Lição 10: A Contabilidade
e a Administração Financeira II
e a Administração Financeira II
Olá, aluno(a)! Como estão sendo as lições deste trimestre da disciplina de Administração Financeira e Orçamentária? Está gostando? Espero que sim, pois você está tendo acesso a um conhecimento, ainda que de nível técnico, que pode fazê-lo(a) um profissional mais preparado para o mercado de trabalho e, se optar por uma graduação na área de Administração Geral ou Financeira, estará alguns passos à frente dos demais.
Na última lição, falamos sobre as decisões que um gestor ou administrador financeiro precisa tomar, que pode ser do ponto de vista do investimento, do financiamento ou, até mesmo, da utilização dos lucros. Além disso, vimos alguns conceitos relacionados à ciência da contabilidade, como patrimônio próprio, de terceiros etc.
Na presente lição, daremos continuidade ao tema, mas, agora, dando ênfase à contabilidade. Grande parte das informações que uma empresa possui são geradas por meio dos chamados instrumentos contábeis, o que permite aos administradores utilizar um conjunto de técnicas de análise, como análise vertical e horizontal, entre outras que você aprenderá apenas se conhecer o básico da contabilidade, que é o tema desta e das próximas lições.
Talvez, você já imagine, mas uma empresa, por lidar com grande fluxo de dados e informações, deve ter uma forma de se organizar, e é nesse contexto que a contabilidade surge, pois, como já mencionado, por meio das ferramentas de análises que são geradas pela contabilidade, uma empresa sabe identificar qual sua situação patrimonial e financeira, qual lucro ou prejuízo que teve no período, quanto da firma, em termos de valores, está nas mãos dos sócios e na mão de terceiros, quanto da empresa é possível converter rapidamente em dinheiro em uma situação de emergência, entre outras informações.
Se você, estudante, tem uma forma de organizar suas finanças, ainda que em escala pequena, na presente lição, aprenderá como os recursos de uma empresa são organizados, mediante as seguintes demonstrações contábeis: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração do Valor Adicionado e Relatórios auxiliares.
Na área da administração, existe uma famosa frase de William Edwards Deming, que diz que “o que não pode ser medido não pode ser gerenciado”. Essa famosa frase da administração nos leva a entender que não se pode gerenciar o que não se mede, pois o que não é medido não pode ser definido nem entendido, logo, não há como ter sucesso na gestão.
Em resumo, o que não se gerencia não se controla, e o que não se controla não tem como ter bom resultado. Basicamente, é essa a ideia por trás desta lição, pois, se estamos preocupados em aprender como gestores, administradores e empresários tomam decisões, precisamos saber o que eles utilizam para fazer isso, e a resposta, como já dito em diversos momentos, é a informação.
Organizar, no entanto, as finanças pessoais de uma pessoa já é difícil, as de uma casa mais ainda, imagine as de uma empresa. O fluxo contínuo e diário de entradas e saídas pode ser para pagamento de fornecedores, compra de matéria-prima, pagamento de colaboradores, recebimento à vista de produtos vendidos, recebimento a prazo, pagamento ao banco, entre inúmeras outras situações corriqueiras para uma empresa.
Mesmo você sendo jovem e com cérebro muito potente, deve concordar que são muitas informações para se reter, não é mesmo? Como saber se, no dia, a empresa fechou o caixa positivo? E no mês? Como é possível ter dinheiro em caixa para pagamento de credores sendo que as vendas a prazo foram maiores do que à vista e a empresa pode não possuir caixa? E no fim do ano, será que a empresa teve lucro ou prejuízo? Será que ela aumentou seu estoque de equipamentos, ferramentas, máquinas? Ou estes foram sendo substituídos em um ritmo menor do que o necessário? E quanto aos impostos? Estão sendo corretamente pagos? A empresa terá problemas com fiscalização?
Para lidar com todos esses problemas, as empresas precisam contratar profissionais para atuar em sua contabilidade empresarial, motivo pelo qual um bom gestor não toma uma decisão, financeira ou não, sem ter a total certeza da real situação financeira e patrimonial que possui, e isso só pode ocorrer por meio dos instrumentos contábeis, sendo que parte deles, de tão importantes, são obrigatórios por lei.
No case desta lição, verificaremos a matéria “Principais erros na contabilidade que precisam ser evitados”, publicada no do dia 2 de janeiro de 2023. A notícia começa com uma advertência clara de que um empreendedor deve ser capaz de lidar com todas as suas obrigações, assim que abrir uma empresa, e as funções que ele não consegue, ou não pode (por lei), exercer. O empreendedor deve ser consciente e responsável de suas obrigações para com a pessoa jurídica que criou (ou CNPJ) (RODRIGUES, 2023).
