Olá, estudante! Estamos iniciando mais uma lição de nosso curso, da disciplina de Logística e Gerenciamento de Estoques. Na última lição, vimos a importância de tentarmos prever a necessidade de estoques, visto que ele deve ser adequado à demanda prevista pelos produtos. Um dos principais motivos para se fazer essa previsão é que os estoques representam custos para quem os possui.
Na lição de hoje, vamos aprender um pouco mais sobre o controle de estoques, explorando objetivos cruciais para o sucesso na gestão de insumos agrícolas. Aprenderemos a equilibrar o abastecimento para garantir uma produção eficiente, evitando desperdícios e melhorando a competitividade da empresa, ou propriedade rural. Vamos juntos descobrir estratégias inteligentes para otimizar recursos e promover o crescimento sustentável, além de cultivar o conhecimento necessário para enfrentar os desafios do agronegócio!
Imagine que você é um produtor rural, responsável por gerenciar o estoque de insumos em uma fazenda que cultiva alimentos essenciais para muitas pessoas. Em determinado momento, a demanda por um tipo específico de fertilizante aumenta, mas você percebe que o estoque deste insumo está diminuindo. Como lidar com essa situação para garantir uma produção saudável e ao mesmo tempo não comprometer os recursos da fazenda?
Além disso, precisamos considerar os custos associados aos estoques agrícolas. Por exemplo, se você comprar grandes quantidades de sementes, os custos de armazenamento e manutenção podem ser significativos. Por outro lado, se adquirir quantidades insuficientes, corre o risco de não atender à demanda do mercado. Como equilibrar esses fatores para otimizar a produção, evitar desperdícios e garantir que a fazenda seja eficiente e competitiva? Essas são questões cruciais para quem atua no agronegócio! Mas, calma! Tudo bem se não souber todas as respostas nesse momento, pois nessa lição vamos explorar estratégias inteligentes para gerenciar o estoque e promover o crescimento sustentável da atividade agrícola! Vamos lá?
O case que trago a você hoje se passa em uma pacata vila rural. João, um jovem agricultor, conhecido por suas plantações de frutas e vegetais de alta qualidade, enfrentava um desafio silencioso em sua jornada: o controle dos custos de estoques.
Certo dia, após uma colheita abundante, João se deparou com um dilema. Seu celeiro repleto de maçãs suculentas e cenouras viçosas, refletia não apenas seu sucesso como agricultor, mas também a responsabilidade de gerir seus recursos com sabedoria. Foi quando ele percebeu que, por trás da beleza das fileiras de alimentos, havia uma história de custos e decisões estratégicas.
O custo do pedido, representado pelo esforço para colher e armazenar cada safra, era parte integrante de seu trabalho diário. João compreendeu que, ao planejar com antecedência e agrupar suas colheitas, poderia reduzir esses custos, tornando sua operação mais eficiente. O custo do estoque, por sua vez, era evidente na necessidade de manter os produtos frescos e prontos para o mercado. João aprendeu a equilibrar a quantidade de maçãs e cenouras armazenadas, evitando excessos que poderiam levar a perdas.
Os custos de manutenção de estoque também se revelaram em despesas como embalagens adequadas, sistemas de refrigeração e monitoramento constante. João percebeu que, ao investir nesses aspectos, poderia prolongar a vida útil de seus produtos, garantindo que chegassem ao cliente final produtos com ótima qualidade.
Contudo, o agricultor enfrentou um desafio peculiar quando uma onda de calor atípica atingiu a vila. Suas maçãs, por estarem em grande quantidade, começaram a amadurecer mais rápido do que o previsto. No entanto, ao reduzir seu estoque, percebeu que não poderia atender à demanda do mercado no ritmo esperado.
Observe que essa história relata como é importante dimensionar adequadamente suas necessidades de estoque, considerando fatores como sazonalidade e condições climáticas. A busca por equilíbrio entre a oferta e a demanda é uma rotina diária do agricultor, sendo necessário estudar ao máximo sobre os desafios e as recompensas de gerenciar custos de estoques na envolvente realidade do campo.
Agora, sabendo a importância deste conhecimento, vamos nos aprofundar?
Segundo Pozo (2019), a função principal do controle de estoque e gestão de materiais está na administração dos níveis de estoque, e é possível aplicar lógica e racionalidade de maneira bem-sucedida para resolver os desafios relacionados ao estoque. Para atingir esse fim, é importante empregar métodos analíticos na consideração dos custos relevantes para a formação dos estoques, uma vez que existem diversas categorias de custos aplicáveis a situações de estoque. Assim, na lição de hoje, vamos analisar alguns dos custos mais utilizados nas análises realizadas pelas empresas.
