As Ciências Humanas, no Ensino Fundamental/Anos Finais (apresentam-se por meio de dois componentes curriculares, Geografia e História), constituem-se como espaço de debate, reflexão, compreensão e de valorização da diversidade humana, em suas múltiplas identidades. Sua contribuição para o percurso formativo dos estudantes ocorre por meio do relacionamento e da articulação das vivências cotidianas aos aspectos político, sociais, cultural e econômico, promovendo o desenvolvimento das identidades e contribuindo para a valorização da diversidade humana e cultural.
Desse modo, a área desenvolve competências e habilidades capazes de lidar com a sociedade no que tange à consciência cívica, social (espaço social) e ambiental, trabalhando na dimensão da construção humana através das gerações; na compreensão do espaço ocupado pelo homem, suas construções e intervenções; na constituição das individualidades (consciência de si) e respeito às coletividades (consciência do outro).
Nessa perspectiva, o RCM/Poções apresenta como proposta para as Ciências Humanas a necessidade de estimular uma formação ética, elemento fundamental para a formação das novas gerações, auxiliando os estudantes a construírem um sentido de responsabilidade para valorizar: os direitos humanos, o respeito ao ambiente e à própria coletividade, o fortalecimento de valores sociais, tais como a solidariedade, a participação voltada para o bem comum e, sobretudo, a preocupação com as desigualdades sociais. E ainda, cultivar a formação de estudantes intelectualmente autônomos, com capacidade de articular categorias de pensamento histórico e geográfico em face de seu próprio tempo, percebendo as experiências humanas e refletindo sobre elas, com base na diversidade de pontos de vista.
Propõem também a interseção entre os saberes de forma inter e transdisciplinar afim de possa ser estabelecido a relação entre o espaço e o tempo histórico, rompendo com o dogma de que a Geografia estuda exclusivamente o espaço e a sociedade do tempo no presente, e a História, exclusivamente o tempo no passado. Assim, espaço e tempo, serão entendidos dentro do seu contexto de articulação entre as partes e a totalidade, num processo de compreensão em que o tempo se materializa no espaço para se transformar em produto social.
Em suma, a área de Ciências Humanas, dentro do ensino Fundamental/Anos Finais deve propiciar aos alunos a capacidade de interpretar o mundo, de compreender processos e fenômenos sociais, políticos e culturais e de atuar de forma ética, responsável e autônoma diante de fenômenos sociais e naturais.
O processo de ensino e aprendizagem da História no Ensino Fundamental – Anos Finais está pautado por TRÊS PROCEDIMENTOS BÁSICOS (BNCC, 2017).:
⦁ Pela identificação dos eventos considerados importantes na HISTÓRIA DO OCIDENTE (África, Europa e América, especialmente o Brasil), ordenando-os de forma cronológica e localizando-os no espaço geográfico.
⦁ No Anos Finais a ênfase do ensino de História está na dimensão espacial e temporal. A sistematização dos EVENTOS deve ser consoante com as noções de TEMPO (medida e datação) e de ESPAÇO (concebido como lugar produzido pelo ser humano em sua relação com a natureza). O raciocínio tempo-espaço ainda deve ser e vinculado à MOBILIDADE DAS POPULAÇÕES e suas diferentes formas de inserção ou marginalização nas sociedades estudadas. Propõe-se, assim, o desenvolvimento de habilidades com um maior número de variáveis, tais como (i) contextualização, (ii) comparação, (iii) interpretação e (iv) proposição de soluções. Assim, a História nessa etapa do ensino Fundamental se justifica na relação do presente com o passado, valorizando o tempo vivido pelo estudante e seu protagonismo, para que ele possa participar ativamente da construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
⦁ Os EVENTOS SELECIONADOS (do 6º ao 9º ano) permitem a constituição de uma visão global da história, palco das relações entre o Brasil, a Europa, o restante da América, a África e a Ásia ao longo dos séculos, apresentam diferentes níveis de elaboração ao serem trazidos à tona rupturas, permanências e movimentos de população e mercadorias, mediados por distintas estruturas econômicas, sociais, políticas e culturais.
