Olá, aluno(a), é muito bom ter a sua presença nesta nova disciplina e trimestre! Temos certeza que, ao longo dos últimos meses, você tem sido apresentado(a) a um amplo conjunto de saberes que, talvez, sequer tenha ouvido falar, não é mesmo? Em nossa disciplina de Gestão Financeira, não será diferente, você aprenderá diversos assuntos que têm (e terão) uma relação direta com sua vida e de toda a sociedade.
Você já deve ter ouvido de seus pais, avós, vizinhos ou conhecidos que, quando chegamos na fase adulta, uma coisa muito importante, mas ignorada por muitos, é o cuidado com as finanças pessoais, não é mesmo? Talvez você, agora, já tenha algum tipo de fonte de renda, quem sabe uma mesada, ou algum trabalho, como um estágio, e lida, diariamente, com a questão do dinheiro.
Se existe uma palavra que tem tudo a ver com o conteúdo da nossa disciplina é o dinheiro. Com ele, compramos e vendemos, podemos nos alimentar, nos vestir, investir no futuro, em lazer, enfim, fazer tudo o que é possível no mundo atual. No entanto se, com ele, podemos fazer isso, o que acontece quando não o temos? A resposta é simples: nada (ou quase nada).
Dificilmente uma pessoa tem, no bolso, todo o dinheiro para satisfazer às suas necessidades (com pouquíssimas exceções práticas). Dada essa realidade, quando se tem dinheiro, uma próxima pergunta fundamental deve ser feita: o que fazer com ele? Se um indivíduo possui uma renda muito elevada, ele pode ter acesso a maior quantidade de bens e serviços e, mesmo assim, ainda conseguirá guardar (investir) em seu futuro. Uma pessoa, no entanto, que não tem tal nível de renda, precisa tomar muito mais cuidado com as suas decisões, pois, se gastar toda a renda, ela não terá como atender às suas necessidades básicas mínimas, por exemplo, alimentação. Pior do que isso: uma pessoa que não sabe gerir o seu dinheiro é capaz de se endividar e ficar com “o nome sujo”, termo usado para indicar uma pessoa endividada que não paga as próprias contas (o termo correto para isso é inadimplência).
A fim de que você não seja esse tipo de pessoa no futuro e, pelo contrário, saiba usar e aplicar o seu dinheiro, venha conosco e mergulhe de cabeça na disciplina de Gestão Financeira.
Qual das seguintes frases você já ouviu alguém dizer?
“As coisas estão muito caras, ultimamente”.
“Hoje o dinheiro não vale nada, na minha época, eu pagava uma mixaria por isso”.
“Parece que a minha vida é pagar boletos”.
“Não entendo, eu recebo no dia 5, mas no dia 6 já não tenho mais nada”.
“Não sei como vou conseguir passar o mês com esse salário”.
“Que absurdo, mês passado esse produto estava a metade do preço”.
“Quando eu era criança que era bom, agora, a vida é trabalhar, dormir e pagar boleto”.
Com certeza, algumas dessas frases você já ouviu de alguém — seu pai, sua mãe, tio ou tia, avós, irmãos ou amigos próximos — não é mesmo?
Qual a coisa em comum em todas essas frases? O problema com o dinheiro! Para muitas pessoas, lidar com dinheiro é um problema e, normalmente, isso está associado à falta de planejamento ou educação financeira.
Diversas pessoas, ao chegarem na vida adulta, não sabem lidar com o dinheiro, não sabem como funcionam aspectos relacionados a juros, inflação, investimentos, retornos, riscos etc., de forma que cometem erros no controle e nas aplicações financeiras. Por exemplo: qual o efeito da inflação sobre o poder de compra do salário? Se eu realizar um empréstimo para comprar um automóvel, ou, quem sabe, uma casa, o quanto de juros será cobrado? Qual o valor total que será pago da dívida, considerando o valor do empréstimo mais os juros (será que, no final, terei pagado o preço de dois carros, por não ter me atentado ao juros pagos)?
Temas como esses são fundamentais a todo cidadão, e você, estudante do Curso Técnico em Administração, aprenderá esses assuntos na disciplina de Gestão Financeira. Então, se você se interessou pelo tema e quer saber como ser um(a) adulto(a), pelo menos, minimamente, organizado(a), financeiramente, com conhecimentos a respeito de aspectos fundamentais sobre o dinheiro, como: inflação, juros, retorno, amortização, ganhos ou perdas de investimento, aperte os cintos, daremos início à nossa disciplina.