Cada vez que uma requisição ou pedido é emitido, há a incidência de custos fixos e variáveis associados a esse processo. Os custos fixos referem-se aos salários do pessoal envolvido na emissão dos pedidos, permanecendo inalterados diante da política existente de estoque. Já os custos variáveis, compreendem as fichas de pedidos e os procedimentos para enviar esses pedidos aos fornecedores, incluindo todos os recursos necessários para essa operação. Portanto, o custo de pedido está diretamente vinculado ao volume de requisições ou pedidos ocorridos durante determinado período.
Empresas, naturalmente, preferem manter estoques mínimos. Em momentos desafiadores ou quando há dificuldades de capital de giro, muitas empresas optam por reduzir seus estoques. Isso se deve ao fato de que os estoques representam investimentos, e o capital da empresa, quando disponível para usos alternativos, como investimento no mercado financeiro, pode gerar retornos mais favoráveis. Portanto, o custo do estoque reflete o valor total dos materiais armazenados.
Os custos de manutenção de estoque abrangem despesas de armazenamento, como grandes volumes, controles excessivos, espaços físicos extensos, sistemas de armazenagem, movimentação de mercadorias, mão de obra dedicada, equipamentos e sistemas de informações específicos. Além disso, incluem custos relacionados a impostos e seguros contra incêndio e roubo dos itens estocados. Além disso, há os riscos de perdas, roubos e obsolescência (que é a capacidade dos itens se tornarem ultrapassados ou serem substituídos por outros mais modernos), elevando ainda mais os custos associados à manutenção de estoques.
Os materiais imobilizados em estoque representam um ônus significativo para uma empresa, resultando em custos elevados. Por esse motivo, as empresas buscam minimizar seus estoques, mas essa prática pode levar ao não cumprimento de prazos de entrega. Isso, por sua vez, pode resultar em penalidades por atraso ou até mesmo no cancelamento do pedido. Além dos custos diretos, como multas, a empresa enfrenta o desgaste da imagem. A não entrega ou o atraso de um produto devido à falta de itens essenciais causa transtornos significativos ao cliente, afetando a imagem da empresa e envolvendo custos difíceis de mensurar (imagem, confiabilidade, concorrência, entre outros). Essa situação muitas vezes decorre da ausência de um planejamento e controle adequados de estoque.
Portanto, é crucial dimensionar de maneira apropriada as necessidades de estoque, considerando a demanda, as flutuações de mercado, as negociações com fornecedores e a satisfação do cliente. Essa abordagem visa otimizar os recursos disponíveis, minimizando tanto os estoques quanto os custos associados. Manter estoques mínimos permite que a empresa utilize esse capital de forma mais produtiva, investindo em melhorias nos processos de manufatura, adquirindo novos equipamentos, expandindo e diversificando sua produção. Isso contribui para que a empresa se torne mais eficaz e competitiva no mercado.
Chiang (2010) aborda os custos associados aos estoques, excluindo o custo de aquisição da mercadoria, e destaca três categorias principais:
Inclui custos fixos administrativos relacionados ao processo de aquisição das quantidades necessárias para repor o estoque. Engloba o custo de preencher pedidos de compra, processar burocracias, atividades contábeis, operações no almoxarifado e recebimento do pedido com verificação contra nota e quantidade física. Os custos de pedir são quantificados em termos monetários por pedido. Esse grupo é referente ao denominado por Pozo (2019) como custo de estoque.
Associados a todos os custos necessários para manter uma determinada quantidade de mercadorias por um período específico. Geralmente, são definidos em termos monetários por unidade e por período. Incluem componentes como custos de armazenagem, seguro, deterioração e obsolescência, custo de oportunidade (referente ao emprego de dinheiro em estoque que poderia ser utilizado em outros investimentos com risco semelhante fora da empresa) e custo de furto. Para Pozo (2019), ele é denominado de custo de manutenção de estoques.
Definido como a soma dos custos de aquisição e de manter estoque. Nos modelos do lote econômico, os custos totais são fundamentais, pois o objetivo é determinar a quantidade do pedido que os minimiza.
Assim, os objetivos do estoque abrangem diferentes metas e considerações, destacando-se dois principais: Objetivos de custo e objetivos de nível de serviço.
Aqui se estabelece os níveis e a localização do estoque, mas não apenas isso. A parte mais importante é equilibrar os custos de manutenção e de pedido de estoque, uma vez que esses custos têm comportamentos diferentes. Por um lado, maiores quantidades estocadas resultam em custos de manutenção mais altos, por outro, maiores quantidades por pedido levam a um estoque médio mais alto e custos de manutenção elevados. A função do custo total, assim, assume a forma de um U, indicando um valor mínimo, o ponto onde a soma dos custos de manutenção e de pedido é a mais baixa. O objetivo é encontrar um plano de suprimento que minimize o custo total.
