Conforme descrito acima a diferenciação das ênfases deste Programa está na abrangência do projeto a ser desenvolvido, o que é feito buscando maior dinamismo para acompanhar as tendências tecnológicas e demandas por recursos humanos pelo mercado trabalho. De forma complementar à ênfase LEP-PG-MMCL, o foco aqui estão nos estudos integrados de reservatório desenvolvidos em níveis de Mestrado e Doutorado, oferecendo ainda estágio pós-doutoral para amadurecimento, reciclagem e aperfeiçoamento de doutores visando consolidação da produção científico e tecnológica e o desenvolvimento de projetos especiais de interesse da indústria. 

Os estudos integrados têm sido uma preocupação do dia-a-dia da indústria, que precisa de uma caracterização das rochas em subsuperfície com grau de resolução bem mais acima do que a informação normalmente extraída dos dados geológicos e geofísicos. Por isso, os geocientistas, que despendem de longas jornadas no processamento, análise e interpretação de dados, continuam demandando por novos desenvolvimentos de metodologias de integração de dados que possibilitem um ganho de eficiência e acurácia neste trabalho. Para a equipe de pesquisa do LENEP, a importância no desenvolvimento desse tema ficou clara ao formularmos um dos mais recentes projetos de P & D contratados no final do ano passado. Trata-se de um estudo integrado de monitoramento sísmico de reservatório usando o conceito close-the-loop, que comunica a ideia de fechamento de ciclo (de interpretação quantitativa) envolvendo dados geofísicos e de engenharia de reservatório. De um lado do ciclo, segue-se o caminho da modelagem direta indo simulador-para-sísmica e do outro o da modelagem inversa, que vai da sísmica-para-simulador. A comparação faz sentido se os fluxos de modelagem direta e inversa forem compatíveis, o que exige ajustes nos modelos estático e dinâmico do reservatório. O desafio disso é exatamente com as metodologias de integração das informações geológicas, geofísicas e de engenharia de reservatório, nas escalas de rocha (testemunho), poço (perfis) e superfície (sísmica e dados de produção). 

Programaticamente esta ênfase está estruturada de forma idêntica à ênfase LEP-PG-MMCL com o direcionamento dos projetos de mestrado e doutorado, através de propostas apresentadas pelos orientadores na feira de ideias. A Feira de Ideias é uma exposição e discussão de pré-propostas de pesquisa formuladas pelos orientadores do Programa e apresentadas na forma de documento texto contendo um esboço do projeto, com requisitos e bibliografia recomendada. Este evento é realizado ao final do primeiro semestre do aluno, prazo em que ele deve ter concluído as disciplinas obrigatórias. Desse modo, decorridos seis meses do ingresso anual da turma de pós, espera-se que todos os alunos tenham definidos os seus respectivos orientadores e projetos.

Em termos de disciplinas, as disciplinas obrigatórias são estabelecidas para fornecer os conhecimentos básicos em engenharia de petróleo através de três disciplinas obrigatórias principais (Princípios de Engenharia de Petróleo, Princípios de Geofísica Aplicada e Fundamentos de Geologia do Petróleo), para o nivelamento da turma, especialmente para bolsistas oriundos de outros cursos de base tecnológica sem relação com a área de Petróleo e Gás. As disciplinas obrigatórias, necessariamente devem ser concluídas no primeiro semestre letivo do aluno.

O resto da formação do aluno é planejado em função do seu projeto de dissertação (mestrado) ou teste (doutorado). Conforme exposto acima, a ênfase LEP-PG-MIR tem o foco em estudos integrados. Esse tipo de estudo depende de uma concentração de disciplinas básicas de Matemática Aplicada, Física-matemática, Probabilidade e Estatística, além de outras disciplinas altamente especializadas, como Teoria da Inversão, Inferência Bayesiana, Métodos Estocásticos, Geoestatística, Processamento de Sinais, Análise Espectral, Métodos de Inteligência Artificial, Modelagem Numérica, Desenvolvimento de Software e Programação de Alto Desempenho. As disciplinas do tipo Tópicos Especiais constituem um importante instrumento para ajustar às novas demandas introduzidas através dos temas de dissertação/tese. Alguns temas mais específicos que compõem os fluxos de trabalho integrados também podem ser desenvolvidos como parte desta ênfase.

A programação das disciplinas do aluno é feita através do Plano de Estudo que é elaborado sob a supervisão do orientador para garantir que o aluno adquira os conhecimentos necessários para o desenvolvimento do seu projeto. Para organização do Plano de Estudo a ênfase está sub-dividida em duas áreas temáticas, a saber:

• Estudos integrados de Bacias – estudo do reservatório em escala mais regional buscando compreensão dos processos atuantes na Bacia e os seus reflexos no reservatório.

• Estudos Integrados de Reservatório – integração de informações geológicas, geoquímicas e geofísicas, buscando caracterização detalhada de litologias, propriedades petrofísicas e geomecânicas de reservatório.

• Estudos Integrados de Monitoramento da produção – combinação de métodos geofísicos com a simulação de reservatório para melhoria dos modelos estáticos e dinâmicos do reservatório.

Complementarmente ao programa acadêmico formal, o aluno também é estimulado a participar de visitas, congressos, seminários, apresentações, além de se associar a uma das sociedades internacionais e nacionais relacionadas com a área como a SPE, SEG, EAGE, SBGf e SBG. Desse modo, busca-se formar profissionais e lideranças com perfil e competência para desenvolver soluções e executar as tarefas mais complexas ligadas à indústria de E&P. Trata-se de um perfil profissional diferenciado para a área de E&P, reunindo habilidades específicas de integração de dados com um foco na geofísica e engenharia de reservatório, além de uma compreensão geral dos diversos processos da área de Exploração e Produção.

• Práticas pedagógicas da ênfase:

  • Aulas presenciais e exercícios.

  • Provas.

  • Exercícios resolvidos em sala com acompanhamento do professor.

  • Apresentação de seminários.

  • Trabalhos em grupo.

  • Visita a empresas.

  • Palestras de técnicos convidados.

  • Aulas práticas em laboratórios de informática: processamento de sinais e modelagem geoestatística

  • Trabalhos de campo.

  • Aulas práticas em laboratórios de geofísica, petrofísica, geologia e geoquímica.