⦁ A valorização da história da África e das culturas afro-brasileira e indígena ganha realce não apenas em razão do tema da escravidão, mas, especialmente, por se levar em conta a história e os saberes produzidos por essas populações ao longo de sua duração. Ao mesmo tempo, são objetos de conhecimento os processos de inclusão/exclusão dessas populações nas recém-formadas nações do Brasil e da América ao longo dos séculos XIX e XX.
⦁ Pelo desenvolvimento das condições necessárias para que os alunos selecionem, compreendam e reflitam sobre os significados da produção, circulação e utilização de documentos (materiais ou imateriais), ELABORANDO CRÍTICAS SOBRE FORMAS JÁ CONSOLIDADAS DE REGISTRO E DE MEMÓRIA, por meio de uma ou várias linguagens.
⦁ O exercício de transformar um objeto em documento é prerrogativa do sujeito que o observa e o interroga para desvendar a sociedade que o produziu. Portanto, é esta a atividade mais importante a ser desenvolvida com os alunos. Os documentos são portadores de sentido, capazes de sugerir mediações entre o que é visível (pedra, por exemplo) e o que é invisível (amuleto, por exemplo), permitindo ao sujeito formular problemas e colocar em questão a sociedade que os produziu.
⦁ Os procedimentos básicos para o trato com a documentação dentro do ambiente escolar nos Anos Finais, envolvem: (a) identificação das propriedades do objeto (peso, textura, sabor, cheiro etc.); (b) compreensão dos sentidos que a sociedade atribuiu ao objeto e seus usos (máquina que produz mercadorias, objeto de arte, conhecimento etc.); (c) e utilização e transformações de significado a que o objeto foi exposto ao longo do tempo. Assim, o ensino de História deve promover a construção do ENSINO VIVO para uma APRENDIZAGEM DE SENTIDOS.
⦁ Pelo RECONHECIMENTO E PELA INTERPRETAÇÃO DE DIFERENTES VERSÕES DE UM MESMO FENÔMENO, reconhecendo as hipóteses e avaliando os argumentos apresentados com vistas ao desenvolvimento de habilidades necessárias para a elaboração de proposições próprias.
⦁ Envolve a escolha de duas ou mais proposições que analisam um mesmo tema ou problema por ângulos diferentes. Tomemos como exemplo a Guerra do Paraguai (1864-1870). São evidentes e justificáveis as diferenças do olhar brasileiro e do olhar paraguaio sobre ela. Qual é a relação entre esse objeto e a soberania nacional? Assim, é importante observar e compreender que a história se faz com perguntas. Portanto, para aprender história, é preciso sabe produzi-las sobre os diferentes pontos de vista.
⦁ No 6º ano:
⦁ Contempla-se uma reflexão sobre a HISTÓRIA E SUAS FORMAS DE REGISTRO. São recuperados aspectos da aprendizagem do Ensino Fundamental – Anos Iniciais e discutidos procedimentos próprios da História, o registro das primeiras sociedades e a construção da Antiguidade Clássica, com a necessária contraposição com outras sociedades e concepções de mundo. No mesmo ano, avança-se ao período medieval na Europa e às formas de organização social e cultural em partes da África.
⦁ No 7º ano:
⦁ No 7º ano, as conexões entre Europa, América e África são ampliadas. São debatidos aspectos políticos, sociais, econômicos e culturais ocorridos a partir do final do SÉCULO XV ATÉ O FINAL DO SÉCULO XVIII.
⦁ No 8º ano:
⦁ No 8º ano, o tema é O SÉCULO XIX E A CONFORMAÇÃO HISTÓRICA DO MUNDO CONTEMPORÂNEO. Destacam-se os múltiplos processos que desencadearam as independências nas Américas, com ênfase no processo brasileiro e seus desdobramentos. África, Ásia e Europa são objetos de conhecimento, com destaque para o nacionalismo, o imperialismo e as resistências a esses discursos e práticas.
⦁ No 9º ano:
No 9º ano, aborda-se a HISTÓRIA REPUBLICANA DO BRASIL ATÉ OS TEMPOS ATUAIS, incluindo as mudanças ocorridas após a Constituição de 1988, e o protagonismo de diferentes grupos e sujeitos históricos, com a ênfase nas diversidades identitárias, especialmente na atualidade. Do ponto de vista mais geral, a abordagem se vincula aos processos europeus, africanos, asiáticos e latino-americanos dos séculos XX e XXI, reconhecendo-se especificidades e aproximações entre diversos eventos, incluindo a história recente.