Às vezes, a dificuldade em estimar os custos de faltas leva ao estabelecimento de um objetivo diferente para o controle de estoque. Ao fixar a disponibilidade conforme uma política específica, os custos de manutenção e de pedido são ajustados para minimizar sua soma. Fixar a disponibilidade-alvo considera indiretamente os custos de falta de estoque, mas deve ser feito com cuidado. Aumentar a disponibilidade pode ter um impacto significativo no capital investido em estoque. Encontrar o equilíbrio entre produção, custo total de estoque e nível de serviço ao cliente é essencial para uma gestão eficaz do estoque.
Os custos de manutenção de estoque, conforme destacados por Bowersox, Closs e Cooper (2007), abrangem diversos aspectos cruciais, como por exemplo:
Capital: O capital investido em estoque representa uma oportunidade de aplicação em mercados financeiros. A empresa deve estabelecer parâmetros claros para o custeio do capital, evitando redução nos ganhos ou prejuízos.
Impostos: Variações nas legislações vigentes e regiões impactam os custos com impostos. Decisores logísticos devem estudar alternativas para compor o estoque ao longo da cadeia, evitando desembolsos muito grandes com questões fiscais.
Seguros: O custo com seguro está diretamente relacionado aos riscos associados ao produto, considerando características do local de armazenamento, valor da mercadoria e índices de sinistros (ocorrências).
Obsolescência (ultrapassados, substituídos por outros mais modernos): Calculado com base em índices de perdas, leva em conta fatores como prazo de validade, saída de moda, deterioração, entre outros.
Armazenamento: Refere-se ao custo pelo uso do espaço físico no depósito. Inclui custos totais de armazenagem (pessoal, seguros, manutenções, aluguel etc.). Geralmente são divididos pela quantidade média de itens estocados.
A compreensão e gestão efetiva desses custos são essenciais para otimizar a manutenção de estoques, alinhando-se aos objetivos da empresa e evitando desperdícios financeiros. Cuidar bem dos estoques é extremamente importante para as empresas ficarem financeiramente equilibradas e funcionarem corretamente. Quando se controlam os custos de manutenção, pedidos e evita falta de produtos, não só ocorre uma economia de recursos, mas também se ajudam as empresas a serem mais competitivas.
A ideia é encontrar um ponto onde todos os custos são minimizados, o que é essencial para tomar decisões inteligentes na logística da empresa. Isso ajuda a enfrentar desafios financeiros, agradar os clientes e ficar mais forte no mercado. Devemos pensar no todo, entender os objetivos dos estoques, desde economizar até manter a quantidade certa, contribuir para criar um ambiente de negócios mais esperto, que se adapta bem às mudanças no mercado. Ao ser eficiente na forma como a empresa gerencia o que tem, desde a produção até a entrega, ela não apenas garante que tudo continue funcionando bem, mas também se destaca em um mundo de negócios que está sempre mudando, seja ela do setor do agronegócio ou de qualquer outro setor.
O técnico em agronegócio necessita entender a análise de custo de estoques por diversas razões. Primeiramente, é fundamental para uma gestão financeira eficaz, pois permite compreender os gastos relacionados à manutenção e operação dos estoques agrícolas, como armazenamento, depreciação e seguro. Esse conhecimento embasa decisões estratégicas informadas, como determinar o tamanho ideal do estoque, a frequência de pedidos e a seleção de fornecedores. Além disso, é essencial para o planejamento da produção e comercialização, ajudando no ajuste da produção de acordo com a demanda prevista e os custos de manutenção de estoque. Por fim, a análise de custo de estoques também contribui para o gerenciamento de riscos, permitindo identificar e mitigar possíveis problemas, como obsolescência de produtos e flutuações de preços. Em suma, é uma ferramenta crucial para garantir a eficiência e o sucesso das operações no agronegócio.
E claro, a atividade de hoje não poderia ser outra a não ser estudar sobre os tipos de custos relacionados ao agronegócio, no que se refere a estoques e armazenamento. Portanto, dividam-se em grupos, onde cada grupo representará um tipo de produtor rural, com o desenvolvimento de uma cultura diferente. Após essa divisão, tente identificar os custos de estoques envolvidos em sua atividade específica. Identifique também, os desafios no gerenciamento de estoques, as estratégias adotadas por agricultores para otimizar seus custos e estoques, e o impacto de fatores externos (clima, mercado, regulamentações) nos custos de estoque.
Quando terminarem essa atividade, cada grupo deve preparar uma apresentação breve compartilhando suas descobertas e destacar os casos de sucesso na gestão de estoque e para desafios superados. Isso será importante para identificar que diferentes culturas podem ter diferentes desafios quanto aos custos de estoque e necessidade de gerenciamento deles. Espero que tenha conseguido aprender um pouco mais sobre esses assuntos na lição e na atividade de hoje. Espero você na próxima lição para aprendermos ainda mais sobre eles!
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. COOPER, M. B. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2007.
POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019.