Na notícia, Rodrigues (2023) coloca que existem alguns aspectos na contabilidade que o empreendedor, ou empresário, não precisa saber fazer, mas precisa identificar alguns erros dos quais não pode cometer, pois isso comprometerá todo o desempenho da empresa. Dentre os principais erros indicados, estão:
Não ter bom contador.
Não atualizar os lançamentos.
Não emitir notas fiscais.
Não criar documentos sobre resultados de forma correta.
Não ter planejamento tributário.
Errar nos cálculos.
Misturar finanças da empresa com as finanças pessoais.
Não adotar novas tecnologias.
Não se atualizar.
Ao analisar os pontos anteriormente mencionados, podemos concluir que eles não indicam apenas que são os mais comuns de ocorrerem, mas também nos mostram que são pontos que não são difíceis de corrigir, desde que o dono da empresa tenha o conhecimento prévio necessário para poder não os realizar ou, se estiverem ocorrendo, ser capaz de identificá-los e, assim, corrigi-los. Se ficou ansioso(a) para aprender a como não cometer os erros mencionados, seja bem-vindo(a) à nossa lição!
Ao longo da disciplina de Administração Financeira e Orçamentária, você deve ter percebido que estamos, aos poucos, inserindo outras áreas do conhecimento para podermos dar continuidade ao aprendizado, dentre elas, a matemática, a estatística e a contabilidade.
Em nossa presente lição, abordaremos, com um pouco mais de detalhes, como a contabilidade é importante para a administração financeira e orçamentária, estudando alguns dos instrumentos contábeis mais utilizados em termos de geração de informações, como o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultado de Exercício, a Demonstrativa de Fluxo de Caixa etc. Para iniciar nossa lição, conheceremos o que são as chamadas demonstrações contábeis.
Como vimos em lições passadas, podemos definir uma pessoa como física ou jurídica, em que a pessoa física é o indivíduo, o cidadão, e a pessoa jurídica é a empresa. Essa diferenciação é importante para distinguir os direitos e deveres de cada um. Por exemplo, um processo pode recair sobre o dono de uma empresa (pessoa física) ou sobre a empresa (pessoa jurídica).
Dessa forma, assim como um indivíduo comum, uma empresa tem um conjunto de direitos e deveres legais que deve cumprir (pode parecer estranho, mas, sim, uma empresa tem direitos e deveres). Dentre os deveres que uma empresa possui, há um conjunto de informações contábeis que ela precisa possuir e apresentar no fim de determinados exercícios. No Brasil, por meio de Lei, as demonstrações contábeis são documentos contábeis que indicam a situação financeira e patrimonial de uma empresa. Nesse sentido, as demonstrações contábeis obrigatórias são as seguintes:
Balanço Patrimonial.
Demonstração do Resultado do Exercício.
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Demonstração dos Fluxos de Caixa (em empresas com patrimônio líquido maior que 2 milhões).
Demonstração do Valor Adicionado (somente de capital aberto).
Relatórios auxiliares.
Todas as demonstrações contábeis são importantes, mas enfatizaremos, nesta lição, algumas que se destacam em termos de aplicação e de utilização, ou seja, nesta lição, priorizaremos as essenciais para o andamento da disciplina, começando pelo Balanço Patrimonial.
O Balanço Patrimonial tem como objetivo mostrar qual a situação tanto patrimonial como financeira de uma empresa em dado período (exercício) do tempo. A ideia por trás do Balanço Patrimonial é a mesma de uma foto, pois registra, em certo momento, como está a distribuição de bens, direitos e obrigações de uma empresa. Além disso, é uma demonstração contábil obrigatória das empresas. A estrutura básica de um Balanço Patrimonial é constituída pelas contas do ativo, do passivo e do patrimônio líquido, como pode ser visto no Quadro 1:
Como se pode ver no Quadro 1, o lado esquerdo do Balanço Patrimonial é formado pelo ativo da empresa, que representa todos os bens e direitos que a empresa possui, sendo dividido em outras duas seções, o circulante e o não circulante.
No ativo circulante, estão todos os bens e direitos que são de fácil conversão em dinheiro, ou seja, apresentam alta liquidez. Por fácil, entenda curto período de tempo, ou seja, são os bens que podem ser, rapidamente, convertidos em dinheiro (menos de um ano), como o caixa que a empresa possui, a conta no banco, as dívidas a receber (duplicatas) etc. O ativo não circulante, por sua vez, como já deve ter ficado claro, são os bens e direitos que demoram mais de um ano para serem convertidos em dinheiro, como imóveis, equipamentos, investimentos de longo prazo etc.