A
Todo conhecimento sobre o passado é também um conhecimento do presente elaborado por distintos sujeitos. O historiador indaga com vistas a identificar, analisar e compreender os significados de diferentes objetos, lugares, circunstâncias, temporalidades, movimentos de pessoas, coisas e saberes. As perguntas e as elaborações de hipóteses variadas fundam não apenas os marcos de memória, mas também as diversas formas narrativas, ambos expressão do tempo, do caráter social e da prática da produção do conhecimento histórico.
As questões que nos levam a pensar a História como um saber necessário para a formação das crianças e jovens na escola são as originárias do tempo presente. O passado que deve impulsionar a dinâmica do ensino-aprendizagem no Ensino Fundamental é aquele que dialoga com o tempo atual.
A RELAÇÃO PASSADO/PRESENTE não se processa de forma automática, pois exige o conhecimento de referências teóricas capazes de trazer inteligibilidade aos objetos históricos selecionados. Portanto, o que nos interessa no conhecimento histórico é perceber a forma como os indivíduos construíram, com diferentes linguagens, suas narrações sobre o mundo em que viveram e vivem, suas instituições e organizações sociais.
A HISTÓRIA não emerge como um dado ou um acidente que tudo explica: ela é a correlação de forças, de enfrentamentos e da batalha para a produção de sentidos e significados, que são constantemente reinterpretados por diferentes grupos sociais e suas demandas – o que, consequentemente, suscita outras questões e discussões.
O exercício do “fazer história”, de indagar, é marcado, inicialmente, pela constituição de um sujeito. Em seguida, amplia-se para o conhecimento de um “Outro”, às vezes semelhante, muitas vezes diferente. Depois, alarga-se ainda mais em direção a outros povos, com seus usos e costumes específicos. Por fim, parte-se para o mundo, sempre em movimento e transformação. Em meio a inúmeras combinações dessas variáveis – do ‘Eu’, do ‘Outro’ e do ‘Nós’ –, inseridas em tempos e espaços específicos, indivíduos produzem saberes que os tornam mais aptos para enfrentar situações marcadas pelo conflito ou pela conciliação. Entre os saberes produzidos, destaca-se a capacidade de comunicação e diálogo, instrumento necessário para o respeito à pluralidade cultural, social e política, bem como para o enfrentamento de circunstâncias marcadas pela tensão e pelo conflito. A lógica da palavra, da argumentação, é aquela que permite ao sujeito enfrentar os problemas e propor soluções com vistas à superação das contradições políticas, econômicas e sociais do mundo em que vivemos.
Faz necessário lembrar que o RACIOCINO HISTÓRICO exige os procedimentos de Identificação, Comparação, Contextualização, Interpretação e Análise de um objeto estimulam o pensamento.
IDENTIFICAÇÃO:
De que material é feito o objeto em questão? Como é produzido? Para que serve? Quem o consome? Seu significado se alterou no tempo e no espaço? Como cada indivíduo descreve o mesmo objeto? Os procedimentos de análise utilizados são sempre semelhantes ou não? Por quê? Essas perguntas auxiliam a Identificação de uma questão ou objeto a ser estudado. Diferentes formas de percepção e interação com um mesmo objeto podem favorecer uma melhor compreensão da história, das mudanças ocorridas no tempo, no espaço e, especialmente, nas relações sociais. O pilão, por exemplo, serviu para preparar a comida e, posteriormente, transformou-se em objeto de decoração. Que significados o pilão carrega? Que sociedade o produziu? Quem o utilizava e o utiliza? Qual era a sua utilidade na cozinha? Que novos significados lhe são atribuídos? Por quê?
COMPARAÇÃO:
A comparação em história faz ver melhor o Outro. Se o tema for, por exemplo, pintura corporal, a comparação entre pinturas de povos indígenas originários e de populações urbanas pode ser bastante esclarecedora quanto ao funcionamento das diferentes sociedades. Indagações sobre, por exemplo, as origens das tintas utilizadas, os instrumentos para a realização da pintura e o tempo de duração dos desenhos no corpo esclarecem sobre os deslocamentos necessários para a obtenção de tinta, as classificações sociais sugeridas pelos desenhos ou, ainda, a natureza da comunicação contida no desenho corporal. Por meio de uma outra linguagem, por exemplo, a matemática, podemos comparar para ver melhor semelhanças e diferenças, elaborando gráficos e tabelas, comparando quantidades e proporções (mortalidade infantil, renda, postos de trabalho etc.) e, também, analisando possíveis desvios das informações contidas nesses gráficos e tabelas.
