2ª. Peregrinação

2ª Peregrinação Cultural Santiago de Compostela – Finisterra / Muxia

Reportagens

Pode ver as fotografias e os vídeos enviadas pelos nossos associados

Fotografias do associado António Catarino

1ª Etapa Reproduzir apresentação de diapositivos Link para o Youtube do slide-show da 1ª Etapa.

2ª Etapa Reproduzir apresentação de diapositivos Link para o YouTube do slide-show da 2ª. Etapa

3ª.Etapa Reproduzir apresentação de diapositivos Link para o YouTube do slide-show da 3ª. Etapa

4ª.Etapa Reproduzir apresentação de slides Link para o YouTube do slide-show da 4ª. Etapa

5ª.Etapa Reproduzir apresentação de slides Link para o YouYube do slide-show da 5ª. Etapa

6ª.Etapa Reproduzir apresentação de slides Link para o YouYube do slide-show da 6ª. Etapa

Fotografias do associado José Carlos G. Monteiro

1ª. Etapa Reproduzir apresentação de diapositivos

2ª. Etapa Reproduzir apresentação de diapositivos

3ª. Etapa Reproduzir apresentação de diapositivos

4ª. Etapa Reproduzir apresentação de diapositivos

5ª. Etapa Reproduzir apresentação de diapositivos

6ª. Etapa Reproduzir apresentação de diapositivos

2ª Peregrinação Cultural Santiago de Compostela – Finisterra / Muxia

Datas e percursos

1ª Etapa – 24 e 25 SET 2010 Santiago / Negreira

2ª Etapa – 08 e 09 OUT 2010 Negreira / Maroñas

Etapas a realizar no ano de 2011

3ª Etapa – 04 e 05 MAR 2011 Maroñas / Hospital

4ª Etapa – 01 e 02 ABR 2011 Hospital / Cee

5ª Etapa – 06 e 07 MAI 2011 Cee / Finisterra

6ª Etapa – 03 e 04 JUN 2011 Hospital / Muxia

Inscrições no projecto: Associados 35,00 €; Amigos 45,00 €

Informações pertinentes:

A informação e a inscrição/pagamento da etapa seguinte, será dada e efectivar-se-á até ao final da etapa anterior.

As inscrições, quer no projecto, quer em cada etapa são individuais. Aos inscritos no projecto será sempre garantida a participação em todas as etapas, desde que se inscrevam no decurso da etapa anterior. As dormidas serão sempre no Monte do Gozo e o preço de cada etapa será sempre o mesmo.

A inscrição enquanto associado só será aceite aos associados com quotas em dia.

É fundamental esclarecer o tipo de quarto pretendido e no caso de quarto duplo, a indicação do respectivo parceiro de quarto.

Responsável: Júlio Santos Telem.: 96 556 79 38

Para a maioria das pessoas, a peregrinação a Santiago de Compostela termina na Catedral da cidade galega, onde depois de chegados se assiste a uma missa. Desenganem-se! Depois da missa e de um curto descanso, é necessário percorrer a pé cerca de mais 80 quilómetros até ao Cabo Finisterra onde se situa o Quilómetro Zero dos Caminhos de Santiago, para, na ravina fronteira ao farol, efectuar a queima do calçado utilizado durante a peregrinação: chinelos, sapatos, botas, etc. São visíveis vestígios de centenas de fogueiras ao longo das escarpas do farol, ou até encontrar peregrinos que procedem à queima. Retratos da Galiza VIII

POR JOSÉ SIMÕES, ÀS 09:29

Caminho do Sol - Finisterra

Cabo Finisterra

Bota em bronze - Homenagem ao Peregrino

Finisterra

Finisterra vem do latim “finis terrae”, fim da terra; e fim também do Caminho de Santiago. Desde a antiguidade que as pessoas queriam chegar ao fim do mundo, onde a terra acaba e o mar começa ou pelo menos assim o consideravam as legiões romanas ao contemplar o afundamento do sol nas suas aguas.

Antigos geógrafos grecorromanos encontraram aqui o Promontorium Nerium e o Ara Solis, o altar de culto ao sol, construído pelos fenícios e que o mesmo Apóstolo Santiago o destruiu em pouco tempo.

A ideia da peregrinação pelas terras mais ocidentais da Europa, já estava presente nas crenças dos povos Celtas, que situavam “el Más Allá” em uma ilha do ocidente. Mas já muito antes da data apontada pela igreja para a descoberta da tumba do Apóstolo, existia uma rota de peregrinação(romana e anteriormente celta), que ia do extremo Este ao Oeste de Espanha, até Finisterra. Este velho caminho de peregrinação, simbolizava a viagem do sol de Oriente para Ocidente, “afogando-se” no oceano para voltar a surgir no dia seguinte. O renascer do Sol estaria intimamente ligado com o renascer da vida. Hoje em dia são muitos os peregrinos que chegando a Santiago resolvem continuar o Caminho até Finisterra, Fim da Terra e Fim do Caminho de Santiago.Quando nos princípios do século IX, se descobriu o sepulcro do Apostolo Santiago, a Igreja Católica deu um sentido cristão a estas velhas ideias de peregrinação, orientando para Compostela, cidade que se converteu num grande foco de atracção durante toda a Idade Média.

