Página do Clube UNESCO da Cidade do Porto
AS NOSSAS MEMÓRIAS
AS FONTES DO PORTO
lançamento do Volume II
Sábado, 16 Setembro, 16H30
nas galerias da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, localizada nos Jardins do Palácio de Cristal.
LANÇAMENTO DO LIVRO AS NOSSAS MEMÓRIAS - AS FONTES DO PORTO, FEIRA DO LIVRO 2015- COMEMORAÇÕES DO 25 ANIVERSÁRIO DO CLUBE UNESCO DA CIDADE DO PORTO.
O GRUPO DE TRABALHO VEM AGRADECER, A TODOS OS ASSOCIADOS E AMIGOS DO CLUBE QUE ESTIVERAM PRESENTES, AQUANDO DO LANÇAMENTO DO LIVRO E ASSINATURAS DOS DO MESMOS NO PASSADO DIA 19 DE SETEMBRO DE 2015.
A VOSSA PRESENÇA FOI GRATIFICANTE E MOTIVADORA. O ÊXITO VERIFICADO, TAMBÉM NOS LEVA A CONTINUARMOS COM O NOSSO TRABALHO, OU SEJA, COM O FUTURO LIVRO (II VOLUME). NELE CONTINUAREMOS A DAR A CONHECER E DIVULGAR NÃO AS FONTE MAIS NOTÓRIAS MAS AS MAIS ABANDONADAS... AS QUE NÃO ESTÃO IDENTIFICADAS, AS QUE NÃO CONHECEMOS A SUA HISTÓRIA, AS QUE ESTÃO DESPREZADAS ENFIM, AS QUE FAZEM PARTE DO NOSSO QUOTIDIANO.
O NOSSO OBRIGADA
ARMINDA SANTOS
LUIS PACHECO
MAXIMINA GIRÃO
RUI CLARE
Notícias sobre o Observatório do Património do Porto
Convidamos os nossos associados e amigos para o lançamento do livro
"As Nossas Memórias - as fontes", obra com edição da Afrontamento,
desenvolvida no âmbito do trabalho do OPP-CUCP (Observatório do
Património do Porto / CLUBE UNESCO DA CIDADE DO PORTO).
Dia 12 de Setembro de 2015, pelas 17H00, nas galerias da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, localizada nos Jardins do Palácio de Cristal.
JULHO 2012
“… PORQUE O PRESENTE É TODO O PASSADO E TODO O FUTURO.” ÁLVARO DE CAMPOS
NA AMALGAMA DAS NOSSAS VIDAS COM UM PRESENTE CRUEL! AINDA HÁ TEMPO PARA REFLETIRMOS O PASSADO, PARA QUE ELE, EMBORA PASSADO… SEJA O LEGADO DO FUTURO.
ESTA É A FORÇA E A MÓ, QUE FAZ GIRAR A VELA DO NOSSO MOINHO QUE ANIMADA E CIENTE DE DIFICULDADES …, LÁ VAI RECOLHENDO ALGUNS SABERES, IDEIAS EXPERIÊN-CIAS … TRITURAMOS DÚVIDAS, SABOREANDO ESPERANÇAS… MESMO QUE OS VENTOS NÃO NOS DÊEM BONANÇA.
ESTÁ EM MOVIMENTO A VELA DO O.P.P. (OBSERVATÓRIO DO PATRIMÓNIO DO PORTO), CONFORME TRABALHO INTEGRADO NO PROJETO –“ AS NOSSAS MEMÓRIAS AS FONTES“, JÁ REALIZADO E PARTILHADO COM OS ASSOCIADOS DO CLUBE UNESCO DA CIDADE DO PORTO, UTILIZANDO OS MAIS DIVERSIFICADOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. CONQUISTAR TAMBÉM NOVOS PÚBLICOS É NOSSO OBJETIVO OU SEJA, CHEGAR A INDIVÍDUOS QUE COMO NÓS, ATRAVÉS DO MESMOS MEIOS, TERÃO POR CERTO, ALGUM TEMPO PARA REFLETIR SOBRE O PASSADO COM OLHOS NO FUTURO.
