Olá, estudante! Seja bem-vindo(a) a mais uma lição do curso Técnico em Agronegócio! Em nossa última lição, nós estudamos os processos envolvidos na movimentação interna das mercadorias e a apresentação de métodos e classificações essenciais. Destacamos, ainda, a relevância desses conceitos na cadeia de suprimentos moderna, demonstrando a aplicação direta da gestão de estoques para lidar com os desafios enfrentados pelo agronegócio.
Nesta lição, continuaremos os nossos estudos, agora, entendendo os Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (SIGE) e a relevância deles no contexto do agronegócio. Vamos explorar a capacidade desses sistemas em unificar e conectar todas as partes dos processos operacionais e de gestão de uma organização, permitindo uma visão abrangente e em tempo real das atividades empresariais. Veremos, ainda, como eles são importantes para a melhoria da eficiência operacional, a redução de custos e o aumento da qualidade dos produtos e serviços oferecidos.
Você vem comigo nessa caminhada rumo a mais esse conhecimento?
Embora os Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (SIGE) ofereçam uma série de benefícios para as empresas no agronegócio, a implementação deles pode enfrentar desafios significativos. Um dos principais problemas reside na resistência à mudança por parte dos funcionários mais tradicionais, que podem entender a introdução de novas tecnologias como uma ameaça à estabilidade no trabalho ou uma quebra com as práticas estabelecidas ao longo do tempo. Além disso, a complexidade e os custos associados à adoção de um sistema ERP podem representar barreiras significativas para empresas menores ou familiares, que podem não ter os recursos financeiros ou a expertise técnica, elementos necessários para uma implementação bem-sucedida.
Outro aspecto diz respeito à integração dos sistemas existentes com o novo SIGE. Em muitas empresas agrícolas, é comum encontrar uma variedade de sistemas e soluções improvisadas que foram implementadas ao longo do tempo para atender às necessidades específicas de diferentes departamentos ou áreas de operação. Integrar esses sistemas heterogêneos em um único ambiente unificado pode ser uma tarefa complexa e demorada, exigindo investimentos adicionais em desenvolvimento de software e personalização para garantir uma transição suave e eficiente.
Por fim, a segurança da informação é uma preocupação central ao implementar sistemas integrados de gestão empresarial no agronegócio. Com a crescente dependência de dados digitais para as operações críticas, como gestão de estoques, planejamento de produção e logística, as empresas agrícolas se tornam alvos potenciais para ataques cibernéticos e violações de dados. Garantir a segurança e a proteção dos dados confidenciais dos clientes, das informações financeiras e da propriedade intelectual se torna uma prioridade ao implementar e operar um SIGE no contexto do agronegócio.
Vem entender mais sobre esse assunto na lição de hoje!
No case de hoje, você conhecerá uma fazenda de produção de frutas localizada em uma região rural. Nela, a família Silva administrava os próprios negócios há décadas. Com o passar dos anos, a família encontrou a necessidade de modernizar as próprias operações para acompanhar as demandas do mercado e garantir a sustentabilidade do negócio. Foi, então, que decidiu implementar um Sistema Integrado de Gestão Empresarial (SIGE), especificamente, um sistema ERP, para otimizar os próprios processos.
A transição não foi fácil. Inicialmente, foi enfrentada a resistência dos funcionários mais tradicionais, que temiam a mudança e a adoção de novas tecnologias. No entanto, com o apoio da família e de consultores especializados, foi possível superar esses obstáculos. Com o novo sistema ERP em funcionamento, a fazenda começou a experimentar uma transformação significativa. Desde o plantio até a colheita e a distribuição, cada etapa do processo foi integrada e otimizada. Os agricultores, agora, podiam monitorar o progresso das plantações em tempo real, ajustando os recursos de acordo com o necessário para garantir uma produção eficiente e de alta qualidade.
Além disso, o sistema ERP permitiu uma melhor gestão dos recursos financeiros, fornecendo dados precisos sobre os custos de produção e ajudando a identificar áreas de desperdício e oportunidades de economia. Isso permitiu que a fazenda tomasse decisões estratégicas mais informadas, investindo em tecnologias sustentáveis e práticas agrícolas mais eficientes.
