2.1 EFEITOS

2.1. EFEITOS

A ocorrência da AMAS se dá entre –90º a +40º de longitude e –50º até a linha do Equador.

Quando ocorrem as explosões solares, na região anômala acontece o fenômeno das Correntes

Geomagneticamente Induzidas (GIC) cujas freqüências são abaixo de 1 Hz. Também ocorrem os

Distúrbios Repentinos da Ionosfera (SID – Sudden Ionospheric Disturbance) [10]. Os cinturões de

Van Allen, em geral, ‘’prendem’’ partículas arremessadas sobre si pelo vento solar. Contudo, esta

captura depende da energia das partículas e de sua velocidade, pois sendo muito energéticas e

velozes não serão capturadas e se dirigirão para as camadas mais inferiores da atmosfera

atingindo as regiões ionizadas (Figura 3).

Figura 3: Superfície descrita pela partícula presa ao redor da Terra (Fonte [3])

Uma vez que a “capa de proteção” dos cinturões de Van Allen não é eficiente para blindar as

emanações eletromagnéticas ionizantes e não ionizantes de alta energia provindas do Sol na

região da AMAS, o efeito para partículas mais pesadas também se repete, isto é, quando ocorre

uma CME, a “matéria” ejetada não capturada, é lançada ao espaço. Estando o lado diurno da

Terra, coincidentemente a região da AMAS, “enxergando” a chegada de massa coronal, ocorre

uma verdadeira “chuva” de partículas, estas não ficam presas pelas blindagens geradas pelo

“dínamo da Terra”. Ocorre assim uma forte ionização na alta atmosfera em todas as camadas.

Também pode ocorrer uma forte recombinação, pois prótons provindos do Sol, íons positivos,

numa velocidade de 450 km/s, podem encontrar elétrons livres na ionosfera, propiciando assim

condições para a captura de elétrons que porventura estejam na região de sua trajetória. Ocorre

neste momento um “desequilíbrio” iônico nas camadas superiores [1], [7], [10]. Dependendo da

quantidade de massa coronal, e da disponibilidade de elétrons livres, as camadas F1 e F2 não

retém todos os prótons, nem partículas mais leves, da mesma forma que parte da radiação

ionizante passa por si. Os excedentes continuarão em direção às camadas inferiores, “E” e

“D”.(Figura 4).

Figura 4: Íons em direção à Terra (Fonte NASA)

Os efeitos anômalos concomitantes ainda não são totalmente compreendidos no Hemisfério

Sul, mas podem varrer a região atingida afetando sistemas de comunicação, operações de

satélites, sistemas de radares, sistemas elétricos de potência, também ocorre a blindagem na alta

atmosfera à propagação de ondas de rádio, além disso, dependendo da quantidade de massa

coronal e de sua energia, ainda existe a possibilidade desta ultrapassar a blindagem propiciada

pela ionosfera, assim, atinge camadas mais baixas da atmosfera, e, através de múltiplas colisões,

propicia um aumento da radioatividade ambiental da região atingida, através de radiações

secundárias, os eventos descritos estão bem exemplificados na Tabela 1 [10].