EM SANTOS, O PRIMEIRO ENGENHO

O engenho dos Erasmos é um dos três primeiros engenhos de cana-de-açúcar construídos no Brasil. É considerado o único no Brasil, e talvez, no mundo, em estilo da Ilha de açores, colônia de Portugal na África. A característica açoriana do engenho é dada pela construção com todas as instalações sob o mesmo teto. Os engenhos nordestinos, posteriores ao dos Erasmos, tinham edificações separadas para cada função, estilo próprio dos engenhos brasileiros.

Há divergências entre os historiadores a respeito de qual teria surgido primeiro: o engenho Madre de Deus, o engenho de São João ou o engenho dos Erasmos, todos em Santos. A edificação original do engenho, atingida por um incêndio no inícios do século 17, é considerada uma relíquia arqueológica capaz de oferecer explicações sobre as origens da indústria brasileira e sobre o cotidiano do trabalho do início da ocupação portuguesa no País.

OS ENGENHOS DO NORDESTE COLONIAL

Por volta de 1600, foram instalados em Pernambuco os primeiros engenhos de moagem da cana. Os holandeses emprestaram capital para financiar os engenhos de Pernambuco, sendo responsáveis pelo refino e, em troca, tinham exclusividade no transporte e na comercialização mundial do açúcar produzido. O Rei de Portugal ficava com os impostos.

Os engenhos também foram disseminados no litoral da Bahia e na região de Campos, no Rio de Janeiro, na área do Rio Paraíba do Sul, que facilitou a povoação no estado.

A União Ibérica de 1580, que estabeleceu o domínio da Espanha sobre Portugal e suas colônias, fez com que espanhóis retirassem os holandeses da lucrativa atividade açucareira brasileira, expulsando-os do Nordeste brasileiro. Os holandeses, então, passaram a produzir açúcar em suas colônias nas Antilhas. Os holandeses conheciam o processo de fabricação de açúcar e tinham o controle sobre distribuição e a comercialização. Logo, conseguiram conquistar os grandes mercados consumidores rapidamente, deixando o açúcar produzido no Brasil em segundo plano no mercado internacional.