Olá, aluno(a) do curso Técnico em Agronegócio. Seja bem-vindo(a) a mais uma lição de nossa disciplina de Logística e Gerenciamento de Estoques. Na última lição, vimos a importância da análise de custo de estoque, explorando objetivos cruciais para o sucesso na gestão de insumos agrícolas. Aprendemos a equilibrar o abastecimento, a fim de garantir uma produção eficiente, evitar desperdícios e melhorar a competitividade da empresa ou propriedade rural.
Assim, como objetivos da lição de hoje, incluímos a importância do controle de estoques para a eficiência operacional e rentabilidade das empresas, abrangendo conceitos fundamentais, como previsão de demanda e métodos de controle.
Também destacaremos a aplicação de tecnologias modernas, bem como apresentaremos a você a análise financeira relacionada aos investimentos em estoques e a integração desses conceitos com exemplos práticos no contexto do agronegócio, com o objetivo de evidenciar a importância da gestão eficiente para a competitividade empresarial. Vem comigo nessa jornada?
Diante da complexidade e importância do controle de estoques, surge uma questão de extrema relevância: como garantir uma gestão eficiente dos estoques no agronegócio, considerando as oscilações sazonais na produção, as demandas variáveis dos consumidores e a necessidade de otimização dos recursos financeiros? Essa questão nos leva a refletir sobre os desafios enfrentados pelas empresas agrícolas na busca pelo equilíbrio entre oferta e demanda, com a utilização de tecnologias e estratégias financeiras adequadas para maximizar tanto a rentabilidade quanto a competitividade no mercado.
Além disso, essa pergunta nos leva a considerar o impacto das mudanças ambientais e climáticas no agronegócio, mudanças que podem influenciar significativamente a disponibilidade e a qualidade dos insumos agrícolas, bem como a produtividade das culturas. Nesse contexto, a gestão eficiente dos estoques torna-se ainda mais desafiadora, pois exige adaptações rápidas e precisas para lidar com eventos climáticos extremos, como secas, enchentes ou variações bruscas de temperatura. Portanto, é fundamental explorar estratégias de gestão de riscos e resiliência, aliadas às tecnologias de previsão meteorológica e monitoramento ambiental, para garantir a segurança, mas também a sustentabilidade das operações no agronegócio. Vem comigo aprender mais desse assunto!
Em uma fazenda de gado leiteiro, localizada em uma região montanhosa, a família Oliveira enfrentava um desafio peculiar. Com a aproximação do período de estiagem, ela sabia que a disponibilidade de alimentos para o rebanho seria escassa. Maria era responsável pela gestão dos estoques de silagem e feno, fundamentais para a alimentação do gado durante os meses de seca. No entanto uma série de contratempos começou a ameaçar o abastecimento. Um fornecedor não entregou a quantidade esperada de feno, enquanto a qualidade da silagem estava comprometida devido às condições climáticas desfavoráveis durante a colheita. Diante dessa situação, a família Oliveira viu-se diante de um dilema: como garantir o suprimento adequado de alimentos ao rebanho até o final da estação seca?
Determinados a encontrar uma solução, a família Oliveira reuniu-se para elaborar um plano de ação. José, o filho mais velho, propôs revisar o sistema de controle de estoques, através do monitoramento diário dos níveis de silagem e feno disponíveis, e também da estimativa do consumo do gado para planejar as compras futuras. Enquanto isso, Marcos, o caçula, sugeriu explorar alternativas de alimentação, como a produção de forragens hidropônicas, que poderiam complementar a dieta dos animais de forma econômica e sustentável.
Com determinação e trabalho em equipe, a família Oliveira conseguiu superar os desafios e manter o gado alimentado durante toda a estação seca. Através de um controle de estoques eficiente e da busca por soluções inovadoras, ela aprendeu a importância de planejar e gerenciar os recursos disponíveis, garantindo a sustentabilidade do negócio agrícola e o bem-estar dos animais.