No lado direito, há duas grandes contas, o passivo e o patrimônio líquido. O passivo representa as obrigações que a empresa tem com terceiros e, em nossa última lição, abordamos isso como capital de terceiros, lembra-se? Agora, no entanto, desenvolveremos melhor o seu significado e como é interpretado.
O passivo, assim como o ativo, pode ser dividido em circulante e não circulante, mantendo a mesma ideia de período, mas, ao invés de ser o que pode ser convertido em um período de tempo em dinheiro, é o tempo para o pagamento da dívida. No passivo circulante, registram-se as contas que devem ser pagas em menos de um ano, como fornecedores, empréstimos de curto prazo etc. Já no passivo não circulante, registram-se as dívidas que podem ser pagas em mais de um ano, como valores a pagar de longo prazo, como empréstimos (MATARAZZ0, 2010).
Ainda no lado direito, há o patrimônio líquido da empresa, que indica os valores que são de posse do(s) dono(s) e/ou sócio(s) da empresa, além da conta lucro (resultado positivo) que a empresa apresenta. Na lição passada, aprendemos sobre o capital próprio e, agora, por meio da contabilidade, sabemos que esses valores ficam no lado esquerdo do Balanço Patrimonial.
Assim, em um Balanço Patrimonial, é contabilizado onde a empresa obtém recursos e onde os aplica, o que é de fundamental importância para um administrador financeiro, pois, a partir do Balanço, é possível conhecer a situação de endividamento da empresa bem como as principais necessidades que ela apresenta. Nesse sentido, esperamos que tenha ficado claro que, no lado esquerdo do Balanço (ativo), estão presentes todas as aplicações que a empresa fez e, no esquerdo (passivo e patrimônio líquido), estão as origens desses recursos, que, como já sabemos, podem vir do(s) sócio(s) ou de terceiros.
A Demonstração do Resultado do Exercício, ou DRE, é um instrumento contábil que ordena todas as receitas e as despesas de uma empresa em dado período cuja intenção é indicar se a empresa teve, ou não, prejuízo (MATARAZZ0, 2010). Um ponto que vale a pena ser mencionado sobre o DRE é que ele é elaborado a partir de uma lógica de dedução, ou seja, primeiramente, são estabelecidas as receitas totais do período e, de forma sucessiva, os custos e as despesas que a empresa teve (IUDÍCIBUS, 2010) vão sendo descontados. Por essa razão, ao final da apuração do DRE, se o saldo for maior do que zero, no exercício, a empresa teve lucro, mas, se negativo (menor do que zero), prejuízo.
A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, também conhecida como Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, mostra quais as movimentações que ocorreram nas contas do patrimônio líquido durante um período. Ela indica qual foi o destino dos lucros ou dos prejuízos que a empresa obteve (FAVERO et al., 2009).
Talvez, agora, você esteja pensando: como alguém consegue memorizar todos esses conceitos e aplicá-los diariamente? Ou, talvez, questione-se: por qual razão eu devo aprender essas coisas? A resposta para essas duas perguntas, por mais simples que possam parecer, podem ajudá-lo(a) a ser um(a) futuro(a) profissional mais bem preparado(a).
A prática é a resposta do primeiro questionamento. Um exemplo refere-se às coisas que, antigamente, eram difíceis para você fazer, mas, hoje, com muita prática, tornou-se ação automática, como andar de bicicleta, ler ou amarrar os tênis.
A resposta para a segunda pergunta é que o mercado de trabalho procura por pessoas preparadas. Se você optar por, quando tiver a oportunidade, fazer uma graduação na área administrativa, ou abrir uma empresa, conhecer os fundamentos da contabilidade e como isso é importante na administração financeira e orçamentária fará de você uma pessoa mais capacitada para compreender aspectos mais difíceis e complexos da realidade (pode acreditar, se acha muito aprender cinco instrumentos contábeis, saiba que existem diversos, mas não se preocupe, a chave para a aprendizagem contábil é a prática).
Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, o que se obtêm por meio desse instrumento é qual tem sido o comportamento das finanças em um exercício, possibilitando, assim, que se saiba qual o fluxo do dinheiro nos aspectos financeiro, de financiamento, de investimento e operacional (FAVERO et al., 2009).
Os fluxos financeiros de financiamento da empresa dizem respeito a questões relacionadas a empréstimos e financiamentos da empresa, como as chamadas alienações de ações (transferir da propriedade de uma ação), o recebimento de empréstimos, o pagamento de lucros, p pagamento de empréstimos etc.
