vida e obra de
Alfredo Andersen
Por Larissa de Oliveira e Kauana Cochmanski.vida e obra de
Alfredo Andersen
Por Larissa de Oliveira e Kauana Cochmanski."Andersen
foi homem íntegro, culto e nobre.
Deu-nos muito sem exigir nada."
(DE BONA, citado por ARAÚJO, 1984, n.p.)
Alfredo Andersen, pintor. Foto: M. Nogueira da Silva.
22,5 x 15,9cm em folha: 32 x 21cm. Sem data.
Alfred Emil Andersen nasceu na Noruega, na cidade de Kristiansand, em 3 de novembro de 1860. Filho de Tobias e Hanna Carina Andersen, estudava para ser engenheiro naval, por desejo de seu pai. Como desenhava bem, o reitor de sua escola o aconselhou a seguir carreira artística, e aos 13 anos pintou sua primeira obra chamada “Akt”. Com 16 anos, passa a residir em Cristiania - hoje Oslo - para ser aluno de Wilhelm Krogh, famoso cenógrafo, decorador e pintor.
Aos 19 anos foi aceito na Academia Real de Belas Artes de Copenhague (Dinamarca). Nesse mesmo ano lecionou desenho na escola de Vesterbro Asyl, onde mais tarde tornou-se diretor. Não aceitando a forma de ensino da Academia, abandonou o curso e retornou para Oslo. Realizou então sua primeira exposição individual. Entre 1885 e 1889, retorna à sua cidade natal e participa ativamente da vida cultural e política da cidade, defendendo novas ideias.
ANDERSEN, Alfredo. Porto de Cabedelo. Óleo sobre tela - 90 x 150 cm. 1892.
Em 1892, deixou a Europa em pleno início do Modernismo na arte europeia (LAUNDAL, 2001, p.29). Viajou pela Ásia, Índia, América e chegou ao Brasil na Paraíba do Norte. Andersen, encantado com a paisagem brasileira, realizou seu primeiro registro artístico no país: “Porto de Cabedelo”, que foi pintada usando tecido da vela do navio. Registrou também cenas cotidianas dos marinheiros. Seguindo para o Sul, um defeito no mastro do navio fez com que desembarcasse em Paranaguá.
Período em Paranaguá
ANDERSEN, Alfredo. Rocio de Paranaguá. Óleo sobre tela - 20 x 30 cm. 1894.
Mas, o que o fez permanecer em terra estranha, uma vez que seu nome já se projetava na Europa e lá deixaria grandes amizades e familiares? Várias histórias foram contadas para justificar o fato. Entre elas, uma história de amor na Noruega que não teve um final feliz. Outra é que Andersen teria sido um jovem irrequieto e por isso seu pai o mantinha sempre em viagem.
Contam também que nessa viagem, devido a uma briga a bordo do navio, [Andersen] teria sido deixado no Porto de Paranaguá. Mas os dados levantados nos fazem concluir que seu próprio espírito aventureiro, decepções familiares e seu modo de vida influíram na sua opção. (CADERNO DE ARTES PLÁSTICAS v.1, 1988, p. 19)
ANDERSEN, Alfredo. Entrada da Barra do Sul. Óleo sobre tela - 70,5 x 97,5 cm. 1930.
ANDERSEN, Alfredo. Entrada da Barra do Sul (Marinha). Óleo sobre tela - 32,4 x 65 cm. 1930.
Alfredo morou em Paranaguá por aproximadamente 10 anos, e se casou com uma moça descendente de índios Carijós, Anna de Oliveira, sua companheira por toda vida com quem teve quatro filhos: Ana Elfrida, Thorstein, Alfredo Jr. e Alzira Odília. Ele já tinha mais de 30 anos quando passou a residir no Paraná, e trazia consigo uma grande bagagem artística adquirida em importantes instituições europeias, juntamente com anos de convivência com personalidades culturais norueguesas do século XIX.
