Educação e Saúde Online no Paciente com Alzheimer - ANDRADE, Laila Monike Santos Andrade. MENEZES, Angelica Pereira.

Data de postagem: Oct 15, 2016 2:55:51 AM

EDUCAÇÃO E SAÚDE ONLINE NO PACIENTE COM ALZHEIMER

Laila Monike Santos Andrade1

Angelica Pereira Menezes 2

RESUMO A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada. Quase todas as suas vítimas são pessoas idosas. Talvez, por isso, a doença tenha ficado erroneamente conhecida como “esclerose” ou “caduquice”. A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família. Não se sabe por que a Doença de Alzheimer ocorre, mas são conhecidas algumas lesões cerebrais características dessa doença. As duas principais alterações que se apresentam são as placas senis decorrentes do depósito de proteína beta-amiloide, anormalmente produzida, e os emaranhados neurofibrilares, frutos da hiperfosforilação da proteína tau. Outra alteração observada é a redução do número das células nervosas (neurônios) e das ligações entre elas (sinapses), com redução progressiva do volume cerebral. A divulgação online sobre o Alzheimer trará uma nova perspectiva para usuários, cuidadores e familiares através da informação aprendendo a lidar de maneira mais adequada com esses idosos e ajudando no diagnostico precoce da doença com a identificação de sinais e sintomas característico dessa patologia trazendo uma melhor qualidade de vida e resolutividade de muitas dúvidas e questionamentos que surgem diante desse quadro degenerativo.

Palavras-chave: Alois Alzheimer. Doença de Alzheimer. Educação online.

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Acadêmica do curso de enfermagem da faculdade Integrada do Extremo Sul da Bahia.

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Acadêmica do curso de enfermagem da faculdade Integrada do Extremo Sul da Bahia.

1 INTRODUÇÃO A doença de Alzheimer possui esse nome referente ao médico Alois Alzheimer, o primeiro a descrever a doença, em 1906. Ele estudou e publicou o caso da sua paciente Auguste Deter, uma mulher saudável que, aos 51 anos, desenvolveu um quadro de perda progressiva de memória, desorientação, distúrbio de linguagem (com dificuldade para compreender e se expressar), tornando-se incapaz de cuidar de si. Após o falecimento de Auguste, aos 55 anos, o Dr. Alzheimer examinou seu cérebro e descreveu as alterações que hoje são conhecidas como características da doença. (ABRAz) O processo degenerativo da doença de Alzheimer afeta a atividade dos neurônios e reduz os níveis das substâncias que afetam a ligação química entre os neurônios, os neurotransmissores, assim, não se relacionando com a circulação ou com a aterosclerose. Este quadro é geralmente crônico e progressivo que interfere diretamente na vida do indivíduo. A perda de células cerebrais é um processo natural, mas em doenças que conduzem à demência isso ocorre a um ritmo mais rápido e faz com que o cérebro da pessoa não funcione de uma forma normal. O Alzheimer atinge, sem distinção de sexo, cerca de 10% a 20% da população com mais de 60 anos, sendo a quarta causa de morte nos Estados Unidos, atingindo 1,5 a 2 milhões de americanos. Estima-se que nos EUA existam cerca de 4 milhões de pacientes e no Brasil, atinge 2 milhão de pessoas. Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. Embora a doença de Alzheimer não seja curável ou reversível, existem formas de se aliviar os sintomas e o sofrimento do paciente, de ajudar sua família e de diminuir a velocidade de progressão da doença. ( Ricardo Ribeiro, 2008) É fato que as novas tecnologias modificam o cotidiano dos pacientes com demência bem como seus familiares e cuidadores, seja no âmbito laboral ou fora dele. Inclusive, devem-se levar em conta as reconfigurações das relações interpessoais diante do fenômeno das incorporações tecnológicas no dia-a-dia das pessoas que, sem dúvida, sob muitos aspectos, altera o ritmo de vida e de trabalho. (Silva, et al 2008)

2 OBJETIVO

2.1 Geral Objetiva-se demonstrar a relevância social do fenômeno tecnologia no cuidado em saúde como objeto de conhecimento psicossociológico.

2.2 Especifico

 Analisar a importância da tecnologia na saúde de pacientes com Alzheimer

 Propor intervenções de divulgação tecnológica sobre demência para a sociedade.

