Olá, estudante! Seja bem-vindo a mais uma lição de nossa disciplina. Espero que esteja gostando até aqui dos assuntos que abordamos. Se você estiver lembrando de nossa última lição, sabe que iniciamos um novo foco de estudo em nossa disciplina em relação ao estudo dos estoques, de seu controle e previsão. Já vimos por que isso é tão importante para as empresas, sejam elas de qual setor forem, do agronegócio ou da indústria e comércio.
Na lição de hoje, iremos estudar sobre como podemos fazer uma boa previsão de estoques, quais inovações tecnológicas, como softwares de previsão e análise de dados podem potencializar a eficácia dos métodos de previsão, e o papel da tecnologia na superação de desafios e na obtenção de resultados mais assertivos. Vem comigo aprender sobre esses assuntos na lição de hoje!
Quando estudamos sobre a previsão de estoques, podemos pensar: Como as organizações podem conciliar a busca pela precisão nas previsões de demanda com as limitações de recursos e os custos associados à obtenção de informações detalhadas? A integração entre as áreas de vendas e logística na prática empresarial é eficaz? Como superar desafios para garantir uma colaboração efetiva entre esses setores, visando alinhar oferta e demanda de maneira otimizada?
Sabendo dessas informações, podemos optar por escolher algum método de previsão, como o Método da Média dos Mínimos Quadrados (MMMQ), tornando-o adaptável às mudanças repentinas nas dinâmicas do consumidor. Estudar também sobre o tipo de relação comercial, tradicional ou mais próxima, com fornecedores para uma parceria estratégica na precisão da previsão de estoques é fundamental para entender e superar os desafios e benefícios dessa transformação nas relações comerciais.
Essas preocupações nos mostram a importância de estudarmos sobre a aplicabilidade prática dos conceitos abordados, estimulando uma análise crítica das estratégias utilizadas pelas organizações no desafiador cenário da gestão de estoques e previsão de demanda.
O case que irei apresentar a você conta a história de uma pequena vila rural aninhada entre colinas verdejantes e campos dourados, onde vivia um agricultor chamado João. Ele cultivava uma variedade de produtos, desde grãos até frutas suculentas que prosperavam na rica terra da região. A vida na aldeia fluía ao ritmo tranquilo das estações, mas João sempre se via enfrentando desafios quando se tratava de gerir seus estoques e antecipar as demandas do mercado.
João não estava pensando apenas em semear e colher, entendia profundamente a importância da previsão de demanda em seu negócio. Em uma comunidade onde a cooperação era essencial, a incerteza sobre o que plantar e em que quantidade podia afetar não apenas suas colheitas, mas também a sustentabilidade de toda a vila.
Certo dia, enquanto observava o pôr do sol sobre seus campos, João refletiu sobre a necessidade de aprimorar suas práticas de previsão. Ele decidiu estabelecer um diálogo mais próximo com os moradores da vila para entender suas preferências e demandas. Empregou métodos simples, como reuniões com os vizinhos e questionários informais, para coletar informações qualitativas e quantitativas.
Essa abordagem mais colaborativa não apenas fortaleceu os laços entre os habitantes da vila, mas também trouxe à tona nuances valiosas sobre as tendências de consumo. João descobriu que, ao considerar a influência das festividades locais, as variações climáticas e até mesmo as histórias compartilhadas entre gerações, ele podia refinar suas previsões de plantio e colheita. Com o tempo, a vila experimentou uma transformação positiva. Os campos de João tornaram-se mais produtivos, e a incerteza que pairava sobre a oferta e demanda começou a dissipar-se. A parceria entre o agricultor e a comunidade resultou em um ciclo mais sustentável de produção e consumo.
Essa história nos mostra a importância da previsão de demanda, mesmo nos contextos mais rurais. Ela enfatiza como a compreensão profunda das necessidades do mercado, aliada a práticas colaborativas, pode não apenas fortalecer uma comunidade, mas também garantir a prosperidade e a sustentabilidade em um ambiente rural. Diante disso, vamos aprender mais sobre esse assunto?