Nesse tempo, intensificou seus laços afetivos com a nova terra, sentindo-se realizado. Demonstrou grande apreço e respeito pela realidade que o cercava (CADERNO DE ARTES PLÁSTICAS v.1, 1988, p. 25). Desenhou e pintou paisagens litorâneas, tipos populares e retratos, sempre demonstrando preferência por retratar as abundantes luzes do pôr do sol brasileiro em vermelhos, rosas e roxos. Sua paleta de cores se torna iluminada, e a luz passa a ser protagonista em suas pinturas. A maioria das suas obras desse período Andersen trocou por mercadorias com os tripulantes dos navios que aportavam Paranaguá.
ANDERSEN, Alfredo.
Estrada de ferro [Viaduto Carvalho].
Óleo sobre tela. 47 x 28 cm. 1925.
Com a conclusão da estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá, em 1885, tornou-se muito mais fácil a ligação entre as cidades, o que levou Andersen a fazer algumas visitas à capital paranaense.
Em 1893, visitei em Curitiba a Escola de Artes e Indústrias dirigida pelo Sr. Mariano de Lima tendo ficado impressionado. Encontrei as diferentes classes cheias de alunos, crianças, moças, rapazes e homens, todos trabalhando na melhor ordem. A breve visita fez de mim um admirador desse Estado progressista.
(Alfredo Andersen em CADERNO DE ARTES PLÁSTICAS v.1, 1988, p. 29)
Andersen se transferiu para Curitiba em 1902 por sugestão de seu amigo engenheiro Rodolfo Lange. Frederico Lange de Morretes, filho de Rodolfo, foi aluno do artista entre 1907 e 1910, sendo reconhecido como um dos grandes paisagistas paranaenses. (FERREIRA, 2001. p.65)
Período em Curitiba
Andersen desenvolveu uma intensa atividade como pintor e professor em seu atelier, transformado em uma verdadeira escola de arte entre 1902 e 1915. Ele também lecionou desenho na Escola Alemã e no Colégio Paranaense. Sua primeira exposição no Brasil foi feita na Associação Curitibana de Empregados no Comércio em 1902, sendo ele o primeiro artista estrangeiro a expor individualmente em Curitiba.
Faltando um mercado profissional de arte na capital, Alfredo, já integrado à vida social e cultural da cidade, criou em seu atelier um espaço para a comercialização de suas peças, em 1903. Iniciou um projeto revolucionário: um tipo de consórcio chamado "ação entre amigos”, parcelando pagamentos de suas obras e realizando um sorteio mensal.
Andersen em seu atelier na rua Marechal Deodoro, 1906. Fotografia atribuída ao Estúdio Volk.
Foto: Larissa de Oliveira. Museu Casa Alfredo Andersen.
ANDERSEN, Alfredo. Vista do Alto da Glória. Óleo sobre tela.
40,5 x 61 cm. Sem data.
ANDERSEN, Alfredo. Arredores de Curitiba. Óleo sobre tela.
36 x 46 cm. Sem data.
Curitiba de Andersen
No último quartel do século XIX, a cidade de Curitiba possui aproximadamente 40 mil habitantes. O transporte nos bairros mais urbanizados é feito por bondes puxados por mulas, o passo que, em outros pontos, só a pé, de carroça ou a cavalo. Algumas obras públicas começam a sugerir mudanças: em 1885, é inaugurada a estrada de ferro ligando Curitiba a Paranaguá. [...] Com ela vem também a riqueza, pois muitos ervateiros transferem os engenhos do litoral para o planalto. Em 1886, Curitiba ganha o primeiro parque de lazer e a primeira grande obra de saneamento: o Passeio Público. Na vida cotidiana, a alimentação do coritibano provém das plantações e hortas e o que não se produz em casa é trocado com vizinhos e comprado nos armazéns de Secos & Molhados. Nas casas, os moradores se aquecem nas manhãs frias de inverno ao lado do fogão a lenha.
