O Papa publicou a 8 de abril de 2016 a sua exortação apostólica sobre a Família, ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor), uma reflexão que recolhe as propostas de duas assembleias do Sínodo dos Bispos (2014 e 2015) e dos inquéritos aos católicos de todo o mundo.
O ano especial, comemorativo dos 5 anos desta exortação, vai ser inaugurado na próxima solenidade de São José (19.03.2021) e decorre até à celebração do X Encontro Mundial das Famílias, em Roma (26.06.2022).
A espiritualidade conjugal e familiar
O décimo e último episódio on-line do diálogo entre o Santo Padre e as famíliasLer mais »»É uma proposta pastoral direcionada ao acompanhamento e formação sobre e para a família. Desde momentos de reflexão, oração e partilha pretende-se que sejam espaços de interação e crescimento individual e comunitário.
DATA: 16 de outubro de 2021, 21:00h
LOCAL: São Miguel de Vilar de Murteda
TEMA: "À luz do Evangelho" (Cap. I da Exortação Amoris Laetitia)
«Hoje vamos refletir sobre a Família no contexto de uma sociedade em profunda mudança, a partir dos primeiros 6 pontos da Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa, de 2019, com o título “A Alegria do Amor no Matrimónio Cristão”.
Antes de ler esta Carta Pastoral e de colocar algumas perguntas para a reflexão, vamos rezar o relato da Visitação de Maria a Isabel (Evangelho segundo São Lucas, capítulo 1, versículos 39 a 56).
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Ler Lc 1, 39 a 56
A Carta Pastoral “A Alegria do Amor no Matrimónio Cristão” surge em consequência dos recentes documentos do Papa Francisco, de modo particular a Exortação Apostólica Pós-Sinodal “A Alegria do Amor”, de 2016, em procuram recuperar as reflexões sobre a praxis cristã no acompanhamento das famílias, nas suas diferentes fases, com especial relevo na vivência do matrimónio.
Nos primeiros 6 pondos, desta carta pastoral dos bispos portugueses, destacam-se várias considerações:
- A redescoberta do matrimónio como evangelho e lugar do amor e da alegria;
- A família num contexto social em profunda mudança;
- O desejo da união vitalícia do amor;
- A par do medo de viver o casamento como obrigação social;
- E toca também a redescoberta do matrimónio como sacramento.»
Pode ouvir todo o podcast na plataforma digital Spotify, Google Podcast ou Anchor.
É um projeto com pernas para andar, embora ainda não estejam reunidas as condições mínimas para que se concretize. Gostaria de organizar de forma sistemática alguns encontros de reflexão, partilha de experiências e crescimento humano e espiritual, especialmente direcionados aos adultos, ora com temáticas relacionadas com a família "Encontros de Famílias" ora com temas mais abrangentes "Catequese de adultos".
Tudo isto "a pandemia levou", embora ainda venha a tempo de trazer de novo.
Estava programado para o dia 21 de novembro um novo Encontro de Famílias. Talvez não se realize presencialmente mas, se houver condições de tempo e meios, poderá ter outra modalidade.
Estava agendado para o dia 28 de março o 2.º Encontro de Famílias, na Igreja de Nogueira. Porém, as recomendações relativas à evolução da pandemia COVID-19, obrigam-nos a adiar, sem previsão de nova data.
Assim, sugerimos a leitura dos pontos 37 a 41 da Carta Pastoral A alegria do amor no matrimónio cristão e convidamos à reflexão das perguntas que se seguem:
Mais do que os problemas em si mesmos, o modo como lidamos com eles pode ser o verdadeiro problema. O conflito é inevitável nas relações humanas. E quanto mais próxima é a relação, maior a probabilidade de conflito, por serem mais frequentes as ocasiões para se revelarem e acentuarem as diferenças de cada um. O conflito em si não compromete inevitavelmente o amor. Quando bem vivido e superado, pode até contribuir para uma maior proximidade e intimidade no casal. Para isso é importante que, nos primeiros anos, se proporcionem aos casais ferramentas concretas de superação de conflitos. Caso contrário, a vida em casal pode perder vitalidade.
