Semper, Dom.e dilexi decorem domus tuae et locum habitationis gloriae tuae.
Ign.º de Guizenrode indigníssimo Abb.e desta Igr.ª mudou para este citio no anno de 1714.*
A Igreja de São Lourenço da Montaria está aberta ao público, normalmente, ao Domingo entre as 09:00 horas e as 11:30 horas e à quinta-feira ao final da tarde.
Pode ser agendada, com antecedência, a visita ao interior, seja para fins culturais, turísticos ou celebrativos.
Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Interior de características barrocas, com retábulos em talha dourada, de estilo nacional e azulejos da nave de albarradas.
Planta longitudinal, composta por nave e capela-mor, com torre quadrada adossada e sacristias laterais simétricas. Fachadas em alvenaria rebocada e pintada, com embasamento e cunhais apilastrados, rematados por pináculo, em cantaria de granito.
No interior, nave única com lambril de azulejos de albarradas, no sub-coro, fonte baptismal enquadrada por arcosólio pleno com painel de azulejos figurando o "Baptismo de Cristo". Dois pares de capelas de arcos plenos, em cantaria, decorados com pintura policroma, encimados por sanefas e com retábulos em talha dourada, de trono central e nichos laterais, enquadrados por colunas pseudo-salomónicas que suportam entablamento e arcos plenos, decorados por volutas, putti e motivos vitícolas. Arco triunfal, de volta plena encimado por brasão, em talha pintada, seguro por putti.
Na capela-mor, paredes com lambril de azulejos figurando cenas e paisagens do Brasil e quatro quadros a óleo, com moldura em talha dourada, colocados simetricamente e representando os Evangelistas. Retábulo-mor em talha dourada, decorado por motivos vitícolas, volutas e putti, com trono central, enquadrado por colunas pseudo-salomónicas suportando entablamentos e arcos de meio-ponto, ladeado por edículas. Tecto em falsa abóbada de berço, sobre cornija de cantaria, tendo pintadas balaustradas em quadratura e ao centro a imagem de São Lourenço rodeada por motivos florais, volutas e putti, tudo em tons de vermelho.
Era diácono da Igreja Romana e morreu mártir na perseguição de Valeriano, quatro dias depois do papa Sisto II e seus companheiros, os quatro diáconos romanos. O seu sepulcro encontra se junto à Via Tiburtina, no Campo Verano. Constantino Magno erigiu uma basílica naquele lugar. O seu culto já se tinha difundido na Igreja no século IV.
Terminou em julho de 2021 a intervenção realizada no interior da Igreja de São Lourenço da Montaria. Totalmente financiada pela Câmara Municipal com uso de Fundos Europeus, a obra procurou restaurar alguns elementos característicos da arquitetura e estilo original. Em particular, foi necessário repor as paredes brancas lisas, na nave da igreja, que se encontravam despidas e com a pedra da estrutura exposta.
No mesmo contexto foi substituída a estrutura em madeira do teto entre as paredes laterais e tratado o pavimento.
Em breve serão preservadas as madeiras dos altares e a arte sacra móvel.
É sempre uma decisão difícil alterar a estética de um edifício. Quase sempre ganhamos afeto pelo que vemos e temos grande dificuldade em digerir a novidade. Não raras vezes se acusa estas intervenções, de recuperação de edifícios, de mau uso de dinheiros públicos ou "dos fiéis". Contudo, há duas dimensões de razão para que intervenções como esta se façam:
As igrejas são espaços abertos ao público, sem distinção ou qualquer reserva. São, por isso, um bem ao serviço e para benefício de todos, muitas vezes dos mais pobres. Assim, as obras de conservação e restauro das igrejas não são dinheiro "dado" à Igreja, mas investido para benefício de toda a comunidade;
A fidelidade às características originais dos edifícios não é uma "mania" de ricos ou um preciosismo. Pelo contrário, só os traços originais - que não comprometam a linguagem litúrgica e teológica, neste caso - equilibram a razão de ser do edifício no seu todo e dos seus pormenores.