O comércio, para os mercados interno e externo, de mate e de madeira, traz progresso à cidade, além da produção de milho, feijão, centeio, uva, batata, mandioca, cevada, produtos que são consumidos no próprio município ou vendidos em Paranaguá. Surge então uma geração de notáveis que irá liderar o movimento cultural na capital do Estado, proveniente da luta abolicionista e republicana, como os intelectuais Romário Martins, Dario Vellozo, Emiliano Pernetta, Julio Pernetta. Curitiba vive nessa época uma situação político-econômica especial, que se reflete na melhoria urbana, no surgimento de indústrias, no espírito associativo, ao qual se liga a fundação de clubes e entidades como a Associação Comercial do Paraná (1890) e como na criação de revistas literárias com a participação de um número cada vez maior de escritores, que iriam movimentar a vida social e intelectual da cidade na primeira metade do século XX.
O censo de 1900 revela que Curitiba já tem 50.124 habitantes. A cidade passa por mudanças, avenidas e praças se alargam, surgem edificações modernas. Nas casas, em sua grande maioria de madeira, a população consome leite e hortaliças produzidas nas propriedades agrícolas próximas dos imigrantes alemães, italianos e poloneses. [...] A partir de 1911, as ruas, até então iluminadas por lampiões a gás, ganham energia elétrica. Na região central, os bondes abertos, puxados por animais, são substituídos por bondes elétricos. As ruas, onde cada vez mais se concentram as casas comerciais, são calçadas e pavimentadas. [Há também] os primeiros automóveis importados pelos barões do mate. Em 1912, é fundada a Universidade do Paraná. (FENIANOS citado por FERREIRA, 2011, p. 69)
Em 1909, Andersen assumiu a direção das aulas noturnas da Escola de Belas Artes e Indústrias e teve a oportunidade de colocar em prática, mesmo por um curto período, seu sonho de criar uma escola profissional de desenho para formação de operários especializados. Ele acreditava que possuir um bom desenho era intrínseco para que o país pudesse alcançar a independência econômica. O artista criou, em 1910, o brasão do Estado do Paraná com a figura do ceifador, que permaneceu em uso até 1990.
O atelier e residência do pintor foram transferidos, em 1915, para a rua Conselheiro Carrão (atual Mateus Leme). Ele instalou sua escola particular de arte neste mesmo local. Entre 1916 e 1927 realizou diversas exposições em diversas partes do país, e também viajou muito para realizar retratos encomendados.
ANDERSEN, Alfredo. 1910. Museu Casa Alfredo Andersen. Foto: Larissa de Oliveira.
Carta de Alfredo Andersen à sua filha Alzira Odília. 1 de fevereiro de 1928. Kristiansand, Noruega. Foto por Larissa de Oliveira. Museu Casa Alfredo Andersen.
Em 1927, o artista retorna à Noruega para a permanência de um ano como hóspede de seu amigo, o professor Wilhelm Krogh. Ele é convidado para dirigir a Escola de Belas Artes de Oslo, porém não aceita o convite. Em uma carta (imagem ao lado) de Alfredo Andersen a sua filha Alzira Odília em 1 de fevereiro de 1928, diretamente de Kristiansand na Noruega, o artista manifesta-se sobre sua estadia na cidade:
“[...] Eu aqui ando bem até agora; mas o tempo não me ajuda - nevadas e chuva e escuridão todos os dias - para pintar, nem a páu! Hoje parecia que o sol queria rasgar o véu de chumbo que encobria o céo. Mandei chamar o model (um retrato) e comecei a pintar. Meia hora depois acabou-se a festa: escureceu de novo e começou a cahir neve!"
(ANDERSEN, 1928)
ANDERSEN, Alfredo. Lahelle, Kristiansand. Óleo sobre tela - 70 x 115 cm. Sem data.
ANDERSEN, Alfredo. Autorretrato. Óleo sobre tela - 76 x 53,3 cm. 1932.