SENDO ASSIM O PRESENTE GRUPO DO OBSERVATÓRIO DO PATRIMÓNIO, QUE INTEGRA UM NOVO ELEMENTO - MARIA DA GLÓRIA LOURO – ESTÁ A IMPLEMENTAR PARA O ANO 2012/14, O SEGUINTE DE TRABALHO QUE REDUZIMOS POR QUESTÕES PRÁTICAS A DOIS PONTOS:
FONTES - FASE 1 COM RESULTADOS JÁ APRESENTADOS, FALTANDO TRABALHAR AS SEGUINTES FONTES:
FONTE DAS SOBREIRAS / CANTAREIRA;
FONTE DO OURO;
FONTE DAS OLIVEIRAS (está em observação cerrada desde o inicio do projeto)
PARA QUE O TRABALHO DÊ OS SEUS FRUTOS PASSA POR UM RESPONSAVEL E CRITERIOSO TRABALHO DE CAMPO.
TRABALHO DE CAMPO:
- INVENTARIAÇÃO DE PROBLEMAS, ANÁLISE DA SITUAÇÃO, ANÁLISE CRITICA, RECOLHA DE FOTOS, PROPOSTAS SOBRE AS FONTES OBSERVADAS, REUNIÕES COM OS ELEMENTOS QUE COMPÕE O O.P.P., REUNIÕES JUNTAS DE FREGUESIA ETC.
INVESTIGAÇÃO DOCUMENTAL
PROCURA DE PUBLICAÇÕES, RECOLHA DE DOCUMENTOS AVULSOS, POR FORMA A VIREM VALORIZAR / AMPLIAR CONHECIMENTOS E PODÊ-LOS TRANSMITIR SEM AMBIGUIDADES.
LEITURA, RECOLHA E SERIAÇÃO DE DADOS, SISTEMATIZAÇÃO DE IDEIAS, REUNIÕES.
CONCLUSÕES.
ROTA DO RIO- (Pretendemos trabalhar as Fontes atuais, e desaparecidas na envolvente do RIO DOURO).
FONTE DAS FONTAINHAS;
FONTE DO SOUTO;
FONTE DA RIBEIRA;
FONTE DA RUA DE MOUZINHO DA SILVEIRA;
FONTE DE MIRA GAIA (desaparecida);
FONTE DO MACACO / BORGES;
FONTE DE MASSARELOS;
FONTE DA RUA DA RESTAURAÇÃO (desaparecida);
FONTE DE D. PEDRO V;
FONTE DAS SOBREIRAS/ CANTAREIRA;
FONTE DO OURO;
FONTE RUA LUIS CRUZ ;
FONTES DO JARDIM DO PASSEIO ALEGRE.
Preparámos a rentrée - Setembro de 2011
Pela primeira vez, o Observatório do Património do Porto preparou a rentrée dos associados e amigos do Clube Unesco da Cidade do Porto.
Acabadas as férias…, logo, recomposto o corpo e a alma da azáfama quotidiana que nos absorve e inquieta, projectar uma visita relacionada com a natureza e com a vida rural (ainda possível de observar, não sabemos por quanto tempo…), foi a nossa opção.
O trabalho realizado pelo OPP arrancou, então, com a visita a um nicho de ruralidade na cidade, lá para as “terras de Paranhos” ou “campos da Asprela”. Transmitir muitos dos conhecimentos acumulados sobre as fontes, às quais temos dedicado o nosso estudo e investigação, tornava-se imperioso.
Destas duas realidades, as fontes e a ruralidade, encontramos um ponto comum – a água – que serviu de impulso para a nossa visita. Sendo assim, a água interessou a um grupo de pessoas que, empenhadas, observaram os velhos campos da Asprela, outrora zelosamente cultivados, casas de lavradores (hoje em ruínas), ficaram a conhecer um antigo vocábulo ligado ao amanho da terra, as “cortinhas” e entraram num antigo solar, pleno de História e tradições… Desafortunadamente, constataram o desenfreado ritmo de construção da FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto) que, vorazmente, tudo vai reduzindo a betão e argamassa…
Por estas paragens, podíamos encontrar um dos grandes mananciais da cidade - o de Paranhos -, talvez ligado às terras húmidas e pantanosas de Arca de Água!... Este alimentaria diversas quintas: Quinta da Maia, Quinta do Vento, Quinta da Bela, de S.to António, de S. José, Quinta das Lamas ou das Viscondessas, ou seja, o velho solar do Visconde de Roriz que entrou em decadência, no século XVII. Tivemos, então, a oportunidade de entrar no citado solar, de grande interesse patrimonial, quer natural/rural, quer artístico, que este encerra. Esta decadente construção do séc. XVI, repugna os nossos olhares que, no séc. XXI, não são indiferentes a tanta ambiguidade, desrespeito e ostracismo, a que está votado este imóvel, cujo portal tem traça nasoniana.