A integração do sistema ERP também facilitou a comunicação com os fornecedores e distribuidores, garantindo um fluxo contínuo de matéria-prima e produtos acabados. Como resultado, a fazenda conseguiu expandir a presença no mercado, atendendo a uma base de clientes cada vez maior e mantendo a reputação de produtor de frutas de alta qualidade. À medida que os anos passaram, a família Silva viu os benefícios tangíveis do Sistema Integrado de Gestão Empresarial nas próprias operações. A implementação realizada, além de melhorar a eficiência e a rentabilidade da fazenda, também preparou o terreno para o futuro, garantindo que as gerações futuras pudessem continuar prosperando no dinâmico ambiente do agronegócio.
Perceba que essa história nos mostra como a adoção de tecnologias, como os Sistemas Integrados de Gestão Empresarial, pode ser transformadora para as empresas agrícolas, capacitando-as a enfrentar os desafios do mercado moderno com confiança e sucesso.
Agora, sabendo disso, vamos aprofundar ainda mais os nossos conhecimentos?
Os Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (SIGE) reúnem e conectam todas as partes dos sistemas operacionais e de apoio à gestão usando recursos da Tecnologia da Informação. Isso permite que todos os processos de negócios da empresa sejam entendidos como um fluxo dinâmico de informações que atravessam todos os departamentos e funções. Esses sistemas são como assistentes que ajudam as empresas a tomar decisões importantes. Com a evolução da tecnologia e as demandas do mercado, as empresas buscam constantemente melhorar os próprios processos gerenciais usando a Tecnologia da Informação. Isso é feito para alcançar melhores resultados e reduzir os custos.
Os avanços da Tecnologia da Informação têm sido fundamentais para melhorar os sistemas integrados, também conhecidos como sistemas ERP (Planejamento de Recursos Empresariais). Com esses sistemas, torna-se possível a conexão entre diferentes sistemas de informação operacionais e gerenciais nas organizações. Por exemplo, se pensarmos em uma fazenda que produz leite, com um sistema integrado, a fazenda pode monitorar todo o processo de produção, desde a ordenha das vacas até a embalagem do leite, em um fluxo contínuo de informações, o que, por sua vez, ajuda a garantir que tudo funcione de forma eficiente e auxilia na redução de desperdícios de recursos, como tempo e matéria-prima.
Assim, o sistema ERP é visto, hoje, como uma solução tecnológica avançada para gerenciar as informações operacionais e de gestão das organizações. Assim como é mencionado por Bowersox et al. (2007), o ERP lida com todas as informações da empresa, abrangendo o fluxo de produção, as vendas e a administração. Dessa forma, podemos dizer que esses sistemas oferecem às empresas consistência, eficiência e integração de informações em grande escala.
O design do ERP inclui um banco de dados central e módulos de aplicação que facilitam o gerenciamento financeiro da cadeia de suprimentos e dos recursos humanos. O projeto do sistema de cadeia de suprimentos, assim como é esclarecido por Bowersox et al. (2007), engloba componentes para o planejamento, a coordenação, a operação e a distribuição de estoque. O componente de planejamento e coordenação gerencia os recursos da empresa e da cadeia de suprimentos, como produção, armazenamento e transporte. Já o componente de operações controla o processamento de transações para atender às demandas dos clientes e restabelecer estoques. Por fim, a distribuição de estoque administra os recursos de estoque da empresa e cada vez mais os da cadeia de suprimentos (BOWERSOX et al., 2007).
Por exemplo, consideremos uma empresa agrícola que produz frutas. Com um sistema ERP, ela pode acompanhar todas as etapas do processo, desde o plantio até a entrega aos clientes. Isso inclui o gerenciamento de recursos, como máquinas agrícolas, estoques de insumos e logística de transporte. Assim, a empresa pode otimizar os próprios processos, reduzir custos e garantir a qualidade dos produtos entregues aos consumidores.