Os conflitos são feridas psicológicas que afetam a vida do casal, tal como as feridas do corpo que, se forem superficiais, podem sarar com o passar do tempo. Se forem profundas, requerem cuidados especiais para que possam cicatrizar de dentro para fora. E um conflito não resolvido será como uma ferida mal curada, que sangra quando se lhe toca. Tempo e paciência são dois elementos necessários, mas não suficientes, porque a cicatrização exige cuidados apropriados.
A solução dos conflitos é essencial para a estabilidade do matrimónio. Alcança-se pela razão e não pela emoção. Por isso, importa que passe o tempo suficiente para que, baixando a tensão inicial, a razão se possa sobrepor à emoção. A partir daí, exige-se de ambas as partes coragem para reiniciar a comunicação, humildade para reconhecer a culpa, perdão para desculpar a ofensa, amor para acolher o outro. A comunicação interpessoal é o ingrediente indispensável para resolver os conflitos. Por isso, se os cônjuges sozinhos não conseguem restabelecê-la, peça-se a ajuda de um casal experiente ou de uma pessoa devidamente preparada.
Se, porventura, apesar do sofrimento e dos esforços feitos para a reconciliação, a complexidade da situação tornar inevitável o fracasso do matrimónio, é importante saber que o caminho da Igreja continua a ser o caminho de Jesus, o caminho do acolhimento, da misericórdia e da integração. Assim, enquanto batizados e membros da Igreja, não devem considerar-se condenados ou separados da mesma Igreja. Através de um discernimento pessoal e pastoral em cada caso e dando espaço à consciência de cada um, os interessados devem ser ajudados a encontrar a sua própria maneira de participar na comunidade eclesial, segundo as orientações da Exortação Apostólica Amoris Laetitia e do Bispo diocesano.
A oração pessoal, e também em casal e em família, é central na família cristã. Alguém que, na intimidade do seu coração, sabe agradecer o seu matrimónio ou partilhar com o Senhor alguma dificuldade na relação com o cônjuge, toma mais consciência da presença da graça sacramental na vida do casal. No diálogo com Deus reconhecem-se, tanto as dificuldades e os erros, como as alegrias da vida matrimonial; cresce a humildade para pedir perdão e ganham-se forças para perdoar e aprofundar-se a relação.
As paróquias, os movimentos e outras instituições da Igreja e casais mais amadurecidos são chamados a apoiar os casais cristãos, especialmente quando surgem crises. Através do seu testemunho experiente e, quando necessário, de ajudas especializadas é possível recordar que o casamento é uma tarefa a dois que implica ultrapassar obstáculos, e que uma crise pode ser uma oportunidade para recomeçar e renovar a mútua entrega e fidelidade.
Questões:
- Existem feridas por sarar?
- Quando foi a última vez que pedi desculpas?
- Considero mais importante ter razão ou superarmos juntos as dificuldades?
- Ao longo dos anos de matrimónio, tenho / temos crescido na confiança mútua?
- Estamos hoje mais apaixonados e comprometidos do que no dia do casamento?
Procure, cada casal, dedicar um pouco de tempo a meditar nestes pontos da Carta Pastoral.
No dia 11 de janeiro, pelas 21 horas, na Igreja Paroquial de Nogueira, terá lugar o 1.º Encontro de Famílias. Espera-se proporcionar às famílias um momento de reflexão e parti-lha sobre as alegrias e dificuldades próprias da Família. O convite é aberto a todos os interessados, quer sejam casados, noivos, divorciados, viúvos, solteiros, crianças e jovens.
Excerto da Carta Pastoral: “A Alegria do amor no Matrimónio cristão”:
«Comunicação: principal factor humano na relação
33. Numerosos estudos referem que os casais felizes se distinguem dos infelizes pelo modo como vivem a sua relação em áreas cruciais. Eis algumas: relacionamento ao nível sexual, actividades de lazer, relação com a família e amigos, situação financeira e gestão das economias, modos de viver a fé. Mas, na prática, há um factor base que pode tornar uma relação feliz ou infeliz: a comunicação ou a falta dela.
