Pedagogia Maker

As práticas pedagógicas do maker diferem-se daquelas utilizadas em aulas expositivas baseadas em um modelo instrucionista. Nessa metodologia, as atividades são conduzidas pelos alunos, que contam com as oportunidades e recursos necessários para desenvolverem e testarem novas ideias.

O movimento maker, ou “faça você mesmo”, desconstrói os padrões de atividades estanques e permite que os alunos desenvolvam seu conhecimento teórico através da prática. Com as tarefas maker os alunos aprendem a partir da construção de seus projetos, tornando o aprendizado um processo prazeroso. São práticas que atraem os estudantes, deixando-os mais interessados no ensino, estimulando o aprender, exercitando a concentração, a atenção, a memória e o pensamento.

Instituições que incorporam a cultura maker dentro de sala de aula colocam o processo de aprendizagem em destaque, e não o produto. O desenvolvimento de atitudes críticas e autônomas dos estudantes reconfigura o processo de ensino-aprendizagem elucidando os seguintes aspectos pedagógicos:

O aluno se torna protagonista do processo de construção do seu conhecimento, tomando decisões e conduzindo o desenvolvimento dos projetos. Ele deixa de ser ouvinte passivo e atua com criticidade na construção do saber.


O papel do professor se reconfigura, se transformando em um orientador criativo, um facilitador das trajetórias dos alunos. Ele deixa de ser alguém que transmite conteúdos e passa a atuar como um mediador do processo de aprendizagem, um coautor dos projetos que estão sendo construídos.

As possibilidades de aprendizados são diversas. As práticas de experimentação permitem abordagens interdisciplinares e transdisciplinares, contextualizadas às intencionalidades pedagógicas.


O potencial criativo é irrestrito e proporciona o desenvolvimento dos estudantes em todas as dimensões formativas: intelectual, socioemocional, ética e cultural. Criatividade, pensamento crítico, trabalho em equipe, resiliência ao erro, colaboração e empatia são algumas das diversas habilidades potencializadas pelas práticas maker.


Como aplicar a Educação Maker?

Quando inseridos na cultura de construir projetos com as próprias mãos, os estudantes são capazes de analisar, sintetizar, comparar, compreender e, a partir de conclusões, interferir em situações diversas. Essas práticas contribuem para a formação de cidadãos críticos e, por isso, tem ganhado notoriedade em espaços escolares.

A inserção da educação maker nas escolas pode acontecer aliada à tecnologia, com a criação de espaços dedicados às experimentações e atividades práticas. Mas também é possível aplicar a cultura maker numa rotina de aprendizado com estruturas menores, considerando o que a criatividade e o orçamento permitirem.

Essas práticas, por exemplo, podem ser estimuladas com a construção uma horta partilhada, para a produção de protótipos de madeira e papelão para um brinquedo, para uma explicação prática de alguma teoria, ou, quem sabe, uma solução de impacto social. Lembrando que a essência das práticas maker está em desafiar os estudantes a imaginar, pesquisar, criar, testar, apresentar e melhorar suas criações, com autonomia criatividade e protagonismo.

Também é possível considerar na matriz curricular da escola disciplinas inovadoras alinhadas à prática do “mãos na massa”.

FONTE: SOMOS EDUCAÇÃO