Determinar o nível adequado de estoque não é algo fácil. Isso porque não sabemos ao certo a quantidade a ser demandada pelos clientes e a quantidade a ser armazenada. Além disso, a imprecisão ao estimar a chegada dos suprimentos para o início da produção e o abastecimento dos estoques complica ainda mais a situação. No contexto do controle de estoques, uma das primeiras considerações cruciais é a previsão de vendas futuras, compreendendo a demanda, juntamente com a estimativa do tempo de ressuprimento, desde a colocação do pedido ao fornecedor até a chegada do material nas instalações.
Pesquisas de intenção realizadas por meio de telefone, correio ou contatos pessoais constituem uma fonte valiosa de informações para a previsão de vendas. Embora essa metodologia pareça ideal ao obter informações diretamente dos clientes, ela apresenta algumas limitações. Produtos analisados podem possuir uma base de compradores dispersa, exigindo uma amostragem mais extensa e, consequentemente, aumentando os custos da pesquisa. Além disso, a cooperação dos clientes nem sempre é garantida, e a exatidão das informações fornecidas pode ser questionada, uma vez que os clientes não são obrigados a adquirir exatamente o que informaram na pesquisa.
Assim, o controle de estoques e a previsão de vendas, fundamentada no histórico de vendas passadas, utiliza de técnicas nem sempre precisas. Um fator relevante nesta questão é o horizonte de tempo da previsão. A probabilidade de vendas se desviarem significativamente de um padrão estabelecido em um horizonte de projeção curto é relativamente baixa. Para aprimorar essa abordagem, a combinação de técnicas matemáticas de regressão e softwares de computador é empregada para alcançar um grau aceitável de precisão na previsão de milhares de itens durante esse curto período. Contudo, é vital reconhecer que, à medida que o horizonte de projeção de demanda se estende, sua precisão diminui.
A empresa deve mapear com precisão, fornecedor por fornecedor, o tempo necessário para processamento do pedido, programação da produção (se necessário e em quais circunstâncias), processo de fabricação e tempo de despacho do material. Muitas empresas têm evoluído na construção de relacionamentos sólidos com seus fornecedores, transformando-os em verdadeiros parceiros de negócios. A transição de uma relação tradicional e distante, em que o cliente cotava produtos com diversos fornecedores a cada pedido para uma abordagem baseada em confiança e credibilidade é notável. Não é mais esperado que o cliente não possua conhecimento apropriado sobre o tempo de ressuprimento, entre outros aspectos.
De acordo com Pozo (2019), a previsão de estoques geralmente se baseia nos relatórios fornecidos pela área de vendas, onde os valores de demanda de mercado são elaborados e os níveis de estoque são determinados. No entanto, em muitas situações, o setor de logística, especialmente a administração de estoques, enfrenta o desafio de fornecer aos seus parceiros e fornecedores volumes específicos para atender a uma demanda que ainda não foi definida ou acordada pela área de vendas, mas que o sistema de suprimentos já requer processamento.
A previsão das quantidades que o mercado irá demandar desempenha um papel crucial no planejamento empresarial. Portanto, é essencial alocar métodos e esforços adequados para esse diagnóstico. A previsão deve levar em consideração os fatores que mais impactam o ambiente e que têm o potencial de mobilizar os clientes. Informações básicas e confiáveis sobre a dinâmica do mercado são essenciais para determinar as quantidades e os prazos necessários.
Essa integração eficiente entre as áreas de vendas e logística é importante para garantir alinhamento entre oferta e demanda, permitindo uma operação mais eficaz e adaptável às dinâmicas do mercado. No processo de previsão de demanda, é essencial contemplar duas categorias distintas de informações: quantitativas e qualitativas.
Essas informações referem-se a volumes e são derivadas de condições que podem influenciar a demanda. Elementos quantitativos incluem:
Influência da propaganda: O impacto das estratégias publicitárias na demanda do produto.
Evolução das vendas ao longo do tempo: O histórico de vendas e sua evolução temporal.
Variações decorrentes de modismos: Considerações sobre possíveis tendências de mercado relacionadas a modismos.
