O ano litúrgico e a santidade

The liturgical year and holiness

O ritmo da vida humana realiza-se ao longo do tempo. Este tempo é vivido como um ciclo

(dias da semana, estações e meses do ano, etc.), mas na fé cristã não é vivido como ciclo

fechado. No centro do ano litúrgico está a celebração da Páscoa da Ressurreição de Jesus

Cristo. Nesta o ciclo de vida e morte é quebrado, quando a vida vence a angústia e o

desconhecido. Por isso, a Páscoa é o centro e o cume do ano litúrgico.

Para chegar à Páscoa, é necessário passar pelo nascimento de Jesus, o Natal, que é

preparado por cerca de quatro semanas, que se chamam Advento. Preparar para as grandes

festas é algo importante para os católicos, por isso também a Páscoa é preparada durante

40 dias, que se chamam Quaresma.

Fora estes tempos «importantes», vive a liturgia o Tempo Comum. Tempo em que se aprende a

viver os acontecimentos quotidianos à luz da Palavra de Deus. Ao longo de todo o ano,

celebram-se as memórias, festas ou solenidades de diversas invocações de Jesus ou da Virgem

Maria, assim como de diversos santos e santas. De forma especial os muitos santos e santas

mostram como a exigência da vida cristã não é só possível, como desejável. A Igreja é a grande

família que permanece em três dimensões: a Igreja que ainda peregrina aqui na terra, a Igreja que

está em purificação no Purgatório e os santos e santas que já estão na glória do Céu, no paraíso.

O culto dos santos comporta sempre dois aspetos fundamentais: por um lado, olha-se para

os santos e santas como modelos de vida. Mostram como é possível ser cristão e como

o Evangelho de Jesus Cristo pode ser vivido em qualquer época da história e em qualquer

circunstância do mundo. Por outro lado, os santos são invocados como intercessores.

Acredita-se que eles podem cuidar dos crentes a partir do Céu e conta-se com a sua ajuda

para que também cada um dos cristãos possa vir a participar do Céu.


The rhythm of human life takes place over time. This time is experienced as a cycle (days of the

week, seasons, and months of the year, etc.), but in Christian faith, it is not lived as a closed

cycle. At the center of the liturgical year is the celebration of the Resurrection of Jesus Christ.

Here, the cycle of life and death is broken when life overcomes anguish and the unknown. Easter

is therefore the basis and center of the liturgical year.

To reach Easter, it is necessary to pass through the birth of Jesus, Christmas, which is prepared

for about four weeks, called the Advent. Preparing for big celebrations is important for Catholics,

so Easter is prepared for 40 days, also called Lent.

Apart from these "important" times, the liturgy is the Ordinary Time. It is a time to learn to live

everyday events in the light of the Word of God. Throughout the year, memories, feasts, or

solemnities of different invocations of Jesus or the Virgin Mary, as well as several saints are

celebrated. In a special way, the many saints show how the requirement of the Christian life is

not only possible but desirable. The Church is the great family that remains in three dimensions:

the Church, a pilgrim here on earth; the Church that is in purification in Purgatory; and the saints

who are already in the glory of Heaven, in paradise.

The cult of saints always include two fundamental aspects: on the one hand, one looks at the

saints as models of life. They show how it is possible to be a Christian and how the Gospel of

Jesus Christ can be lived at any time in history and in any circumstance in the world. On the other

hand, Saints are invoked as intercessors. We believe that from Heaven they can take care of the

faithful and we also ask for their help so that each Christian may also come to be part of Heaven.


Ricardo Figueiredo

Padre/Father