CONTEXTUALIZAÇÃO:
A contextualização é uma tarefa imprescindível para o conhecimento histórico. Com base em níveis variados de exigência, das operações mais simples às mais elaboradas, os alunos devem ser instigados a aprender a contextualizar. Saber localizar momentos e lugares específicos de um evento, de um discurso ou de um registro das atividades humanas é tarefa fundamental para evitar atribuição de sentidos e significados não condizentes com uma determinada época, grupo social, comunidade ou território. Portanto, os estudantes devem identificar, em um contexto, o momento em que uma circunstância histórica é analisada e as condições específicas daquele momento, inserindo o evento em um quadro mais amplo de referências sociais, culturais e econômicas. Distinguir contextos e localizar processos, sem deixar de lado o que é particular em uma dada circunstância, é uma habilidade necessária e enriquecedora. Ela estimula a percepção de que povos e sociedades, em tempos e espaços diferentes, não são tributários dos mesmos valores e princípios da atualidade.
INTERPRETAÇÃO:
O exercício da interpretação de um texto, de um objeto, de uma obra literária, artística ou de um mito é fundamental na formação do pensamento crítico. Exige observação e conhecimento da estrutura do objeto e das suas relações com modelos e formas (semelhantes ou diferentes) inseridas no tempo e no espaço. Interpretações variadas sobre um mesmo objeto tornam mais clara, explícita, a relação sujeito/objeto e, ao mesmo tempo, estimulam a identificação das hipóteses levantadas e dos argumentos selecionados para a comprovação das diferentes proposições. O exercício da interpretação também permite compreender o significado histórico de uma cronologia e realizar o exercício da composição de outras ordens cronológicas. Essa prática explicita a dialética da inclusão e da exclusão e dá visibilidade ao seguinte questionamento: “O que torna um determinado evento um marco histórico? ” Entre os debates que merecem ser enunciados, destacam-se as dicotomias entre Ocidente e Oriente e os modelos baseados na sequência temporal de surgimento, auge e declínio. Ambos pretendem dar conta de explicações para questões históricas complexas. De um lado, a longa existência de tensões (sociais, culturais, religiosas, políticas e econômicas) entre sociedades ocidentais e orientais; de outro, a busca pela compreensão dos modos de organização das várias sociedades que se sucederam ao longo da história.
ANÁLISE
A análise é uma habilidade bastante complexa porque pressupõe problematizar a própria escrita da história e considerar que, apesar de esforço de organização e de busca de sentido, trata-se de uma atividade em que algo sempre escapa. Trata-se de um saber lidar com o mundo, fruto de um processo iniciado ao nascer e que só se completa com a morte. Nesse sentido, ele é impossível de ser concluído e incapaz de produzir resultados finais, exigindo do sujeito uma compreensão estética e, principalmente, ética do objeto em questão.
Para se pensar O ENSINO DE HISTÓRIA, é fundamental considerar a utilização de diferentes fontes e tipos de documento (escritos, iconográficos, materiais, imateriais) capazes de facilitar a compreensão da relação tempo e espaço e das relações sociais que os geraram. Os registros e vestígios das mais diversas naturezas (mobiliário, instrumentos de trabalho, música etc.) deixados pelos indivíduos carregam em si mesmos a experiência humana, as formas específicas de produção, consumo e circulação, tanto de objetos quanto de saberes. Nessa dimensão, o objeto histórico transforma-se em exercício, em laboratório da memória voltado para a produção de um saber próprio da história.
A utilização de objetos materiais pode auxiliar o professor e os alunos a colocar em questão o significado das coisas do mundo, estimulando a produção do conhecimento histórico em âmbito escolar. Por meio dessa prática, docentes e discentes poderão desempenhar o papel de agentes do processo de ensino e aprendizagem, assumindo, ambos, uma “ATITUDE HISTORIADORA” diante dos conteúdos propostos, no âmbito de um processo adequado ao Ensino Fundamental.