Observe que, nesse relato, a família Oliveira enfrenta os desafios a partir do controle de estoques e explora alternativas de alimentação, ou seja, é um perfeito exemplo para o assunto que estudaremos na lição de hoje, pois destaca a importância do controle eficiente de estoques à sustentabilidade do negócio agrícola!
O controle de estoque é um tema abordado em muitos estudos de como as empresas podem ser mais eficientes. Não se trata simplesmente de deixar um montão de produtos guardados para usar quando necessário, tampouco deixar o estoque quase vazio, já que precisamos de uma margem de segurança. É importante entender quanto das suas mercadorias você espera vender para saber quando e quanto produzir, pois essa compreensão ajuda a maximizar os lucros da sua produção. Ter muito estoque, especialmente se não for necessário, significa ter dinheiro parado, sem render nada, o que, por sua vez, representa perda significativa ao longo do tempo, especialmente com o aumento dos preços dos produtos, o que chamamos de inflação.
A capacidade de uma empresa de produzir está diretamente ligada aos seus estoques de matéria-prima. Para controlar os estoques de forma eficiente, é crucial identificar que tipo de método de controle está sendo usado, pois há desde os mais simples até os mais complexos, como o método de estoque zero, no qual a empresa produz apenas sob encomenda, sem manter estoque fixo.
O fato é que o controle de estoque é superimportante porque envolve uma grande parte do dinheiro da empresa. Se for feito de forma eficiente, os gestores podem tomar as melhores decisões, como em quais produtos focar na produção, quanto produzir, quando esperar mais vendas ou períodos de baixa produção.
Quando estamos fazendo o controle de estoque, é crucial pensar sobre a demanda futura, ou seja, entender o que os consumidores desejarão comprar e quando. É importante oferecer os produtos certos nos momentos certos, para satisfazer às necessidades dos clientes, mas há como saber o que eles querem, se não perguntarmos? Se esse questionamento lhe fez pensar sobre o assunto, tenho uma resposta a você! É importante trabalhar junto com o pessoal de marketing, porque eles são especialistas em pesquisar o mercado e entender quem são os clientes e do que eles gostam. Essa atitude ajuda a conseguir informações específicas de quais produtos oferecer, em que quantidade e como adaptá-los às preferências dos clientes (KOTLER; KELLER, 2006).
De acordo com Chiavenato (2005), o estoque pode incluir uma variedade de materiais que uma empresa utiliza em seu processo produtivo, ou seja, não se limita apenas à matéria-prima, aos produtos acabados ou às mercadorias compradas com o objetivo de gerar receita para a empresa, ou mesmo àquelas que passaram por transformações durante o processo de produção. O autor também menciona que devido às diferentes características dos itens os quais compõem o estoque das empresas, eles são classificados de acordo com os mesmos critérios que regem a classificação de seus materiais (CHIAVENATO, 2005):
Estoques de matérias-primas (MP).
Estoques de materiais em processo (ou em vias).
Estoques de materiais semiacabados.
Estoques de materiais acabados (ou componentes).
Estoques de produtos acabados (PA).
É importante monitorar constantemente não apenas as quantidades de itens armazenados, mas também sua qualidade. Esse monitoramento ajuda a garantir que as informações estejam corretas e que possíveis erros sejam identificados o mais rápido possível. Ele, geralmente, é feito por sistemas auxiliares, os quais precisam ser verificados regularmente para encontrar falhas ou divergências. Não adianta apenas guardar os itens se, quando precisarmos deles, não estiverem em boas condições. Por isso, é importante armazená-los em locais seguros e apropriados para cada tipo de produto, seja perecível, seja durável.
Controlar os estoques é uma prática fundamental para garantir a eficiência operacional das empresas e sua competitividade no mercado.
Atualmente, é importante priorizar métodos que aproveitem tecnologias inovadoras para facilitar o gerenciamento de estoques, como QR Codes, infravermelhos, rastreamento via GPS e outros mecanismos. Borges, Campos e Borges (2010) mencionam que um bom gerenciamento de estoques ajuda a manter baixo o valor de dinheiro investido, desde que haja uma margem de segurança e atenda às demandas dos clientes.
