Fontes de ameaça

As ameaças globais sobre o ambiente são de várias espécies: a poluição, a criação de desperdícios que não podem ser eliminados a curto prazo ou reciclados e a exaustão das reservas que não podem ser recuperadas. A quantidade de lixo doméstico — o que vai para os nossos contentores do lixo produzido todos os dias nas sociedades industrializadas é espantosa; estes países foram muitas vezes apelidados como «sociedades do desperdício» em virtude de o volume das coisas de que se desfazem ser tão grande. A comida, por exemplo, quase toda comprada em pacotes que se deitam fora no final do dia. Alguns destes podem ser reciclados e reutilizados, mas a maioria não pode sê-lo. Vários tipos de plásticos utilizados transformam-se em desperdício que não pode vir a ser reutilizado; não existe forma de o reciclar e têm que ser enterrados.

Contudo, quando os analistas ambientais falam em materiais desperdiçados, não se referem apenas ao que se deita fora, mas também aos gazes que se lançam para a atmosfera. São exemplos destes o dióxido de carbono libertado para a atmosfera pela gasolina e pelo carvão utilizados nos carros e nas centrais de energia, e os gazes libertos pela utilização de aerossóis, bem como unidades de isolamento e de ar condicionado. 0 dióxido de carbono é a influencia principal no processo de aquecimento global que muitos cientistas pensam estar a acontecer, enquanto os outros gazes atacam a camada de ozono em torno da terra.

Pensa-se que o aquecimento global ocorre do seguinte modo. 0 desenvolvimento do dióxido de carbono na atmosfera terrestre funciona como o vidro de uma estufa. Permite aos raios solares passarem através dele, mas actua como um barreira que evita que retornem. 0 efeito é o de sobreaquecimento da terra; por esta razão, o aquecimento global é, por vezes, denominado de «efeito de estufa». Se o aquecimento global está, de facto, a ter lugar, as suas consequências podem ser devastadoras. Entre outras coisas, o nível do mar aumentará à medida que a crosta de gelo polar derreter e os oceanos aquecerem e se expandirem. As cidades próximas da costa ou em áreas mais baixas serão inundadas e tomar-se-ão inabitáveis. Largas parcelas de terra fértil serão transformadas em desertos.

A camada de ozono, que é alta na atmosfera terrestre, forma um escudo que protege contra os raios ultravioletas. Os gases utilizados nos aerossóis e frigoríficos produzem partículas que reagem em contacto com a camada de ozono de tal forma que a enfraquecem. Pensa-se que estes químicos produziram buracos na camada de ozono em ambos os pólos e a enfraqueceram noutros pontos do globo. As radiações que em resultado deste processo são libertadas para a atmosfera terrestre produzem vários efeitos potencialmente nocivos, em que se incluem o aumento das cataratas nos olhos (que causam a cegueira) e o aumento dos índices de cancro na pele.

A indústria moderna, ainda em expansão pelo mundo, conduziu à exigência constante de fontes de energia e de matérias-primas. Contudo, a oferta mundial destas energias e matérias-primas é limitada. Mesmo com as taxas de utilização actuais, por exemplo, as reservas mundiais de petróleo conhecidas estarão totalmente consumidas em torno do ano 2050. Poderão ser descobertas novas reservas de petróleo, ou inventadas novas formas de energia mais económicas, mas a questão, é que algumas reservas chave se esgotarão se o consumo global não for limitado.