Imagem antiga do portal da Quinta de Lamas
(Desenho de Gouveia Portuense)
Imagens do portal da Quinta de Lamas
Portal barroco de influência nasoniana
(Foto tirada em 2007)
(Imagem registada por um elemento do OPP - CUCP)
(Foto tirada em 2011)
(Imagem registada por um elemento do OPP – CUCP)
O portal em arco abatido, encimado por um frontão recto interrompido, que apresenta ao centro o brasão, esquartelado, dos primeiros proprietários, enquadrado por duas volutas algo desmesuradas. (IGESPAR)
Imagem actual do pormenor da parte cimeira do portal
Pedra de armas dos Viscondes de Roriz, cujo escudo rematava com uma águia.
(Imagem registada por um elemento do OPP – CUCP)
O primeiro proprietário do solar, de que há registo, teria sido o visconde de Roriz que morreu em 1858 e, o último, a família Canavarro.
A casa desenha-se em forma de U, revestida a azulejos, azuis e brancos, com um andar superior a que se tinha acesso por uma graciosa escadaria. Possuía um belo jardim com uma original fonte em estado já decadente. A capela tinha três altares e contemplava o esplendor de outrora. Os campos e a horta eram grandes e férteis, onde não faltava água para o regadio, onde se plantavam com garbo “as novidades”…
Deixámos o local, surpreendidos, amarfanhados e perturbados por tanta indiferença dos actuais donos… a Universidade do Porto. O que vão fazer a tudo isto? Deixar destruir para depois melhorar?! Não nos parece o percurso melhor… mas aguardaremos…
Conhecido o solar, partimos para “as nossas fontes”: do Regado, Frontão do Carvalhido, Fonte de Vila Parda, cuja informação histórica, investigação e resolução de problemas por nós detectados, se encontram já no nosso blog e no facebook (OPP – CUCP), leitura dos quais recomendamos vivamente. Referimos outro importante manancial do Porto, o do Campo Pequeno, situado no hoje conhecido Largo da Maternidade e também o manancial do Campo 24 de Agosto que era conhecido como o do Campo Grande.
Salientámos o facto de a cidade do Porto ter sido sempre rica em água, possuindo várias minas, mananciais, fontes e bolhões… Podemos mesmo dizer que, no séc. XVII, as autoridades de então, já se preocupavam com a qualidade da água, embelezamento dos espaços circundantes às fontes, plantando diversas árvores: carvalhos, álamos e ulmeiros. Segundo escrevia o padre Rebelo da Costa, em 1788, “é copioso o número de fontes, chafarizes e poços de água nativa e pura que servem de uso e regalo a todas as famílias. Os poços excedem o número de 2000 (…). O número das fontes públicas passa de cem.”
Parte do grupo que participou na visita, acompanhados pela actual responsável
e residente na Quinta das Viscondessas (Set. 2011)
(Imagem registada por um elemento do OPP – CUCP)
Curioso, no meio de tudo isto e gratificante para o nosso trabalho, é que, das cerca de vinte pessoas que nos acompanharam na visita, nenhuma conhecia o que lhes mostrámos! Embora sejam pessoas atentas às diversas vertentes do património… mas, o esquecimento, a falta de informação, o desuso, a indiferença das autoridades que regem estes assuntos, leva a que, o cidadão comum, ignore estes equipamentos comunitários tão essenciais para a vida quotidiana de outrora – as fontes que eram locais onde a sociedade trocava conversas, sadias gargalhadas, onde as crianças brincavam e onde se trocavam secretos olhares amorosos… não fossem as fontes locais de vividos amores!
ARMINDA SANTOS