Devemos entender que estoque significa desperdício de dinheiro. Portanto, devemos tentar eliminá-los ou reduzi-los ao mínimo possível. Manter estoques pode representar o risco de torná-los obsoletos ou inúteis devido às mudanças nas necessidades dos clientes, além disso, ocupam espaço físico, o que envolve custos de aluguel, e o dinheiro investido neles poderia ser usado para adquirir itens mais lucrativos.
É possível considerar o seguinte: é melhor estar preparado. Isso é especialmente verdadeiro em tempos de muita incerteza, como pandemias e guerras, quando a falta de previsibilidade sobre o futuro de certas mercadorias leva ao aumento dos estoques. Nesse sentido, estoques maiores, muitas vezes, significam maiores oportunidades de aproveitar o aumento inesperado nas vendas em determinado período, ou reduzir os custos de aquisição de novos insumos para a produção, caso os preços das matérias-primas aumentem sem aviso prévio.
Cada empresa possui seu próprio estoque, seja de produtos acabados, que são os itens prontos para serem entregues aos clientes, seja de itens em exposição, como vitrines, mostruários, ou mesmo materiais em processo de fabricação, insumos comprados que ainda não foram usados na produção, entre outros. O desafio é saber gerenciá-los, ou seja, entender quanto estoque temos, qual seu valor, como ele se movimenta e qual sua real necessidade, administrando esses recursos da melhor forma possível ao longo do tempo.
Nesse sentido, é crucial considerar a velocidade como os produtos entram na empresa enquanto insumos, pois nem sempre são produzidos e oferecidos aos consumidores imediatamente. Às vezes, a produção não acompanha o ritmo das vendas, então é necessário ter estoques disponíveis para lidar com essas variações nas previsões e no tempo de preparo dos produtos (PROVIN; SELLITTO, 2011).
A gestão de estoques envolve controlar a quantidade de produtos armazenados, decidir quando fazer novas aquisições, organizar e distribuir, bem como classificar os itens adquiridos. Por meio dela, são aplicadas as políticas da empresa e da cadeia produtiva em relação aos estoques (BALLOU, 2006). Portanto, o principal objetivo de um sistema de controle de estoques é determinar a quantidade ideal de cada produto que a empresa deve manter em estoque. Isso somente é possível através de uma previsão da demanda de consumo. No entanto prever sempre envolve incertezas, mesmo com muita informação disponível.
Em suma, uma gestão de estoque eficiente busca prever as demandas dos clientes, os custos de aquisição e as vendas de mercadorias, a fim de calcular a lucratividade das empresas. Essa previsão permite ajustes na produção para atender adequadamente às necessidades futuras da empresa, reduzindo desperdícios de mercadorias, dinheiro e oportunidades de investimento. Gerenciar estoques não apenas envolve planejar como controlar os materiais dentro da organização, mas também como executar esse planejamento, com o intuito de manter o equilíbrio entre o estoque disponível e a quantidade demandada, o que se torna mais fácil e preciso quando combinado com eficientes sistemas integrados de gestão.
No contexto do agronegócio, a gestão de estoques desempenha um papel crucial para garantir a eficiência operacional e a rentabilidade das empresas. As oscilações sazonais na produção agrícola demandam uma gestão cuidadosa dos estoques de insumos, como sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas, para garantir que haja suprimentos adequados durante os períodos de alta demanda, por exemplo, o plantio e a colheita. Além disso, a previsão precisa da demanda dos consumidores por produtos agrícolas, como grãos, frutas e hortaliças, é essencial para planejar a produção e o armazenamento, evitando excessos capazes de resultar em perdas ou em escassez que afetem a oferta no mercado.