Variações decorrentes da situação econômica: Como as condições econômicas afetam a demanda pelo produto.
Crescimento populacional: O impacto do crescimento ou decrescimento populacional nas necessidades do mercado.
Estas estão associadas às fontes de obtenção de dados que podem influenciar a demanda, visando obter valores confiáveis das variáveis. Incluem:
Opinião de gerentes: A percepção dos gestores sobre fatores que podem afetar a demanda.
Opinião de vendedores: O feedback dos vendedores em relação às interações diretas com os clientes.
Opinião de compradores: As percepções e opiniões dos próprios compradores sobre o produto.
Pesquisa de mercado: Estudos sistematizados para compreender as tendências e preferências do mercado.
Ambas as informações, quantitativas e qualitativas, são complementares. No entanto, por si só não são suficientes. A combinação estratégica dessas informações aliada ao uso de modelos matemáticos é essencial para obter dados mais precisos. A utilização conjunta dessas abordagens visa minimizar custos envolvidos e aprimorar os resultados almejados. A previsão de demanda representa a tentativa de antecipar as necessidades do mercado em um futuro próximo, sendo os gráficos de demanda ferramentas valiosas nesse processo.
Na prática empresarial, a evolução da demanda, muitas vezes, é influenciada por uma combinação de diversos modelos, não apenas pelas variáveis que a afetam, mas principalmente pela qualidade da administração empresarial implementada. Conhecer a evolução da demanda facilita a elaboração de previsões futuras e, para esse fim, diversos modelos podem ser aplicados, como o Método da Média Aritmética, Método da Média Ponderada, Método da Média com Suavização Exponencial e o Método da Média dos Mínimos Quadrados.
Neste método, a previsão para o próximo período é obtida calculando a média aritmética do consumo dos períodos anteriores. Esse modelo apresenta resultados que podem ser menores que os valores reais caso haja uma tendência crescente no consumo, e maiores se houver uma tendência decrescente nos últimos períodos.
É utilizado por empresas de menor porte e por administradores sem profundo conhecimento técnico em gestão de materiais. A escolha entre esses métodos dependerá das características específicas de cada empresa e das condições do mercado em que ela está inserida. Cada abordagem oferece vantagens e limitações, sendo crucial uma análise criteriosa para determinar a mais adequada em cada situação.
O Método da Média Ponderada (MMP) é uma abordagem que aprimora a previsão da demanda, introduzindo ponderações distintas para cada período. Nesse método, a previsão para o próximo período é calculada através da atribuição de pesos a cada período, sendo que o período mais próximo recebe um peso maior. A redução gradativa dos pesos é aplicada nos períodos mais distantes. É importante destacar que a soma total das ponderações deve ser sempre 100%.
O período mais recente recebe um peso mais significativo, geralmente entre 40% e 60%, enquanto o último período é ponderado com cerca de 5%. Essa alocação de pesos é flexível e dependerá da sensibilidade do administrador em relação às variáveis e mudanças de mercado.
A abordagem do MMP considera a sensibilidade do administrador em relação ao impacto dos períodos recentes na previsão, adaptando-se a mudanças no ambiente de mercado. Este modelo busca mitigar algumas fragilidades apresentadas pelo Método da Média Aritmética (MMA), proporcionando uma previsão mais ajustada à dinâmica atual do mercado. A escolha dos pesos deve ser cuidadosamente avaliada, considerando a natureza específica da demanda e a estratégia empresarial.
O Método da Média com Suavização Exponencial (MMSE) é uma abordagem avançada para previsão de demanda, projetada para reduzir variações exageradas que podem ocorrer em períodos anteriores. Esee modelo busca proporcionar uma previsão mais estável e adaptativa, incorporando a previsão do último período juntamente com a ponderação dada a esse último período.
A previsão para o próximo período é calculada considerando a ponderação dada ao último período e a previsão do último período. O modelo é auto adaptável e requer poucos dados acumulados, ajustando-se constantemente às mudanças nos volumes de vendas. A ponderação utilizada no MMSE é denominada constante de suavização exponencial, representada pelo símbolo (@).