34. Frequentemente, os esposos assumem que se conhecem perfeitamente e a comunicação vai diminuindo. Enquanto namoram, a conversa flui em torno ao mútuo conhecimento. Mas, depois de casados, e à medida que o tempo avança, as conversas correm o perigo de se tornarem meramente funcionais, para resolver questões do quotidiano. Esta tendência aumenta quando surgem os filhos, que se tornam o centro da vida familiar, e escasseia o tempo para a partilha em casal. Os dias gastam-se entre emprego, cuidado dos filhos e gestão de cansaços. Não se fazem perguntas, não se partilham sentimentos, não há interesse real pelo dia do outro nem disponibilidade interior e capacidade para o escutar.
35. Comunicação e intimidade estão fortemente interligadas. E há casais com dificuldades na sua relação, porque não conseguem comunicar. Sem diálogo, sorrisos, expressões de carinho ou contacto físico, não há troca de sentimentos, não se transmite ao cônjuge o que realmente se deseja, não se discutem assuntos nem se resolvem problemas e surgem comentários a rebaixar o outro.
Há que distinguir três tipos de comunicação:
- passiva, que se caracteriza pela dificuldade de expor ideias e pensamentos, mas especialmente sentimentos, emoções e desejos. Pode provir de insegurança ou baixa autoestima e é tipicamente usada por quem evita magoar o outro ou ser criticado.
- agressiva, com expressões ressentidas ou acusatórias (ou silêncios e amuos prolongados e ostensivos), concentração nas características negativas do outro e não na situação ou assunto sobre o qual se tenta comunicar;
- assertiva, com as pessoas a expressarem-se de forma livre, não defensiva nem ofensiva, mas directa e claramente, de forma positiva e no respeito pelos momentos de uso da palavra e de escuta do outro.
Por vezes, encontrar o modo justo de comunicar pode demorar anos. Mas desistir não é opção. É frequente haver casais que vão deixando de se falar para evitar conflitos ou, por tentativas falhadas, de comunicar bem sobre determinadas situações, desacordos ou assuntos que causam polémica na vida familiar. É por isso essencial que os casais, desde o início da vida em conjunto, se vão habituando a pedir ajuda a casais mais experientes ou mesmo a profissionais. E é importante que as comunidades ofereçam cursos, acções de formação e acompanhamento pessoal nesta matéria.
36. Na relação, há que criar, desde cedo, espaço para cada um exprimir o que pensa e sente e para escutar atentamente o outro. Investir numa comunicação clara, íntima e atenta é uma base sólida e robusta para sustentar eficazmente a relação. Evita "vitimizações", mal-entendidos, assuntos tabus, silêncios impostos ou conversas proibidas. É verdade que, mesmo assim, haverá conflitos. Mas será mais fácil superá-los, se ambos se habituaram a comunicar bem um com o outro.»
Notas Orientadoras de Reflexão
1. Como comunicamos? A nossa comunicação conjugal faz-se com palavras, com gestos de carinho, com contacto físico?
2. A nossa comunicação é passiva, agressiva, assertiva?
3. O que fazer para melhorar a nossa comunicação?
Convido que se faça, em cada casa, um espaço recolhido para a oração. Não precisa de ser um espaço amplo, com materiais caros, mas poderá ser um pequeno quarto, decorado com um crucifixo, uma Bíblia e uma vela.
Deverá ser recolhido para que cada um possa permanecer nele o tempo que desejar.
O Quarto de Oração ou Oratório poderá ser benzido na Visita Pascal ou noutra data a combinar.
A Comissão da Cultura da diocese de Aveiro está a receber e publicar na sua página na internet fotografias que retratem «um sinal cristão no espaço familiar», como «um crucifixo, uma imagem de santo, um ícone, um oratório, etc.».
A iniciativa é lançada no contexto da pandemia, que veio «renovar e consolidar a consciência de que cada família, cada lar, é verdadeira igreja doméstica».
Trata-se de «tempos que exigiram reconfiguração dos lugares, desafiando à criatividade e à inovação», assinala a Comissão.
Ler mais »»Ao longos das últimas décadas têm surgido na Igreja diversos movimentos que procuram acompanhar as famílias nas suas dinâmicas, preocupações, alegrias e crescimento. Com particular ênfase no vínculo matrimonial, são constituídos, organizados e destinados aos esposos (ou noivos, ou viúvos) para o fortalecimento das relações conjugais à luz do Evangelho.
O método da maioria dos movimentos da família passa por proporcionar um encontro mensal, em casa de cada família para a partilha de uma refeição, oração em conjunto e reflexão sobre a vida familiar.