A utilização de tecnologias inovadoras na gestão de estoques no agronegócio pode proporcionar vantagens significativas. Por exemplo, sistemas de rastreamento via GPS são, muitas vezes, empregados para monitorar o transporte e a distribuição de produtos agrícolas, visando a garantir a entrega oportuna e reduzir o risco de perdas durante o processo logístico. O uso de QR Codes e sistemas de gestão integrados facilita o acompanhamento do fluxo de mercadorias desde a produção até o armazenamento, o que garante uma visão abrangente e em tempo real do status dos estoques agrícolas. Por fim, a gestão eficiente de estoques no agronegócio não se limita ao controle físico dos produtos, mas abrange a gestão financeira relacionada aos investimentos em estoques.
A análise cuidadosa dos custos de armazenamento, como os associados à manutenção de silos e armazéns, juntamente com a avaliação dos custos de oportunidade dos recursos financeiros investidos nos estoques, é essencial para maximizar a rentabilidade e a competitividade das empresas agrícolas.
Em resumo, uma gestão de estoques bem-sucedida no agronegócio é aquela que equilibra cuidadosamente a oferta e a demanda, através da utilização de tecnologias modernas e estratégias financeiras eficientes para otimizar a produção, a distribuição e o armazenamento dos produtos agrícolas.
Como vimos no decorrer da lição, o profissional técnico em Agronegócio precisa entender de controle de estoques, para gerenciar eficientemente uma variedade de produtos agrícolas. Dessa forma, é preciso compreender como planejar a produção, como garantir suprimentos adequados à safra e, também, como gerenciar os alimentos dos animais. Sem contar que o conhecimento em controle de estoques ajuda a identificar oportunidades de melhoria nos processos de armazenamento e logística, contribuindo tanto para aumentar a eficiência operacional quanto para reduzir desperdícios. Portanto, podemos dizer que conhecer o controle de estoques é fundamental ao sucesso e à sustentabilidade das operações agrícolas.
Agora, para você aprofundar seu conhecimento, aplicaremos uma parte do que foi aprendido nesta lição. Imagine-se na seguinte situação: você é gerente de uma pequena loja de produtos agrícolas em uma cidade rural e recebeu um pedido de um cliente para entregar uma grande quantidade de adubos e fertilizantes em sua fazenda, que fica a 1 hora de distância da loja. No entanto, ao verificar o estoque, percebe que a quantidade disponível desses produtos é insuficiente para atender ao pedido completo do cliente. Além disso, a previsão do tempo indica que uma tempestade está se aproximando, o que pode dificultar a entrega nos próximos dias.
Considerando nossos estudos até aqui, diante dessa situação, que atitude você tomaria como gerente da loja? Quais opções você consideraria para lidar com o problema? Como priorizaria suas ações, a fim de garantir a satisfação do cliente e a eficiência operacional da loja?
Você tem condições suficientes para responder a tais questionamentos! Então, desenvolva um plano de ação a ser executado nesse caso e compartilhe-o com seus colegas, depois, veja qual foi o plano deles.
Essa atividade lhe permitirá aplicar, em uma situação realista, os conceitos discutidos na lição que são relacionados ao controle de estoques. Você também desenvolverá habilidades de tomada de decisão, resolução de problemas e pensamento crítico, bem como incentivará a reflexão sobre a importância do controle de estoques para o sucesso de um negócio no setor agrícola.
Esperamos que tenha gostado da atividade. Nos encontraremos na próxima lição!
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: Planejamento organização e logística empresarial. Tradução de Elias Pereira. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
BORGES, C. T.; CAMPOS, S. M.; BORGES, C. E. Implantação de um sistema para o controle de estoques em uma gráfica/editora de uma universidade. Revista Eletrônica Produção & Engenharia, [s. l.], v. 3, n. 1, p. 236-247, jul./dez. 2010.
CHIAVENATO, I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2006.
PROVIN, T. D.; SELLITTO, A. M. V. Política de compra e reposição de estoques em uma empresa de pequeno porte do ramo atacadista de materiais de construção civil. Revista Gestão Industrial, [s. l.], v. 7, n. 2, p. 187-200, 2011.