3 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo que é descrever as características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.(Gil,2008) Na elaboração do trabalho foi utilizados programas sendo estes a plataforma Microsoft word 2010 ,o Windows 7 ,o Google crome ,Google acadêmico e Sites indiretos como scielo, ministério de saúde/portal da saúde, artigos acadêmicos com referencias indiretas no decorrer do trabalho contendo referencias bibliográficas. Com relação aos preceitos éticos deve ser respeitado a resolução 196\96 e o sistema brasileiro de revisão ética de pesquisa envolvendo seres humanos, fundamentando-se nos códigos de Nuremberg (1947) e nas propostas de diretrizes éticos internacionais para pesquisas biomédicas envolvendo seres humanos (CIOMS\OMS 1982 e 1993). Esta resolução incorpora a ótica do individuo e das coletividades respeitando os princípios básicos da bioética, autonomia, não maleficência, beneficência e justiça. Visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade cientifica, aos sujeitos da pesquisa e ao estudo.

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Alzheimer Com o envelhecimento populacional, prevê-se um aumento na incidência de demências, caracterizadas pelo desenvolvimento de múltiplos déficits cognitivos, incluindo comprometimento da memória e, pelo menos, uma das seguintes perturbações cognitivas: afasia, apraxia, agnosia e perturbação do funcionamento executivo com intensidade suficiente para interferir no desempenho social ou profissional do indivíduo (APA, 1994). A descoberta bases biológicas do funcionamento da memória têm sido uma das principais preocupações das Neurociências. Para nós, memória nada mais é do que a capacidade que temos de reter e recuperar informações e, com isso, alterar nosso comportamento em função de experiências anteriores. Partindo do princípio de que cérebro funciona como um todo, a partir de regiões especializadas no processamento de diferentes tipos de informações, concebemos que o „armazenamento‟ de informações depende de alterações na estrutura e na função de células nervosas, bem como de suas conexões, em diferentes regiões do sistema nervoso. Ou seja, o cérebro possui uma certa „plasticidade‟, a varia com a idade. Quanto mais avançada a idade, menor a capacidade de ocorrerem alterações. Por isso, consideramos a memória como o melhor marcador biológico para o envelhecimento. Entre as principais causas das amnésias podemos destacar o stress; a depressão, que é mais frequente; até demências mais graves como o mal de Alzheimer. Também o mal de Parkinson nos seus estágios mais avançados; a dependência crônica e grave de álcool, cocaína e de outras drogas; as lesões vasculares; o traumatismo craniano repetido e a exposição a metais pesados por longo período estão entre as causas das amnésias. Com menos de 50 anos de idade existe uma probabilidade mínima de ter uma disfunção orgânica relativa à memória, com exceção dos casos em que houve exposição a metais pesados. Em indivíduos com mais de 50 anos existe a possibilidade de aparecer várias condições patológicas que podem ser associadas a alterações de memória. Entre 50 e 60 anos de idade aumenta a possibilidade de Alzheimer e arteriosclerose. Em casos mais graves, pode haver a perda de memória de procedimentos, a qual está relacionada a nossas habilidades motoras. Um complicador a mais é o acúmulo de perdas de células nervosas, principalmente a partir dos 30 anos de idade, quando perdemos entre 10.000 e 100.000 neurônios todos os dias. O fato animador é que, mais ou menos entre os 120/125 anos de idade, teríamos ainda a metade da capacidade cerebral, o que nos possibilitaria viver e raciocinar normalmente. Mas então qual o motivo algumas pessoas em idade avançada apresentam quadros demenciais? Simplesmente porque há outros fatores associados tais como: stress, obesidade, depressão, fumo, drogas, diabetes, etc, os quais aceleram a perda de densidade cerebral. Então, como podemos nos prevenir de patologias relacionadas à memória? Nos afastando dos fatores de risco; realizando atividades que demandem o „uso‟ do cérebro, como por exemplo aprender uma nova língua, e praticando atividades físicas regularmente. Também, entre os reguladores da aquisição, da formação e da evocação das memórias estão às emoções e os estados de ânimo. Dessa forma, o „armazenamento‟ e a „manutenção‟ de determinadas informações depende do sentido que damos a elas, o que nos faz retomar autores, ligados à fenomenologia, como Merleau-Ponty e Goldstein.4.2 A tecnologia comoferramenta em saúdepsicossocial A tecnologia pode determinar o estilo de vida da sociedade, levando o homem a desenvolver sentimentos e comportamentos de adoração, medo, aproximação e afastamento. O fenômeno tecnologia em saúde integra pensamentos e discussões dos profissionais, fazendo circular informações entre eles, levando-os a elaborarem conhecimentos que alicerçam seus modos de agir. Pressupõe-se que a presença de recursos tecnológicos em ambientes de cuidado gera em quem cuidar inquietações, sentimentos e comportamentos que se relacionam às representações sobre determinado objeto, no caso a tecnologia em saúde, as quais determinam diferentes modos de cuidar. Entender a tecnologia no cuidado em saúde na abordagem psicossociológica possibilita o conhecimento do campo que congrega elementos que constroem as representações sociais, no intento de compreender tais modos de cuidar. A tecnologia pode influenciar e modificar nosso modo de vida e determinar influências em diversos campos tais como o social, o econômico e o ambiental. “A tecnologia é empregada para controlar, transformar ou criar coisas ou processos naturais ou sociais”. Neste sentido, é capaz de determinar o estilo de vida de toda a sociedade, podendo, pois, ser entendida como “um parlamento de coisas no qual formas de civilização alternativas são debatidas e decididas”. Com base na afirmação de Heidegger e Jaques Ellul, a tecnologia exerce controle cultural e social sobre o ser humano. Índice Tipo Dimensões Avaliadas Perfil de Impacto da Doenca (Sicknes Impact Profile – Geral Cuidados pessoais e movimentos