Fabiano Cerbato

Fotógrafo



Fabiano Cerbato, curitibano/porto-alegrense, mudou para Salvador aos 16 anos. Da capital baiana migrou para Amargosa que é seu lar desde o ano de 2007 e onde exerce a atividade docente nas redes pública e privada de ensino. É graduado em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especialista em Gestão Ambiental. É coautor do livro de poemas Redescobrir-se: poesias de fim de século pelo Selo Editorial Letras da Bahia / FUNCEB (1998). A fotografia é uma paixão presente desde a mais tenra idade. Nos últimos anos vem registrando os diversos espaços de Amargosa e da Bahia, sobretudo, e, recentemente, criou a exposição fotográfica com o tema AMARGOSA FOTOGÊNICA: OUTRAS PERSPECTIVAS, com realização no segundo semestre de 2019 e exibida em diversas instituições de ensino da região.

Não há uma linha específica para a produção artística das imagens. Elas ocorrem de várias maneiras, ora planejada, ora de forma despretensiosa. O que importa de fato é buscar uma visão dentro de uma composição equilibrada e harmônica dos elementos presentes na cena fotografada. O motor do processo de criação é a liberdade que a arte de fotografar permite. Uma liberdade em se permitir ver o que muitos não enxergam em seu cotidiano, liberdade que leva para diversos lugares e que transborda inspiração, liberdade que permite, por vezes, poder contar uma história e a mesma ficar registrada na memória do observador.

A estética do abandono

A série fotográfica intitulada A estética do abandono consiste em uma sequência de seis imagens captadas em um antigo prédio onde, num passado não tão distante, funcionava uma usina de beneficiamento de café. A usina em questão, localizada no interior do município de Amargosa, na Bahia, estava desativada e, em uma breve visita do autor destas linhas ao antigo prédio, acabou se transformando em um palco perfeito para o registro fotográfico com foco na beleza do caos.

O estalo (insight) para a produção das imagens foi inspirado no videoclipe instrumental Marooned, da banda inglesa Pink Floyd. O cenário de Maroneed revela algumas áreas da cidade-fantasma de Pripyat, na Ucrânia, atingida pela radiação nuclear de Chernobyl em 1986. O cenário mostrado em Maroneed, gravado em 1994, é de abandono e de silêncio, apenas interrompidos pelas memórias do passado repletas de vida.

A estética do abandono se edifica, portanto, na construção da história de um espaço-tempo que remete às suas viagens criativas diante daquilo que vê, ouve, lê e percebe oriundos de contextos característicos de seus próprios sentimentos.

Menção Honrosa no V Festival Internacional de Fotografia Brasília Photo Show 2019.