Clube Recreativo Visconde do Rio Branco

Denominação do bem: Clube Recreativo Visconde do Rio Branco

Tipologia: Edificado

Município: Passo Fundo

Área: Urbana

Endereço: Rua Moron 2680, esquina com a Rua Vinte de Setembro.

Uso original e atual: Clube social/garagem

Proprietário: Particular

Descrição Histórica:

Em 1912 foi realizada a primeira reunião oficial da futura sociedade, mas foi na segunda que fundou-se a Sociedade José do Patrocínio, nas quais participavam: Candido Bernardo da Cruz, Claro Severo, Bento Izaias, Claro Pereira Gomes, Antão Bernardo da Cruz, Salomé de Almeida, Domingos de Almeida, Eugenio Mello, João Theodoro de Almeida, João Bernardo da Cruz, sendo eleito como tesoureiro honorário Claro Pereira Gomes.

Por volta de 1914, chegou à cidade um circo, cujo palhaço, Sebastião Braga, incentivou o prosseguimento da sociedade. Por isso, por certo período a sociedade foi conhecida pelo nome de Sociedade Cultural Sebastião Braga. Mas, em 1916, deliberou-se pela mudança do seu nome para Clube Visconde do Rio Branco, cuja primeira diretoria foi eleita no dia 23 de abril de 1916, data oficial de fundação. Os associados começaram a angariar fundos para a aquisição de um terreno e construção da sede social, que foi inaugurada em 1932 e ampliada em 1947, tendo sido registrado seu primeiro estatuto em 1949, o qual enfatizava a sociedade com fins culturais. A sociedade sempre teve participação ativa nas festividades momescas, sendo que remontam ao Bloco Carnavalesco Trinta Três da Pontinha, na década de 1920, que evoluiu para os blocos e cordões carnavalescos representantes da sociedade nas festividades. Na década de 1950 foi organizada uma escola de samba que deu origem a outras entidades carnavalescas que ainda hoje animam o nosso carnaval local.

É importante salientar que o Clube Visconde não era originalmente uma escola de samba, mas uma sociedade recreativa e cultural, por ser ponto de convergência de pessoas que participavam das festividades populares do carnaval da cidade. Por isso, deu origem a outras entidades que fizeram e fazem parte destes festejos; na área cultural, citam-se as congadas, ternos de reis, bumba meu boi; manifestações oriundas das tradições e costumes do povo africano que para estas terras veio.

A participação de suas representantes no concurso de Miss Passo Fundo também se constitui em um marco nas suas atividades, destacando-se a participação das senhoritas Maria Eli Xavier e Danuza da Silva Escobar, sendo que a primeira foi eleita Miss Passo Fundo no final dos anos 1960. Houve eventos sociais que contaram com a presença de orquestras de sucesso nacional, como a participação do Musical Casablanca, dirigido pelo famoso maestro Sabiá. No início dos anos 1970 houve a visita do Grupo Cultural Afro-Brasileiro da Bahia, que participou de um dos carnavais de inverno promovidos pela sociedade, contando com a presença do cantor de expressão nacional, Emílio Santiago.

O Clube Visconde do Rio Branco, participante sempre presente na agenda social da cidade, congregou em suas atividades as diversas classes sociais, sem, no entanto, deixar de caracterizar a sua inserção como representante de um dos grupos étnicos que formam nossa comunidade.

Devido a diversos problemas contextuais, teve sua sede quase totalmente destruída no final da década de 1990.