corporais, ambulação, mobilidade, SI) (Bergner et al., 1981) sono e descanso, gerencia das tarefas de casa, recreação e lazer, comportame nto emocional, comportame nto de alerta, comunicaçã o, interação social, trabalho e alimentação. Formulário Resumido- 36 (Short Form-36) (McHorne y et al., 1994) Geral Desempe nho das funções físicas, limitações de desempenh o, devido as limitações pelos problemas físicos, funções sociais, dor corporal, saúde mental em geral, limitações de desempenh o devido aos problemas emocionais, vitalidade, percepção geral da saúde. Sistema Descritivo EuroQol (ESSINKBOT; STOUTHA RD; BONSEL, 1993) Geral Mobilidade, cuidados pessoais, atividades cotidianas, dor e desconforto, ansiedade e depressão.4.3 Métodos para adisseminação tecnológica Entre 2007 e 2008 diversos fóruns de debate aconteceram no campo do direito à saúde, da medicina baseada em evidências, da avaliação econômica, da gestão no Sistema Único de Saúde e na saúde suplementar. Os debates identificaram como ponto de partida a necessidade de institucionalização de uma política nacional com diretrizes gerais para orientar a implantação da avaliação, incorporação e gestão de tecnologias no sistema de saúde. Além disto, no decorrer de três anos vários debates ocorreram em torno da implementação da Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) nas decisões da Comissão de Incorporação de Tecnologias do Ministério da Saúde (Citec) e nos encontros ocorridos no âmbito do Grupo Técnico de Ciência e Tecnologia da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) Disseminação de informações por meio de instrumentos que considerem o público-alvo e a linguagem adequada, o tempo disponível para a avaliação, a transparência e a explicitação dos conflitos de interesse tem grande importância para a saúde da sociedade e através da utilização dos instrumentos corretos contribui para ter um resultado positivo na saúde psicossocial. GRUPOS-ALVO: • clínicos (indivíduos, • associações profissionais); • pacientes /consumidores (indivíduos, organizações); • organizações provedoras de assistência (hospitais, clinicas, etc.); • pagadores (Governo, operadoras de planos de saúde); • organizações de garantia de qualidade e de acreditação; • formuladores de politicas governamentais (locais, regionais, nacionais, internacionais); • pesquisadores da área biomédica; • companhias do setor de saúde; • jornalistas (editores e jornalistas populares /científicos); • instituições educacionais (escolas, programas de educação continuada). MEIOS DE DIVULGAÇÃO: • impressos – jornais, correspondência direta, periódicos científicos/ profissionais, folhetos; • eletrônicos – televisão, radio, dvd`s, bancos de dados computadorizados (on-line e em disco, internet); • apresentações – consultas informais, palestras formais, grupos focais.5 RESULTADOS ESPERADOS Com este projeto esperamos que os pacientes com demência como por exemplo o mal de Alzheimer , visualizem, se informem , e ajudem na melhoria da qualidade de vida dos pacientes, cuidador , familiares e a sociedade contra preconceitos, desumanização , isolamento social, maus tratos, abandono entre outros, através da tecnologia em saúde. Na defesa de que a tecnologia no cuidado à saúde possa estar delimitada como objeto de conhecimento psicossociológico, o empenho inicial se faz no sentido de demonstrar a relevância e a “espessura social” deste fenômeno (objeto), que justificariam a existência de representações. A incorporação das novas tecnologias vem imprimindo mudanças gradativas nos cuidados prestados pelo enfermeiro e com esse projeto espera-se que ocorra o mesmo. Isso, por vezes, gera medo e angústia para alguns, enquanto para outros representa status, incentivo à busca de aperfeiçoamento técnico-científico, determinando condutas ambivalentes de maior proximidade ou afastamento do cliente. O fenômeno tecnologia em saúde, pela complexidade e demandas diferenciadas que por vezes traz no manejo do cuidado ao cliente, faz com que os profissionais e acadêmicos pensem, reflitam, discutam e troquem experiências sobre o cuidado ao cliente em um ambiente tecnológico.6 CONCLUSÃO A partir das considerações expostas até então, torna-se evidente que as tecnologias já presentes em ambientes de cuidado, bem como aquelas que são incorporadas no intuito de contribuir com a recuperação dos clientes com Alzheimer, interferem sobremaneira no modo como os enfermeiros desenvolvem os cuidados aos sujeitos sob sua responsabilidade, ou seja, interferem nas ações e comportamentos que são realizados no sentido de favorecer, manter ou melhorar a condição humana no processo de viver ou morrer; em última instância, interferem no processo de cuidar. O processo de cuidar é um processo interativo, que envolve um movimento no sentido de conduzir a transformação, entendido nas dimensões física, psicológica, social, ambiental e cultural. Cuidar, então, compreende aspectos pessoais e sociais, sensibilidade, respeito, solidariedade, interesse. Implica, portanto, colocar-se no lugar do outro, interagir e responsabilizar-se com o outro no intento de aliviar seu sofrimento ou proporcionar seu bem-estar. Portanto, a compreensão dos modos de cuidar dos enfermeiros em ambientes tecnológicos sob a ótica da psicossociologia aponta para a possibilidade de identificar os fatores que interferem na construção da representação dos enfermeiros sobre a tecnologia enquanto fenômeno social, que, por sua vez, justificam seus modos de cuidar. As possíveis contribuições disso são as possibilidades de reflexão sobre a atuação do profissional e o cuidado por ele prestado, trazendo à tona uma discussão que envolve qualificação profissional, formação especializada, qualidade da assistência, entre outras. Logo, para o campo da saúde, e em especial do cuidado de enfermagem, importa conhecer como o enfermeiro vem enfrentando as transformações que se colocam no cotidiano da prática de cuidar, à luz das tecnologias cotidianamente incorporadas, e de que forma isso implica nas suas atitudes e modos de agir. No fim, importa saber o impacto que isso traz para a prestação do cuidado integral e de qualidade à clientela.7 REFERÊNCIAS

