Tardigrades é um filo de animais microscópicos segmentados, relacionados com os artrópodes, ou seja, são invertebrados assim como os insetos, crustáceos e aracnídeos. Popularmente são conhecidos como ursos-d'água ou como tardígrados, aportuguesamento derivado do nome do filo. São em maioria fitófagos (se alimentam de plantas), mas alguns são predadores, como o Milnesium tardigradum.
Muito resistentes, os tardígrados podem sobreviver a temperaturas variando desde pouco mais do que o zero absoluto (-273,15 °C) até os 150 °C, a pressões de 6 mil atmosferas e 5000 Gy de radiação, cerca de 1000 vezes mais que um ser humano pode suportar. É literalmente o animal mais resistente que conhecemos.
Em 2007, vários exemplares de duas espécies de tardígrados foram enviados ao espaço por cientistas, e foram expostos não apenas ao vácuo do espaço, onde é impossível respirar, mas também a níveis de radiação capazes de incinerar um ser humano. De volta ao planeta Terra, um terço deles ainda estavam vivos e 10% dos sobreviventes ainda foram capazes de se reproduzir, mostrando-se assim os únicos animais nativos do planeta Terra, que temos conhecimento, capazes de sobreviver às condições do espaço extraterrestre sem a ajuda de equipamentos.
Os tardígrados têm um recurso de sobrevivência que consiste em dormência completa, se encolhendo e desidratando-se, desligando todos os seus sistemas e processos biológicos, podendo assim sobreviver por muitos anos quando encontram condições ambientais que não dão suporte à maior parte da vida animal, permanecendo em estado criptobiótico. É neste estado que conseguem suportar condições ambientais extremas e posteriormente "voltam à vida", ao se reidratarem. No ano de 2015, cientistas japoneses reviveram a espécie, que estava congelada há mais de 30 anos.