Para que você se atente à importância da gestão financeira, analisaremos alguns pontos importantes referentes à situação de diversas famílias brasileiras, por meio do artigo de Campara et al. (2016), que tem por título: “O Dilema dos Inadimplentes: Antecedentes e Consequentes do ‘Nome Sujo’”.
No artigo, os autores se propuseram a analisar e a identificar as causas e consequências das dívidas das famílias e quais as estratégias adotadas para se tornar um adimplente (ou seja, que cumpre com suas obrigações), considerando fatores financeiros, pessoais e sociais como influências desse endividamento. Para tanto, os autores entrevistaram 14 pessoas que possuíam um cadastro de dívidas em aberto. Dentre os resultados encontrados, a inadimplência, ou seja, o não pagamento das dívidas, tinha como principais motivos: descontrole no ato de consumir, falta de planejamento, cobranças incorretas e, também, empréstimos feitos para ajudar amigos e familiares.
Um ponto importante destacado na pesquisa é que esse não pagamento das dívidas provocava efeitos negativos sobre o psicológico dos entrevistados, tais como: desconforto, vergonha e constrangimentos que podem, de fato, conduzir a uma doença psicológica, por exemplo, estresse e depressão.
Os autores destacam o seguinte: dentre os fatores indicados que levam à inadimplência, todos estão vinculados à incapacidade das pessoas de organizarem, adequadamente, as suas vidas financeiras, seja por questões de impulsividade, seja por desconhecimento da totalidade das informações quando fazem alguma compra ou empréstimo. O consumismo, dada a grande quantidade de bens e serviços à disposição, aliado à possibilidade de crédito fácil (ou seja, pegar dinheiro emprestado) tem comprometido a renda de muitos indivíduos, de forma que esse consumismo, junto com a má gestão financeira e o acesso fácil ao crédito, exercem forte influência no endividamento bem como na inadimplência de muitos brasileiros.
Nesse sentido, a presente lição é de grande valia para você, aluno(a), pois o fato de saber o que são os juros e como eles incidem sobre um dívida, já te torna capaz de saber qual o preço total que está pagando por um empréstimo, o que te possibilita ter mais capacidade de tomar uma boa decisão financeira em termos de: vale a pena ou não realizar tal empréstimo?
Antes de entrarmos, de forma definitiva, no estudo da Matemática Financeira e Orçamentária, precisamos conhecer alguns termos básicos essenciais desta disciplina, a qual se desenvolveu, de forma conjunta, com a necessidade humana de compreender as possibilidades de ter ganhos com dinheiro.
Não somente o dinheiro é importante, mas também o tempo. Quando estivermos finalizando a disciplina, você terá percebido que tudo o que foi aprendido, todos os conceitos, fórmulas, metodologias, aplicações, absolutamente tudo, se resume a duas coisas: tempo e dinheiro. Inicialmente, vamos trabalhar melhor o conceito de dinheiro e sua relação com o tempo, para que, nas próximas lições, faça mais sentido o que está sendo estudado, ok?
Como sempre, começaremos com um exemplo prático. Você, em algum momento da sua vida, teve dinheiro em sua posse, certo? Não importa a quantidade, se muito ou pouco, a questão é: você já teve dinheiro (talvez, enquanto lê este material, tem uma carteira com algumas cédulas ou, quem sabe, uma conta no banco).
O que você faz quando tem dinheiro? A resposta mais óbvia é: “eu gasto!” Sim, de fato, é uma certeza, mas já se perguntou como e por que gasta? Você o faz para atender uma necessidade de consumo (como aprendemos nas lições de Introdução à Economia), no entanto tentaremos imaginar a seguinte situação: você tem dinheiro, mas não pode gastar com consumo, e tem duas opções. Ou deixar guardado por um tempo ou tentar investir em algo que vai te retornar mais dinheiro ainda.
Mas o que seria investir? Bem, imagine que pode emprestar esse dinheiro para alguém, porém, como recompensa, na hora que receber o dinheiro emprestado, você recebe um valor adicional (o juros). Parece estranho, mas isso ocorre no mundo a todo momento, pois, pessoas, empresas e governo pegam dinheiro emprestado e pagam esse valor a mais quando devolvem a quantia emprestada (ASSAF NETO, 2012).
O que você faria? Guardaria o dinheiro ou investiria? Esta é a pergunta que direcionará todo o estudo da disciplina de Gestão Financeira e Orçamentária. Por isso, antes de iniciarmos os nossos estudos sobre juros, retorno, investimento, risco, inflação etc., é necessário que você conheça alguns elementos-chave da área.
