Porque um dia, adolescente na alta Provença francesa, numa aula de educação visual fui levado a fazer experiências com guaches que vincaram a memória...

Porque, anos mais tarde, no sopé da Serra da Estrela, jovem seminarista em dias de férias, quis arriscar a reproduzir a mesma sensação...

E porque, duas décadas mais tarde, já padre, num fim de semana bracarense, decidi voltar a pegar em pincéis...

Assim nasceram estes "quadradinhos" e "retângulos", esboços e geografias do que sinto e creio, vejo e vivo.

Não sou pintor,

apenas parteiro

de ideias e olhares

conjugador de tons e cores

tentando tornar visível

o que aparenta ser invisível

tentando a revelação

do que ostenta discrição

sementes divinas

em chão humano.

Março de 2025