Certamente a atmosfera sombria de suas obras iniciais foi substituída pela grande luminosidade e natureza exuberante encontrada em terras brasileiras. O pintor João Osório Brzezinski, que ocupou o cargo de diretor da Casa de Alfredo Andersen, antecessora do atual museu, referindo-se à evolução artística do mestre desde que chegou ao Brasil, afirma:
[...] Sua cor em nada lembra o pintor nórdico dos primeiros tempos. Ao contrário, é um atestado do quanto absorveu e sentiu a nossa atmosfera. Pela segurança da composição, vigor de tratamento e perfeita integração das figuras na paisagem, podemos situar sua obra dentro de um pré-impressionismo, digno de um Manet. (BRZEZINSKI, 1973 citado por PARANÁ. Fundepar, 1973)
Vicente Machado, Presidente do Estado do Paraná, afirmou que a permanência de Andersen em Curitiba era fundamental para ajudá-lo a educar o povo paranaense. Para tentar convencer Andersen a não retornar à Noruega, chegou a prometer a criação de uma escola de arte oficial na cidade, que seria dirigida pelo mestre. Esse projeto, aprovado em 1929, não foi levado adiante por conta da instabilidade política brasileira de 1930: deposto Washington Luiz, assumia Vargas. Não havia recursos no Estado para a realização da tão sonhada Escola de Arte.
No seu aniversário de 71 anos, em 3 de novembro de 1931, Andersen foi agraciado com o diploma de Cidadão Honorário de Curitiba pelos serviços prestados à arte do Paraná. Em 1932 pintou o seu mais conhecido autorretrato, que pertence ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes.
Por seu reconhecido trabalho artístico e no campo do ensino, Andersen conquistou o título de
“pai da pintura paranaense”.
Ele realizou sua obra em três grandes linhas temáticas:
o retrato, a paisagem e as cenas de gênero.
Retratos
No Brasil, Andersen desenvolveu uma grande produção de retratos decorrente de encomendas de autoridades e clientes. Demonstra certa diferenciação para retratar personalidades de pompa, uma vez que os retratos de familiares, amigos, pintores e escritores trazem uma ternura maior. Destacam-se as faces femininas pela captação do olhar, mais profundo que a grande maioria das faces masculinas. O artista sempre usou modelos vivos.
Paisagens
Desde a Noruega, a paisagem é o foco principal de sua obra, seja de forma mais ligada ao Naturalismo ou de cunho idealizado, ligado ao Romantismo. Muitas são as marinhas do litoral paranaense, onde Alfredo revela preferência pelas luzes de fim do dia.
Cenas de gênero
É nas cenas de gênero que Andersen se destaca. Há uma ousadia maior na composição e no uso da luz, uma maior segurança na abordagem do tema. Há espontaneidade nas emoções que circundam seu cotidiano. São pinturas que mostram cenas de intimidade e fundo de quintal.
Museu Casa Alfredo Andersen na Rua Mateus Leme, 336. Foto por Larissa de Oliveira em abril de 2022.
Alfredo Andersen viveu até o fim de seus dias lecionando e criando em seu atelier-escola, situado na atual rua Mateus Leme. Dedicou aproximadamente 42 anos à vida artística e à vida de educador (CADERNO DE ARTES PLÁSTICAS v.1, 1988, p. 55). Faleceu em Curitiba no dia 9 de agosto de 1935 esse artista excepcional, considerado o mais importante pintor estrangeiro residente no Brasil em sua época.
Em 3 de novembro de 1940, é criada a Sociedade Amigos de Alfredo Andersen, com o intuito de preservar a memória do artista e incentivar a criação do Museu Alfredo Andersen. A criação oficial da Casa Alfredo Andersen - Escola e Museu de Arte se fez através de emenda constitucional em 1947. O prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado em 1971 e a partir de 1979 passa a ser chamado Museu Alfredo Andersen, vinculado à Secretaria da Cultura. Tem como objetivos conservar, catalogar, expor e difundir a obra de tão extraordinário artista, bem como promover o ensino artístico. O Museu conta com 57 telas, 50 desenhos, e inúmeros objetos e documentos usados pelo mestre.