Quando pensamos em gestão financeira e orçamentária, o objetivo pode ser tanto ganhar dinheiro como evitar perder. Parece a mesma coisa, mas não é! Um investimento bem-sucedido garante que a pessoa consiga um ganho financeiro, mas outros tipos de investimento significam, apenas, uma forma de não perder dinheiro (quando aprendermos sobre inflação, essa ideia ficará mais fácil de entender).
Lembra-se do cenário construído no início da seção: guardar dinheiro ou investir? Ambas as opções até parecem boas, porém o que definirá a decisão, após o estudo da gestão financeira e orçamentária, é a intenção da pessoa.
Vamos começar a aplicar isso de forma prática? Suponha que você ganhe um prêmio de R$ 500,00 mas existem duas alternativas para o receber, que são as seguintes: I) recebe o total do prêmio, imediatamente, ou II) recebe o prêmio só daqui a seis meses, mas o valor será de R$ 510,00. Qual das alternativas você escolheria? Com alguma exceção, a maior parte das pessoas iriam na primeira opção, visto que esperar seis meses para receber, apenas, R$ 10,00 a mais não vale a pena, não é mesmo? (PUCCINI, 2011).
Mas e se as opções fossem: I) receber R$ 500,00 hoje, ou; II) receber R$ 1.500,00 daqui seis meses? Com esse ganho de R$ 1.000,00, é bem provável que uma parte das pessoas optem, agora, por esperar os seis meses (talvez você seja uma delas). Veja que o valor do dinheiro no tempo é diferente. É normal alguém optar por dinheiro na hora, mas, se tiver alguma possibilidade de elevados ganhos se tiver, somente, esse dinheiro no futuro (investir), a pessoa costuma ficar em dúvida.
Por que isso ocorre? Dois motivos principais: risco e retorno. Para definir risco, é necessário entender o que é incerteza. Ela diz respeito ao futuro, algo incerto e, totalmente, impossível de prever. O risco, por sua vez, é uma forma de mensurar a incerteza, garantindo, ainda que de forma imperfeita, algum tipo de controle sobre o resultado final, no futuro. O retorno, por sua vez, indica o que é esperado do futuro (PUCCINI, 2011; ASSAF NETO, 2012).
Veremos, novamente, um exemplo: uma pessoa que possui um valor de R$ 50.000,00 em sua conta deseja fazer um investimento com retorno potencial de R$ 55.000,00 no prazo de um ano. Contudo ela descobre uma nova possibilidade de investimento cujo retorno é de R$ 60.000,00 em, apenas, seis meses! Qualquer pessoa que não entenda de gestão financeira indicaria o segundo investimento, por ter um retorno de R$ 10.000,00 em um semestre. No entanto, se fosse algo certo e garantido, todas as pessoas que tivessem R$ 50.000,00 fariam esse investimento, dado o retorno prometido. Mas, por que, na vida real, isso não acontece? A resposta é simples: risco (PUCCINI, 2011).
Quanto maior o retorno de um investimento, maior é o risco associado. A primeira opção que garantia R$ 5.000,00 de retorno em um ano, de fato, não é a mais atrativa, entretanto, normalmente, é a mais segura (talvez um empréstimo para o governo, que sempre paga as suas dívidas). Já a segunda é mais arriscada, pois promete muito ganho em pouco tempo (uma empresa em situação financeira difícil que precisa de dinheiro para manter as atividades).
Outro exemplo: uma empresa quer expandir a produção e, para isso, precisa comprar uma nova máquina. Ela tem duas opções de compra: I) uma máquina mais cara, de uma vendedora reconhecida no mercado e com garantia de dois anos, ou II) um equipamento novo no mercado, que custa a metade do preço da primeira e promete mais produtividade, no entanto sem nenhuma garantia. Talvez, você pense: vou na segunda, pois é mais barata e, se for mais produtiva, o ganho é maior tanto em redução de custos quanto em ganho de produtividade.
Veja que, novamente, o primeiro investimento tem menor retorno, porém é menos arriscado do que o segundo. Caso o segundo for, de fato, um bom equipamento, como prometido, ele será mais benéfico (mais lucrativo) do que o primeiro, mas o risco dessa escolha é bem maior, concorda? O contexto dos investimentos no mundo pode ser resumido nesses dois exemplos: ou se ganha pouco com risco pequeno ou se ganha muito, porém com risco elevado, o qual pode se reverter, apenas, em prejuízo (ASSAF NETO, 2012).