Nesse contexto, um dos importantes objetivos de História no Ensino Fundamental é estimular a AUTONOMIA DE PENSAMENTO e a capacidade de reconhecer que os indivíduos agem de acordo com a época e o lugar nos quais vivem, de forma a preservar ou transformar seus hábitos e condutas. A percepção de que existe uma grande diversidade de sujeitos e histórias estimula o pensamento crítico, a autonomia e a formação para a cidadania.
A busca de autonomia também exige reconhecimento das bases da epistemologia da História, a saber: (a) a natureza compartilhada do sujeito e do objeto de conhecimento; (b) o conceito de tempo histórico em seus diferentes ritmos e durações: (c) a concepção de documento como suporte das relações sociais; (d) e as várias linguagens por meio das quais o ser humano se apropria do mundo. Enfim, percepções capazes de responder aos desafios da prática historiadora presente dentro e fora da sala de aula.
Todas essas considerações de ordem teórica devem considerar a experiência dos alunos e professores, tendo em vista a realidade social e o universo da comunidade escolar, bem como seus referenciais históricos, sociais e culturais. Ao promover a diversidade de análises e proposições, espera-se que os alunos construam as próprias interpretações, de forma fundamentada e rigorosa. Convém destacar as temáticas voltadas para a diversidade cultural e para as múltiplas configurações identitárias, destacando-se as abordagens relacionadas à história dos povos indígenas originários e africanos. Ressalta-se, também, na formação da sociedade brasileira, a presença de diferentes povos e culturas, suas contradições sociais e culturais e suas articulações com outros povos e sociedades.
A inclusão dos temas obrigatórios definidos pela legislação vigente, tais como a história da África e das culturas afro-brasileira e indígena, deve ultrapassar a dimensão puramente retórica e permitir que se defenda o estudo dessas populações como artífices da própria história do Brasil.
A relevância da história desses grupos humanos reside na possibilidade de os estudantes compreenderem o papel das alteridades presentes na sociedade brasileira, comprometerem-se com elas e, ainda, perceberem que existem outros referenciais de produção, circulação e transmissão de conhecimentos, que podem se entrecruzar com aqueles considerados consagrados nos espaços formais de produção de saber.
Por todas as razões apresentadas, espera-se que o conhecimento histórico seja tratado como uma forma de pensar, entre várias; uma forma de indagar sobre as coisas do passado e do presente, de construir explicações, desvendar significados, compor e decompor interpretações, em movimento contínuo ao longo do tempo e do espaço. Enfim, trata-se de transformar a história em ferramenta a serviço de um discernimento maior sobre as experiências humanas e as sociedades em que se vive.
No componente da HISTÓRIA não há unidades temáticas únicas e comuns para todas as séries. Teremos UT’s de habilidades essenciais para cada ano de estudo, estabelecendo a progressão das habilidades dentro do raciocínio histórico de constituição das sociedades humanas, sobretudo da cultura Ocidental. São elas:
Para o 6° ano:
⦁ História: tempo, espaço e formas de registros
⦁ A invenção do mundo clássico e o contraponto com outras sociedades
⦁ Lógicas de organização política
⦁ Trabalho e formas de organização social e cultural
Para o 7° ano:
⦁ O mundo moderno e a conexão entre sociedades africanas, americanas e europeias
⦁ Humanismos, Renascimentos e o Novo Mundo
⦁ A organização do poder e as dinâmicas do mundo colonial americano
⦁ Lógicas comerciais e mercantis da modernidade
Para o 8° ano
⦁ O mundo contemporâneo: o Antigo Regime em crise
⦁ Os processos de independência nas Américas
⦁ O Brasil no século XIX
⦁ Configurações do mundo no século XIX
Para o 9° ano
⦁ O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX
⦁ Totalitarismos e conflitos mundiais
⦁ Modernização, ditadura civil-militar e redemocratização: o Brasil após 1946
⦁ A história recente
Nessa direção, a BNCC (RCM) dentro da História Escolar, propõe unidades temáticas correlacionadas do 6º ao 9° anos que orientam a formulação de habilidades a ser desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental, num processo em eu o raciocínio histórico e os objetivos do conhecimento vão se entrelaçando e se evoluindo. Portanto, essa organização das UT’s da História permite uma compreensão do que realmente é essencial para cada etapa das aprendizagens.