Olá, estudante! Seja bem-vindo a mais uma lição da disciplina de Logística e Gerenciamento de estoques, do curso Técnico em Agronegócio. Já vimos vários assuntos por aqui, não é mesmo? Na última lição, vimos sobre as principais atividades que a logística desempenha e como podemos entender um pouco mais sobre cada uma delas, para saber atuar de acordo com as necessidades que forem surgindo.
Hoje, vamos iniciar uma nova etapa de nossos estudos, que trata sobre o papel dos custos em nossa tomada de decisão, e a logística não poderia ficar de fora. Venha comigo entender sobre os principais tipos de custos logísticos existentes.
Hoje, embarcaremos em uma nova fase de nossos estudos, focando no papel dos custos na tomada de decisão. A logística, por sua vez, desempenha um papel crucial nesse contexto. Convido você a mergulhar comigo na compreensão dos tipos de custos logísticos que permeiam nossa área de estudo. Estou certo de que essa jornada enriquecerá ainda mais sua compreensão e habilidades práticas! Prepare-se para absorver conhecimento valioso sobre como os custos impactam nossas decisões logísticas. Estou ansioso para explorar esses conceitos juntos. Vamos lá!
Imagine que você esteja atuando em uma empresa e deseja reduzir os custos, ou talvez, pense que esteja atuando junto a um produtor rural e tenha interesse – talvez até uma necessidade de reduzir seus custos de produção. Concorda comigo que, antes de mais nada, torna-se muito importante que você saiba identificar cada um desses custos e saiba suas principais definições? Pois, somente assim você saberá auxiliá-lo nesse processo.
No ambiente em que vivemos, com tamanha concorrência, necessitamos melhorar nossa atuação, para que possamos obter a maior taxa de lucro possível. Acontece que isso somente se torna possível se conhecermos muito bem nossos custos e como eles estão distribuídos, a fim de se analisar se nossos esforços estão sendo bem direcionados ou precisamos de um redirecionamento. Vamos entender um pouco mais sobre esses custos.
No case desta lição, trago para você a história de Pedro, um adolescente que vivia em uma pequena fazenda no interior do Paraná. Desde muito jovem, ele esteve envolvido nas tarefas da fazenda, ajudando seus pais com a plantação e o cuidado dos animais. Ele gostava da vida no campo, mas havia uma parte da administração da fazenda que o preocupava: os custos que eram muitos, sobretudo os logísticos.
Um dia, durante o almoço, já pensando em assumir o controle da fazenda nos próximos anos, Pedro perguntou a seu pai, José, sobre como os custos afetam o funcionamento da fazenda. José, feliz com o interesse do filho pelos negócios da família, resolveu levá-lo a um passeio pela fazenda para explicar sobre o assunto.
Assim, quando passaram pelo galpão onde armazenavam os veículos da família, seu José explicou que esses custos estavam diretamente relacionados às atividades da propriedade, visto que toda a produção vendida deveria ser entregue aos clientes, e, muitas vezes, essa parte consumia boa parte dos lucros da atividade.
Explicou também que, nem sempre os produtos eram vendidos assim que produzidos, assim eram necessários locais para armazenamento, que também representavam altos custos de manutenção. Por fim, comentou que ao se manusear os produtos havia custos envolvidos nesse processo, fora os custos administrativos que representavam parcela importante e necessária para o bom funcionamento da fazenda.
Desde aquele dia, Pedro começou a acompanhar de perto esses custos e a encontrar maneiras de minimizá-los, já que percebeu que eram tantos tipos e em quantidades expressivas. Assim, procurou encontrar meios de se especializar sobre esses assuntos e assim, assumir com maior confiança a sucessão familiar da fazenda.
Portanto, a história de Pedro, mesmo ela sendo fictícia, exemplifica como o conhecimento é fundamental para enfrentar desafios práticos na gestão de uma fazenda, especialmente no que diz respeito à compreensão e otimização dos custos envolvidos nas atividades agrícolas. Essa conexão evidencia a aplicabilidade direta dos conceitos e habilidades adquiridos no curso Técnico em Agronegócio na resolução de questões reais no setor agropecuário. Vamos aprender mais sobre isso?
