superóxido dismutase, catalase, glutationa peroxidase, glutationa S-transferase, glutationa redutase, glicose-6-fosfato desidrogenase, glutationa reduzida, lipoperoxidação lipídica e carbonilação de proteínas) e das enzimas do metabolismo energético de carboidratos (citrato sintase, malato desidrogenase, lactato desidrogenase, glicose-6-fosfato, hexoquinase, fosfofrutoquinase, glicogênio fosforilase, glicose-6-fosfato desidrogenase e piruvato quinase) e de proteínas (alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase e glutamato desidrogenase) em R. voulezi sob o efeito de choque térmico de alta temperatura (31ºC) nas brânquias, fígado e rim, durante 2, 6, 12, 24 e 96 horas de exposição. Com a hipótese de que o choque térmico de alta temperatura, em R. voulezi, altere o metabolismo energético e defesa antioxidante a fim de atender respectivamente ao aumento da demanda energética e do consumo de oxigênio, ocasionado pelo estresse térmico. Os espécimes de R. voulezi (n = 7 indivíduos/por experimento) foram coletados no rio Iguaçu (União da Vitória/PR) e transportados para o Centro de Pesquisa e Extensão em Aquicultura Ildo Zago, onde permaneceram em tanques com capacidade de 1000 litros até a realização dos experimentos. Ao fim de cada experimento os peixes foram anestesiados com benzocaína 1%, eutanasiados com secção medular e imediatamente dissecados. As amostras (fígado, brânquias e rins) foram armazenadas em nitrogênio líquido e estão sendo processadas no Laboratório de Biologia Adaptativa – Departamento de Biologia Celular – UFPR.