Capela de São Miguel

Descrição Histórica:

A história da festa e da capela em honra a São Miguel Arcanjo, localizada no Pinheiro Torto, tem início com Generoso e Isaías, pai e filho, escravizados de Bernardo Castanho da Rocha, fazendeiro da região. Generoso e Isaías teriam participado da Guerra do Paraguai (1864-1870), tendo Generoso ferido uma perna, que teve que ser amputada. Com o final da Guerra, marchavam os dois de volta para o Pinheiro Torto, quando “ao passar pelas imediações das ruínas do povo jesuítico de São Miguel, encontraram, à beira de uma lagoa, em abandono, uma estatueta representando o Arcanjo de mesmo nome, achado que resolveram trazer consigo” (OLIVEIRA, 1990 p. 222). Como forma de agradecimento pela ajuda do Arcanjo ao seu regresso, Generoso angariou fundos para erguer uma capela para a imagem que havia sido trazida. A capela foi erguida com paredes de pau-a-pique e cobertura de capim. Dava-se início a uma importante demonstração de fé da comunidade passo-fundense. A devoção ao Santo pelos demais moradores, possibilitou no ano de 1871, a realização da 1ª Festa de São Miguel que, desde então, move fiéis de toda a região. A realização da procissão é seguida de uma festa. Posteriormente foi construída uma capela de madeira, já com telhado de tábuas, que serviu a comunidade por algum tempo. A capela foi demolida para dar lugar a outra construção, iniciada após o fim da Revolução Federalista (1893-1895). Constam informações de que a edificação foi substituída pela atual na década de 1950, pois a pedra fundamental da construção foi lançada no ano de 1952. A atual Capela faz parte do inventário de bens do patrimônio histórico do município de Passo Fundo, seu tombamento foi oficializado pela Lei nº 2696, de 25 de outubro de 1991. Atualmente a procissão acontece no domingo mais próximo ao dia 29 de setembro, dia de São Miguel, sendo que a festa é celebrada há 150 anos, fazendo parte da vida social de várias gerações que já participaram e participam das festividades.