1. Revista Espaço Acadêmico, nº 91, dezembro de 2008, titulo Alzheimer Que doença é esta? Autor :Ricardo Ribeiro

2. MACCIONI, R. B.; RODRIGUES, P.; O mal deAlzheimer: o ataque de proteínas às células do cérebro. Ciência Hoje. V. 20, N. 115, pg. 34-38, Novembro. 1995.

3. Trabalho de Licenciatura (Abril 2005) Maria de Fátima Oliveira , Marlene Ribeiro , Raquel Borges e Sónia Luginger. DOENÇA DEALZHEIMER PerfilNeuropsicológico eTratamento.

4. REVISTA USP, São Paulo, n.75, setembro/novembro 2007. Envelhecimento eMemória: Foco na Doençade Alzheimer . MARCO A. PRADO, PAULO CARAMELLI, SÉRGIO T. FERREIRA, MARTÍN CAMMAROTA e IVÁN IZQUIERDO.

5. Ministério da saúde, BrasiliaDF 2010; Politica nacionalde gestão de tecnologia emsaúde.

6. Revista Enfermagem Ana Nery, Nº 173, Março de 2009, titulo A tecnologia em saúde: uma perspectiva psicossociológica aplicada ao cuidado de enfermagem,

Autor: Rafael Celestino da Silva e Márcia de Assunção Ferreira.