Essa constante (@) pode variar entre 1 ≥ @ ≥ 0, sendo um parâmetro essencial na adaptação do modelo à dinâmica da demanda. Na prática empresarial, a constante de suavização exponencial geralmente tem um valor que varia de 0,3 a 0,4, dependendo dos fatores que afetam a demanda. O MMSE busca eliminar variações exageradas, proporcionando uma previsão mais estável ao considerar a ponderação exponencial. A escolha da constante de suavização exponencial (@) é crucial para a eficácia do MMSE, sendo necessário ajustá-la conforme as características específicas da demanda e as condições do mercado.
O Método da Média dos Mínimos Quadrados (MMMQ) destaca-se como um modelo altamente eficaz para realizar previsões, utilizando um processo de ajuste que se aproxima dos valores existentes, minimizando as distâncias entre cada consumo realizado. Sua principal vantagem reside no fato de se basear na equação da reta para calcular a previsão de demanda.
O modelo busca estabelecer uma equação linear que representa a tendência dos dados de consumo. A equação da reta é utilizada para calcular a previsão de demanda, permitindo traçar uma tendência realista do que poderá ocorrer com a projeção da reta. O MMMQ realiza um ajuste cuidadoso aos dados existentes, minimizando as disparidades e proporcionando uma previsão mais precisa.
Ao utilizar a equação da reta, o MMMQ proporciona uma previsão que reflete de maneira realista a tendência dos dados de consumo. O modelo minimiza as distâncias entre os valores reais de consumo, ajustando-se de forma eficiente aos padrões observados. A aplicação do MMMQ requer atenção à qualidade e representatividade dos dados utilizados, garantindo que a equação da reta estabelecida seja uma representação precisa da tendência subjacente à demanda.
O conhecimento sobre previsão de estoque é essencial para o técnico em agronegócio. Isso se deve à importância do estoque no setor, que lida com produtos agrícolas perecíveis e não perecíveis. Uma previsão precisa ajuda na gestão eficiente dos recursos, garantindo que haja o suficiente disponível quando necessário, evitando tanto a escassez quanto o excesso. Além disso, essa previsão é essencial para planejar a produção de acordo com a demanda prevista, otimizando a comercialização e maximizando os lucros. Também ajuda na redução de custos associados ao armazenamento excessivo ou perda devido à escassez. Compreender os fundamentos da previsão de estoque capacita o profissional do agronegócio a tomar decisões estratégicas que estão relacionadas à compra de insumos, investimentos em tecnologias de armazenamento e transporte, e estratégias de marketing e vendas.
Agora, para fixar o conteúdo que aprendeu nessa lição, deixo um desafio a você! A atividade que iremos desenvolver hoje, trata-se de uma espécie de “jogo da sustentabilidade”, como poderia batizá-la aqui neste momento. Funcionará da seguinte maneira:
O Cenário do Jogo
Os estudantes deverão ser divididos em grupos que representarão empresas fictícias. Cada grupo terá a responsabilidade de gerenciar o estoque de um produto específico.
Regras do Jogo
Os grupos começarão com um estoque inicial de produtos. A cada rodada os participantes tomarão decisões sobre a produção com base em informações de vendas e previsões.
Acontece que, para que haja uma melhor dinâmica, mudanças inesperadas, como variações climáticas ou flutuações de mercado, serão introduzidas para simular incertezas.
Atividades dos Participantes
Analisar dados históricos de vendas e prever a demanda futura.
Tomar decisões sobre a produção e reabastecimento de estoque.
Adotar estratégias para lidar com imprevistos e mudanças no mercado.
Discussão pós-Jogo
Ao final dessas rodadas, os estudantes deverão compartilhar suas estratégias e resultados, discutindo os principais desafios enfrentados, as lições aprendidas e como a colaboração pode melhorar o desempenho. Assim, essa atividade terá proporcionado uma melhor compreensão prática dos desafios associados à previsão de demanda e controle de estoques, enfatizando a importância da adaptação e colaboração em um ambiente dinâmico de negócios. Espero que você goste de realizar essa atividade, te espero para a próxima.
POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019.