Os fluxos financeiros de investimento são aqueles que dizem respeito ao aumento ou diminuição do chamado ativo não circulante (que você já sabe o que é) e, normalmente, afetam a capacidade produtiva das empresas (grandes máquinas, instalações), como o recebimento pela venda de títulos, pela venda e compra de imóveis, entre outros. Por fim, o fluxo operacional diz respeito à produção e à entrega de produtos e serviços e tudo o mais que não cair na categoria de financiamento ou investimento, como recebimento de vendas à vista, pagamento de impostos, pagamento de fornecedores etc.
A Demonstração do Valor Adicionado é o instrumento contábil utilizado para indicar qual o valor agregado que a empresa produziu em um período e é muito similar ao DRE, com a diferença que a Demonstração de Valor Adicionado apenas indica a riqueza que a empresa produziu e como ela foi gerada, enquanto o DRE indica o resultado do período e é utilizado para análise do(s) proprietário(s) ou sócio(s) da empresa.
Dentro dos relatórios auxiliares, há um conjunto de documentos auxiliares, sensos eles: I) notas explicativas; II) relatório da administração; III) parecer do conselho fiscal; e IV) parecer da auditoria.
As notas explicativas têm como objetivo indicar informações que são utilizadas para ajudar o indivíduo que lerá e analisará os instrumentos contábeis, com a intenção de facilitar a leitura e a interpretação, podendo enfatizar algum aspecto considerado importante. O relatório da administração, também conhecido como relatório da diretoria, é usado para indicar quais as projeções da empresa e tudo o que se espera dela, porém em uma linguagem não tão técnica, razão pela qual, geralmente, ele é apresentado em reuniões entre sócios-proprietários.
O parecer do conselho fiscal é um relatório que complementa os demonstrativos contábeis, em que sócios ou conselheiros opinam sobre as demonstrações contábeis dizendo se concordam, ou não, com a legitimidade delas, ou seja, se as demonstrações foram feitas de forma correta e, de fato, mostram a situação patrimonial e financeira da empresa. Por fim, mas não menos importante, está o parecer da auditoria, que é um relatório formal feito por contadores (profissionais formados em Contabilidade com cadastro no Conselho Regional de Contabilidade) e que não possuem nenhum vínculo com a empresa.
O que achou desta lição? Fácil ou difícil? Muito complicada? Muita coisa para aprender e memorizar? E se eu lhe disser que nós não aprofundamos quase nada nessa área e que apenas apresentamos o necessário para o andamento da disciplina? Com isso, não quero que fique desanimado(a), caso tenha achado difícil o conteúdo, muito pelo contrário, a ideia é que se anime cada vez mais para aprender, pois saiba que, no futuro, um bom profissional não é aquele que acha que sabe tudo, mas aquele que está sempre disposto a aprender, e é exatamente isso que você está fazendo ao cursar esse curso técnico!
As demonstrações contábeis são tão importantes que, como vimos, algumas são obrigatórias para as empresas, de forma que, se elas não as apresentarem, como o Balanço Patrimonial, terão problemas na justiça, e isso em todos os países do mundo!
Conhecer sobre contabilidade é saber lidar com grande conjunto de informações de forma organizada, resumida e didática, podendo ser na forma de Quadros, Tabelas, Relatórios, Demonstrações etc., o que importa mesmo é que a informação chegue, com qualidade, na mão de quem pode tomar as decisões que decidirão o futuro da empresa, razão pela qual é fundamental para um bom administrador financeiro e operacional conhecer o básico sobre a contabilidade.
Apenas como exercício de fixação, proporei um desafio a você. Inicialmente, assista ao vídeo a seguir, que trata sobre contabilidade, uma abordagem similar à que temos feito nas últimas lições.
https://www.youtube.com/watch?v=FG6N2fInfjY
Após o vídeo, reveja todos os assuntos que aprendemos, não somente desta lição, mas das últimas, principalmente das que abordamos sobre a decisão do gestor financeiro e, também, sobre os tipos de orçamentos existentes. A intenção dessa atividade é que você entenda que todas as aulas, de todas as disciplinas, são organizadas como se fossem uma casa, primeiro, estabelecem-se as bases, os fundamentos, para, depois, podermos construir as paredes, ou seja, o conteúdo que, de fato, será aplicado na vida do Tecnólogo em Administração Financeira e Orçamentária.
FAVERO, H. L. et al. Contabilidade: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de Contabilidade Societária, aplicável a todas as sociedades. São Paulo: Atlas, 2010.
MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Básica e Gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RODRIGUES, A. L. Principais erros na contabilidade que precisam ser evitados. Jornal Contábil, 2 jan. 2023. Disponível em: https://www.jornalcontabil.com.br/principais-erros-na-contabilidade-que-precisam-ser-evitados/. Acesso em: 7 mar. 2023.