A estreita relação de Finisterra com o culto jacobeo foi a que estabeleceu que o Caminho de Finisterra fosse uma das primeiras rotas que pisaram os peregrinos. Tanto é assim que já no Séc. XI aparece citada a cidade de Duio no Códex Calixtinus ( Libro III). Segundo testemunhos antigos, en Finisterra existiu uma velha cidade pagã, Dugium (hoje Duio), por onde passaram os restos do Apóstolo a fim de serem enterrados nos confins do Ocidente.Os discípulos do apóstolo solicitaram permissão à rainha da região, de nome Lupa; que os remeteu ao governador de Dugium, que ordena que se lhes prepare uma emboscada para os matar, descoberto o plano conseguem fugir com o corpo do apóstolo. A antiguidade desta rota comprova-se em documentos de 1119 nos que se cita a preocupação do Rei Alfonso VII e o Abade de San Xulián de Moraime por dar hospedagem aos peregrinos que chegavam à zona. Em 1355 o peregrino Jorge Grisaphan descreve no seu diário a peregrinação a Fisterra. Em 1465 León de Rosmithal, 1462 Sebaldo Rieter, en 1581, Erich Lassota, 1583 Julián Iñiguez de Medrano, todos eles narram as suas peregrinações ao fim da terra.

Graças aos costumes dos peregrinos de chegar ao Fim do Caminho e cumprir os rituais de tomar banho no mar, queimar as roupas utilizadas durante a viagem e ver o por do sol, são testemunhos das peregrinações dos caminhantes da Idade Média, que comprovam a antiguidade da rota a Fisterra e o seu interesse pela história e as suas lendas.

O Caminho a Fisterra, é o único dos Caminhos que não tem a sua meta em Santiago, mas sim a sua origem. Na actualidade, a prolongação do Caminho até à Costa da Morte é um ritual que seguem muitos peregrinos, que desejam chegar até ao Fim da Terra, contemplar o caminho e conhecer algumas das paisagens mais impressionantes da costa europeia ocidental.

Lendas

A singularidade de Finisterra surge das muitas lendas que envolvem estas terras, e nas que se entrelaçam temas religiosos, marítimos e outros. Entre elas destacam-se a do Ara Solis, Ermida de San Guillermo, Orca Vella, Pedras Santas, Santo Cristo de Fisterra e a Cidade de Dugiumentre outras.

Ara Solis

Conta a tradição que os romanos encontraram no lugar um altar ao sol (Ara Solis) construído aí pelos fenicios e que o Apóstolo Santiago mandaria destruir pouco despois. A memoria deste altar aínda perdura nas lendas fisterranas e no nome da praça mais típica da antiga vila. Tambem se diz que o cálice e a hostia do escudo da Galiza representam o Santo Graal, vem da cristianização do altar pagão, no que o cálice simbolizaría o horizonte do mar, e a hóstia, o sol no seu ocaso. Uma rocha em forma de mesa quadrada metida uns metros no mar, na ponta do cabo, recebe tambem o nome de Ara Solis, talvez por ser parecida com a mesa de um altar.

Santo Cristo

A partir do Sec XIV, conta a lenda que os pescadores da zona viram um barco em dificuldades no meio de uma tempestade sem poder avançar, como se estivesse ancorado. Observaram que dentro da embarcação atiraram uma caixa ao mer e que o barco consegiui sair e seguir viagem. Uma vez que a caixa chegou a terra, os marinheiros abríram-na e descubriram a imagem do Santo Cristo, imagem atribuída a Nicodemus, considerando que a sua vontade era vir para estas terras.

Desde esse momento, despertou grande devoção e fama em toda a região por fieis que visitavam o Santo Cristo e com mais intensidade na Semana Santa. Esta imagem é de um impresionante realismo, destacando a sua profunda humanização: é de tamanho natural, diz-se que as unhas são de um homem, que emite suores de morte e que lle cresce o pelo e as unhas. Na Semana Santa festeja-se a festa de Santo Cristo de Finisterra (Festa de Interesse Turístico Nacional), centrada não na Paixão e Morte, mas sim na Ressurreição de Cristo. Cristo é assim como o sol, que se perde no oceano insondável da morte e ressuscita das trevas.

Visitar Finisterra significa chegar ao fim de um velho caminho de peregrinação pelas terras mais ocidentais da Europa, seguido por milhares de pessoas ao largo de muitos anos, para encontrar-se com o renascer da vida, com velhos cultos pagãos e os elementos da natureza, que aqui se manifestam com todo o seu esplendor: a água, o sol e as pedras; que cristianizada mais tarde, deram, origem a concorridos santuários como o da Virgem da Barca e o Cristo de Finisterra, ambos relacionados com a Rota Jacobea.

Muxia

Muxia está ligada ao apostolo segundo o relato, provavelmente elaborado no velhinho mosteiro de Moraime, que situa a aparição milagrosa de Maria a Santiago, no lugar de Muxía, para conforta-lo quando este pregava sem muito êxito entre os gentios. Assim a Virgem não fez a travessia de qualquer jeito, senão numa barca de pedra e que permanece no lugar o casco, a vela e mailo timón. Neste lugar foi levantada uma ermida, no século XVIII transformada em santuário da Nossa Senhora da Barca. Há uma grande romaria nos primeiros dias de Setembro ao santuário da Senhora da Barca.