A CANA CHEGA ÀS AMÉRICAS

A introdução da cana-de-açúcar nas Américas aconteceu em 1493, quando durante sua segunda viagem para o novo continente, Cristovão Colombo leva mudas de cana para cultivar em São Domingos, atual República Dominicana. Ali, a cana encontra condições de clima e topografia ideais para o seu desenvolvimento e expande-se para Cuba (1516) e México (1520). Colômbia, Venezuela, Porto Rico e Peru também se transformaram em terras para o plantio nesta época.

O primeiro engenho do continente foi instalado em La Española, na República Dominicana, em 1516. Com o domínio português, a Espanha buscou outros lugares em que a cana pudesse desenvolver-se. O local escolhido foi Cuba, que se transformou no único concorrente importante do açúcar brasileiro. Em pouco tempo, em todos os países colonizados por Portugal e Espanha, nas Américas e na África, havia plantações de cana-de-açúcar.

Em 1650, a Jamaica apresenta ao mundo seu trem jamaicano, e a técnica foi adotada no Brasil. Eram cinco caldeiras colocadas em linha sobre um longo fogão de tijolos, com uma fornalha em um extremo e, no outro, uma chaminé de tijolos. Dessa forma, todas as caldeiras podiam ser aquecidas por um único fogo, reduzido o consumo de energia, da lenha.

A invenção do trem jamaicano colocou mais um grande produtor no mercado: os ingleses. Com o aumento da produção e da demanda, a Grã-Bretanha começou a utilizar suas colônias de Jamaica e Barbados para diminuir sua dependência do produto importado e rivalizar com Portugal e Espanha no mercado de açúcar.

Quando os espanhóis descobrem o ouro e a prata das civilizações Asteca e Inca, no início do século XVI, o cultivo da cana e o açúcar são esquecidos.

A agroindústria açucareira, iniciada no século XV, com os engenhos da Ilha da Madeira, colônia de Portugal, e consolidada no século XVI, com a produção no Brasil, não foi uma empresa constituída apenas por portugueses. Até 1580, envolveu uma participação intensa de europeus de outras regiões, em especial de italianos, alemães e flamengos.

Essa cooperação entrou em crise com as guerras dos Países Baixos, que levaram ao cerco e ao saque de Antuérpia, Bélgica, em 1576 e 1585, comprometendo seu papel comercial.

Nos Países Baixos, Amsterdam destacava-se como maior centro de negócios do açúcar no século XVII, inclusive pelo número elevado de refinarias, que passava de mil. Como na época em que a Veneza ditava os custos e as formas de refino, os holandeses possuíam a maior estrutura de refino do globo.