(Reprodução/Linkedin/Rosemeire Odahara Graça)
Entrevista com Rosemeire Odahara Graça
Licenciatura em Desenho (Escola de Música e Belas Artes do Paraná, 1993). Especialização em História da Arte (Escola de Música e Belas Artes do Paraná, 1996). Mestrado em Educação (Universidade Federal do Paraná, 2000). Doutorado em Filosofia da Educação (Institute of Education, University of London, 2009 - Reconhecido para o território nacional pela Universidade de São Paulo, 2012). Professor Adjunto da Universidade Estadual do Paraná (Faculdade de Artes do Paraná) onde ministra conteúdos de História das Artes desde 1999. Desenvolve pesquisa na área de Artes, principalmente sobre história da arte paranaense e ensino de história da arte, bem como realiza curadorias de mostras e apreciações de obras de Artes Visuais.
Entrevista concedida via e-mail para Kauana Cochmanski em 29 de junho de 2022.
Qual o impacto cultural de Alfredo Andersen no cenário de hoje?
"Creio que o impacto da obra do artista visual Alfredo Andersen (1860-1935) atualmente é pouco. Isso por causa da distância de sua linguagem, técnica e temas de representação distarem do interesse da sociedade e dos artistas da atualidade. Já o trabalho desenvolvido pelo Museu Alfredo Andersen e pelo Atelier de Arte do Museu acredito que seja bastante significativo para a prática, exposição e divulgação da arte local."
O que você encontrou de mais interessante na história de Andersen?
"No estudo da vida de Andersen eu acredito que o mais relevante para mim foi perceber seu espírito romântico e sua singularidade cultural no contexto da arte paranaense (é o único de origem norueguesa e que foi um dos primeiros artistas profissionais e com formação em Artes Plásticas a atuar aqui no Paraná). Já no estudo da obra dele foi ver como conseguiu manter seus princípios em relação à qualidade da obra, mesmo passando por momentos complexos de vida. Sua integridade e obstinação como um profissional da área das Artes, num contexto social e cultural que estava muito aquém daquele onde nasceu e se formou artisticamente."
ANDERSEN, Alfredo. Vida laboriosa. Óleo sobre tela - 52 x 42 cm. Sem data.
Uma obra favorita dele?
"Para mim, a melhor fase criativa de Andersen está entre o período de retorno dele da Noruega e seu falecimento (1928-1935), na qual ele representa particularmente o cotidiano de sua família, seus amigos e o cotidiano de sua escola. Os melhores quadros dele são as cenas de gênero e os retratos de afeição, muitos dos quais estão em posse de colecionadores privados infelizmente. O quadro que eu mais gosto, mas que estava desaparecido quando fizemos o livro/catálogo de pinturas dele é 'Vida Laboriosa'."
Discípulos de Andersen
Frederico Lange de Morretes (1892-1954): Nasceu em Morretes, e iniciou seus estudos com Alfredo Andersen aos 13 anos. Dedicou-se à pintura e à ciência. São de sua autoria os pinhões estilizados que aparecem nas calçadas de Curitiba.
Maria Amélia D’Assumpção (1883-1955): Nasceu em Joinville-SC. Estudou pintura com Alfredo Andersen, que a considerava sua principal aluna. Foi desenhista, pintora e professora de arte. Faleceu em Curitiba, deixando flores e naturezas mortas de intensa sensibilidade e domínio técnico.
Theodoro De Bona (1904-1990): Nasceu em Morretes, mas veio para Curitiba ainda criança. Foi aluno de Alfredo Andersen de 1922 a 1927. Ocupou a cadeira de Pintura na EMBAP, de onde foi diretor de 1970 a 1974. A partir de então, realizou exposições coletivas e individuais, e lançou o livro Curitiba – Pequena Montparnasse. Faleceu em Curitiba, com 86 anos.
