Como podemos contribuir para o desenvolvimento cognitivo de um estudante com diagnóstico de Síndrome de Down?
Que características devemos observar?
Como ele aprende?
Alguns estudos apontam que pessoas diagnosticadas com Síndrome de Down, na maioria das vezes, possuem deficiência intelectual devido a uma privação cultural. A determinação genética pode não ser um fator dessa deficiência e segundo Pena, 2012, para a aprendizagem ser significativa "o estímulo tem de ser oferecido também como reforço ao desenvolvimento cognitivo. Esse reforço são as ferramentas da cultura, que podem compensar a deficiência".
Este autor, aponta também em seus estudos, que esses indivíduos são expostos a uma educação culturalmente vazia e sem sentido, portanto, temos que fazer o possível para oferecer um contexto que estimule a aprendizagem.
A base teórica abordada por Pena centra-se nos pressupostos de Vygotsky e no desenvolvimento dos processos psicológicos superiores, tão importantes para TODOS os alunos. Cabe salientar a importância da família e do seu contexto cultural para o processo de aprendizagem do aluno com Síndrome de Down e dos parceiros da saúde para a aquisição das habilidades necessárias ao seu desenvolvimento.
Para saber mais sobre esse assunto, clique no link abaixo e leia o artigo publicado por Gil Pena:
"A deficiência intelectual é um uma das deficiências mais comumente encontrada em crianças e adolescentes e implica em algumas limitações nas seguintes áreas: comunicação, autocuidado, habilidades sociais, auto orientação, rendimento escolar, trabalho, saúde, lazer e segurança. Há uma redução no desenvolvimento cognitivo, [...] acarretando muitas vezes um desenvolvimento mais lento na fala, no desenvolvimento neuropsicomotor e em outras habilidades, como o raciocínio lógico, planejamento, resolução de problemas, compreensão de ideias abstratas, estabelecimento de relações sociais, compreensão e obediência a regras, e realização de atividades cotidianas." (MOURA, 2020, p. 12).
Referência:
MOURA, Cláudia. 12 dicas para ajudar o professor do Atendimento Educacional Especializado com atividades não presenciais. 2020.
Instagram:
@inclusiveconsultoria
Imagine professor que você tenha recebido, em sua sala de aula, um estudante com Deficiência Intelectual...
Você precisará saber:
O que ele desenvolve com autonomia?
Ele precisa de apoio? Em quais momentos?
O que ele sabe em relação ao conteúdo escolar?
Como a organização do espaço sala de aula pode favorecer sua participação e aprendizagem?
A diversificação de estratégias metodológicas contribuiria para a sua aprendizagem?
Como ele interage em grupo?
Quais as dificuldades que ele apresenta no processo? Como ajudá-lo?
1 - O ideal é que os professores do AEE e da sala de aula pensem em estratégias pedagógicas e de acessibilidade de forma colaborativa.
2 - Não há "receitas" prontas, porém a observação do aluno na sala de aula e no AEE, poderá ser um passo para conhecer o estudante, ou seja, saber o que ele sabe, considerando suas possibilidades e dificuldades.
3 - Após a observação do estudante, o professor da sala de aula deverá traçar objetivos, planejar e organizar os espaços (sala de aula, exposição de materialidade, etc.) de modo que seja acessível.
Brincar independente;
Jogos de associação;
Literatura acessível com uso de imagens;
Dominó com imagens (associar letra inicial à figura);
Jogos de estratégias com a mediação do professor;
Quebra-cabeça de encaixe;
O objetivo das atividades propostas pelo AEE é auxiliar no desenvolvimento da atenção, percepção, memória e autonomia do estudante com Deficiência Intelectual (DI).
Além disso, cabe ao professor do AEE motivar esse aluno a expor suas ideias/pensamentos a partir de um contexto (vídeos, literatura, imagens, jogos, etc.) que contribuam para o aprimoramento da comunicação - requisito importante para a melhoria da cognição.
Temos alguns casos de estudantes que possuem comprometimento na fala, o que torna necessária a utilização da Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), sendo a família, professores, monitores e colegas da escola, parceiros desta comunicação.
Um trabalho intersetorial com a saúde (Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Psicologia) podem render progressos para o estudante com DI.