Francisco Sodero

contato

FRANCISCO SODERO

Patrono da Cadeira 12 da Academia de Letras do Brasil - Mariana/MG

ocupada por Angela Togeiro

Francisco (Francesco) Sodero-

filho do Capitão Carlo Sodero (filho de Cesare Sodero, da ilustre estirpe dos Condes Soderini, originária de Florença) e Serafina di Grazzie, nasceu em Messina-Sícilia/Itália em 16-12-1851 e faleceu em Silveiras/SP em 27-1-1921. Fez em Nápoles curso de Humanidades e Desenho. Veio para o Rio de Janeiro em 1879, onde trabalhou como guarda-livros (contador) de uma casa comercial italiana. Mais tarde, a convite do irmão que residia em Barra Mansa/RJ, mudou-se para Rezende/RJ onde se dedicou ao ensino de Humanidades. Casou-se a 27-10-1887 com Orlandina Martins, viúva, com três filhos, transferindo a residência da família para Silveiras/SP, onde se estabeleceu com casa comercial dos mais variados artigos, à moda do tempo. Foi pessoa proeminentíssima na vida social de Silveiras, havendo ocupado diversos cargos públicos e nas instituições locais de beneficência e nas comissões que ali se organizaram para fins úteis e necessários. A Santa Casa local deve o seu não fechamento a Francisco Sodero que, apelando perante a ilustre figura do Dr. Bernardino de Campos, então presidente do Estado, obteve os recursos de que aquela casa necessitava. Fez parte da primeira edilidade que ali funcionou após a proclamação da República, exercendo o cargo de intendente, e interinamente na presidência da edilidade. Serviu como promotor público interino e curador de órfãos e foi Juiz de Paz do distrito da sede. Fundou, com o apoio dos jovens da localidade, a Sociedade Dramática Silveirense, cuja finalidade visava proporcionar à mocidade e às suas famílias diversão de caráter educativo e favorecer a conservação do teatro, da igreja e da Santa Casa locais, para os quais revertiam os saldos verificados. Francisco Sodero encarregava-se da direção dos ensaios, composição dos cenários e caracterização dos figurantes. Além da língua materna, dominava o latim, o francês e o nosso português que veio a falar com perfeição. Orador nato, nunca deixou de patentear seus dotes oratórios onde eles se declarassem necessários, e, no júri da comarca, como defensor “ad-hoc”, a pedido dos magistrados, ou como advogado contratado ou como promotor interino, sempre se revelou um talento de escol, servido por veemente desejo de alcançar o bem. O periódico “O Silveirense”, fundado em abril de 1897 por ele e seus filhos, trazia constantemente o artigo de fundo de sua lavra. Restou apenas um exemplar de “O Silveirense”, de nº 32, de 16-8-1898, de que se tem notícia e está no Portal do Vale do Paraíba e pode-se ler trechos da crônica de sua autoria intitulada “O lar”, em que ressalta a importância da célula mater da sociedade: a família, na intimidade da casa e na formação dos futuros cidadãos.

Consta ainda que Francisco Sodero fosse grande pintor, apesar de não se ter conhecimento de que lhe haja alguma obra remanescente.

Francisco Sodero houve com Orlandina nove filhos, entre eles a avó de Angela Togeiro, Maria Aparecida Martins Sodero, a nascida a 8-5-1897, e falecida em 12-8-1934, em Silveiras. Casada com Othon Togeiro da Costa.

Francisco Sodero foi escolhido para patrono não só por ser o bisavô da acadêmica, mas também por estar ligado às artes como pautado nas palavras anteriores. Digno, pois, de estar entre os que cultivam o Belo que trazem na alma para compartilhar com a humanidade, como se fosse uma missão sagrada, dom supremo de Deus.

http://www.valedoparaiba.com/terragente/jornais/silverense.htm encontra-se um exemplar de “O Silveirense”, de nº 32, de 16-8-1898, único que se restou e de que se tem notícia em que ele consta como o proprietário do jornal.

Francesco Sodero

Il mio bisnonno Francisco

Dall’italia, dalla Sicilia, da Messina

Giunse in Brasile.

Nell’entroterra di San Paolo,

A Silveiras, fu anche commerciante.

Là creo la sua gigantesca prole,

Si sposó con Orlandina, vedova, e con passione

Amò tutti i banbini, suoi o no.

Ma il suo contributo è più che tutto questo:

Uomo colto, pittore, grande artista,

Poliglotta, insegnante e difensore de debole,

Occupò pubblici incarichi,

Diresse istituzioni di beneficenza,

Fondò una associazione

Filodrammatica per divertire la città,

E in essa pose ogni sua attenzione.

Ma ugualmente buoni erano i cibi...

Il dolce di fico maturo

Specialità della Sicilia...

Il mio bisnonno Francisco passò per la vita,

Scrisse la sua storia nella storia,

Rimase nella memoria con gloria,

Con la sua felicità e capacità di amare.

Il mio bisnonno Francisco mi ha dato

L’opportunità di incontarmi con voi,

Non per una sola primavera,

Per complare la mia vita.

Questi versi devono portarci nella vostra Terra

Per congiungere più desideri,

Andiano insieme, andiamo, noi sogneremo...