Thorstein Andersen (1905-1964): Nasceu em Restinga-Seca, no município de Palmeira-PR. Filho de Alfredo Andersen, começou a estudar aos 12 anos, com o pai. Pintava retratos e paisagens. Em 1919, com 14 anos, participou do 1º Salão de Belas Artes de Curitiba e foi contemplado com um prêmio em dinheiro. Após o falecimento de seu pai, assume a direção da Escola e as aulas de Desenho e Pintura. Passa então a lutar pela criação do Museu Alfredo Andersen, e funda a Sociedade Amigos de Alfredo Andersen. O museu é criado e, em 1959, ele é nomeado o primeiro diretor do MAA, cargo que exerceu até 1962. Faleceu em 1964, em Curitiba.
Sinhazinha Rebello (1891-1973): Nascida em Curitiba, Sinhazinha Rebello estudou pintura com Alfredo Andersen de 1930 a 1935. Pintava louças, tachos, cristais e flores com vivacidade. Doou suas obras para seus amigos, raramente comercializou um quadro. Faleceu em Curitiba, aos 82 anos.
Gustavo Kopp (1891-1933): Nascido em Curitiba, matriculou-se contra a vontade dos pais na Escola de Alfredo Andersen, e revelou-se um artista talentoso. Torna-se um grande aquarelista, sendo bem recebido pela crítica nas exposições que realizou. Faleceu em Curitiba.
João Ghelfi (1890-1925): Estudou com Andersen de 1907 a 1911. Teve um ateliê que se transformou num ponto de encontro de jovens intelectuais da época. Participou do Movimento Paranista junto com João Turin e Lange de Morretes. Deixou poucas obras, e ficou conhecido pela qualidade de seus retratos.
FERREIRA, Ennio Marques. Andersen volta à Noruega. Curitiba: Sociedade Amigos de Alfredo Andersen: Secretaria de Estado da Cultura, 2001. p. 29-31; 41; 59-83.
LAUNDAL, Oystein. Apresentação: Alfredo Andersen (1860-1935): Um Artista Notável, um Notável Destino. In: FERREIRA, Ennio Marques. Andersen volta à Noruega. Curitiba: Sociedade Amigos de Alfredo Andersen: Secretaria de Estado da Cultura, 2001. p. 29-31; 41; 59-83.
FENIANOS, Eduardo Emilio. Almanaque Kur’yt’yba. Curitiba: UniverCidade, 1999. p. 56-71.
PARANÁ. Fundepar. Calendário de 1973. Mês junho. Curitiba, 1973.
CURITIBA. Prefeitura Municipal. Exposição Curitiba: tempo e caminhos. Curitiba, 1993. Catálogo de exposição.
CADERNO DE ARTES PLÁSTICAS. Alfredo Andersen. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, v.1, 1988. p. 9-59.
Alfredo Andersen: Pinturas. Organização: Roseli Fischer Bassler, Rosemeire Odaha Graça, Wilson José Andersen Ballão. Curitiba: Sociedade dos Amigos de Alfredo Andersen, 2010.
DE BONA, Theodoro. Curitiba. Pequena ‘Montparnasse’. Curitiba: Imprimax, 1982.
MUSEU CASA ALFREDO ANDERSEN. Placa de exposição. Visita em 09/04/22.
Site do Museu Casa Alfredo Andersen. Produção Artística. Disponível em: <https://www.mcaa.pr.gov.br/Pagina/Producao-Artistica> Acesso em: 19 de maio de 2022.
Site do Museu Casa Alfredo Andersen. Discípulos de Andersen. Disponível em: <https://www.mcaa.pr.gov.br/Pagina/Discipulos-de-Andersen> Acesso em: 20 de maio de 2022.
ARAÙJO, Adalice. Arte no Paraná I. Secretaria de Estado do Planejamento. Curitiba, 1980. p. 24-25.
ANDERSEN, Alfredo. [Correspondência]. Destinatário: Alzira Odília. 1 de fevereiro de 1928. Enviada de Kristiansand, Noruega.