Um dos grandes pontos positivos do sistema ERP é a capacidade de integrar os processos internos da empresa, ao mesmo tempo em que conecta fornecedores e clientes que estão do lado externo. Essa integração é viabilizada pelo uso de um banco de dados único e pela adoção de processos comuns em todas as unidades e regiões. Sendo assim, o ERP engloba diferentes componentes, como cadeia de suprimentos, finanças, serviços e recursos humanos. Essa uniformidade nos processos possibilita a unificação das operações e oferece aos clientes uma interface consistente, independentemente da interação com a empresa. Além disso, as interfaces padronizadas dos sistemas ERP simplificam a comunicação externa com parceiros, como fornecedores, que podem adotar o mesmo sistema para facilitar a interação (BOWERSOX et al., 2007).
No agronegócio, é importante que o Sistema de Informação Contábil (SIC) e o Sistema de Gestão Empresarial (SIGE) estejam bem integrados. Mediante essa integração, o SIC pode ajudar a avaliar os resultados e o desempenho operacional da empresa. Entretanto, é necessário que o SIC seja organizado de maneira correta e alinhado com as outras informações do ERP a partir da personalização das operações. Por exemplo, considere uma empresa de produção de alimentos que utiliza um sistema ERP. Esse sistema, além de gerenciar a produção interna, permitirá que a empresa se conecte de forma eficiente com os fornecedores de matéria-prima e distribuidores de produtos acabados, garantindo um fluxo contínuo de informações e facilitando a tomada de decisões estratégicas.
Os Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (SIGE) permitem capturar, armazenar e compartilhar informações de maneira rápida, mantendo os níveis mais altos da gerência informados enquanto liberam os níveis hierárquicos inferiores para tomar decisões rápidas e executar as ações necessárias para melhorar o desempenho das próprias tarefas. Isso é especialmente importante para os gestores, que precisam de uma série de informações para tomar decisões e resolver problemas no dia a dia (DAFT, 2007).
Portanto, de maneira geral, os SIGE desempenham um papel crucial para os tomadores de decisão, fornecendo informações rápidas e confiáveis sobre diversos assuntos. Eles contribuem para a gestão e o controle dos custos envolvidos na cadeia de suprimentos, desde a compra até a entrega e o uso final do produto, incluindo logística de armazenamento e transporte.
Gerenciar os estoques se tornou vital para as empresas comerciais em geral e, sobretudo, para aquelas que atuam no varejo, em que a quantidade, a variedade e a amplitude dessa categoria de ativos tornam o gerenciamento complexo e desafiador. Segundo O'Leary (2020), o ERP transformou a função dos sistemas de informação. Anteriormente, o foco dessa função era principalmente projetar, desenvolver e implementar software. Todavia, com a chegada dos sistemas ERP, muitas dessas tarefas de design e desenvolvimento estão sendo terceirizadas. Dessa forma, os Sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais estão substituindo boa parte das necessidades de software da maioria das empresas, o que altera fundamentalmente o papel dos profissionais de sistemas de informação: de um cenário em que analistas e programadores eram essenciais, evoluímos para um cenário no qual o conhecimento dos pacotes de software existentes se tornou crucial. Não houve apenas mudanças nas demandas, mas também uma necessidade crescente de pessoal.
Segundo O'Leary (2020), antes, os profissionais dos sistemas de informação tinham conhecimento apenas dos aplicativos específicos da empresa em que trabalhavam. Entretanto, com a introdução do software ERP, esse cenário mudou, já que o conhecimento pode ser aplicado em mais de uma empresa. O conhecimento sobre quase todos os pacotes ERP é útil não apenas em uma organização, mas globalmente. Consequentemente, à medida que o uso de pacotes ERP cresce, há uma maior mobilidade entre os profissionais de sistemas de informação. Além disso, de acordo com O'Leary (2020), essa mobilidade está alterando o cenário da consultoria que apoia os pacotes de software ERP. Consultores com conhecimento nesses pacotes podem, agora, levar a própria expertise de uma empresa para outra. Na verdade, os consultores se tornam cada vez mais valiosos a cada nova implementação do software.
Enfim, os Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (SIGE), em particular, os sistemas ERP (Planejamento de Recursos Empresariais) desempenham um papel fundamental na otimização dos processos operacionais e gerenciais das organizações, incluindo aquelas no setor do agronegócio. Esses sistemas não apenas facilitam a integração e o fluxo de informações entre diferentes departamentos e funções, mas também promovem uma visão holística e em tempo real das operações da empresa.