Mas e a opção de deixar dinheiro guardado, não é uma boa alternativa? A resposta é: do ponto de vista financeiro, não! Por quê? Simples: por algo que você já deve ter aprendido, a inflação. De forma geral, ela ocorre quando a moeda (o dinheiro) perde o seu poder de compra em um período. Por exemplo, o indicador de inflação no Brasil, entre os meses de junho de 2021 e junho de 2022, foi de alta de 11,89%, ou seja, os produtos brasileiros, na média, ficaram mais caros em 11,89% (um produto que você comprava em junho de 2021 por R$ 100,00, em junho de 2022, você só compraria se pagasse R$ 111,89!).
O dinheiro parado na conta ou guardado em casa (como se fazia antigamente) não é uma boa opção, pois, a cada dia que passa, perde poder de compra. Usando o exemplo do parágrafo anterior, se em junho de 2021, você tinha dinheiro que valia R$ 100,00, em 2022, ele valia, apenas, R$ 88,11.
Qual o valor que você paga para comprar um celular? E um saco de arroz que enche o seu prato na hora do almoço e da janta? Qual o preço do pãozinho na padaria do seu bairro? Todas as respostas podem diferir quanto ao valor (mesmo produto com valores diferentes, dependendo da região), mas a forma final de pagamento é, sempre, a mesma: dinheiro! O dinheiro, ou como é, genericamente, chamado, a moeda, é algo que todos aceitam como forma de pagamento ou recebimento (PUCCINI, 2011).
Para comprar os itens mencionados, você não oferece ao comerciante outro produto ou propõe uma troca, apenas, paga a quantidade que eles valem em dinheiro, não é mesmo? Logo, o dinheiro é um produto que serve como meio de troca e unidade de valor, além de garantir compra em períodos futuros, ou seja, também é uma reserva de valor.
No entanto, a moeda, que é usada para comprar outros itens, tem um preço? É possível “comprar” dinheiro? Já pensou nisso? Você pode comprar todo o tipo de bem ou serviço com dinheiro, desde sapatos até viagens de avião, mas com o que você compra dinheiro? Talvez tenha pensado: dinheiro não se compra, dinheiro se conquista com trabalho. De fato, não é uma resposta errada, mas, respondendo à pergunta anterior: sim, o dinheiro tem um preço e o nome dele é juros! (ASSAF NETO, 2012).
Juros são o preço do dinheiro e têm, novamente, uma relação direta entre ele (dinheiro) e tempo. Voltaremos ao cenário inicial da lição. Por qual motivo você estaria disposto(a) a desistir de R$ 500,00 hoje para ter R$ 1.500,00 daqui a seis meses? Para quem escolher a troca, o motivo é simples: dar mais valor em R$ 1.500,00 no futuro próximo do que em R$ 500,00 agora.
O que fez o valor de R$ 500,00 se elevar em seis meses foi, justamente, a taxa de juros (que aprenderemos, nas lições futuras, como calcular). A fim de que você entenda essa relação entre taxa de juros, valor do dinheiro e retorno no tempo, precisamos compreender que, na vida real, existem pessoas (que podem ser, também, empresas ou governo) com dinheiro sobrando, isto é, possuem mais do que o necessário, enquanto, por outro lado, existem pessoas que estão com dinheiro em falta, seja para uma necessidade imediata, seja para uma necessidade em longo prazo (lembre-se do exemplo da empresa que deseja aumentar a produção e, para isso, precisa comprar uma máquina).
O primeiro grupo de pessoa é chamado de agentes superavitários, pois possuem sobras de dinheiro (recursos ou ativos), enquanto o segundo grupo é chamado de agentes deficitários, porque têm menos recursos do que o necessário.
Os agentes deficitários, para financiar as suas atividades, recorrem aos agentes superavitários, a fim de obter os recursos necessários (ASSAF NETO, 2012). Resgataremos o exemplo do prêmio, mas, agora, invertendo, um pouco, o cenário: você possui R$ 500,00 sobrando, e alguém que precisa de dinheiro te pede esse valor emprestado (descartaremos, aqui, familiares e amigos muito próximos) e promete te devolver os R$ 500,00 daqui a seis meses. Você emprestaria? Talvez sim, mas não seria normal receber algo por ter se desfeito do seu dinheiro por um semestre? Os juros representarão esse “algo” que você ganha por emprestar seu dinheiro a alguém (PUCCINI, 2011). Talvez, se a pessoa não pagar nada, você não emprestaria, porém se ela te prometesse pagar R$ 1.500,00 no fim dos seis meses? A situação não seria diferente?
