A libras é uma língua e é considerada a língua natural dos surdos. Ela não é oriunda de línguas orais e está presente onde existe agrupamento de surdos que compartilham o mesmo espaço, como escolas, igrejas e outros pontos de encontro. A Língua de Sinais (LS) não é universal, sendo diferente nos diversos países.
“O trabalho em sala de aula com alunos surdos, vai muito além da presença de um intérprete de línguas de sinais”.
Crianças surdas que convivem com pessoas surdas desde o nascimento, têm contato com a língua de sinais naturalmente, permitindo uma aprendizagem da língua com mais facilidade e desse modo, favorecendo o processo de alfabetização.
Para os estudantes surdos nascidos em famílias de ouvintes, a aprendizagem desta primeira língua, muitas vezes começa na escola e é de grande importância ainda que seja concomitante ao ensino da língua portuguesa escrita, já que a aprendizagem dos estudantes surdos é adquirida primeiramente de maneira visual.
Independentemente da fluência em Libras, a metodologia poderá oferecer obstáculos na alfabetização decorrente dos métodos tradicionais de ensino que são estrategicamente desenvolvidos para estudantes ouvintes.
Clique no Letra A, Jornal do Alfabetizador e leia o artigo: Alfabetização bilíngue para as crianças surdas.
Vídeo produzido pelas professoras do AEE - Luciana Freitas e Virgínia Andrade
O AEE para alunos com surdez, na perspectiva inclusiva visa compreender e reconhecer o potencial e as capacidades dessas pessoas, vislumbrando o seu pleno desenvolvimento. Neste contexto, o AEE promove a aprendizagem ou ampliação da LIBRAS e da língua portuguesa escrita como segunda língua (L2).
Para o trabalho com esses estudantes é disponibilizado um intérprete em sala de aula e um instrutor no AEE. O atendimento é realizado no contraturno das aulas regulares com duração e em número necessário ao desenvolvimento do Plano de Atendimento do aluno em grupo ou individual.
Nestes atendimentos têm sido articulados os saberes dos professores (sala de aula e AEE), intérprete, instrutora de LIBRAS, coordenação e estudantes surdos, na construção de experiências conceituais na perspectiva do letramento literário. É disponibilizada a literatura acessível em LIBRAS proporcionando um diálogo com o texto literário (obras literárias propostas para a turma toda) relacionando-a com seus conhecimentos prévios e apoiando-se na narrativa visual gráfica, objetivando novos saberes.
A organização didática desse espaço de atendimento, demanda o uso de muitas imagens visuais, jogos e outras referências que colaborem para o aprendizado da Língua de Sinais, pois o aprendizado e/ou a ampliação desta língua oferece ao aluno com surdez segurança e motivação para aprender, sendo, portanto, de extrema importância para a inclusão do aluno na classe comum.
Em Língua Portuguesa, o AEE focaliza em como são atribuídos os significados às palavras e como se dá à organização delas nas frases e textos de diferentes contextos, levando os alunos a perceberem a estrutura da língua através de atividades diversificadas, procurando construir um conhecimento já adquirido naturalmente pelos alunos ouvintes. Nesse sentido, para o ensino da Língua Portuguesa, o canal de comunicação específico é a Língua Portuguesa, ou seja, leitura e escrita de palavras, frases e textos, o uso de imagens e até mesmo o teatro, para a representação de conceitos muito abstratos.
No AEE trabalhamos com vários recursos visuais e lúdicos., tais como:
Jogos com sinal – imagem, palavra- sinal, imagem-palavra:
Jogo da memória
Bingos
Baralhos
Quebra - Cabeça
Exploração de vivências tais como passeios, festas na escola, jogos interativos, dentre outros recursos, servem de pretexto para aprimorar o uso da LIBRAS e a escrita de pequenos textos.