Vamos iniciar essa etapa realizando um apanhado geral sobre os principais tipos de custos, sobretudo ligados à logística. Quando falamos sobre uma indústria, que pode ser uma agroindústria inclusive, temos as diferenciações em relação ao estágio dos produtos, como custo de produção do período, custo da produção acabada e custo dos produtos vendidos.
Segundo Martins (2023), o custo de produção do período pode ser visto como a soma dos custos incorridos no período dentro da fábrica. Já o custo da produção acabada reflete a soma dos custos contidos na produção finalizada no período atual, sendo que pode incluir custos de produção de períodos, se as partes já estivessem produzidas no período inicial e só fossem completadas no atual período. Por último, os custos dos produtos vendidos refletem os custos de diversos períodos incorridos ao se produzir cada produto, mas que só foram vendidos no período atual.
Embora pareçam semelhantes, esses custos são distintos e não possuem uma hierarquia de valor entre eles, ou seja, não precisam manter uma ordem de grandeza fixa ao longo do tempo entre si.
Luz, Wobert e Silva (2018) lembram que gestores devem estar sempre atentos aos custos envolvidos no processo de produção e em todos os seus desdobramentos. Assim, cabe a você como profissional do agronegócio entender sobre os principais termos que farão parte do seu dia a dia. Para reforçar essa importância, deixo as palavras de Faria e Costa (2010, p. 68): “é importante que os gestores do sistema logístico compreendam e utilizem uma série de informações de custos, bem como o comportamento de cada um deles. [...] Cada um dos custos revela uma importância única para a tomada de decisões em logística”.
Assim, os gestores devem se basear nas informações disponíveis sobre os custos para uma tomada de decisão assertiva. Faria e Costa (2010) classificam os custos logísticos quanto à finalidade em três grandes tipos: quanto ao relacionamento com o objeto, quanto ao comportamento diante do volume de atividade e quanto ao relacionamento com o processo de gestão. Vamos aprender um pouco sobre cada um deles.
Essa área cuida da relação da empresa com fornecedores e clientes, incluindo produtos, canais de distribuição e outros itens. Podemos classificar os custos aqui apresentados em diretos e indiretos. Os custos diretos podem ser diretamente atribuídos às mercadorias ou serviços, sendo assim, são identificáveis e passíveis de se medir. São exemplos os custos de transporte relativos à entrega da safra do produtor rural, que podem ser medidos pelo valor desembolsado na contratação ou ao desembolso com o salário do motorista, combustíveis utilizados e demais custos decorrentes do deslocamento. Os custos indiretos não estão diretamente ligados às mercadorias ou serviços, assim, são mais difíceis de medir. Por exemplo, é difícil mensurar quanto de tecnologia foi utilizada em cada safra. Podemos então diferenciar custos diretos e indiretos de acordo com a relação dos custos com os produtos.
Os custos, segundo Faria e Costa (2010), podem ser divididos em fixos, variáveis e semivariáveis ou semifixos. Os custos fixos ocorrem na própria empresa e, geralmente, já estão no orçamento, isso porque se trata dos custos que não se alteram de acordo com a produção. De forma simplificada, são as contas regulares e periódicas. Por exemplo, o aluguel de um barracão, ou galpão industrial não irá se alterar em um período se a produção, ou a safra, se elevar. Vale lembrar que isso não implica que o valor não possa se alterar no tempo, mas o que é fixo é sua obrigação e previsão, não necessariamente seu preço, mas normalmente acaba por ser também.
Os custos variáveis já representam os custos que se alteram conforme a atividade prestada ou o produto produzido. Para Faria e Costa (2010, p. 71): “Conhecer os custos variáveis auxilia em muitas decisões de curto prazo”, isso porque, eles estão relacionados diretamente com o volume. Eles costumam refletir as vendas, visto que aumentam ou diminuem no mesmo sentido que elas. Por exemplo, quanto maior a área a ser plantada, maior será o custo com sementes e fertilizantes. Dessa forma, se os custos com esses insumos aumentarem de forma controlada, isso pode implicar em aumento de receita futura à empresa.