É exatamente assim que acontece no mundo real, as pessoas pedem e emprestam dinheiro a todo momento. Pessoas para bancos, bancos para bancos, bancos para governo, governo para bancos, governo para pessoas, pessoas para pessoas. Existem diversas formas de contabilizar os juros que serão pagos: juros simples, compostos, nominal, real (fique tranquilo(a), em nossa próxima lição, aprenderemos os tipos de juros).
A partir desse contexto sobre risco, inflação e retorno, você pode iniciar os seus estudos da disciplina de Gestão Financeira e Orçamentária, afinal, essa é uma área voltada, especificamente, à relação entre os agentes superavitários e deficitários, mostrando como as decisões financeiras são tomadas.
Uma empresa que deseja fazer um grande investimento em sua planta, para construir um novo galpão, comprar máquinas etc., mas que não possui dinheiro suficiente para isso, pode muito bem recorrer a um financiamento, a fim de obter o recurso necessário. No entanto ela precisa avaliar se o ganho esperado do investimento compensará o custo (os juros pagos ao banco) por fazer o investimento.
Assim, ao longo da disciplina, você aprenderá diferentes formas de mensurar juros, valor do dinheiro no tempo, fluxos de caixa, retorno potencial, tempo de recuperação do dinheiro investido, entre diversas outras formas e metodologias da gestão financeira. Esperamos você em nossas próximas lições!
Quanta coisa nova você aprendeu com esta lição, não é mesmo? Sabia que o dinheiro tem um preço, que é a taxa de juros? E que a inflação é ruim para a economia, pelo menos, em níveis muito altos, porque quanto maior ela for, menos poder de compra terá o seu dinheiro?
Um ponto que esperamos que fique claro é: saber lidar com o dinheiro é um aspecto fundamental à sua vida adulta. Talvez, você seja uma pessoa com uma ótima condição de vida e com recursos monetários em abundância, mas, se for como a maior parte da população brasileira, em algum momento, você fará algum tipo de empréstimo ou investimento para comprar algo, móvel ou imóvel, no qual o seu dinheiro será insuficiente.
Esse empréstimo terá um custo, afinal, ninguém, de forma voluntária e gratuita, especialmente, bancos, te emprestará o montante necessário sem nenhum tipo de custo, isto é os juros. Eles são um dos fatores que fazem muitas pessoas entrar para a lista dos inadimplentes, ou seja, de pessoas endividadas. Como visto, essa realidade ocorre porque muitas pessoas chegam à fase adulta sem saber o que é investimento, o que é o valor do dinheiro, como os bancos conseguem obter tantos lucros, como investir o dinheiro para ter retornos positivos em longo prazo.
Esta primeira lição da disciplina foi, apenas, uma introdução para você entender conceitos fundamentais relacionados à gestão financeira. Esta disciplina terá validade em sua vida não, somente, do ponto de vista profissional ou estudantil, mas também em termos sociais. Talvez, você, no futuro, queira abrir uma empresa, contribuir, diretamente, para a criação de emprego e renda em sua cidade e, muito provavelmente, terá acesso a linhas de créditos distintas, prazos de pagamentos e cobranças de juros diversas.
Como um exercício de fixação, só para você ver que o que foi e, também, o que será ensinado afeta, diretamente, a vida das pessoas à sua volta, principalmente os adultos, faça estas duas perguntas para algum familiar. Pode ser pai, mãe, avó ou avô, enfim, o seu responsável legal, preste atenção no que eles respondem e debata com os seus amigos de sala sobre isso.
Pergunta 1: o que você não sabia sobre dinheiro que gostaria de saber, antes de ter se tornado um adulto?
Pergunta 2: qual a principal razão pela qual, no Brasil, tantas pessoas estão endividadas, têm um salário muito baixo ou descontrole das finanças pessoais?
ASSAF NETO, A. Matemática Financeira e suas Aplicações. São Paulo: Atlas, 2012.
CAMPARA, J. P. et al. O Dilema dos Inadimplentes: Antecedentes e Consequentes do “Nome Sujo”. Revista Brasileira de Marketing, v. 15, n. 1, p. 71-85, 2016.
PUCCINI, A. Matemática Financeira Objetiva e Aplicada. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2011.