Ao unificar os processos e proporcionar uma plataforma para a tomada de decisões informadas, os SIGE capacitam os gestores a gerenciar eficientemente os recursos, reduzir custos, melhorar a qualidade dos produtos e serviços e atender às demandas do mercado de forma ágil e eficaz. Além disso, a evolução dos SIGE está transformando o cenário profissional dos sistemas de informação, tornando os profissionais mais versáteis e proporcionando maior mobilidade entre as organizações.
A expertise em sistemas ERP se tornou uma habilidade valiosa e globalmente reconhecida, refletindo a importância crescente desses sistemas na gestão empresarial contemporânea. Em suma, os SIGE representam não apenas uma ferramenta tecnológica avançada, mas também um facilitador essencial para o sucesso e a competitividade das empresas no mundo atual, especialmente no contexto desafiador e dinâmico do agronegócio.
Enquanto Técnico(a) em Agronegócio, você precisa entender os sistemas de estoques, porque eles integram e otimizam processos essenciais, como gestão de estoques, compras e logística. Portanto, compreender essas plataformas permite melhorar a eficiência operacional, tomar decisões estratégicas baseadas em dados precisos e manter a competitividade no mercado agrícola, ao ajustar os níveis de estoque conforme a demanda e reduzir custos operacionais.
Agora, sabendo da importância desse conteúdo, chegou o momento em que realizaremos algo mais prático que nos permitirá reforçar o conhecimento adquirido na lição de hoje. Está preparado(a)? Nesse desafio, faremos a simulação de uma situação específica na qual uma fazenda de produção de alimentos está enfrentando desafios operacionais e de gestão.
A Fazenda Verdejante é uma empresa familiar dedicada à produção de hortaliças orgânicas e está enfrentando uma série de desafios que estão impactando as operações e a capacidade de atender à demanda crescente por produtos. Recentemente, a fazenda tem enfrentado problemas de estoque, com a escassez crítica de alguns insumos essenciais para a produção, como fertilizantes orgânicos e sementes certificadas.
Além disso, a logística de distribuição se tornou um ponto de preocupação, com atrasos frequentes nas entregas devido a problemas de transporte e roteamento ineficiente. Isso tem resultado em reclamações dos clientes sobre a qualidade e a pontualidade das entregas, ameaçando a reputação da fazenda no mercado. Por fim, a gestão do pessoal também tem sido um desafio, com dificuldades em garantir uma equipe de trabalhadores agrícolas suficiente e qualificada para atender às demandas sazonais da produção.
Junto com a turma, faça a divisão em grupos e analise o cenário apresentado. Lembre-se dos problemas comuns enfrentados no agronegócio, como problemas de estoque, logística e/ou planejamento de produção. Cada grupo será encarregado de analisar o cenário apresentado e discutir as possíveis causas dos problemas identificados. Além disso, deverá propor soluções utilizando os conceitos aprendidos sobre Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (SIGE) e sistemas ERP (Planejamento de Recursos Empresariais).
Depois de discutir em grupo, apresente as suas análises e recomendações para os colegas de classe, destacando as principais ações corretivas que você considera mais adequadas para resolver os problemas identificados. Esse desafio, além de incentivar a aplicação prática dos conceitos teóricos aprendidos na lição, promoverá habilidades de trabalho em equipe, resolução de problemas e comunicação.
Em um exercício adicional, tente considerar as implicações éticas e de sustentabilidade das suas propostas, garantindo que as soluções propostas não apenas abordem os problemas imediatos, mas também promovam práticas responsáveis e sustentáveis no agronegócio. Se conseguir fazer essa etapa da atividade, reúna-se novamente com os seus colegas, a fim de comparar as suas abordagens e discutir as vantagens e as desvantagens de cada uma de suas sugestões, promovendo uma reflexão crítica sobre as complexidades envolvidas na gestão eficaz de uma empresa no setor do agronegócio.
Bom trabalho!
BOWERSOX, D. J. et al. Gestão da cadeia de suprimentos e logística. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
DAFT, R. L. Administração. 6. ed. São Paulo: Thomson, 2007.
O'LEARY, D. E. Enterprise Resource Planning Systems: Systems, Life Cycle, Electronic Commerce, and Risk. Boca Raton: CRC Press, 2020.