Para Martins (2023), a separação em custos fixos e variáveis é de extrema relevância, pois leva em consideração o tempo e o volume de atividade. É importante lembrar que o custo com matéria-prima pode ser considerado custo variável, pois varia de acordo com o consumo. No entanto, se analisado o consumo individual, a quantidade utilizada será a mesma de cada unidade. Isso não reprova a ideia de custo variável, mas, sim, a reforça!
Há ainda, segundo Faria e Costa (2010), os custos mistos, denominados de custos semivariáveis ou semifixos, pois apresentam uma parcela de custo fixo e outra parcela de custos variáveis. Isso já é um conceito mais atual, que pode ser exemplificado com um produtor que recebe uma remuneração fixa na forma de salário e uma parcela variável, conforme a produção da terra.
Os custos estão envolvidos em todos os níveis de tomada de decisão da empresa. Segundo Faria e Costa (2010), eles podem ser divididos em: custos controláveis e não controláveis, custo de oportunidade, custos relevantes, custos irrecuperáveis, custos incrementais, custos ocultos, custo-padrão, custo-meta, custo kaizen e custo do ciclo de vida. Vamos estudar um pouco sobre cada um deles.
Custo controlável: Representa os custos que são conhecidos e definidos pelos gestores.
Custos não controláveis: Representa aqueles custos que não esperados, mas que podem ocorrer e não podem ser evitados por ações tomadas.
Custo de oportunidade: Geralmente, acaba por não ser registrado contabilmente, por ser um custo que não aconteceu de fato. Reflete o custo de se assumir uma determinada escolha em detrimento de outras existentes.
Custos relevantes: São aqueles custos futuros decorrentes de cada alternativa possível de escolhas pelos gestores.
Custos irrecuperáveis: São relativos ao passado, não impactam decisões presentes ou futuras. Apenas servem de base e experiência para novas decisões.
Custo incremental (também conhecido como marginal ou diferencial): Apresenta a diferença dos custos, e das receitas, decorrentes de decisões tomadas pelos gestores.
Custos ocultos: São aqueles que não aparecem no processo de tomada de decisão, mas afetam a operação. Representam falhas em processos e perdas financeiras. Esses custos ocultos devem ser evitados, ou até mesmo eliminados.
Custo-padrão: Representa os valores previstos para os produtos, serviços ou atividades. Servem de comparação para os custos efetivos, que realmente aconteceram, no sistema de expectativa versus realidade.
Custo do ciclo de vida do produto: Engloba os custos envolvidos em todos os estágios da vida do produto, envolvendo a concepção, o desenvolvimento, o crescimento, a maturidade, a saturação e o declínio.
Custo kaizen: Trata do processo de melhoria contínua dos processos, focados na redução de custos em todas as fases do ciclo de vida do produto.
Sim, são muitos os custos existentes envolvidos nos mais diversos processos de um empreendimento, e cabe ao técnico em agronegócio ou ao gestor de uma empresa analisar cada um deles, principalmente focando na redução de custos e eliminação de custos desnecessários. Mas, isso é assunto da próxima lição, pois já estendemos bem esse assunto por hoje.
Bom, finalmente chegamos à etapa de aplicação dos conhecimentos adquiridos na lição de hoje e, haja caderno pra anotar tantos tipos de custos, não é mesmo? Falando nisso, é sobre isso mesmo nossa tarefa hoje. Indico a você que pegue uma folha de papel e uma caneta e anote o que conseguir lembrar sobre os principais custos envolvidos no processo produtivo. Volte a parte final da lição e tente encontrar ao menos um exemplo para cada tipo de custo apresentado:
Custos controláveis.
Não controláveis.
Custo de oportunidade.
Custos relevantes.
Custos irrecuperáveis.
Custos incrementais.
Custos ocultos.
Custo-padrão.
Custo-meta.
Custo kaizen.
Custo do ciclo de vida.
Fazendo isso, você conseguirá agregar mais sentido aos seus estudos e já irá exercitar sua percepção profissional, que tanto precisará em pouquíssimo tempo. Sem mais por hoje, caminho até a próxima lição e te espero para continuarmos nossa conversa sobre o mundo dos custos!
FARIA, A. C.; COSTA, M. de F. G. Gestão de custos logísticos. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. - 11. ed. - [5. Reimpr.]. - São Paulo: Atlas, 2023.